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segunda-feira, março 20, 2023

Dez pontos

Goleámos o V. Guimarães no sábado por 5-1 e, com o empate ontem na Pedreira entre o Braga e o CRAC (0-0), aumentámos a vantagem para 10 pontos para o 2º lugar (e 12 para o 3º). Foi obviamente um fim-de-semana de luxo (roubando a expressão ao nosso treinador)!
 
Em relação ao onze anterior, saiu o castigado Aursnes e reentrou o recuperado da gripe, Rafa. Mesmo estando a defrontar o 5º classificado, entrámos a todo o gás e praticamente resolvemos o jogo na 1ª parte. Inaugurámos o marcador logo aos 13’ numa cabeçada à ponta-de-lança do Gonçalo Ramos a corresponder muito bem a uma assistência também de cabeça do Rafa, depois de um centro do David Neres na esquerda. Pouco depois, uma abertura brilhante do Chiquinho desmarcou o Rafa que, perante a saída do guarda-redes Celton Biai, rematou em arco, mas a bola saiu ao lado da baliza. Logo a seguir, foi o Gonçalo Ramos a não conseguir aproveitar um alívio de cabeça do guarda-redes de fora da área, com um balão pouco depois do meio-campo que saiu ao lado. Mas aos 28’ fizemos finalmente o 2-0 através de um penalty do João Mário a castigar derrube pelas costas ao Rafa. O terceiro golo esteve próximo numa bola parada, mas a cabeçada do Otamendi foi ao poste e o António Silva no desenrolar da jogada atirou também de cabeça à figura do guarda-redes praticamente na pequena-área. No entanto, o 3-0 surgiu mesmo aos 36’ na melhor jogada da partida, com um contra-ataque venenoso desde a defesa em que participaram o David Neres, Rafa e Gonçalo Ramos, que assistiu o João Mário para picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída. Um golão!
 
A 2ª parte foi muito mais calma, porque nós abrandámos o ritmo e o V. Guimarães não teve grande arte para nos colocar problemas na defesa, apesar de logo no recomeço um remate cruzado ter colocado o Vlachodimos finalmente à prova. Nós respondemos igualmente com perigo num livre lateral do Grimaldo, em que um defesa desvia quase para golo antecipando-se ao Gonçalo Ramos. No entanto, só fizemos o 4-0 aos 69’ num autogolo do Dani Silva depois de uma jogada em que participaram o Rafa e o João Mário, que centrou para a bola ressaltar neste jogador, indo na direcção da baliza, sendo cortada sobre a linha por um defesa para voltar a bater no Dani Silva e entrar! Incrível! A 15’ do fim, o Roger Schmidt começou a rodar a equipa e a saída do Florentino notou-se logo, porque o V. Guimarães reduziu aos 79’ através do André Silva, depois de um cruzamento da esquerda. Mas ainda fomos a tempo da mão-cheia de golos, num cruzamento do David Neres depois de um canto, em que o Musa tenta cabecear para a baliza, mas a bola sai tortíssima e transforma-se numa assistência para o António Silva também de cabeça atirar lá para dentro.
 
Em termos individuais, destaque para o João Mário, com novo bis, para o Gonçalo Ramos, com um golo e uma assistência, para o Florentino, que foi a vassoura do costume no meio-campo (e salvou-se do amarelo, mas terá de ter cuidado em Vila do Conde para não ficar de fora contra o CRAC) e para o David Neres, que apesar de não ter feita uma exibição de encher o olho, também participou em dois golos.
 
Iremos ter agora a pausa para as selecções, em que fico sempre com o coração pequenino por causa de eventuais lesões. Claro que fiquei contente com o alargamento da vantagem, mas aquele falhanço do Pizzi na Pedreira no último lance do jogo tirou-me a euforia que teria, caso o CRAC tivesse perdido. Faltam nove jogos e precisamos de ganhar seis para sermos campeões. É aquilo que tem de estar na nossa cabeça, porque nesta altura ninguém mais pode ganhar o campeonato. Só nós o poderemos perder...
 
P.S. – Realizou-se na passada 6ª feira o sorteio para os quartos-de-final e meias-finais da Liga do Campeões. Iremos defrontar o Inter Milão e, se passarmos, o vencedor do Milan – Nápoles. Está esparramado por este blog inteiro o meu crónico pessimismo (só com 3-0 a 5’ do fim é que eu acho que temos algumas possibilidades de ganhar o jogo...), mas até tremo só de pensar nisto, com medo que dê azar. Em termos teóricos é muito simples: com os tubarões Real Madrid, Manchester City e Bayern Munique do outro lado do sorteio e com o que estamos a jogar este ano, será difícil termos no futuro tão boas condições para voltarmos a uma final da Liga dos Campeões. Há só um pequeno pormenor: temos de o provar em campo.

segunda-feira, março 13, 2023

Poderoso

Vencemos o Marítimo no Funchal por 3-0 e manteve-se tudo igual na frente, porque os outros três também ganharam (o CRAC 3-2 em casa frente ao Estoril, o Braga 4-0 em Vizela e a lagartada 3-0 em casa ao Boavista). Para a semana, haverá um Braga – CRAC que inevitavelmente irá trazer alterações à classificação.
 
Sem o Rafa, com gripe, e o Gonçalo Gudes, que teve de ter operado ao joelho (que sorte a nossa...!), e com um adversário temível, como é o Sr. Fábio Veríssimo, confesso que estava bastante apreensivo com este jogo. O Roger Schmidt fez o óbvio, que foi colocar o David Neres no lugar do nº 27. Durante os primeiros 10’, o Marítimo ainda conseguiu passar do meio-campo, mas daí até final o jogo foi todo nosso. O João Mário começou por se evidenciar pela negativa, com dois falhanços incríveis, sozinho na área, a atirar a bola por cima da barra em ambos os casos. Mas o maior falhanço do João Mário viria à passagem da meia-hora, com um penalty, a castigar falta sobre o Aursnes, a ser atirado também para as nuvens. Pouco depois, foi o David Neres a ver um remate seu na pequena-área ser defendido(!) pelo guarda-redes Marcelo Carné. Depois de uma 1ª parte deste calibre, seria muito frustrante ir para o intervalo a zeros, mas felizmente já em tempo de compensação inaugurámos o marcador através do David Neres, a desviar para a baliza um centro da direita do João Mário, depois de uma jogada de insistência da sua parte. Pela maneira com o nosso banco festejou este 1-0, percebeu-se bem a importância de irmos para o intervalo na frente do marcador. E a vantagem até poderia ter sido maior, porque o Marcelo Carné conseguiu ir buscar uma bola rematada pelo Grimaldo ao canto da baliza, mesmo antes do apito para o intervalo.
 
Na 2ª parte, não abrandámos o ritmo e conseguimos resolver a partida em pouco tempo. Aos 50’, fizemos o 2-0 numa jogada colectiva com o Aursnes a abrir na esquerda no Grimaldo, este a centrar largo, o Gonçalo Ramos e o guarda-redes a não conseguirem chegar, e a bola a sobrar para o João Mário marcar, já de ângulo difícil. Sete minutos depois, a partida ficou fechada com o 3-0 num bis do David Neres, depois de um contra-ataque maravilhoso com a participação do Aursnes, Grimaldo e Neres, com o brasileiro a marcar de pé direito, depois de uma assistência de calcanhar do espanhol. A partir daqui, com o jogo praticamente decidido, baixámos o ritmo e o Marítimo cresceu um pouco, até por causa das substituições. No entanto, acabaram por nunca colocar o Vlachodimos verdadeiramente à prova. Quanto a nós, só começámos a mexer na equipa dentro dos últimos 10’ minutos e os dois nórdicos (Tengstedt e Schjelderup) estrearam-se finalmente. Poderíamos ter conseguido uma goleada, mas o também entretanto entrado João Neves permitiu a mancha do guarda-redes, quando estava isolado, e o Schjelderup perdeu muito tempo de remate, quando só tinha um defesa pela frente.
 
