terça-feira, dezembro 10, 2024
Complicado
Vencemos o V. Guimarães na Luz no sábado por 1-0 e tivemos um fim-de-semana em cheio, porque a lagartada perdeu 2-1 em Moreira de Cónegos e o CRAC empatou 1-1 em Famalicão. Estamos, portanto, a dois pontos do 1º lugar e com os mesmos pontos do CRAC, quando temos um jogo a menos. O que parecia impossível há umas semanas tornou-se real: podemos ir ao WC no final do ano em 1º lugar.
O V. Guimarães está a fazer uma temporada muito boa, tanto a nível nacional como na Liga Conferência, e foi a equipa que mais condicionou a nossa saída de bola desde o guarda-redes. Conseguimos meter a bola na baliza ainda nos primeiros 10’, mas o Pavlidis estava acampado depois de um remate do Florentino na sequência de um livre nosso para a área. No entanto, inaugurámos o marcador ainda na 1ª parte, aos 29’ numa boa combinação atacante entre o Pavlidis e o Leandro Barreiro (que substituiu o castigado Kökçü no onze), com assistência do grego para o Aktürkoğlu desfeitear o Bruno Varela. Até ao intervalo, um remate de fora da área do Pavlidis, que ainda ressaltou num defesa, foi o nosso lance de maior perigo, mas a bola passou ao lado.
Na 2ª parte, ainda tivemos mais dificuldades em explanar o nosso jogo atacante e a iniciativa pertenceu maioritariamente ao V. Guimarães. Um livro directo logo no reinício permitiu ao Trubin fazer a melhor defesa do jogo, mas foi numa falha tremenda do Florentino na saída de bola que houve o lance de maior perigo, isolando um adversário, que contornou o Trubin, mas o Otamendi de carrinho não permitiu que a bola chegasse ao destino. Quanto a nós, só tivemos uma verdadeira oportunidade, já no quarto-de-hora final, com um centro da esquerda do Aktürkoğlu a assistir o Pavlidis, mas o remate deste de pé esquerdo na área saiu por cima da barra.
Em termos individuais, destaque para o Aktürkoğlu pelo golo e para o Tomás Araújo, que se está a revelar um jogador importantíssimo na manobra atacante, principalmente pela sua capacidade de colocar a bola na frente. Aquele corte do Otamendi foi fundamental e a defesa esteve em geral bastante segura. Ao invés, do meio-campo para a frente, as coisas poderiam ter sido melhores. Não percebi a opção do Bruno Lage pelo Barreiro no lugar do Kökçü, em vez do Rollheiser, que é um jogador bem mais ofensivo. O Florentino deve ter feito dos piores jogos da época, selado com aquele tal falhanço comprometedor no final. O Aursnes também já me pareceu em muito melhor forma do que agora, mas continua a ser importante como o guarda-costas do Di María. Este não esteve tão inspirado como ultimamente e inspiração foi algo que faltou igualmente ao Pavlidis, que deveria ter fechado o jogo mais cedo.
Conseguimos o mais importante, especialmente numa jornada em que ambos os rivais perderam pontos. Teremos amanhã a Champions em casa frente ao Bolonha, em que uma vitória deve selar a qualificação para os play-off. Já demos mais espectáculo noutros jogos, mas continuamos a mostrar muito mais consistência do que com o Schmidt. E não há como não nos sentirmos mais tranquilos com isso.
segunda-feira, dezembro 02, 2024
Suficiente
Vencemos ontem em Arouca (2-0) e, com a magnífica vitória do Santa Clara na lagartada (1-0), reduzimos a desvantagem para o 1º lugar para cinco pontos, com menos um jogo. Conhecedores do desaire deles na véspera, esta partida era fundamental para encurtar distâncias e, apesar de uma exibição até um pouco sofrível a espaços, conseguimos o principal objectivo.
O Bruno Lage manteve o onze do Mónaco e até entrámos bem na partida com o Aktürkoğlu na esquerda a quase assistir o Pavlidis para golo, não fosse o guarda-redes Mantl desviar o cruzamento no último instante, antes de o grego cabecear para as redes desertas. No entanto, pouco depois apanhámos um susto com o avançado Trezza isolado a tentar o chapéu ao Trubin, mas este, graças à sua altura, a conseguir defender para canto. Aos 12’, inaugurámos o marcador com um autogolo do Fontán, depois de um centro do Aktürkoğlu ao qual o Pavlidis nem chegaria. Até ao intervalo, houve uma boa oportunidade para cada lado, com o Trubin a fiar-se demasiado no golpe de vista e quase a sofrer um golo de pé num remate fora da área, e o Di María, na sua jogada típica da direita para o meio, a quase fazer um golão em arco, só impedido pelo guarda-redes Mantl.
Na 2ª parte, a partida manteve-se igual, connosco a não conseguirmos imprimir um ritmo forte para tentar fechar o resultado e o Arouca a acercar-se mais vezes da nossa baliza do que seria desejável. No entanto, as oportunidades foram maioritariamente nossas, com o Pavlidis em destaque pela negativa, dado que ou o guarda-redes defendia ou ele demorava muito tempo a rematar e perdia-se em fintas escusadas. Por volta da hora de jogo, o Lage tirou os turcos e colocou o Leandro Barreiro e o Beste. O alemão esteve em evidência pela negativa, dado que falhou um par de golos certos, ao não acertar bem na bola quer de cabeça, quer com o pé esquerdo. O melhor remate da 2ª parte foi do Carreras proporcionando uma boa defesa ao guarda-redes. Até que aos 70’ beneficiámos de um indiscutível penalty por derrube do guarda-redes ao Beste, depois deste ter feito a mancha ao Pavlidis que se tinha isolado. O Di María enganou-o bem na concretização do penalty (embora eu deteste aquela maneira de marcar penalties...!) e conseguíamos ter margem de manobra com 2-0 no marcador. No entanto, desconcentrámo-nos um pouco e ainda permitimos ao Arouca atirar uma cabeçada ao poste, que, caso tivesse sido concretizada, tornaria os minutos finais muito stressantes para nós.
Em termos individuais, o Di María esteve novamente em destaque com mais um golo e um belíssimo remate em arco, que ia dando outro golão. Gostei muito do início de 2ª parte do Florentino, ao cortar uma série de bolas no meio-campo. Na defesa, o Tomás Araújo está cada vez mais imperial. O resto da equipa esteve a um nível mediano, com o Carreras, o Aktürkoğlu e o Pavlidis uns furos (bem) abaixo do que já mostraram.
Teremos a recepção ao V. Guimarães no sábado, num jogo em que não teremos o Kökçü, que viu o quinto amarelo. O mês de Dezembro será muito intenso, com jogos importantes, incluindo a ida à lagartada perto do final do ano. Mas é inegável que estamos numa fase bem positiva, que parecia impossível atendendo ao que vimos no início da temporada. De facto, sem um treinador à altura, não há bom plantel que resista.
quinta-feira, novembro 28, 2024
Sorte do jogo
Conseguimos ontem uma vitória muito importante no Mónaco
(3-2) na 5ª jornada da fase de liga da Champions.
Depois de dois desaires consecutivos, era fundamental somar pontos neste jogo e
na recepção ao Bolonha antes de irmos defrontar o Barcelona e a Juventus. Foi
um triunfo saboroso, até pela reviravolta nos minutos finais, mas convém
descermos à terra e termos noção de que tivemos muita sorte no modo como ele
foi obtido.
Com a equipa-tipo de volta, não entrámos nada bem e sofremos o 0-1 logo aos 13’ pelo Seghir num lance em que fomos apanhados em contrapé num contra-ataque rápido. A precisar de pontuar, tomámos as rédeas da partida e começámos a limpar a má imagem deixada em Munique. No entanto, na frente revelámos falta de inspiração, nomeadamente pelo Pavlidis, que parece dar sempre um toque a mais na bola, quando seria necessário ter mais espontaneidade de remate. Mas foi do Di María a melhor oportunidade até ao intervalo, quando o atraso de um defesa o deixou isolado frente ao guarda-redes Majecki, mas permitiu a defesa deste com o pé. Falhanço incrível! Na sequência desse canto, foi o Otamendi a antecipar-se de cabeça a um defesa e ao Majeck, mas a bola caprichosamente passou por cima da barra. Ou seja, deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar e fomos a perder. Porém, há que salientar a enorme sorte que tivemos com o Sr. Rade Obrenovic, o árbitro esloveno. Esteve mal ao mostrar o amarelo ao Florentino logo aos 5’, mas depois poupou inacreditavelmente o segundo amarelo a este e, principalmente, ao Carreras, que entretanto também tinha visto um (que até poderia ter sido vermelho directo, fosse o VAR mais rigoroso...). Como sintoma do desnorte que teve, ainda encharcou três jogadores do Mónaco com amarelos por causa dos protestos, um dos quais revelar-se-ia fundamental no desfecho da partida. Muito pouca classe, a deste árbitro, neste caso a nosso favor (também temos direito a ser beneficiados nas provas europeias de vez em quando... Sim, porque eu lembro-me muito bem disto e disto, por exemplo...).
O Bruno Lage, apesar de o Florentino e o Carreras estarem bastante condicionados, arriscou e não mexeu na equipa ao intervalo. Logo no reatamento, tivemos mais uma dose de estrelinha, quando o Otamendi é mal batido pelo poderio físico do suíço Embolo, que depois atirou com estrondo ao poste do Trubin. Teria certamente sido xeque-mate no jogo, caso a bola tivesse entrado... Não entrou na nossa baliza, entrou na adversária aos 48’, noutro atraso muito mal calculado, desta feita pelo defesa-esquerdo Caio Henrique, que coincidiu com uma saída igualmente péssima do guarda-redes, que não conseguiu acertar na bola e permitiu que o Pavlidis fizesse um dos golos mais fáceis da sua carreira, logo para estreia a marcar na Champions. O mérito do grego foi ter percebido de imediato que o atraso iria acontecer e ter corrido logo na direcção do guarda-redes. O jogo estava um bocado partido e houve mais um golo para cada lado, anulado pelo VAR por fora-de-jogo em ambos os casos. Se o dos franceses foi logo evidente na jogada corrida, o nosso enganou-me bem, porque festejei quando o Bah meteu a bola na baliza na sequência de uma assistência do Di María, mas este estava com o rabo(!) fora-de-jogo. A olho nu parece estar em linha e é só lerem o que tenho escrito aqui ao longo dos tempos para perceberem que acho uma estupidez anularem-se golos por menos de 10 cm (como deve ter sido o caso). Parece em linha à primeira vista, dá-se a vantagem à equipa que ataca, como se fazia antigamente. Entre os dois golos anulados, o Pavlidis teve uma óptima cabeçada depois de um centro do Aktürkoğlu, que proporcionou uma excelente defesa do guarda-redes.
À passagem da hora de jogo, deu-se o acontecimento que desequilibrou a partida com o segundo amarelo (justo) mostrado ao central Singo, por atingir o Pavlidis na cabeça com o braço numa disputa aérea. Ora, este tinha sido um dos jogadores que tinha visto o amarelo nos protestos da 1ª parte. A jogar com mais um, o Bruno Lage arriscou e tirou o Florentino para colocar o Amdouni, para além de ter trocado os pontas-de-lança (Pavlidis pelo Cabral). Se, na teoria, isto parecia bem dado que estávamos em superioridade numérica, na prática foi um desastre, porque o Mónaco, mesmo com dez, tomou conta do meio-campo, porque deixámos de ter alguém para correr atrás dos adversários e recuperar bolas. Espero que o Lage tenha percebido isto de vez, até porque tinha o Leandro Barreiro no banco e, se queria poupar (e bem) o Florentino original de um possível segundo amarelo, tinha um clone do Florentino no banco. Também já aqui escrevi que não gosto nada de ver o Aursnes a seis, porque não é o tipo de jogador de andar atrás dos adversários, e como o Kökçü também não tem espírito nenhum defensivo, estendemos uma autêntica passadeira ao Mónaco. De tal forma, que fizeram o 2-1 praticamente a seguir às nossas substituições, num lance em que o marcador do golo, Magassa, surgiu completamente sozinho(!) já dentro da nossa área, depois de um centro atrasado na esquerda, que ainda desviou no Carreras, para rematar rasteiro sem hipóteses para o Trubin. Sem um Florentino em campo, ninguém foi marcar aquela zona central da área... Acusámos (e de que maneira!) o golo e durante 20’ até parecia que eram os franceses a jogarem com mais um, tal o à-vontade com que manobravam no nosso meio-campo. O Benfica parecia completamente perdido e sem capacidade de reacção. Eu estava a ver isto muito negro e a não querer acreditar que iríamos conseguir perder um desafio a jogar contra dez...!
No entanto, o facto de termos um génio no plantel tem as suas vantagens. Aos 84’, o Di María tira um autêntico coelho da cartola com um cruzamento perfeito do lado esquerdo para a área para o Arthur Cabral entrar de rompante de cabeça e restabelecer a igualdade. Grande golo! A cabeçada foi tão poderosa que o brasileiro até ficou um pouco abananado depois dela, também por ter disputado a bola com um defesa e ter tido a coragem de efectuar um remate de cabeça com aquela potência. A seguir a este golo, o Lage lá colocou o Leandro Barreiro no lugar do Aursnes e o Mónaco morreu de vez aí. A dois minutos do final, o Di María voltou a repetir a gracinha do centro teleguiado, desta feita da direita, e foi o até então muito apagado Amdouni a cabecear sem hipóteses para o guarda-redes. Como já vi por aí escrito, o Di María quase que obrigou os avançados a meterem a bola na baliza com aqueles dois centros magníficos! Até final, ainda deu para o Amdouni falhar o 4-2 isolado perante o guarda-redes, imitando o Di María na 1ª parte...
Em termos de destaques individuais, obviamente que o Di María tem de ter o maior de todos, com as duas assistências que permitiram a vitória. O Tomás Araújo esteve muito bem na defesa, muitas vezes compensando tanto o Bah, como o Otamendi, quando eram batidos. Tanto o Florentino como o Carreras deverão ter MUITO mais cuidado no futuro depois de verem amarelos, porque tiveram ambos muita sorte em não terem sido expulsos. O Bah teve algumas dificuldades defensivas na 1ª parte, mas subiu claramente de produção na 2ª. É sempre bom para a sua confiança quando são os substitutos a marcar golos e o Amdouni, em particular, deve ter o melhor rácio de golos marcados/minutos em campo, enquanto o Arthur Cabral deve este importantíssimo golo ao facto de o Lage o ter mantido em campo, depois dos quatro falhanços inacreditáveis frente ao E. Amadora, porque ainda lhe permitiu marcar dois e restabelecer a sua confiança.
Foi uma vitória essencial e especial pelo modo como ocorreu. Mas, repito, temos de ter noção das circunstâncias que levaram a este desfecho e não repetir os erros que cometemos, nomeadamente a nível disciplinar e, em relação ao Lage, na leitura que faz do nosso jogo sem um trinco de raiz. Se nas provas nacionais, perante adversários mais fracos, ainda se pode admitir, a este nível de Champions espero que tenha sido a última vez que tenhamos jogado sem o Florentino ou Leandro Barreiro naquela posição.
Com a equipa-tipo de volta, não entrámos nada bem e sofremos o 0-1 logo aos 13’ pelo Seghir num lance em que fomos apanhados em contrapé num contra-ataque rápido. A precisar de pontuar, tomámos as rédeas da partida e começámos a limpar a má imagem deixada em Munique. No entanto, na frente revelámos falta de inspiração, nomeadamente pelo Pavlidis, que parece dar sempre um toque a mais na bola, quando seria necessário ter mais espontaneidade de remate. Mas foi do Di María a melhor oportunidade até ao intervalo, quando o atraso de um defesa o deixou isolado frente ao guarda-redes Majecki, mas permitiu a defesa deste com o pé. Falhanço incrível! Na sequência desse canto, foi o Otamendi a antecipar-se de cabeça a um defesa e ao Majeck, mas a bola caprichosamente passou por cima da barra. Ou seja, deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar e fomos a perder. Porém, há que salientar a enorme sorte que tivemos com o Sr. Rade Obrenovic, o árbitro esloveno. Esteve mal ao mostrar o amarelo ao Florentino logo aos 5’, mas depois poupou inacreditavelmente o segundo amarelo a este e, principalmente, ao Carreras, que entretanto também tinha visto um (que até poderia ter sido vermelho directo, fosse o VAR mais rigoroso...). Como sintoma do desnorte que teve, ainda encharcou três jogadores do Mónaco com amarelos por causa dos protestos, um dos quais revelar-se-ia fundamental no desfecho da partida. Muito pouca classe, a deste árbitro, neste caso a nosso favor (também temos direito a ser beneficiados nas provas europeias de vez em quando... Sim, porque eu lembro-me muito bem disto e disto, por exemplo...).
O Bruno Lage, apesar de o Florentino e o Carreras estarem bastante condicionados, arriscou e não mexeu na equipa ao intervalo. Logo no reatamento, tivemos mais uma dose de estrelinha, quando o Otamendi é mal batido pelo poderio físico do suíço Embolo, que depois atirou com estrondo ao poste do Trubin. Teria certamente sido xeque-mate no jogo, caso a bola tivesse entrado... Não entrou na nossa baliza, entrou na adversária aos 48’, noutro atraso muito mal calculado, desta feita pelo defesa-esquerdo Caio Henrique, que coincidiu com uma saída igualmente péssima do guarda-redes, que não conseguiu acertar na bola e permitiu que o Pavlidis fizesse um dos golos mais fáceis da sua carreira, logo para estreia a marcar na Champions. O mérito do grego foi ter percebido de imediato que o atraso iria acontecer e ter corrido logo na direcção do guarda-redes. O jogo estava um bocado partido e houve mais um golo para cada lado, anulado pelo VAR por fora-de-jogo em ambos os casos. Se o dos franceses foi logo evidente na jogada corrida, o nosso enganou-me bem, porque festejei quando o Bah meteu a bola na baliza na sequência de uma assistência do Di María, mas este estava com o rabo(!) fora-de-jogo. A olho nu parece estar em linha e é só lerem o que tenho escrito aqui ao longo dos tempos para perceberem que acho uma estupidez anularem-se golos por menos de 10 cm (como deve ter sido o caso). Parece em linha à primeira vista, dá-se a vantagem à equipa que ataca, como se fazia antigamente. Entre os dois golos anulados, o Pavlidis teve uma óptima cabeçada depois de um centro do Aktürkoğlu, que proporcionou uma excelente defesa do guarda-redes.
À passagem da hora de jogo, deu-se o acontecimento que desequilibrou a partida com o segundo amarelo (justo) mostrado ao central Singo, por atingir o Pavlidis na cabeça com o braço numa disputa aérea. Ora, este tinha sido um dos jogadores que tinha visto o amarelo nos protestos da 1ª parte. A jogar com mais um, o Bruno Lage arriscou e tirou o Florentino para colocar o Amdouni, para além de ter trocado os pontas-de-lança (Pavlidis pelo Cabral). Se, na teoria, isto parecia bem dado que estávamos em superioridade numérica, na prática foi um desastre, porque o Mónaco, mesmo com dez, tomou conta do meio-campo, porque deixámos de ter alguém para correr atrás dos adversários e recuperar bolas. Espero que o Lage tenha percebido isto de vez, até porque tinha o Leandro Barreiro no banco e, se queria poupar (e bem) o Florentino original de um possível segundo amarelo, tinha um clone do Florentino no banco. Também já aqui escrevi que não gosto nada de ver o Aursnes a seis, porque não é o tipo de jogador de andar atrás dos adversários, e como o Kökçü também não tem espírito nenhum defensivo, estendemos uma autêntica passadeira ao Mónaco. De tal forma, que fizeram o 2-1 praticamente a seguir às nossas substituições, num lance em que o marcador do golo, Magassa, surgiu completamente sozinho(!) já dentro da nossa área, depois de um centro atrasado na esquerda, que ainda desviou no Carreras, para rematar rasteiro sem hipóteses para o Trubin. Sem um Florentino em campo, ninguém foi marcar aquela zona central da área... Acusámos (e de que maneira!) o golo e durante 20’ até parecia que eram os franceses a jogarem com mais um, tal o à-vontade com que manobravam no nosso meio-campo. O Benfica parecia completamente perdido e sem capacidade de reacção. Eu estava a ver isto muito negro e a não querer acreditar que iríamos conseguir perder um desafio a jogar contra dez...!