Em termos individuais, se é certo que o David Neres marcou um bis e qualquer destaque não pode deixar de passar por ele, o Aursnes encheu o campo e esteve em muitos dos nossos lances perigosos, com assistências que só não deram golo devido a alguma inépcia do João Mário & Cia. João Mário, esse, que apesar de três falhanços clamorosos, conseguiu entrar na ficha do jogo com um golo e uma assistência. Mixed feelings acerca disto. O Gonçalo Ramos não marcou, mas nunca pára quieto durante o jogo. A defesa não teve muito trabalho e resolveu quando foi preciso. Quanto aos nórdicos, estiveram muito pouco tempo em campo, mas deu para ver que o Schjelderup ainda está um pouco verde (salvo seja!).
 
Foi uma resposta categórica num campo complicado e depois de saber que o 2º e 3º classificado tinham ganho. Não nos desconcentrámos com a quantidade de falhanços no início, nem com o penalty para as nuvens. E até ao apito final fomos tentando aumentar a vantagem, naquilo que tem sido a nossa imagem de marca esta época. Iremos receber o V. Guimarães no próximo sábado, sem o Aursnes que viu o 5º amarelo. Será uma baixa de peso, mas espero que a consigamos ultrapassar.

quinta-feira, março 09, 2023

Recital

Goleámos o Club Brugge por 5-1 na passada 3ª feira e, pelo segundo ano consecutivo, qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Foi uma exibição de gala, em que não demos a mínima hipótese ao adversário.
 
O Roger Schmidt voltou à versão mais conservadora e fez regressar ao onze o Chiquinho, tirando o David Neres. No entanto, apesar disto, entrámos a todo o gás e colocámos a bola na baliza logo aos 2’, mas infelizmente o Gonçalo Ramos estava fora-de-jogo, o que inviabilizou um magnífico golo de calcanhar do João Mário. Na primeira metade da 1ª parte, o Brugge ainda respondeu, mas sem nunca colocar verdadeiramente à prova o Vlachodimos, enquanto nós tivemos duas claríssimas oportunidades pelo Florentino e João Mário, mas a bola foi inacreditavelmente ao lado na primeira e um defesa safou sobre a linha na segunda. Festejámos finalmente aos 38’ num grande golo do Rafa, a desviar com classe do Mignolet, depois de assistência do Gonçalo Ramos. Em cima do intervalo, demos a machadada final na eliminatória com o 2-0, num golão do Gonçalo Ramos, que tirou três adversários do caminho na grande-área, antes de atirar para o fundo das redes.
 
Ao intervalo, o treinador do Brugge tirou o melhor jogador (Noa Lang), porque já tinha um amarelo, e os belgas deixaram de existir de vez. Uma das grandes vantagens do Benfica desta temporada é que só deixa de procurar a baliza contrária quando o árbitro apita para o final da partida. Apesar de já estar tudo decidido, fomos sempre tentando marcar e conseguimo-lo novamente aos 57’ num bis do Gonçalo Ramos a aparecer de rompante na área depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda. Chegou a altura das substituições e o Yaremchuk deve direito a uma bonita ovação quando saiu no Brugge. Do nosso lado, saíram o Bah e o Chiquinho e entraram o David Neres e o Gilberto. E foi o lateral-direito a ser ceifado na área aos 71’, proporcionando ao João Mário outro penalty vitorioso (enganou o guarda-redes, que teria defendido se tivesse adivinhado o lado...). Ainda pensei que o Roger Schmidt fosse estrear os nórdicos, mas quem entrou foi o João Neves e o Morato, que terá de substituir o castigado Otamendi na 1ª mão dos quartos-de-final. Aos 77’, o João Neves fez uma abertura para o David Neres fazer o 5-0, num remate rasteiro de pé esquerdo, que o fiscal-de-linha começou por anular por pretenso fora-de-jogo, decisão que foi revertida pelo VAR. Até final, ainda tivemos de levar o golinho sofrido do costume neste tipo de jogos, aos 87’, quando deixámos o Meijer sozinho na esquerda para marcar um golão ao ângulo da baliza do Vlachodimos.
 
Com dois golos e uma assistência, o Gonçalo Ramos foi obviamente o homem do jogo, razão pela qual o Rafa cedeu-lhe o prémio que a Uefa lhe deu. Rafa, esse, que também esteve bem, a deixar-nos água na bocacom a perspectiva de estar a voltar à sua forma pré-lesão. O Florentino esteve ao seu nível no meio-campo e o Chiquinho, neste momento, está melhor do que o Aursnes na posição 8. Na defesa, foi pena o Otamendi ter levado um amarelo que o vai fazer sentar-se na bancada no primeiro jogo dos quartos-de-final.
 
O sorteio só irá acontecer na 6ª feira da próxima semana, mas tirando três tubarões (Manchester City, Bayern e Real Madrid) e um tubarãozinho (Nápoles), sinceramente acho que teremos boas hipóteses de competir por um lugar nas meias-finais. Mas antes disso, teremos de volta o campeonato, onde não nos podemos desconcentrar, porque a vantagem que temos é importante para gerir esta carga de jogos de grande intensidade. 

segunda-feira, março 06, 2023

Incerteza

Vencemos o Famalicão por 2-0 na passada 6ª feira e mantivemos a distância para os perseguidores, que também venceram todos (o CRAC 3-1 em Chaves, o Braga 2-0 em casa frente ao Rio Ave e a lagartada 1-0 em Portimão). É o terceiro jogo consecutivo em que ganhamos por dois golos, mas em que a vitória só fica assegurada no tempo de compensação. Portanto, tem sido sofrimento até ao fim.
 
Perante uma equipa bem organizada na defesa e com as baixas do Chiquinho e Gonçalo Guedes, ambos por lesão, tivemos bastantes dificuldades em criar perigo durante praticamente todo o jogo. A primeira oportunidade (e única durante os 90’) até acabou por ser do Famalicão, com um remate de fora-da área do Sanca que não sei se o Vlachodimos conseguiria defender, caso fosse à baliza. Do nosso lado, houve um remate do David Neres à entrada da área que saiu ao lado e o golo aos 36’ numa boa abertura do Otamendi para o Grimaldo e este a conseguir (à segunda) centrar para o Gonçalo Ramos atirar de primeira, de pé esquerdo, sem hipóteses para o Luiz Júnior. Foi um golo um pouco caído do céu, porque honestamente não estávamos assim tanto a justificá-lo.
 
Na 2ª parte, conseguimos criar mais perigo com rês remates de fora da área pelo Grimaldo, David Neres e Gonçalo Ramos, mas só este obrigando o guarda-redes a uma boa defesa (embora me tivesse parecido na televisão que a bola não ia à baliza). A melhor oportunidade foi uma cabeçada do Rafa ao poste até que aos 93’ selávamos finalmente a vitória com novo golo do Gonçalo Ramos, de recarga, a um remate do Grimaldo que o Luiz Júnior não conseguiu agarrar. Parece pouco, mas nada de mais relevante se passou. No entanto, não deixa de ser relevante termos sido bastante eficazes sobre o ponto de vista defensivo, porque não deixámos o Famalicão criar perigo nenhum.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o bis do Gonçalo Ramos, que recuperou a liderança dos melhores marcadores com 15 golos. O Rafa pareceu melhorzinho na 1ª parte em relação a jogos anteriores, mas ainda está longe da forma que estava a evidenciar antes da lesão. O Otamendi foi imperial na defesa e o Grimaldo teve participação activa nos dois golos. O Florentino voltou a ser importante a recuperar bolas no meio-campo, mas o Aursnes já esteve em melhor forma. Com as duas ausências referidas por lesão, não tivemos foi banco à altura, razão pela qual só fizemos a primeira substituição bem dentro dos dez minutos finais.
 