No entanto, o facto de termos um génio no plantel tem as suas vantagens. Aos 84’, o Di María tira um autêntico coelho da cartola com um cruzamento perfeito do lado esquerdo para a área para o Arthur Cabral entrar de rompante de cabeça e restabelecer a igualdade. Grande golo! A cabeçada foi tão poderosa que o brasileiro até ficou um pouco abananado depois dela, também por ter disputado a bola com um defesa e ter tido a coragem de efectuar um remate de cabeça com aquela potência. A seguir a este golo, o Lage lá colocou o Leandro Barreiro no lugar do Aursnes e o Mónaco morreu de vez aí. A dois minutos do final, o Di María voltou a repetir a gracinha do centro teleguiado, desta feita da direita, e foi o até então muito apagado Amdouni a cabecear sem hipóteses para o guarda-redes. Como já vi por aí escrito, o Di María quase que obrigou os avançados a meterem a bola na baliza com aqueles dois centros magníficos! Até final, ainda deu para o Amdouni falhar o 4-2 isolado perante o guarda-redes, imitando o Di María na 1ª parte...
Em termos de destaques individuais, obviamente que o Di María tem de ter o maior de todos, com as duas assistências que permitiram a vitória. O Tomás Araújo esteve muito bem na defesa, muitas vezes compensando tanto o Bah, como o Otamendi, quando eram batidos. Tanto o Florentino como o Carreras deverão ter MUITO mais cuidado no futuro depois de verem amarelos, porque tiveram ambos muita sorte em não terem sido expulsos. O Bah teve algumas dificuldades defensivas na 1ª parte, mas subiu claramente de produção na 2ª. É sempre bom para a sua confiança quando são os substitutos a marcar golos e o Amdouni, em particular, deve ter o melhor rácio de golos marcados/minutos em campo, enquanto o Arthur Cabral deve este importantíssimo golo ao facto de o Lage o ter mantido em campo, depois dos quatro falhanços inacreditáveis frente ao E. Amadora, porque ainda lhe permitiu marcar dois e restabelecer a sua confiança.
Foi uma vitória essencial e especial pelo modo como ocorreu. Mas, repito, temos de ter noção das circunstâncias que levaram a este desfecho e não repetir os erros que cometemos, nomeadamente a nível disciplinar e, em relação ao Lage, na leitura que faz do nosso jogo sem um trinco de raiz. Se nas provas nacionais, perante adversários mais fracos, ainda se pode admitir, a este nível de Champions espero que tenha sido a última vez que tenhamos jogado sem o Florentino ou Leandro Barreiro naquela posição.
segunda-feira, novembro 25, 2024
Magia total
Goleámos no sábado o E. Amadora por 7-0 na Luz e
qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Mas este jogo vai
ficar lembrado para todo o sempre pelo hat-trick
nos primeiros 18’ de jogo de um jogador absolutamente genial que tivemos o
privilégio de ter querido regressar ao Benfica na parte final da sua carreira.
O que o Di María fez neste jogo não há muitos jogadores na história do futebol
que tenham conseguido fazer. Qualquer um dos três golos que marcou é muito bom,
mas claro que o segundo, um pontapé-de-bicicleta que deixou meio estádio com as
mãos na cabeça, entra no rol dos melhores golos de sempre que tivemos a fortuna
de ver no nosso estádio. Quando me perguntam “mas tu não falhas mesmo um jogo
do Benfica na Luz?”, não, falho, porque se por acaso não tivesse visto uma obra-prima
como aquela ao vivo, não me perdoaria para todos o sempre!
Quero acreditar que não foi só por estar a defrontar uma equipa da I Liga que o Bruno Lage não fez assim uma rotação tão grande na equipa. Espero que a lição do Pevidém e depois do Feyenoord tenha servido para alguma coisa, porque a equipa titular não teve andamento para os holandeses, dado que quase ninguém tinha jogado na Taça no fim-de-semana anterior (isto e a rábula do nevoeiro na Choupana na semana antes da anterior pausa para as selecções). As maiores novidades no onze foram o Samuel Soares e o Arthur Cabral, dado que o António Silva e o Beste são mais utilizados. Não poderíamos ter entrado melhor, com o Di María a começar o seu show aos 2’ na sua jogada típica de puxar a bola para o pé esquerdo estando na direita e disparando sem hipóteses para o guarda-redes Meixedo. Pouco depois, aos 5’, aconteceu o momento do jogo, com o Di María a tirar um adversário do caminho passando-lhe a bola por cima, e depois fazendo um pontapé de bicicleta A B S O L U T A M E N T E fabuloso! Costumo correr os meus companheiros de bancada a high fives a cada golo, mas neste só deu para ficar com as mãos na cabeça em total estado de incredulidade! Que perfeição absoluta! Por mim, o jogo poderia acabar logo ali aos 5’, porque depois daquilo era impossível melhorar! Para completar uma exibição memorável, aos 18’ o génio argentino fez o 3-0, de pé direito, num lance que seria invalidado se houvesse VAR, porque o Di María estava fora-de-jogo na recuperação de bola do Bah. O E. Amadora ficou naturalmente um pouco abananado depois disto, mas mesmo assim ainda conseguiu colocar o Samuel Soares à prova por duas vezes, com magníficas defesas. Se o Di María se destacou pela positiva, o Arthur Cabral teve um jogo agridoce. Até aos intervalo, falhou dois golos certos, em que só tinha de encostar, depois de cruzamentos na direita. Um deles, porque resolveu dar de calcanhar em vez de fazer um remate simples...!
Ao intervalo, o E. Amadora fez algumas substituições e surgiu mais afoito na 2ª parte. Nós também trocámos o apagado Beste pelo Aktürkoğlu. Mas foi novamente o Samuel Soares a destacar-se numa saída corajosa e muito boa aos pés de um adversário, depois de um cruzamento, que evitou um golo certo. Do nosso lado, à incredulidade pelo que fez o Di María nos primeiros 45’, juntou-se a incredulidade pelo que fez o Arthur Cabral no jogo todo. Se os falhanços na 1ª parte foram incríveis, os da 2ª conseguiram ser piores! Por duas vezes, esteve completamente sozinho à frente do guarda-redes e nem sequer acertou na baliza! Então, o quarto falhanço parecia que era para os Apanhados...! O Di María lá teve de entrar novamente em acção, num lance começado curiosamente pelo Arthur Cabral, e assistiu o Aktürkoğlu aos 59’ para o 4-0. O Bruno Lage começou a rodar a equipa e o Amdouni também molhou a sopa perto do final aos 81’, num lance muito parecido ao quarto falhanço do Arthur Cabral, mostrando-lhe como se faz. A assistência do Kökçü, que também tinha entrado, foi também fabulosa. Já tínhamos esgotámos as substituições ao 15’ do fim, mas o Bruno Lage fez muito bem em não tirar o Arthur Cabral que, apesar dos quatro(!) golos certos falhados, continuava a pedir a bola e a não se esconder do jogo. Comentei com os meus colegas de bancada que o jogo só acabaria quando o Arthur Cabral marcasse. Entretanto, a habitual mini-debandada de pessoas que acham que os jogos só têm 80’ já tinha começado... Estando na altura 5-0, eu bem as avisei no gozo que iriam perder o sétimo golo... Mas assim aconteceu! Depois de tanto falhanço, acrescido de um remate que o guarda-redes defendeu para canto, o Arthur Cabral lá marcou finalmente e que golão foi! Outro pontapé de bicicleta, depois de uma insistência do entretanto entrado Schjelderup aos 86’. O estádio e os colegas festejaram muito um golo que parecia que estava enguiçado. Em cima dos 90’, ainda deu para ele bisar, fazendo o 7-0 final, numa recarga a um remate do Florentino. O Sr. André Narciso devia estar com pressa para chegar a casa, porque não deu nem mais um segundo de compensação.
Individualmente, é óbvio que o destaque vai inteirinho para o Di María. Três golos e uma assistência falam por si. O Samuel Soares foi um dos que aproveitaram bem a oportunidade, ao efectuar três defesas muito boas. Também não desgostei do Rollheiser no lugar do Kökçü, embora sejam obviamente jogadores diferentes. Ao invés, o Aursnes terá feito dos piores 45’ pelo Benfica na 1ª parte, com imensos passes falhados, mas depois subiu de produção na 2ª. Quanto ao Arthur Cabral, foi a primeira vez que vi um ponta-de-lança do Benfica falhar quatro(!) golos feitos. Ou seja, se tivesse feito o que lhe competia, seria hoje notícia em todo o mundo por ter marcado seis golos! Só que não! De positivo acerca dele, o facto que já referi de não se ter ido abaixo com tanto falhanço e ter continuado activo no jogo. Teve a recompensa no final. Mas se o jogo não estivesse já resolvido, de certeza que não teria ouvido as palmas que ouviu...
Teremos nesta 4ª feira um desafio crucial na ida ao Mónaco para a Champions. Os franceses estão a fazer um óptimo campeonato, actualmente no 2º lugar, e não vai ser nada fácil. Mas não podemos de todo perder, caso contrário a qualificação para os play-off começa a ficar tremida.
P.S. – A provas nacionais pararam para a conclusão da Liga das Nações. Portugal goleou a Polónia por 5-1 em casa e depois empatou na Croácia (1-1), ficando em 1º lugar no grupo e indo defrontar agora a Dinamarca nos quartos-de-final desta competição. Nestas duas partidas, parece confirmar-se a tendência de que Portugal do Roberto Martínez só joga a alto nível em meia-parte de cada jogo. Frente aos polacos, a 1ª parte foi pavorosa e na 2ª marcámos cinco golos, com o Rafael Leão a inaugurar o marcador de cabeça, um bis do Cristiano Ronaldo (incluindo um de bicicleta), outro do Bruno Fernandes e o último do Pedro Neto. Na Croácia, foi ao contrário: a 1ª parte foi muito melhor do que a 2ª. O golo foi autoria do João Félix, num domínio delicioso depois de uma abertura igualmente magistral do Vitinha, e tivemos outras oportunidades para fechar o jogo, mas sofremos depois do intervalo e o empate acabou por ser merecido.
Quero acreditar que não foi só por estar a defrontar uma equipa da I Liga que o Bruno Lage não fez assim uma rotação tão grande na equipa. Espero que a lição do Pevidém e depois do Feyenoord tenha servido para alguma coisa, porque a equipa titular não teve andamento para os holandeses, dado que quase ninguém tinha jogado na Taça no fim-de-semana anterior (isto e a rábula do nevoeiro na Choupana na semana antes da anterior pausa para as selecções). As maiores novidades no onze foram o Samuel Soares e o Arthur Cabral, dado que o António Silva e o Beste são mais utilizados. Não poderíamos ter entrado melhor, com o Di María a começar o seu show aos 2’ na sua jogada típica de puxar a bola para o pé esquerdo estando na direita e disparando sem hipóteses para o guarda-redes Meixedo. Pouco depois, aos 5’, aconteceu o momento do jogo, com o Di María a tirar um adversário do caminho passando-lhe a bola por cima, e depois fazendo um pontapé de bicicleta A B S O L U T A M E N T E fabuloso! Costumo correr os meus companheiros de bancada a high fives a cada golo, mas neste só deu para ficar com as mãos na cabeça em total estado de incredulidade! Que perfeição absoluta! Por mim, o jogo poderia acabar logo ali aos 5’, porque depois daquilo era impossível melhorar! Para completar uma exibição memorável, aos 18’ o génio argentino fez o 3-0, de pé direito, num lance que seria invalidado se houvesse VAR, porque o Di María estava fora-de-jogo na recuperação de bola do Bah. O E. Amadora ficou naturalmente um pouco abananado depois disto, mas mesmo assim ainda conseguiu colocar o Samuel Soares à prova por duas vezes, com magníficas defesas. Se o Di María se destacou pela positiva, o Arthur Cabral teve um jogo agridoce. Até aos intervalo, falhou dois golos certos, em que só tinha de encostar, depois de cruzamentos na direita. Um deles, porque resolveu dar de calcanhar em vez de fazer um remate simples...!
Ao intervalo, o E. Amadora fez algumas substituições e surgiu mais afoito na 2ª parte. Nós também trocámos o apagado Beste pelo Aktürkoğlu. Mas foi novamente o Samuel Soares a destacar-se numa saída corajosa e muito boa aos pés de um adversário, depois de um cruzamento, que evitou um golo certo. Do nosso lado, à incredulidade pelo que fez o Di María nos primeiros 45’, juntou-se a incredulidade pelo que fez o Arthur Cabral no jogo todo. Se os falhanços na 1ª parte foram incríveis, os da 2ª conseguiram ser piores! Por duas vezes, esteve completamente sozinho à frente do guarda-redes e nem sequer acertou na baliza! Então, o quarto falhanço parecia que era para os Apanhados...! O Di María lá teve de entrar novamente em acção, num lance começado curiosamente pelo Arthur Cabral, e assistiu o Aktürkoğlu aos 59’ para o 4-0. O Bruno Lage começou a rodar a equipa e o Amdouni também molhou a sopa perto do final aos 81’, num lance muito parecido ao quarto falhanço do Arthur Cabral, mostrando-lhe como se faz. A assistência do Kökçü, que também tinha entrado, foi também fabulosa. Já tínhamos esgotámos as substituições ao 15’ do fim, mas o Bruno Lage fez muito bem em não tirar o Arthur Cabral que, apesar dos quatro(!) golos certos falhados, continuava a pedir a bola e a não se esconder do jogo. Comentei com os meus colegas de bancada que o jogo só acabaria quando o Arthur Cabral marcasse. Entretanto, a habitual mini-debandada de pessoas que acham que os jogos só têm 80’ já tinha começado... Estando na altura 5-0, eu bem as avisei no gozo que iriam perder o sétimo golo... Mas assim aconteceu! Depois de tanto falhanço, acrescido de um remate que o guarda-redes defendeu para canto, o Arthur Cabral lá marcou finalmente e que golão foi! Outro pontapé de bicicleta, depois de uma insistência do entretanto entrado Schjelderup aos 86’. O estádio e os colegas festejaram muito um golo que parecia que estava enguiçado. Em cima dos 90’, ainda deu para ele bisar, fazendo o 7-0 final, numa recarga a um remate do Florentino. O Sr. André Narciso devia estar com pressa para chegar a casa, porque não deu nem mais um segundo de compensação.
Individualmente, é óbvio que o destaque vai inteirinho para o Di María. Três golos e uma assistência falam por si. O Samuel Soares foi um dos que aproveitaram bem a oportunidade, ao efectuar três defesas muito boas. Também não desgostei do Rollheiser no lugar do Kökçü, embora sejam obviamente jogadores diferentes. Ao invés, o Aursnes terá feito dos piores 45’ pelo Benfica na 1ª parte, com imensos passes falhados, mas depois subiu de produção na 2ª. Quanto ao Arthur Cabral, foi a primeira vez que vi um ponta-de-lança do Benfica falhar quatro(!) golos feitos. Ou seja, se tivesse feito o que lhe competia, seria hoje notícia em todo o mundo por ter marcado seis golos! Só que não! De positivo acerca dele, o facto que já referi de não se ter ido abaixo com tanto falhanço e ter continuado activo no jogo. Teve a recompensa no final. Mas se o jogo não estivesse já resolvido, de certeza que não teria ouvido as palmas que ouviu...
Teremos nesta 4ª feira um desafio crucial na ida ao Mónaco para a Champions. Os franceses estão a fazer um óptimo campeonato, actualmente no 2º lugar, e não vai ser nada fácil. Mas não podemos de todo perder, caso contrário a qualificação para os play-off começa a ficar tremida.
P.S. – A provas nacionais pararam para a conclusão da Liga das Nações. Portugal goleou a Polónia por 5-1 em casa e depois empatou na Croácia (1-1), ficando em 1º lugar no grupo e indo defrontar agora a Dinamarca nos quartos-de-final desta competição. Nestas duas partidas, parece confirmar-se a tendência de que Portugal do Roberto Martínez só joga a alto nível em meia-parte de cada jogo. Frente aos polacos, a 1ª parte foi pavorosa e na 2ª marcámos cinco golos, com o Rafael Leão a inaugurar o marcador de cabeça, um bis do Cristiano Ronaldo (incluindo um de bicicleta), outro do Bruno Fernandes e o último do Pedro Neto. Na Croácia, foi ao contrário: a 1ª parte foi muito melhor do que a 2ª. O golo foi autoria do João Félix, num domínio delicioso depois de uma abertura igualmente magistral do Vitinha, e tivemos outras oportunidades para fechar o jogo, mas sofremos depois do intervalo e o empate acabou por ser merecido.
quarta-feira, novembro 13, 2024
60 anos
Goleámos o CRAC (4-1) no passado domingo e reduzimos a distância para eles para dois pontos, com um jogo em atraso, tendo a lagartada ainda a oito depois de terem ganho em Braga por 4-2, no último jogo do Ruben Amorim no banco (até qu’enfim!). Depois da tempestade de Munique, veio a bonança da Luz, com uma exibição convincente em especial na 2ª parte que deu origem a um resultado inusitado, dado que a última vez que tínhamos marcado quatro golos ao CRAC para o campeonato tinha sido há seis décadas!
Com o regresso do Florentino à titularidade e do Bah vindo de lesão, a equipa esteve muito bem desde o início, fazendo uma forte pressão sobre a linha defensiva do CRAC, que raramente conseguiu sair a jogar. Tendo feito aquele truque muito baixinho de escolher o nosso lado preferido do campo (para onde gostamos de atacar na 2ª parte), o CRAC até teve a primeira oportunidade num remate do Galeno por cima. Também nós pelo Di María atirámos ao lado, depois de o argentino ter sido bem desmarcado pelo Pavlidis. À passagem da vintena de minutos, o Sr. João Pinheiro não deu a lei da vantagem num lance óbvio e invalidou-nos um golo do Pavlidis. Uma vergonha! Mas aos 30’ marcámos mesmo numa boa abertura do Tomás Araújo para o Carreras, que puxou para dentro para o pé direito e não deu hipóteses ao Diogo Costa. Estávamos completamente por cima do jogo e uma grande jogada do Aktürkoğlu quase deu em novo golo logo a seguir, tendo pouco depois o Pavlidis atirado ao poste num remate rasteiro de pé esquerdo. Infelizmente cinco minutos antes do intervalo, algo inacreditável aconteceu: num dos topos da Luz foram acesas uma série de tochas e atiradas(!) para o relvado, obrigando à interrupção do jogo! Gente que não atingiu o estádio normal do desenvolvimento cerebral resolveu achar que era boa ideia cortar o ritmo do jogo, numa altura em que estávamos completamente por cima do CRAC...! É preciso ser-se muito acéfalo! O jogo esteve parado cerca de 2’ e, quando foi retomado, o Benfica veio desconcentrado e o CRAC fez a igualdade num cruzamento da esquerda, enorme falha do Otamendi e o Samu só teve de encostar...! Foi a primeira vez que vi uma claque da equipa da casa contribuir para um golo adversário! Imperdoável!