Amanhã regressa a Champions com a 2ª mão dos oitavos-de-final frente ao Brugge. Depois de um 2-0 fora, tudo o que não seja qualificarmo-nos para os quartos-de-final seria uma trágica surpresa, mas teremos de estar bastante concentrados, porque se por acaso sofrermos um golo primeiro a eliminatória fica de novo em aberto.

segunda-feira, fevereiro 27, 2023

Complicado

Vencemos no sábado em Vizela por 2-0 e, com a magnífica vitória do Gil Vicente ontem em Mordor (2-1, com o CRAC a terminar com nove jogadores e ainda a sofrer um penalty contra; deve estar para cair um meteorito na Terra...!), aumentámos a vantagem para eles para oito pontos (o Braga e a lagartada só jogam hoje).

 

O Roger Schmidt fez entrar o David Neres e o Gonçalo Guedes para o onze inicial, tendo remetido o Rafa e o Chiquinho para o banco. E, de facto, entrámos bem na partida, remetendo o Vizela ao seu meio-campo durante os minutos iniciais. O Guedes foi dos mais interventivos em campo, embora nem sempre tenha tomado as melhores decisões. Foram dele os primeiros remates perigosos, com o Gonçalo Ramos a ter igualmente outra oportunidade num remate interceptado por um defesa. A partir dos 15’, o Vizela equilibrou as coisas e até teve a melhor oportunidade, com um erro do António Silva a atrasar uma bola muito difícil para o Vlachodimos e este a dominar ainda pior de peito, tendo a bola ficado à mercê de um avançado, que conseguiu atirar por cima quando tinha a baliza à disposição. Antes disso, o nosso guardião tinha sido importante ao defender com o pé uma bola que entraria na baliza. Uma boa jogada do Grimaldo foi mal resolvida pelo próprio, quando rematou já na área de pé direito com os Gonçalos ao lado, até que aos 38’ inaugurávamos o marcador, num contra-ataque muito rápido conduzido pelo Guedes, com a bola a sobrar para o David Neres, que depois assistiu o João Mário na área para um remate que ainda desviou num defesa e foi tocado pelo guarda-redes, mas o que interessou foi que entrou...!

 

Na 2ª parte, esperava-se uma exibição mais bem conseguida da nossa parte, mas nada disso sucedeu. Antes pelo contrário. O Vizela foi muito mais agressivo do que nós na disputa dos lances e ganhou a maioria das segundas bolas. Ainda tivemos um remate do Neres à figura no reinício, mas depois sofrermos bastante, porque nunca tivemos engenho para reter a bola e a fazer circular. Num livre em que estávamos a dormir, o Vlachodimos defendeu um remate cruzado que ia na direcção da baliza, mas a melhor oportunidade dos vizelenses, com um duplo remate aos ferros pareceu-me nitidamente fora-de-jogo no primeiro deles (com a Sport TV a ter a habilidade de nunca mostrar uma repetição para esclarecer esse facto...!). O Vizela fartava-se de protestar com cada decisão contrária do árbitro e reclamou um pretenso penalty do Bah, mas, apesar de haver um encosto do nosso jogador, sinceramente não vi onde é que ele terá pisado o adversário. O Chiquinho entrou aos 60’ para o lugar do Guedes e isso ajudou a estabilizar o nosso meio-campo, mas mesmo assim só com as entradas do Rafa e Musa já bem dentro dos 10’ finais voltámos a aproximarmo-nos da grande área contrária, o que foi igualmente ajudado pelo segundo amarelo a um defesa contrário. Já no período de compensação, o Grimaldo foi derrubado na área e o João Mário, desta feita, não falhou o penalty, apesar de ter atirado rasteiro (bastava o guarda-redes ter adivinhado o lado que...). Até final, ainda vimos o nosso treinador ser expulso por ter devolvido uma garrafa da água para a bancada, que lhe tinha sido atirada...!

 

Em termos individuais, destaque para novo bis do João Mário, que assim assumiu a liderança dos melhores marcadores com 14 golos. De resto, mais ninguém se destacou e, aliás, até houve pêndulos da equipa que estiveram muito abaixo do seu nível, como, por exemplo, o Aursnes.

 

Se formos felizes no final da temporada, estes dois jogos com o Vizela serão dois capítulos incontornáveis para esse desenlace. Dependendo do resultado hoje do Braga em Guimarães, logo veremos se ficamos com sete ou oito pontos de diferença para o segundo classificado. É certo que ainda estamos muito longe de final, mas esta é obviamente uma vantagem importante.

terça-feira, fevereiro 21, 2023

A ferros

Vencemos ontem o Boavista na Luz por 3-1 e mantém-se tudo igual na frente do campeonato, porque os outros três também já tinham vencido (o CRAC 1-0 em casa ao Rio Ave, com os vila-condenses a falharem inúmeras oportunidades...(!), o Braga 2-0 em casa ao Arouca e a lagartada 3-2 em Chaves). Portanto, mantemos os cinco, sete e 15 pontos de vantagem, respectivamente. No entanto, quem só olhe para o resultado fica longe de perceber que este foi um dos nossos jogos mais difíceis desta temporada.

Já se sabe que a jornada a seguir às competições europeias é sempre problemática, mas, sinceramente, com cinco dias de intervalo entre os jogos, pensei que conseguíssemos superar esse facto. Puro engano. Alinhámos quase com a mesma equipa da Bélgica, somente com o Gilberto no lugar do Bah (castigado), mas essa estratégia não se revelou a mais correcta, porque o Boavista limitava-se a defender e, com o João Mário e Aursnes nas alas, não tínhamos ninguém rompedor, até porque o Rafa ainda não voltou à forma que tinha pré-lesão. Portanto, a 1ª parte foi completamente desperdiçada e só chegámos duas vezes à baliza contrária: logo no início o Rafa, em boa posição, rematou cruzado ao lado e, em cima do intervalo, o Gonçalo Ramos teve um cabeceamento que poderia ter sido mais potente, porque estava quase me cima da linha de golo e permitiu a defesa do Bracalli.