Confesso que estava muito apreensivo para a 2ª parte, porque julguei que o momentum do jogo tinha virado, até porque o público da Luz não estava em uníssono depois daquela bela cena... No entanto, felizmente, o nosso regresso ao relvado foi avassalador. Um remate do Aursnes de fora da área ao lado deu o mote e aos 56’ o mesmo Aurnes, depois de uma bola ganha pelo Aktürkoğlu isolou brilhantemente o Di María, que desviou do Diogo Costa à sua saída. Um remate à figura do Trubin do Fábio Vieira foi a única resposta do outro lado, mas aos 61’ fizemos nós o 3-1 num autogolo do central Nehuén Pérez, acossado pelo Pavlidis, depois de um centro da direita do Bah, muito bem desmarcado pelo Tomás Araújo. O CRAC sentiu naturalmente este golo, começou a fazer substituições, mas foi perdendo ligação entre os sectores até final. Como estava mais balanceado para a frente, nós fomos aproveitando para contra-atacar e ficámos a dever-nos um resultado ainda mais histórico. Só conseguimos mais um golo, aos 82’, num penalty do Di María a castigar pontapé na cara do Otamendi na sequência de um livre para a área. O nº 11 enganou o Diogo Costa na marcação do penalty, marcando daquela forma que me tira do sério, porque se o guarda-redes acerta o lado faz uma defesa muito fácil. Mas a bola entrou, que foi o que interessou. Até final, também esgotámos as substituições, mas mais ninguém voltou a marcar.
Destaque individual para o Di María com um bis, para o Aktürkoğlu que, apesar de não ter marcado, foi sempre uma seta apontada à baliza contrária, para o Pavlidis, que marcou um golo invalidado, atirou uma bola ao poste e ainda esteve quase a marcou o nosso terceiro golo, para o Aursnes no meio-campo (apesar de um passe muito arriscado que , por pouco, não isolou o Samu na nossa área...!) e para o Bah e Carreras nas laterais. O Florentino fez o trabalho do costume a meio-campo e é bom que se perceba que tem de ser titular na maior parte dos jogos. O Otamendi é que teve uma falha incompreensível no golo adversário. Mas globalmente a equipa exibiu-se toda em grande nível, dando uma boa resposta ao que se passou em Munique.
Iremos agora parar uma semana para as selecções e teremos a Taça de Portugal, quando regressarmos. Esperamos que este resultado histórico nos catapulte para um patamar exibicional mais constante, que nos permita voltar a conquistar troféus.
sexta-feira, novembro 08, 2024
Pequenino
Perdemos em Munique frente ao Bayern na 4ª feira por 0-1, mas ainda estamos em zona de play-off na fase da liga da Champions deste ano. Aviso já que este deve ser o post mais pequeno que fiz em 19,5 anos deste blog, mas é para fazer pendant com a nossa exibição.
Se quisermos ver as coisas pelo lado positivo (ou menos negativo), podemos dizer que só perdemos por um a zero.
Se quisermos ver o que se passou na realidade, basta colocar aqui as estatísticas do jogo: tivemos 30% de posse de bola, 1(!!!) remate à baliza (o mínimo da competição, até agora, eram 3 remates...), fizemos 12 ataques e não tivemos nenhum canto a favor. Ora, isto são número que, desconfio, nem uma equipa da 3ª Divisão teria na Luz. Perdemos toda a moral para criticar os Casa Pia e os E. Amadora que vêm à Luz com um autocarro, porque nós tivemos dois em Munique! O Lage resolver inventar com três centrais, o Kaboré na direita, o Renato Sanches no meio e o Amdouni na frente, deixando o Florentino, Di María e Pavlidis no banco. E depois veio lamentar-se no final que a equipa não conseguiu fazer dois passes seguidos e esticar o jogo...! De facto, é mesmo de estranhar, dada a imensa rotina que estes jogadores e esta táctica tinham...!
Enfim, foi uma exibição que me envergonhou bastante, porque actuámos como uma equipa pequena, sem coragem, nem audácia. Foi o oposto do que deve ser o Sport Lisboa e Benfica. A única dúvida era quando é que o Bayern marcaria. Só o conseguiu fazer aos 68' numa cabeçada do Musiala, porque o Trubin foi o melhor em campo. Foi tudo bastante lamentável.
terça-feira, novembro 05, 2024
Sofrível
Vencemos no sábado o Farense no Estádio do Algarve (2-1) na exibição menos conseguida a nível nacional desde que o Bruno Lage voltou ao comando do Benfica. Sendo este o terceiro jogo em sete dias, a equipa revelou algum cansaço físico e emocional, o que tornou esta partida mais difícil do que se antevia, dado que estávamos a defrontar o último classificado, que, antes deste, só tinha somado quatro pontos em nove jogos.
O Lage voltou ao 4-3-3, com o regresso do Florentino ao meio-campo e a ida do Beste para o banco. Porém, logo aos 15’ sofremos um golo pelo Darío Poveda a aproveitar um centro da direita para se antecipar ao Bah. A nossa resposta foi imediata com o golo do empate a surgir aos 21’ pelo Carreras depois de uma boa acção atacante do Aktürkoğlu, que depois assistiu o defesa espanhol na esquerda. Um movimento à ponta-de-lançado Pavlidis, a rodar e tirar um adversário do caminho, que culminou num remate relativamente fraco à figurade pé esquerdo, foi a nossa outra boa chance de marcar até ao intervalo.
Para a 2ª parte, o Lage trocou o tocado Bah pelo Beste, mas o fundamental é que a equipa se apresentou com outra atitude. O Pavlidis continuava em destaque a dar trabalho ao guarda-redes Ricardo Velho, que efectuou uma excelente defesa num remate do grego que foi alvo de um desvio, mas o Farense também teve uma boa ocasião num corte falhado do Otamendi, que o Trubin resolveu depois, beneficiando de um remate fraco do Poveda, quando estava em boa posição. Aos 54’, o Pavlidis meteu finalmente a bola na baliza, depois de nova assistência do Aktürkoğlu, desta vez na direita. Apesar de termos muito mais posse de bola, não conseguimos matar o jogo e apanhámos um calafrio já nos descontos, ao ver uma bola passar à frente da nossa baliza, mas felizmente sem ninguém conseguir fazer o desvio.
Em termos individuais, destaque para os autores dos golos, Carreras e Pavlidis, e para o Aktürkoğlu com as duas assistências. No entanto, a exibição deixou muito a desejar, com o Kökçü, por exemplo, a ter feito dos piores jogos pelo Benfica. O Otamendi continua com falhas comprometedoras, que só não tiveram pior consequência porque o Trubin não esteve mal. O Aursnes acabou a defesa-direito, com a saída do Bah, mas é um jogador que continua a não saber jogar mal.
Estamos numa semana muito complicada, porque iremos a Munique para a Champions amanhã e receberemos o CRAC na Luz no domingo. Espero que este jogo menos conseguido seja só devido ao cansaço, porque seria preocupante se estivéssemos a baixar de produção neste preciso momento.
sexta-feira, novembro 01, 2024
Em busca da oitava
Vencemos o Santa Clara na passada 4ª feira por 3-0 e qualificámo-nos para a final four da Taça da Liga. Foi uma partida que não foi assim tão fácil quanto o resultado dá
a entender, dado que ao intervalo estava 0-0 e só marcámos o primeiro golo aos
71’. No entanto, a justeza da nossa vitória é inquestionável.
O Bruno Lage fez menos alterações do que eu tinha pensado, já que só colocou o Cabral, Amdouni, Renato Sanches e António Silva em relação à partida anterior. A 1ª parte foi completamente desperdiçada, dado que raramente criámos perigo, muito por causa da lenta circulação de bola. Uma cabeçada do Beste e um remate em força do Cabral foram as únicas situações de golo que criámos, contra uma do Santa Clara já perto do intervalo, em que o Safira atirou para as nuvens em excelente posição. Claro que à fraca qualidade exibicional da 1ª parte não é alheio o facto de o Santa Clara ter feito muito antijogo, com sucessivos jogadores no relvado e muita demora na reposição da bola em jogo.
Para a 2ª parte, o Bruno Lage apostou logo na artilharia pesada, com Di María e Kökçü para os lugares do Amdouni e Renato Sanches. E a equipa melhorou logo imediatamente, com uma circulação muito mais célere. No entanto, por volta da hora de jogo apanhámos um grande susto com o Trubin a hesitar numa saída de bola e o Gabriel Silva a felizmente falhar o chapéu. Empurrávamos o Santa Clara para o seu meio-campo, mas estava difícil conseguir meter a bola na baliza. Até que aos 67’, o Lage lá se decidiu pela entrada do Pavilidis para o lugar do Beste (e não do Cabral, como tem sido habitual), ficando nós a jogar com dois pontas-de-lança. E a substituição deu logo efeito aos 71’, com um jogada do grego na esquerda e centro para o Di María marcar um golão de primeira (já tinha tentado aquele movimento frente ao Rio Ave, mas um defesa interceptou a bola). O Pavlidis entrou endiabrado e fez o seu primeiro bis com o manto sagrado: aos 76’ a corresponder de cabeça a um centro do Carreras na esquerda e aos 80’ a rematar de pé direito depois de uma assistência do Otamendi de cabeça. Até final, ainda houve a oportunidade de o António Silva dar o corpo à bola e safar o golo de honra dos açorianos.
Destaque óbvio para o Pavlidis com uma assistência e dois golos. Esperemos que este jogo seja o seu ketchup. O Di María e o Kökçü foram muito importantes para a melhoria exibicional na 2ª parte, com o Carreras a revelar igualmente um nível acima da média, como tem sido habitual nele. Ao invés, voltei a não gostar particularmente do Beste na extrema-esquerda, ainda por icma havendo outras opções válidas no banco para aquele lugar. O Trubin esteve muito pouco confiante nas saídas fora da área e é algo que deve rever no futuro. O Bah e o Aktürkoğlu pareceram revelar alguma fadiga resultado porventura da sequência de jogos seguidos.
Iremos defrontar o Braga em Janeiro para tentar o acesso à final. Apesar de sermos a equipa com mais troféus nesta competição, já não a ganhamos há sete anos, pelo que este é o ano de finalmente quebrar esse enguiço.
O Bruno Lage fez menos alterações do que eu tinha pensado, já que só colocou o Cabral, Amdouni, Renato Sanches e António Silva em relação à partida anterior. A 1ª parte foi completamente desperdiçada, dado que raramente criámos perigo, muito por causa da lenta circulação de bola. Uma cabeçada do Beste e um remate em força do Cabral foram as únicas situações de golo que criámos, contra uma do Santa Clara já perto do intervalo, em que o Safira atirou para as nuvens em excelente posição. Claro que à fraca qualidade exibicional da 1ª parte não é alheio o facto de o Santa Clara ter feito muito antijogo, com sucessivos jogadores no relvado e muita demora na reposição da bola em jogo.