Era inevitável o Roger Schmidt alterar as coisas após o intervalo e entrou o David Neres para o lugar do apagado Florentino. Melhorámos quase instantemente e empurrámos os axadrezados para a sua grande-área. O Rafa e o Gonçalo Ramos ficaram a pedir penalty em duas jogadas, o David Neres em excelente posição permitiu a defesa do Bracalli, mas aos 55’ finalmente inaugurámos o marcador: cruzamento do Grimaldo na esquerda, cabeçada do Rafa para nova defesa do Bracalli, mas a bola sobrou para o Gilberto que, na recarga, inaugurou o marcador. O estádio explodiu de alegria, porque sentiu que a muralha axadrezada estava difícil de ser derrubada. Infelizmente, foi sol de pouca dura, porque três minutos depois, permitimos a igualdade no primeiro(!) remate do Boavista: centro rasteiro da esquerda e o Yusupha de primeira não deu hipóteses ao Vlachodimos. Foi um balde de água fria que a equipa e o estádio sentiram, e demorámos um bocado a recompormo-nos. Tivemos uma chance caída do céu, com um penalty de VAR a castigar pisão sobre o Rafa, mas o João Mário, que tinha tido bastante sorte nos últimos penalties que marcou, viu essa mesma sorte acabar-se e, com um remate muito fraco e denunciado, permitiu a defesa do Bracalli, tendo o Rafa na recarga rematado também muito mal proporcionando nova defesa ao guardião brasileiro. Estávamos a 20’ do fim e eu estava a ver o caso muito mal parado. Cinco minutos depois entrou o Gonçalo Guedes para o lugar do Rafa e demos novo safanão na partida. Esta nova investida deu frutos aos 82’ num golão do Gonçalo Ramos: o Gilberto está de novo numa jogada de golo, neste caso assistindo o Ramos, que partiu os rins a um defesa e rematou de bico, desviando a bola do alcance do guarda-redes. Foi o delírio no estádio, porque toda a gente percebeu a importância de não escorregarmos nesta altura, quando todos os outros tinham ganho. O Ramos saiu pouco depois para entrar o Musa, tendo o esgotado Gilberto também sido substituído pelo Lucas Veríssimo, com o António Silva a passar para a lateral-direita. Uma das grandes vantagens do Benfica desta época é que não defende resultados, portanto continuámos a jogar para a frente e o Gonçalo Guedes teve um remate muito intencional, que ainda tocou no poste. No entanto, fomos mesmo premiados com o terceiro golo aos 92’ num cruzamento do João Mário para bom cabeceamento do Musa. Num dos últimos lances da partida, o Vlachodimos fez a sua única defesa.

Com um golo e uma assistência, é impossível não destacar o Gilberto, embora, no restante tempo, tenha estado longe de fazer uma boa exibição, provavelmente consequência de já não ser titular há uma série de tempo. O Gonçalo Ramos também passou um pouco ao lado do jogo, mas foi decisivo quando foi necessário. O Aursnes melhorou bastante quando passou para o meio na 2ª parte e o David Neres foi fundamental para abanar a estrutura defensiva do Boavista. Uma última palavra para dizer que o António Silva não pode jogar na lateral-direita. Bem sei que o Gilberto rebentou, mas tivemos alguns calafrios por aquele lado na parte final da partida.

Depois de, em temporadas anteriores, termos passado por isto e isto, confesso que ontem temi bastante uma nova reedição daqueles jogos. Felizmente isso não aconteceu e, se formos felizes no final da época, sabemos que este jogo terá sido muito importante para isso.

sexta-feira, fevereiro 17, 2023

Sabor a pouco

Vencemos em Brugge na passada 4ª feira por 2-0 e estamos muito bem lançados para nos qualificarmos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo. Seria um feito considerável que, sinceramente, já não me lembro quando foi a última vez que alcançámos. No entanto, perante o que se viu, foi um resultado lisonjeiro para os belgas, que deveriam ter saído da partida com a eliminatória já perdida.

Apesar de ter dito na véspera que o Rafa e o Gonçalo Ramos não estavam a 100%, o Roger Schmidt colocou-os a titular em detrimento do Gonçalo Guedes e David Neres. Tivemos logo uma oportunidade no começo do jogo, com um desvio de cabeça do Gonçalo Ramos que não deveria ter saído à figura. No entanto, durante os 15’ seguintes, foram os belgas a criarem-nos dificuldades e a empurrarem-nos para o nosso meio-campo. Reequilibrámos a contenda a meio da 1ª parte, com excelentes chances de marcar pelo António Silva de cabeça e pelo Aursnes em boa posição, mas ambos os remates não atingiram a baliza. Todavia, a nossa maior oportunidade foi num remate do Rafa à quina da baliza, depois de ser desmarcado pelo Chiquinho na sequência de um livre. Em cima do intervalo, os belgas colocaram a bola na baliza, mas o marcador estava em fora-de-jogo.

 

A 2ª parte começou com um grande falhando do Gonçalo Ramos, que desviou ao lado depois de um livre, quando estava completamente desmarcado. Porém, redimiu-se aos 51’ ao antecipar-se a um defesa e sofrer uma falta indiscutível. O João Mário aproveitou para fazer o 1-0 de penalty, tendo tido alguma sorte dado que a bola ainda foi defendida pelo guarda-redes para a barra antes de entrar na baliza. Aos 65’, o Schmidt trocou de avançados e a nossa produção melhorou, porque nem o Rafa nem o Gonçalo Ramos estão na forma que já exibiram este ano. Dominávamos completamente, mas só conseguimos marcar o 2-0 aos 88’ noutro erro da defesa do Brugge, bem aproveitado pelo David Neres com um remate cruzado de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes. Já na compensação, foi o Gonçalo Guedes a rematar com violência de fora da área, mas a bola passou ao lado do poste.

 

Em termos individuais, destaque para o bom jogo do Aursnes descaído sobre a esquerda, para o facto de o Chiquinho continuar a cumprir bastante satisfatoriamente na posição do Enzo, e para o João Mário, que, mesmo não sendo de grandes correrias, mantém muito bem a posse de bola. Nesta altura, parece-me que o Gonçalo Guedes e o David Neres estão melhores do que o Rafa e o Gonçalo Ramos, razão pela qual a titularidade deveria passar por eles.

 

Foi pena não teremos aproveitado para resolver já a eliminatória, até porque poderíamos ter feito a gestão dos amarelos para os limpar, mas a 2ª mão só será daqui a três semanas, pelo que até lá temos de nos concentrar no campeonato. Iremos receber o Boavista na 2ª feira e espero que esta nossa boa fase possa continuar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2023

INFAME

Uma extraordinária exibição do Sr. Tiago Martins e do VAR Sr. Fábio Melo eliminou-nos da Taça de Portugal ao perdermos nos penalties (4-5) com o Braga na Pedreira, depois de 1-1 nos 120’. Aliás, foram precisos estes reforços de peso para nos conseguirem derrotar, dado que enquanto houve igualdade numérica fomos indiscutivelmente a melhor equipa e subjugámos o Braga.
 
Não me apetece muito falar deste jogo, porque quando somos CLAMOROSAMENTE ROUBADOS desta forma vil todas as considerações sobre o futebol jogado passam necessariamente para segundo plano. Com a mesma equipa que defrontou o Casa Pia e o Rafa e Gonçalo Ramos no banco, entrámos muito fortes e inaugurámos o marcador aos 15’, numa cabeçada do Gonçalo Guedes na sequência de um centro do David Neres depois de um canto curto. Dominávamos claramente a partida e pouco depois o mesmo Gonçalo Guedes leva um toque no pé de apoio quando se ia virar na área, mas claro que para dois LADRÕES encartados como o Sr. Tiago Martins e o Sr. Fábio Melo não foi nada e nem valeu a pena ir ver as imagens... Aos 31’ o Bah tornou a fazer uma idiotice enorme em Braga, desta vez pisando o tornozelo do Pizzi e indo naturalmente para a rua. Aí já o VAR Sr. Fábio Melo soube chamar o Sr. Tiago Martins para ir ver...! Desconcentrámo-nos com a expulsão e o Braga não demorou muito a empatar, aos 36’, também num canto, com o Al Musrati a desviar ao segundo poste sem nenhuma marcação. O Roger Schmidt, aquando da expulsão, tirou (e mal) o Gonçalo Guedes para colocar o Gilberto na lateral direita. Deveria obviamente ter saído o David Neres, que não tem perfil nenhum para andar a dar luta aos defesas. A situação foi corrigida ao intervalo, tendo entrado o Gonçalo Ramos.
 
Na 2ª parte, apesar de estarmos com menos um, conseguimos equilibrar as coisas e o Braga nunca conseguiu criar grande perigo, tirando dois remates dos Horta bem defendidos pelo Vlachodimos. Até que aos 53’, os Srs. Tiago Martins e Fábio Melo coroaram a sua magnífica exibição com um lance só ao alcance dos predestinados: o Racic pisa o Aursnes da mesma maneira que o Bah fez ao Pizzi, mas num verdadeiro golpe de asa aqueles dois senhores mostraram... amarelo! A razão é muito simples: o jogador em causa não tinha a camisola do Benfica vestida. Ora, como a missão destes dois GATUNOS foi roubarem-nos a possibilidade de seguirmos em frente na Taça, não se poderiam dar ao luxo de deixar o jogo em igualdade numérica, porque nós já tínhamos demonstrado ser muito mais fortes do que o adversário nessas circunstâncias. Lances iguais, decisões diferentes, se isto não é ESPOLIAÇÃO evidente, digam-me o que é, por favor. Até terminar a partida, ainda deu para expulsar também o Morato com um segundo amarelo já em cima dos 120’, o que foi relativamente fácil dado que o primeiro foi mal mostrado...
 
Nos penalties, todos marcaram, excepto o Aursnes, que marcou de um modo igual ao que tinha feito frente ao Portimonense, também defendido pelo guarda-redes. Foi pena, porque o norueguês, juntamente com o João Mário, foi dos nossos melhores jogadores. Mas, no geral, toda equipa se bateu muito bem em condições muito difíceis.
 
Tal como as épicas roubalheiras de Isidoro Rodrigues no célebre Varzim – Benfica de 2001/02, ou esta de 2010/11, o jogo de ontem teve o condão de me tirar do sério e ficar fora de mim. É que, quando é clarinho como a água que estamos a ser ASSALTADOS à vista de todos, a indignação é difícil de conter. Concordo plenamente com as declarações do Rui Costa no final e espero que nunca deixemos de denunciar arbitragens tão MISERÁVEIS como esta.

segunda-feira, fevereiro 06, 2023

Irrepreensível

Vencemos o Casa Pia no sábado na Luz por 3-0 e mantivemos a distância para o Braga e CRAC, qua também ganharam em casa (4-1 ao Famalicão e 2-0 ao Vizela, respectivamente). Perante a equipa-sensação do campeonato, num fantástico 5º lugar, e novamente desfalcados do Rafa e Gonçalo Ramos, demos uma óptima resposta e fizemos uma partida muito inteligente.
 
Entrámos novamente bem no jogo, extremamente pressionantes e o Casa Pia mal saía do seu meio-campo. Tivemos uma grande ocasião logo no início, mas o João Mário atirou incrivelmente por cima quando estava em boa posição. Pouco depois foi o David Neres a ver um remate seu desviado por um defesa e quase enganava o guarda-redes Ricardo Baptista, que, uns instantes depois, defendeu por instinto um calcanhar do Gonçalo Guedes. Aos 35’, inaugurámos finalmente o marcador, numa excelente abertura do Grimaldo para a desmarcação do David Neres, centro atrasado deste para o João Mário atirar sem hipóteses para o guarda-redes. Conseguíamos desbloquear o resultado e ainda aumentámos a vantagem aos 43’, com um bis do João Mário de carrinho a corresponder bem a um centro do Grimaldo na esquerda, depois de uma boa abertura do Chiquinho para o espanhol.
 
Na 2ª parte, o Casa Pia foi mais afoito, mas nós fizemos uma exibição quase perfeita em termos defensivos, praticamente sem lhes darmos hipóteses de criar perigo. Um remate, e mesmo assim torto, do japonês Soma foi a excepção. Do nosso lado, iam avolumando-se as oportunidades, com o Aursnes em boa posição de cabeça a atirar ao lado e um remate de longe do Neres, que não passou muito longe, até que aos 71’ acabámos com todas as dúvidas, ao fazer o 3-0 numa jogada de costa a costa do Bah, que terminou com um remate de pé esquerdo de fora da área, ligeiramente desviado por um defesa, sem dar hipóteses ao guarda-redes. Até final, ainda poderíamos ter aumentado a vantagem com outro desvio de cabeça do Aursnes ao lado, quando seria o culminar perfeito da provavelmente melhor jogada da partida, com o entretanto entrado Rafa a permitir a mancha do guarda-redes e com o Grimaldo, num pontapé de primeira de ressaca à entrada da área, a quase marcar o golo do campeonato, mas a bola passou a rasar o poste!
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o João Mário, com o segundo bis consecutivo que o fez igualar o Gonçalo Ramos nos melhores marcadores, para o Chiquinho, que está a aproveitar muito bem a oportunidade no lugar do Enzo que ficou vago, e para o Otamendi, que foi uma parede defensiva e muito responsável pela parca produção atacante do Casa Pia. Mas, em geral, toda a equipa se apresentou num nível muito elevado, sempre pressionante e a recuperar a bola muito rapidamente, numa exibição quase perfeita em termos tácticos. Faltou só a faltar mais um ou dois golinhos para ser uma das melhores desta temporada.
 
Iremos agora a Braga na próxima 5ª feira para a importantíssima eliminatória da Taça de Portugal. Depois de termos lá levado uma banhada para o campeonato, está na hora da vingança, até porque a conquista deste troféu é igualmente crucial (e recordo pela enésima vez o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 25 anos...!)
 
P.S. – Antes do jogo, houve a despedida do André Almeida, depois de 12 anos e 12 títulos com a gloriosa camisola. ATÉ QU’ENFIM que fazemos uma despedida como deve ser a um jogador que foi marcante no clube e nos ajudou a conquistar muitos troféus! Antes dele, só o Jonas e o Rui Costa tiveram direito a algo semelhante, o que é ABSOLUTAMENTE incompreensível. Jogador com história no clube TEM DE se despedir dos adeptos antes de um jogo, para poder sentir o carinho e o agradecimento de todos nós! Não é difícil perceber isto quando se gosta de futebol e se entende o jogo! Não basta uma entrevista à BTV e ‘tá feito! Assim de cabeça, Luisão, Cardozo, Fejsa, Jardel e Salvio, todos eles deveriam ter tido tratamento semelhante. Espero que isto mude doravante e que esta despedida do André Almeida faça jurisprudência!

quinta-feira, fevereiro 02, 2023

Categórico

Vencemos em Arouca na passada 3ª feira por 3-0 e temos agora, com mais um jogo, o 2º classificado a oito pontos (o CRAC ganhou no Marítimo por 2-0), porque o Braga foi goleado na lagartada (0-5) e ficou neste momento a dez. No dia em que vimos o Enzo Fernández tornar-se o médio mais caro de sempre e a maior transferência da história da Premier League, demos uma boa resposta num campo difícil.
 
Para além da falta do argentino, também não tivemos o Rafa e o Gonçalo Ramos por lesão. Com três titulares indiscutíveis de fora e perante uma equipa que está a fazer um bom campeonato, tinha bastante receio desta partida. O Gonçalo Guedes e o David Neres jogaram na frente, o que revela igualmente a (não) confiança no Musa, que ficou no banco. No entanto, a nossa resposta foi muito boa, porque entrámos bastante pressionantes, como tem sido habitual ao longo da temporada, e o Arouca mal teve tempo para passar do meio-campo nos primeiros minutos. Todavia, não criámos grande situações de golo, porque eles se fecharam sempre bem lá atrás. Um desvio do Gudes ao primeiro poste, cortado por um defesa, foi a nossa melhor ocasião, antes de inaugurarmos o marcador aos 25’ numa óptima combinação atacante entre o Neres e o Aursnes, com este a centrar para a área, onde o João Mário só teve de encostar. Foi muito importante desbloquear o encontro ainda na 1ª parte e até ao intervalo nada de mais relevante se passou, até porque nunca deixámos o Arouca acercar-se da nossa baliza.
 