Para a 2ª parte, o Bruno Lage apostou logo na artilharia pesada, com Di María e Kökçü para os lugares do Amdouni e Renato Sanches. E a equipa melhorou logo imediatamente, com uma circulação muito mais célere. No entanto, por volta da hora de jogo apanhámos um grande susto com o Trubin a hesitar numa saída de bola e o Gabriel Silva a felizmente falhar o chapéu. Empurrávamos o Santa Clara para o seu meio-campo, mas estava difícil conseguir meter a bola na baliza. Até que aos 67’, o Lage lá se decidiu pela entrada do Pavilidis para o lugar do Beste (e não do Cabral, como tem sido habitual), ficando nós a jogar com dois pontas-de-lança. E a substituição deu logo efeito aos 71’, com um jogada do grego na esquerda e centro para o Di María marcar um golão de primeira (já tinha tentado aquele movimento frente ao Rio Ave, mas um defesa interceptou a bola). O Pavlidis entrou endiabrado e fez o seu primeiro bis com o manto sagrado: aos 76’ a corresponder de cabeça a um centro do Carreras na esquerda e aos 80’ a rematar de pé direito depois de uma assistência do Otamendi de cabeça. Até final, ainda houve a oportunidade de o António Silva dar o corpo à bola e safar o golo de honra dos açorianos.
Destaque óbvio para o Pavlidis com uma assistência e dois golos. Esperemos que este jogo seja o seu ketchup. O Di María e o Kökçü foram muito importantes para a melhoria exibicional na 2ª parte, com o Carreras a revelar igualmente um nível acima da média, como tem sido habitual nele. Ao invés, voltei a não gostar particularmente do Beste na extrema-esquerda, ainda por icma havendo outras opções válidas no banco para aquele lugar. O Trubin esteve muito pouco confiante nas saídas fora da área e é algo que deve rever no futuro. O Bah e o Aktürkoğlu pareceram revelar alguma fadiga resultado porventura da sequência de jogos seguidos.
Iremos defrontar o Braga em Janeiro para tentar o acesso à final. Apesar de sermos a equipa com mais troféus nesta competição, já não a ganhamos há sete anos, pelo que este é o ano de finalmente quebrar esse enguiço.
segunda-feira, outubro 28, 2024
Redenção
Goleámos ontem o Rio Ave na Luz (5-0) numa excelente resposta ao desaire europeu do meio da semana. Perante uma das equipas que mais me tinha impressionado no ano passado, tinha curiosidade sobre como seria a nossa reacção ao Feyenoord e não poderia ter sido mais convincente. Anulámos completamente o Rio Ave, que foi uma sombra do que mostrou na época transacta.
Em relação ao onze, o Bruno Lage só fez sair o Florentino e entrar o Beste para extremo-esquerdo, passando o Aktürkoğlu para as costas do Pavlidis. E o turco foi mesmo o destaque do jogo ao fazer um hat-trick na 1ª parte! Tudo começou aos 12’ com uma insistência depois de um centro na direita do Aursnes, que não chegou ao Pavlidis, porque o guarda-redes interceptou, mas a bola sobrou para o Aktürkoğlu, que rematou sem hipóteses. Quatro minutos depois, aconteceu o 2-0 num fantástico desvio de cabeça do Aktürkoğlu de uma bola bombeada pelo Di María. Pouco depois, o guarda-redes Miszta impediu um dos hat-trick mais rápidos da história, mas em cima do intervalo ele surgiu mesmo, num remate colocado do Aktürkoğlu de uma bola que sobrou na área. Pelo meio, o Pavlidids teve mais do que uma ocasião para também marcar, mas os remates ou eram interceptados ou fracos.
Na 2ª parte, não houve sequer resposta do Rio Ave e nós fomos tentando aumentar a vantagem. Uma das grandes vantagens deste Benfica do Lage em relação ao do Schmidt é que parece que os jogos estão sempre 0-0, tal a pressão que fazemos de uma forma praticamente constante e a procura pelo golo. O Pavlidis lá meteu finalmente a bola na baliza, mas estava em claro fora-de-jogo. Um centro da esquerda do Kökçü daria um golão do Di María, mas um defesa interceptou o seu remate de primeira sem deixar a bola cair no chão. A partir dos 63’, o Lage começou a rodar jogadores e o Arthur Cabral, que substituiu o Pavlidis, teve logo um remate de fora-da-área, que foi defendido a custo pelo guarda-redes. E foram mesmo dois suplentes a marcar os dois últimos golos: o Schjelderup fê-lo aos 79’ a corresponder de pé esquerdo a um centro do Carreras, que o Kökçü deixou passar, para o norueguês se estrear a marcar com o manto sagrado. Dois minutos depois, foi o Amdouni a fechar a contagem, aproveitando um ressalto depois de uma tentativa de remate do Schjelderup, na sequência de uma jogada do Kökçü na esquerda. Até final, o Cabral ainda teve mais uma oportunidade, mas o guarda-redes Miszta defendeu com o pé para canto.
O homem do jogo foi obviamente o Aktürkoğlu, que, a continuar assim, tenho bastante receio que só fique seis meses na Luz...! O Kökçü também esteve muito bem, com participação directa em mais do que um golo, assim como o Aursnes que só no papel é que substituiu o Florentino, tal o envolvimento atacante que teve. Na defesa, o Otamendi tentou calar os críticos depois da sua exibição mais fraca frente ao Feyenoord, mas foi o Bah que esteve em melhor plano naquele sector. Aliás, a equipa apresentou-se em geral muito bem, com excepção do Pavlidis, que precisa desesperadamente de começar a marcar para que a pressão lhe saia de cima. Os companheiros tentaram servi-lo mais do que uma vez até quando estavam em boa posição para rematar (Otamendi e Kökçü, por exemplo), mas nem assim... Eu gosto do grego, acho que é bom jogador e espero que resulte no Glorioso, mas precisa de descomplicar um pouco antes de rematar à baliza. Também não fiquei especialmente impressionado com o Beste a extremo-esquerdo.
Termos o segundo jogo dos três em sete dias já nesta 4ª feira, na recepção ao Santa Clara para a Taça da Liga. É um jogo a eliminar, que dará acesso à final four em Janeiro, mas onde se espera que o Lage faça mexidas. No entanto, é preciso ter cuidado, porque o Santa Clara está a fazer um óptimo campeonato.
sexta-feira, outubro 25, 2024
Falta de pedalada
Perdemos na 4ª feira passada frente ao Feyenoord (1-3) para a Champions, na primeira derrota do Bruno Lage neste seu regresso ao Benfica. Foi um balde de água fria em relação ao que vínhamos demonstrando e perdemos uma boa oportunidade de, com três vitórias, quase selar a nossa ida ao play-off de acesso aos oitavos-de-final.
Depois da rotação na Taça, voltámos a apresentar a equipa habitual, novamente com o Tomás Araújo no lugar do António Silva. E logo desde início ficou muito perceptível a diferença de andamento dos holandeses para nós. Eram sempre mais rápidos e mais agressivos na disputa dos lances, conseguiam sair a jogar desde trás com relativa facilidade, sendo quase imunes à nossa pressão. Não espantou, por isso, o primeiro golo sofrido logo aos 12’ pelo Ueda, depois de uma jogada na esquerda que nos apanhou em descompensação defensiva. À passagem dos 20’, tivemos a primeira e melhor oportunidade da etapa inicial, com uma cabeçada do Bah à barra, depois de um cruzamento do Di María, quando já estava dentro da pequena-área...! Mas logo a seguir vimos o VAR anular um golo ao Feyenoord devido a uma falta prévia sobre o Otamendi, que provavelmente não seria marcada em Portugal. Pensei que nos tivéssemos livrado de boa, mas foi por pouco tempo, dado que aos 33’ o Feyenoord fez mesmo o 0-2 através do Milambo, depois de ter feito uma cueca ao Otamendi e outra ao Trubin. Antes do intervalo, o Pavlidis ainda colocou a bola na baliza, mas infelizmente o Aktürkoğlu estava fora-de-jogo no início da jogada.
terça-feira, outubro 22, 2024
Pevidém
Vencemos no passado sábado o Pevidém em Moreira de Cónegos (2-0) e seguimos em frente, como se esperava, na Taça de Portugal. Não me cansarei de referir que esta prova é o melhor exemplo da nossa degradação futebolística dos últimos (largos) anos, dado que temos o vergonhoso histórico de três taças conquistadas nas últimos 28 temporadas, a última das quais já há sete épocas! Urge corrigir isso rapidamente!
Depois da fantochada do nevoeiro na Choupana, que nos fez adiar o jogo do campeonato antes da pausa para as selecções, apresentámo-nos nesta partida perante um adversário do Campeonato de Portugal basicamente com suplentes. Neste tipo de jogos, o primeiro golo costuma desbloquear as coisas e marcámo-lo logo aos 3’ através do Beste (a jogar a extremo-esquerdo), a corresponder bem a um centro do Kaboré na direita. Nem houve tempo para ficar nervoso, com este golo madrugador, que, no entanto, não nos galvanizou para uma boa exibição. A maioria dos jogadores não aproveitou para se constituir verdadeiramente como opção para o Bruno Lage. Até ao intervalo, ainda tivemos um bom remate do Arthur Cabral de fora da área, defendido pelo guarda-redes, e uma cabeçada do Tomás Araújo por cima num canto, que nos poderiam ter feito aumentar o marcador.
Na 2ª parte, o Bruno Lage colocou o Schjelderup em vez do apagado Amdouni e o norueguês teve uma ou outra boa iniciativa. Mas foi novamente o Beste a marcar, num lance em que o Arthur Cabral acabou por lhe fazer uma assistência involuntária para um remate colocado do alemão aos 75’. Púnhamo-nos assim a salvaguardo de qualquer imprevisto até final, porque já se sabe que um golo pode sempre surgir a qualquer momento (e todos nós nos lembramos do Caldas há duas épocas...). Até final, ainda deu para estrear o Gerson Sousa na equipa principal.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Beste com um bis. O resto da equipa apresentou-se a um nível mediano, com o Samuel Soares a nem tocar na bola e o Arthur Cabral a desperdiçar a oportunidade de marcar pontos na discussão com o Pavlidis por um lugar na equipa.