Voltámos a entrar bem na 2ª parte e aumentámos a vantagem ainda relativamente cedo. Aos 54’, nova boa triangulação entre o João Mário, Guedes e Aursnes, com o primeiro a bisar de pé esquerdo. Cortámos logo pela raiz qualquer ímpeto do Arouca no recomeço do jogo. No entanto, ainda apanhámos um susto com um remate na nossa área que felizmente embateu num adversário, num lance em que o Bah também foi importante a importunar o atacante. A meio da 2ª parte, o Roger Schmidt fez entrar o Musa para o lugar do Guedes e foi o croata a fazer o 3-0 aos 80’ e selar a nossa vitória: excelente abertura do Aursnes a isolar o Neres, que sofreu uma falta à entrada da área, mas a bola sobrou para o Musa desviar do guarda-redes, salvando o Arouca de ficar a jogar com dez, mas colocando a partida fora de qualquer alcance. Três remates, três golos não foi nada mau.
 
Em termos individuais, destaque para o bis do João Mário e para outro enchimento de campo do Florentino. O Aursnes teve participação activa nos três golos e terá agora um papel mais preponderante, porque deverá ser o substituto natural do Enzo Fernández. O Chiquinho, que neste jogo actuou no lugar do argentino, também não esteve mal. O David Neres não começou muito bem a partida, mas foi melhorando ao longo do tempo e o Gonçalo Guedes dá sempre aquele toque de imprevisibilidade.
 
Enquanto estávamos a jogar, estava o Enzo Fernández a fazer as malas para o Chelsea. Veremos como nos vamos safar sem um dos melhores jogadores do campeonato, que foi uma das principais causas para a nossa melhoria exibicional este ano. Só que pensar que quem jogava naquele lugar no ano passado era o Taarabt até me dá vontade de chorar... No entanto, o Enzo Fernández não se portou nada bem connosco e não irá ficar no nosso coração. Pode ser que no futuro perceba que há que respeitar o clube onde está e os adeptos, e que não é admissível bater no peito e dizer que fica depois de marcar um golo e, à segunda oportunidade, fazer chantagem para se ir embora. Mas provavelmente só lhe interessa ficar de bolsos cheios e lá isso conseguiu. Mesmo que tenha de jogar num clube novo-rico sem qualquer tipo de alma.

sexta-feira, janeiro 27, 2023

Repetição

Vencemos ontem em Paços de Ferreira por 2-0 em partida antecipada da 20ª jornada, que seria disputada entre o jogo da Taça e a Champions, pelo que teríamos muito poucos dias de descanso entre jogos. Uma decisão boa da Liga...! Ena, ena! O jogo pareceu tirado a papel químico da visita aos Açores, porque a uma 1ª parte muito impositiva e até entusiasmante a espaços, sucedeu uma 2ª, que foi bastante pior e até nos colocámos a jeito de ter algum dissabor, caso o Paços de Ferreira tivesse um pouco mais de pontaria.
 
Com o Gonçalo Guedes a titular, tenho naturalmente rendido o Draxler que continua a funcionar a gasóleo, entrámos muito fortes na partida. De tal maneira que aos 11’, já tínhamos o resultado feito. Um livre directo superiormente executado pelo Grimaldo abriu o marcador aos 7’ e uma óptima jogada do Guedes, que isolou o Aursnes para este atirar contra o guarda-redes, tendo a bola depois sobrado para o João Mário encostar para a baliza deserta, faziam prometer um jogo avassalador da nossa parte. O que não se veio a verificar. Na 1ª parte, ainda tentámos mais algumas vezes fazer com que a partida acabasse mesmo, nomeadamente pelo Aursnes com um tiraço a fazer brilhar o guarda-redes Marafona e pelo Guedes a concluir uma combinação brilhante entre ele e o norueguês com um remate a rasar o poste. Do outro lado, o Gaitán já não está para grandes correrias, mas continua naturalmente com uma classe imensa e ainda mexe alguns cordelinhos. No entanto, foi o extremo Thomas com um tiraço de fora da área a acertar no poste e a colocar-nos calafrios mesmo antes do intervalo.
 
Na 2ª parte, esperava-se que dissipássemos quaisquer dúvidas em relação ao vencedor, mas deixámos que o jogo permanecesse sempre em aberto. A lesão e posterior saída do Gonçalo Ramos por volta da hora de jogo não ajudou nada, porque o Musa está muitos furos abaixo dele. É certo que fomos tentando o futebol positivo que é nosso apanágio esta temporada, mas não conseguimos criar grandes oportunidades de marcar. Ao invés, o Paços de Ferreira atirou por mais duas vezes(!) a bola ao poste e, verdade seja dita, nunca virou a cara a luta. As substituições também não acrescentaram grande coisa, com o Draxler a continuar a revelar-se um corpo estranho na equipa.
 
Em termos individuais, não houve nenhum jogador que se destacasse por aí além. O Guedes, sendo o jogador mais parecido ao Rafa no plantel (no sentido de acelerar muito o jogo), esteve em evidência na 1ª parte, mas foi-se apagando ao longo do tempo. Os marcadores dos dois golos, à parte esse lance, não estiveram muito felizes. A defesa, apesar de ter ficado a zeros, permitiu que o adversário atirasse por três vezes ao poste, o que não é muito abonatório.
 
Ganhámos, que é obviamente o mais importante, mas teremos de rever esta nossa postura quando nos encontramos em vantagem e ainda temos muito tempo para jogar. Porque nem todos são o último classificado da Liga. E o próximo jogo, em Arouca, promete ser bastante mais difícil do que este.

segunda-feira, janeiro 23, 2023

Rentrée

Vencemos no sábado o Santa Clara nos Açores por 3-0 e mantivemos a distância para os perseguidores, que também venceram (o Braga – 2-1 em Paços de Ferreira – continua a quatro pontos, o CRAC – 1-0 em Guimarães – a cinco, e a lagartada – 2-1 em casa ao Vizela – a 12). Depois de alguns jogos menos conseguimos desde o regresso do Mundial, finalmente voltámos a ter um cheirinho de grande parte da época até agora: exibição categórica e vitória indiscutível.
 
Com o Rafa de fora por lesão e o Otamendi por amarelos, e estando o Gonçalo Guedes já no banco (com apenas um treino depois de assinar), não poderíamos ter entrado melhor com o 1-0 a surgir logo aos 9’ na estreia do Aursnes a marcar com a gloriosa camisola: centro ao Enzo Fernández para a área e cabeceamento exemplar do norueguês sem hipóteses para o guarda-redes. Não demos tréguas e aos 16’ já estávamos a ganhar por 2-0: o Enzo novamente na jogada a abrir para o Grimaldo na esquerda, centro rasteiro deste e desvio à ponta-de-lança pelo Gonçalo Ramos. Depois disto, baixámos um pouco o ritmo, mas mesmo assim deveríamos ter marcado mais um golo dado que tivemos uma série de oportunidades para isso. O Gonçalo Ramos teve mais duas (um remate à figura do guarda-redes e ouro lance em que contornou o guarda-redes, mas ficou sem ângulo de remate) e o Draxler teve uma escandalosa, com um desvio muito por cima quando tinha a baliza à mercê depois de um cruzamento do Bah na direita.
 
Na 2ª parte, afrouxámos o ritmo e o Santa Clara cresceu no jogo. Mesmo assim, tivemos uma óptima oportunidade de fechar de vez a partida praticamente no reinício, com o Gonçalo Ramos a atirar ao lado à saída do guarda-redes depois de ser isolado pelo Grimaldo. Perante o crescimento dos açorianos, era imperativo fazer alguma coisa a partir do banco, mas o Roger Schmidt teve uma decisão incompreensível ao tirar o Florentino (que estava a ser dos melhores e nem sequer tinha amarelo) para colocar o Chiquinho a trinco... Foi uma substituição tripla, porque também tirou o Aursnes e João Mário e entraram o David Neres e o Gonçalo Guedes, que assim voltou a vestir o manto sagrado seis anos depois. Foram substituições muito temerárias a meu ver (saíram dois jogadores de tendência defensiva para entrarem dois claramente ofensivos), mas felizmente as coisas correram bem. Bastaria só ter tirado o Draxler em vez do Florentino para a coisa ter muito mais lógica, mas enfim... Pouco depois, o Santa Clara teve a única verdadeira oportunidade, com um remate já na área que entraria se o António Silva não tivesse defendido com a cabeça para canto! Estávamos a 20’ do final e o jogo seria muito complicado se essa bola tivesse entrado. Ainda bem que isso não aconteceu e fomos nós a ter outro falhanço clamoroso, desta feita do David Neres, depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda, que ainda conseguiu rematar pior do que o Draxler...! Aos 80’, fechámos de vez a partida, com uma assistência do Enzo Fernández para o Gonçalo Guedes tornar ainda mais inesquecível o seu regresso, com um remate vindo da esquerda para o meio que ainda ressaltou num defesa e enganou o guarda-redes. Até final, ainda tivemos mais duas oportunidades na mesma jogada, com o entretanto entrado Musa a revelar novamente a sua inépcia e o Gonçalo Guedes a não acertar bem na bola, que entretanto tinha sobrado, mas já de um ângulo complicado.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Enzo Fernández, que  esteve presente nos três golos...! E o mês de Janeiro que nunca mais acaba...! O Grimaldo fez igualmente uma boa partida, assim com o Bah na direita. O Morato substituiu bem o castigado Otamendi e o António Silva safou um golo certo. O Aursnes estreou-se a marcar e esteve a um nível superior em relação partida anteriores e o Florentino estava a ser dos melhores até sair. Mais um golito do Gonçalo Ramos e uma palavra especial para o regresso do Gonçalo Guedes, que poderá vir a ser muito importante, até porque tínhamos uma falta evidente de extremos no plantel.
 
Iremos agora a Paços de Ferreira num jogo antecipado da jornada que precede a deslocação para a Champions e esperemos que esta rentrée exibicional se volte a confirmar.

terça-feira, janeiro 17, 2023

Justo

Empatámos com a lagartada (2-2) no passado sábado na Luz e vimos os mais directos perseguidores encurtarem a diferença para nós. O Braga (1-0 em casa ao Boavista) está agora a quatro pontos e o CRAC (4-1 em casa ao Famalicão) a cinco. O 4º classificado mantém os 12 pontos de distância que tinha.
 
Com as recuperações do Grimaldo e Rafa, alinhámos praticamente na máxima força. No entanto, o Rafa, especialmente, notou-se que não estava a 100% e isso também ajuda a que não estejamos a carburar como antes do Mundial. O onze da lagartada tinha um pendor muito atacante e o que é facto é que durante a 1ª parte foram eles que estiveram por cima do jogo e conseguiram manietar-nos muitas vezes, não nos deixando sair a jogar. Apesar disto, tivemos duas boas ocasiões pelo João Mário e Rafa, que deveriam ter rematado melhor quando só tinham o Adán pela frente. Do outro lado, o Porro obrigou o Vlachodimos a uma defesa num livre, mas ao 27’ vimo-nos em desvantagem através de um autogolo do Bah, depois de um cruzamento da direita do Edwards, com o Aursnes a não acompanhar a movimentação do inglês e a deixá-lo centrar à vontade. Um livre do Grimaldo ainda um pouco longe pôs à prova o Adán, mas aos 37’ conseguimos a igualdade num golo à ponta-de-lança do Gonçalo Ramos, a antecipar-se a um defesa e desviar para a baliza um cruzamento do Rafa na direita, depois de uma boa jogada deste.
 
Se era importante não irmos para o intervalo em desvantagem, também era importante não sofrermos um golo logo no reinício, coisa que infelizmente aconteceu. Aos 53’, o Pedro Gonçalves fez o 1-2 num penalty a castigar uma possível falta do António Silva sobre o Paulinho. O Sr. Artur Soares Dias não assinalou nada num primeiro momento, mas depois, alertado pelo VAR Luís Godinho, foi rever as imagens, demorou eternidades, mas decidiu-se pelo penalty. Eu até acho que pode ser penalty, mas é indiscutivelmente um lance duvidoso e, se há dúvidas, o protocolo do VAR não é suposto dizer para seguir a decisão inicial do árbitro...? Estávamos novamente em desvantagem, mas voltámos a não demorar muito a repor a igualdade (64’), outra vez num desvio do Gonçalo Ramos desta feita a um cruzamento do Grimaldo na esquerda. A lagartada sentiu muito este golo e praticamente deixou de nos criar dificuldades em termos defensivos. Porém, apesar de termos dominado até final, nós também não conseguimos criar muitas oportunidades para ganhar o jogo, tendo o Roger Schmidt feito entrar o David Neres, mas este confirmou a razão de ter sido suplente, não acrescentando nada à equipa. Aliás, é elucidativo que esta tenha sido a única substituição que fizemos (o Chiquinho entrou já na compensação) em cinco possíveis, o que demonstra bem que precisamos de melhorar o banco (espero que os dois nórdicos que chegaram se constituam como opções válidas). A última oportunidade até acaba por ser da lagartada com um remate do entretanto entrado Chermiti muito por cima, quando até estava em boa posição.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Gonçalo Ramos pelo bis. O Florentino esteve imperial no meio-campo e o Enzo Fernández subiu muito na 2ª parte. Ao invés, o Aursnes a jogar sobre a esquerda é quase sempre menos um. O João Mário esteve algo complicativo e o Rafa não fez tantas acelerações quanto precisávamos, mas a lesão recente é bem capaz de ter sido a causa disso. Na defesa, gostei bastante do Otamendi, mas o António Silva, apesar de não ter jogado mal, acaba por estar ligado ao empate com o penalty (teve um erro crasso na 1ª parte com aquele atraso, mas depois resolveu-o bem).
 
Para quem já teve oito pontos de vantagem sobre o 2º classificado, ter agora quatro é definitivamente um retrocesso. Dado que estivemos duas vezes a perder, o empate é um mal menor, mas o resultado até se aceita, porque a lagartada jogou muito melhor do que se estava à espera e nós pior. As próximas jornadas serão fundamentais para se perceber se voltamos a adquirir o élan da 1ª volta.

quarta-feira, janeiro 11, 2023

Difícil

Ganhámos ontem ao Varzim na Póvoa por 2-0 e estamos nos quartos-de-final da Taça de Portugal. Estava com imenso medo deste jogo, porque desde criança que me lembro que é sempre dificílimo lá ganharmos, como prova o facto de não o termos conseguido fazer nas últimas seis deslocações (incluindo esta eliminação). Mais: há 38 anos, desde 1985, que não conseguíamos sair de lá com uma vitória! O facto de esta ser semana de derby tornava esta partida ainda mais perigosa, porque poderia haver o perigo de a cabeça dos nossos jogadores estar já nesse jogo.
 