Teremos amanhã a Liga dos Campeões de regresso, mas antes o sorteio da próxima eliminatória de uma caminhada que se espera que termine no Jamor com a taça.
P.S. – As competições nacionais pararam duas semanas por causa da Liga das Nações. Portugal terá feito das melhores exibições na era Martínez ao ganhar na Polónia por 3-1, com um grande jogo do Rafael Leão, mas três dias depois voltou à modorra do costume com um empate a zeros na Escócia. De qualquer forma, apurando-se duas selecções para os quartos-de-final, essa nossa qualificação só muito dificilmente nos fugirá.
quinta-feira, outubro 03, 2024
De gala
Goleámos o Atlético de Madrid por 4-0 e estamos no grupo da frente da fase da liga da Champions com seis pontos. Foi um verdadeiro recital o que assistimos ontem, com um cheirinho das grandes noites europeias do passado na velha Luz. Perante uma equipa que é conhecida por defender bem, conseguimos desbaratá-la por completo especialmente na 2ª parte.
Com o regresso do Bah, houve alguma surpresa no facto de o Bruno Lage ter preterido o António Silva em favor do Tomás Araújo, que assim fez companhia ao Otamendi no centro da defesa. Entrámos a todo o gás, com o Di María a desmarcar o Pavlidis, que rematou para intercepção de um defesa para canto. Na sequência do mesmo, o grego proporcionou ao Oblak a melhor defesa do encontro numa cabeçada quase à queima-roupa. Não tirávamos o pé do acelerador e inaugurámos o marcador aos 13’ através do inevitável Aktürkoğlu, assistido pelo Aursnes, depois de uma boa recuperação nossa em zona atacante. O Atlético de Madrid tentou reagir e nós tivemos de recuar as linhas quase até ao intervalo, mas os espanhóis só tiveram uma verdadeira oportunidade num centro-remate do Samuel Lino que bateu na barra (pareceu-me sem querer, mas deu para assustar...). Em cima do intervalo, tivemos nova grande oportunidade num lançamento lateral do Bah que isolou(!) o Di María, cujo remate desviou num defesa e encontrou o Pavlidis em boa posição, só com o Oblak pela frente, mas o desvio do grego bateu caprichosamente no poste...
Na 2ª parte, o Simeone tirou os principais jogadores do Atlético (Griezmann, De Paul e Koke), o que muito me espantou, e, coincidência (ou talvez não...), os espanhóis deixaram praticamente de existir. Claro que, para isso, também contribuiu o nosso segundo golo logo aos 52’, num penalty do Di María a castigar duplo pisão ao Pavlidis. Apesar de fazer aquela corridinha que me irrita tanto, o nosso nº 11 colocou muito bem a bola, não dando hipóteses ao Oblak. Pouco depois, o mesmo Di María conseguiu isolar-se, mas ao invés de dar para o lado, onde estavam tanto o Pavlidis e o Aktürkoğlu sozinhos (só tinham de encostar), resolveu rematar para defesa do Oblak... Imperdoável! O Atlético ia tentando empurrar-nos para trás, mas o Florentino a meio-campo fez um sem-número de intercepções e os centrais também deram conta do recado, nunca permitindo colocar a baliza do Trubin em verdadeiro perigo. O Bruno Lage começou a refrescar a equipa e as entradas do Amdouni, primeiro, e Beste e Rollheiser, depois, para os lugares do Pavlidis, Di María e Aktürkoğlu surtiram o efeito desejado, porque imprimiram uma nova dinâmica à equipa e arrumaram de vez com as pretensões do adversário. Aos 75’ aumentámos para 3-0 noutra bola parada, desta feita um canto, apontada pelo Beste e com cabeçada do Bah no meio de uma série de jogadores de tal maneira que, num primeiro momento, nem percebi quem é que tinha marcado o golo. E aos 84’ fizemos o resultado final de 4-0 com novo penalty, desta vez a castigar rasteira ao Amdouni, que se isolou bem, mas que eventualmente poderia ter rematado antes de ser derrubado. O Kökçü foi encarregue da marcação e bateu o penalty como eu gosto: tiraço indefensável com a bola a entrar e sair da baliza! Até final, ainda deu para o Oblak salvar uma humilhação maior, ao defender um remate bem colocado do Beste de pé direito, e para o Amdouni atirar de pé esquerdo ao lado, quando estava em boa posição.
Em termos individuais, o Carreras foi dos melhores, cada vez com mais confiança, a defender bem e sair a jogar ainda melhor. O Florentino foi o muro habitual no meio-campo e é um dos imprescindíveis da equipa. O Bah regressou em grande estilo, imprimindo uma aceleração na direita que nos faz sempre muita falta. Mas em geral toda a equipa esteve em altíssimo plano, incluindo os que entraram que não destoaram em nada, ao invés, fizeram subir o nível da equipa. E é isso que se pretende nos suplentes. O Bruno Lage também esteve bem nas substituições, esgotando-as e permitindo assim ao Barreiro e ao António Silva também participarem nesta grande vitória. É assim que se ganha um balneário, fazendo todos sentirem-se úteis.
Iremos agora à Choupana antes da interrupção para as selecções. Não temos margem de manobra no campeonato e espera-se naturalmente que esta boa fase seja para continuar. Viva o BENFICA!
P.S. – Há coisas que eu não consigo mesmo perceber! Nós estamos sob o olhar da Uefa por causa do comportamento dos adeptos, especialmente nos jogos fora, a correr o risco de ter o estádio interditado mais dia, menos dia, e há quem continue a insistir em deflagrar tochas nos jogos europeus... Só me questiono se essas pessoas deixam o cérebro em casa antes de irem para o jogo...!
terça-feira, outubro 01, 2024
Desnivelado
Goleámos o Gil Vicente na Luz no passado sábado por 5-1 e manteve-se tudo igual na frente, porque os outros dois também ganharam (a lagartada 3-0 no Estoril e o CRAC 4-0 em casa ao Arouca, num jogo em que mais uma vez ficou a jogar contra dez quando ainda estava tudo empatado...). O resultado foi bastante mais desequilibrado em relação ao que se viu em campo, embora a nossa vitória não sofra contestação.
À semelhança da partida frente ao Santa Clara, entrámos a perder logo aos 8’ num golo do Félix Correia, que aproveitou o facto de a nossa defesa estar completamente a dormir... A grande vantagem agora em relação à altura do Schmidt é que não nos desconcentramos com os golos sofridos e continuamos a tentar fazer o nosso futebol. E revelámos grande eficácia nesta partida com a viragem do resultado ainda na 1ª parte através de golos de cabeça do Otamendi (17’), depois de um centro do Di María num canto, e do Aktürkoğlu (25’), na sequência de um centro do Aursnes. Ou seja, marcámos nas duas primeiras verdadeiras oportunidades que tivemos. Na terceira oportunidade, o mesmo Aktürkoğlu atirou por cima de pé esquerdo quando estava em boa posição.
Na 2ª parte, desacelerámos consideravelmente a ponto de me fazer chegar a pensar que, só com a vantagem mínima, iríamos sofrer na parte final como tantas vezes aconteceu no passado. No entanto, o Gil Vicente não foi tão acutilante no segundo tempo como no primeiro e raramente se aproximou da nossa baliza. O Lage fez uma tripla substituição a cerca de 20’ do final e dois desses substitutos foram essenciais para nos tranquilizar, dado que marcaram dois golos. Aos 78’, o suíço Amdouni, depois de dois estouros no poste em partidas passadas, estreou-se finalmente a marcar com o manto sagrado num óptimo remate de pé esquerdo de fora da área. Em cima dos 90’, foi a vez do Florentino voltar a marcar num canto depois de desvio ao primeiro poste do Otamendi. Cinco depois de ter marcado, já vai com dois golos nesta época...! E quatro minutos depois da hora, foi a vez de outro substituto, o Rollheiser, também se estrear a marcar esta temporada, aproveitando uma enorme fífia do guarda-redes Andrew.
Em termos individuais, com um golo e uma assistência, o Otamendi merece obviamente destaque, o Aktürkoğlu está a ter uma entrada triunfal no Benfica, o Florentino cimenta a sua posição de indiscutível, ainda por cima agora com uma certa veia goleadora, e o Carreras solidifica-se na lateral-esquerda. O Amdouni também promete não dar descanso aos titulares para se imiscuir na luta e ainda temos neste momento o Rollheiser, Prestianni e Schjelderup como suplentes...! É de longe o melhor plantel da liga portuguesa e é quase um crime lesa-pátria que já tenhamos uma desvantagem de cinco pontos para o 1º lugar...
Amanhã voltará a Champions, com a recepção ao Atlético de Madrid. Será um óptimo teste para ver se esta subida de forma da equipa tem continuidade perante um adversário de um nível superior.
quinta-feira, setembro 26, 2024
Melhoria
Vencemos o Boavista no Bessa na passada 2ª feira (3-0) e mantivemos
a distância de dois pontos para o CRAC (3-0 em Guimarães) e cinco para a lagartada (também 3-0 ao Aves). Ao fim
de três jogos do Bruno Lage, parece-me que já podemos tirar algumas ilações,
sendo a mais evidente de todas, de facto, a melhoria substancial do nosso
futebol em relação ao que vimos no último ano e meio do Schmidt.
Com o Aursnes no lugar do Rollheiser e o Tomás Araújo em vez do lesionado Bah, voltámos a entrar muito fortes na partida e o Aktürkoğlu deveria ter conseguido desviar a bola do guarda-redes nos primeiros minutos. No entanto, antes disso, houve um contra-ataque perigoso do Boavista, mas felizmente o Salvador Agra atirou ao lado, quando estava em boa posição. Aos 11’, colocámo-nos na frente numa óptima jogada do Aktürkoğlu pela esquerda, que assistiu o Pavlidis para um desvio à ponta-de-lança. O Trubin defendeu bem um remate de fora da área e, à passagem da meia-hora, elevámos a contagem para 2-0 através do Kökçü num remate de fora da área, depois de receber um passe do Aktürkoğlu. Pouco antes do intervalo, o mesmo Aktürkoğlu teve um perigoso remate igualmente de fora da área, mas a bola saiu a rasar o poste.