O Roger Schmidt só inovou nos centrais, com o Lucas Veríssimo e Morato, tendo o resto da equipa sido jogadores que têm jogado nos últimos tempos, com natural destaque para o regresso do Enzo Fernández e para a entorse que impediu o Rafa de alinhar. Não poderíamos ter começado melhor, com um golão de livre do Grimaldo logo aos 4’. O espanhol tem estado absolutamente fabuloso nas bolas paradas este ano, que invariavelmente têm ido à baliza. Apesar do golo madrugador, mantivemos o ritmo no sentido de tentarmos aumentar a vantagem, para podermos ter um resto do jogo mais tranquilo, mas caíamos sempre no enorme erro de fazer muitos rodriguinhos na altura de rematar à baliza. Era sempre dado um toque a mais, parecia que queríamos entrar com a bola pela baliza adentro.
 
Na 2ª parte, o Varzim, que alinha na Liga 3, criou-nos bastantes dificuldades durante uns bons 20’. Valeu-nos que o Vlachodimos se mostrou muito seguro. O João Mário já tinha substituído o David Neres, que aparentemente só ia jogar 45’, ao intervalo e aos 55’ o Florentino substituiu o inconsequente Draxler. A entrada deste foi decisiva para reequilibramos as coisas no meio-campo e também me pareceu que o Varzim se foi ressentindo fisicamente à medida que o jogo decorria. Era fundamental marcarmos o segundo para nos precavermos de uma surpresa idêntica à do Caldas e, depois de alguns desperdícios, isso aconteceu aos 78’ pelo Enzo Fernández bem assistido pelo Chiquinho. Até final, não mais o Varzim criou perigo e nós também não tivemos arte nem engenho para aumentar a vantagem.
 
Para mim, o melhor do Benfica foi o Florentino, apesar de só ter jogado parte da 2ª parte. Foi fundamental para colocar um tampão no meio-campo, até porque era o Chiquinho que estava a jogar no lugar dele. Chiquinho, que voltou a fazer um bom jogo, em três posições diferentes! Outro que entrou muito bem foi o João Mário, que está indiscutivelmente em boa forma. O Enzo Fernández voltou a jogar, marcou um golo e faço votos para que esta novela-Chelsea tenha acabado definitivamente. Espero que a lesão do Grimaldo não seja impeditiva de jogar contra a lagartada, porque é insubstituível. O Aursnes também me parece a subir de forma, mas de qualquer maneira não gosto de o ver jogar atrás do ponta-de-lança. Ao invés, o Gonçalo Ramos esteve um pouco fora do jogo, apesar do seu espírito combativo, e o Draxler, a continuar assim, pode regressar a Paris durante este mês. Não acrescenta nada à equipa, não cria nenhum desequilíbrio e só ter técnica não chega. Quanto a quem entrou, o Gil Dias faz-me ter esperança de ainda poder alinhar pela equipa principal do Benfica...
 
Teremos uma ida complicadíssima a Braga nos quartos-de-final, mas antes disso o nosso foco está no derby na Luz no próximo domingo. Uma vitória nossa constituirá uma prova de força muito grande e colocará todos os adversários em sentido. Para que isto aconteça, era muito importante que não tivéssemos baixas por lesão.

domingo, janeiro 08, 2023

Perdulários

Voltámos aos triunfos na passada 6ª feira, ao derrotar o Portimonense por 1-0 na Luz. Com o empate do CRAC ontem perante o Casa Pia no Jamor (0-0), aumentámos a vantagem para eles para sete pontos, estando agora o Braga (4-0 nos Açores ao Santa Clara) no 2º lugar a seis pontos. Depois da paupérrima imagem de Braga e a uma semana de receber a lagartada, foi o melhor que nos podia ter acontecido.
 
Com a novela Enzo-Chelsea ainda em vigor e tendo o argentino ido a casa sem autorização para a passagem de ano, ficou naturalmente de fora deste jogo. Nada nem ninguém está acima do Benfica, é bom que ele (e principalmente os seus representantes) se mentalizem disso. O Chelsea quer o jogador? Muito bem, deposite os 120 M€ da cláusula na nossa conta e boa viagem. O Chelsea só oferece 119 999 999€? Lamentamos, mas é abaixo da cláusula e, portanto, o jogador não vai a lado nenhum. Para além do Enzo, também o Rafa por causa dos amarelos não esteve em campo e o David Neres ficou no banco, porque não tinha condições físicas para os 90’. Eram três titulares indiscutíveis de fora, mas mesmo assim entrámos muito bem na partida e inaugurámos o marcado logo aos 9’ num penalty do João Mário a castigar falta do guarda-redes Nakamura sobre o Gonçalo Ramos. Já no estádio me pareceu, e confirmei-o na televisão, que o penalty não foi nada bem marcado e que o guarda-redes o poderia ter defendido, porque não esticou os braços na altura certa. Talvez por isso, aos 17’ num segundo penalty a nosso favor por indiscutível derrube ao Bah, o João Mário tenha deixado ser o Aursnes a marcar. O norueguês até rematou com mais força do que o João Mário e a bola foi até mais puxada ao ângulo, mas o guarda-redes estirou-se bem e fez uma boa defesa. No canto que se seguiu, o António Silva atirou à barra! Até ao intervalo ainda tivemos um par de boas ocasiões, nomeadamente pelo João Mário numa boa jogada colectiva, outra vez defendida pelo Nakamura, e pelo Florentino num remate de pé esquerdo, igualmente defendido pelo nipónico. O Portimonense só tinha criado relativo perigo num cabeceamento num canto logo nos minutos iniciais e depois praticamente não passou do seu meio-campo.
 
Na 2ª parte, era importante marcarmos o segundo golo para segurarmos a vitória sem preocupações, mas isso não aconteceu. Só à sua conta, o Gonçalo Ramos deverá ter falhado umas quantas oportunidades, algumas por falta de pontaria e outras ajudando a promover o Nakamura a homem do jogo. O que valeu foi que defendemos relativamente bem e os algarvios só tiveram uma oportunidade num centro para a área, em que o ponta-de-lança não conseguiu fazer o desvio. É certo que gelou o sangue a todos nós no estádio, estávamos a pouco mais de 15’ do fim, mas depois nunca mais se acercaram com perigo da nossa área. O Roger Schmidt ainda fez umas quantas alterações, mas falta-nos opções credíveis no banco. O jogo terminou com um bom remate de fora da área do entretanto entrado João Neves, que passou por cima.
 
Em termos individuais, o João Mário fez uma partida razoável e acaba por estar ligado à vitória, embora com um penalty nada bem marcado. O Florentino errou alguns passes, mas esteve bem na recuperação de bolas. O Chiquinho, que jogou no lugar do Enzo, não destoou, o que é dizer muito, mas o Aursnes, no lugar do Rafa, pareceu um pouco peixe fora de água. Quanto ao Draxler, continua a jogar a passo, não cria desequilíbrios, não imprime velocidade nas suas acções, mas coloca muito bem a bola e às vezes descobre espaço para os colegas onde ele não existe. Fez isso umas duas ou três vezes, mas não pode jogar sobre as alas, porque aí emperra muito o jogo. No entanto, terá de fazer muito mais para justificar a fama com que veio. Gostei da genica do João Neves e do Henrique Araújo quando entraram, e não percebo porque é que este não é a primeira opção ao Gonçalo Ramos, em vez do cepo do Musa.
 
Teremos na 3ª feira uma deslocação difícil à Póvoa de Varzim para a Taça (não esquecer que foram eles que eliminaram os lagartos), antes do grande derby no domingo na Luz. No entanto, é imprescindível termos consciência da importância do próximo jogo, até porque é num campo que eu sempre detestei porque sempre foi muito difícil para nós, porque uma das taças já foi ao ar e porque nunca é demais recordar o nosso vergonhoso histórico dos últimos 20 anos na Taça de Portugal...