Nos segundos 45’ a tendência do jogo não se alterou, porque o Boavista não conseguia criar situações de golo e nós ficámo-nos a dever mais uns quantos. Logo no reinício, o guarda-redes Tomé Sousa defendeu dois remates seguidos, uma cabeçada do Tomás Araújo e a recarga do Otamendi, quase em cima da linha de golo, na sequência de um canto. Por volta da hora de jogo, teve-se a certeza de que não era dia do Aktürkoğlu marcar, quando este se isolou, aproveitando um mau passe de um defesa, mas fez um chapéu por cima do guarda-redes. A única ocasião em que o Boavista esteve relativamente perto de colocar a bola na nossa baliza aconteceu já nos últimos cinco minutos, com uma cabeçada num canto que o Trubin blocou bem (não se percebe é como é que um adversário cabeceia tão à-vontade na nossa área num canto...). Já em tempo de compensação, o entretanto entrado Artur Cabral fez o resultado final ao ganhar bem a bola a um defesa, que foi bastante anjinho (diga-se de passagem...), e rematar com a parte exterior do pé direito para um golo muito saudado por todos os colegas.
Em termos individuais, apesar de não ter estado feliz na concretização, o Aktürkoğlu esteve presente nos dois primeiros golos e merece destaque. Fiquei bastante contente com o golo do Pavlidis, porque precisava dele como ponta-de-lança que é, apesar de não ter estado nada mal nos últimos jogos. Mas o jogador que é um exemplo perfeito da melhoria que estamos a revelar é o Kökçü: parece outro, muito mais solto, alegre, decisivo, rematador, toda uma série de vantagens que não se percebe porque é que estiveram tanto tempo escondidas. Mas toda a equipa parece que saiu do espartilho em que estava presa, o que se nota particularmente na (muito mais rápida) circulação de bola, na variação de flancos e na velocidade com que saímos para o ataque.
Temos motivos para estarmos muito mais satisfeitos do que há umas semanas e, pessoalmente, estou a adorar o facto de o Bruno Lage estar a dar cabo do meu pessimismo acerca do seu regresso. Iremos receber o Gil Vicente e depois o Atlético de Madrid, e deseja-se que esta subida em termos exibicionais se mantenha constante.
Com o Aursnes no lugar do Rollheiser e o Tomás Araújo em vez do lesionado Bah, voltámos a entrar muito fortes na partida e o Aktürkoğlu deveria ter conseguido desviar a bola do guarda-redes nos primeiros minutos. No entanto, antes disso, houve um contra-ataque perigoso do Boavista, mas felizmente o Salvador Agra atirou ao lado, quando estava em boa posição. Aos 11’, colocámo-nos na frente numa óptima jogada do Aktürkoğlu pela esquerda, que assistiu o Pavlidis para um desvio à ponta-de-lança. O Trubin defendeu bem um remate de fora da área e, à passagem da meia-hora, elevámos a contagem para 2-0 através do Kökçü num remate de fora da área, depois de receber um passe do Aktürkoğlu. Pouco antes do intervalo, o mesmo Aktürkoğlu teve um perigoso remate igualmente de fora da área, mas a bola saiu a rasar o poste.
Nos segundos 45’ a tendência do jogo não se alterou, porque o Boavista não conseguia criar situações de golo e nós ficámo-nos a dever mais uns quantos. Logo no reinício, o guarda-redes Tomé Sousa defendeu dois remates seguidos, uma cabeçada do Tomás Araújo e a recarga do Otamendi, quase em cima da linha de golo, na sequência de um canto. Por volta da hora de jogo, teve-se a certeza de que não era dia do Aktürkoğlu marcar, quando este se isolou, aproveitando um mau passe de um defesa, mas fez um chapéu por cima do guarda-redes. A única ocasião em que o Boavista esteve relativamente perto de colocar a bola na nossa baliza aconteceu já nos últimos cinco minutos, com uma cabeçada num canto que o Trubin blocou bem (não se percebe é como é que um adversário cabeceia tão à-vontade na nossa área num canto...). Já em tempo de compensação, o entretanto entrado Artur Cabral fez o resultado final ao ganhar bem a bola a um defesa, que foi bastante anjinho (diga-se de passagem...), e rematar com a parte exterior do pé direito para um golo muito saudado por todos os colegas.
Em termos individuais, apesar de não ter estado feliz na concretização, o Aktürkoğlu esteve presente nos dois primeiros golos e merece destaque. Fiquei bastante contente com o golo do Pavlidis, porque precisava dele como ponta-de-lança que é, apesar de não ter estado nada mal nos últimos jogos. Mas o jogador que é um exemplo perfeito da melhoria que estamos a revelar é o Kökçü: parece outro, muito mais solto, alegre, decisivo, rematador, toda uma série de vantagens que não se percebe porque é que estiveram tanto tempo escondidas. Mas toda a equipa parece que saiu do espartilho em que estava presa, o que se nota particularmente na (muito mais rápida) circulação de bola, na variação de flancos e na velocidade com que saímos para o ataque.
Temos motivos para estarmos muito mais satisfeitos do que há umas semanas e, pessoalmente, estou a adorar o facto de o Bruno Lage estar a dar cabo do meu pessimismo acerca do seu regresso. Iremos receber o Gil Vicente e depois o Atlético de Madrid, e deseja-se que esta subida em termos exibicionais se mantenha constante.
sexta-feira, setembro 20, 2024
Dupla face
Entrámos muito bem no novo formato da Liga do Campeões, ao ganhar 2-1 ao Estrela Vermelha em Belgrado. Com oito jogos para disputar, a Uefa considera que duas vitórias e dois empates (8 pontos) serão suficientes para se ir ao play-off de acesso aos oitavos-de-final e, portanto, um triunfo fora é sempre fantástico.
Perante um estádio em efervescência, entrámos muitíssimo personalizados no jogo. Algo que não se via na Europa há dois anos! Controlámos perfeitamente os minutos iniciais, o Aktürkoğlu atirou a rasar ao poste pouco depois do apito inicial e inaugurou o marcador aos 9’ num desvio ao segundo poste, depois de um centro do Bah na sequência de uma jogada envolvente com o Di María. Melhor início não poderíamos desejar! O Estrela Vermelha reagiu, mas conseguimo-los conter, apesar de terem chegado uma ou outra vez à nossa baliza e aos 29’ elevámos para 2-0 num livre directo superiormente executado pelo Kökçü. Que golão! No entanto, cinco minutos depois tivemos o contratempo da lesão do Bah, que proporcionou a estreia (nada feliz, diga-se de passagem) do Kaboré. Até ao intervalo, conseguimos controlar os ímpetos dos sérvios, que só num remate de fora da área é que criaram algum perigo.
A 2ª parte foi bastante diferente, porque entrámos completamente a dormir, o que fez um contraste abissal com o que se passou no primeiro tempo. O Estrela Vermelha instalou-se no nosso meio-campo, atacando principalmente pela nossa direita (claro está...), onde o Kaboré estava aos papéis e o Di María não defende. Só que o Bruno Lage tem a vantagem de ser mais rápido a perceber as coisas do que o Schmidt e a reagir em conformidade, e fez entrar o Aursnes, vindo de lesão, logo aos 56’ para o lugar do apagado Rollheiser, trocando depois os extremos. Vindo o Aktürkoğlu para a direita, o Estrela Vermelha deixou de estar tão à-vontade e nós pudemos respirar um bocado. Tivemos uma boa oportunidade de resolver de vez a partida, mas o Kökçü não conseguiu centrar em condições para o Pavlidis, que só tinha de encostar. Os sérvios voltaram a insistir, mas o Otamendi e o António Silva estiveram irrepreensíveis no centro da defesa, principalmente nas bolas aéreas. O Lage hesitava no momento das últimas substituições e um dos candidatos a sair, o Di María, ainda teve um bom remate de fora da área, que passou a rasar a barra. Aos 86’, os nossos centrais tiveram a única falha da partida e o Milson reduziu para 1-2. O estádio voltou a acordar, o Lage lá meteu o Barreiro, Beste e Amdouni no lugar dos três da frente e o suíço ainda teve tempo para um fantástico remate de pé esquerdo, de ângulo complicado, ao poste! Dois jogos, pouquíssimos minutos em campo, e duas bolas no barrote! Os últimos momentos da partida foram um sufoco, com bolas bombeadas para a nossa área, mas a nossa defesa revelou-se à altura e conseguimos sair de Belgrado com uma importante vitória.
Destaque individual para ambos os turcos e não só pelos golos que marcaram. O Aktürkoğlu definitivamente não engana ninguém, tendo, ainda por cima, uma óptima relação com a baliza. Quanto ao Kökçü, parece outro em relação à temporada passada e constitui-se cada vez mais como o patrão da equipa. O Florentino foi outro a fazer uma boa exibição e a equipa é sempre melhor com ele em campo, já que consegue defender muito mais à frente, graças ao tampão que ele é. Já falei do bom jogo dos centrais e o Carreras também esteve em bom plano. Quanto aos menos, o Rollheiser passou muito ao lado do jogo e não colaborou nas marcações a meio-campo, como era suposto. Quanto ao Kaboré, assustou-me bastante em termos defensivos, sendo consecutivamente batido pelos adversários. E estamos a falar, com o devido respeito, do Estrela Vermelha...! Esperemos que a lesão do Bah não seja grave, porque o internacional do Burkina Fase até pode dar para a maioria dos jogos nacionais, mas os internacionais são outra coisa...
Iremos agora ao Bessa na 2ª feira e espera-se que a equipa continue na sua senda de crescimento, alimentada por estas duas importantes vitórias. Uma coisa é certa: deu bastante gozo ver aquela nossa 1ª parte. Foi um cheirinho do Benfica que todos nós desejamos: entrar sem medo, para ganhar, em qualquer campo.
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