quinta-feira, setembro 05, 2024
Bruno Lage ou o prego no caixão
Mais logo deverá ser oficialmente anunciado o nome de Bruno Lage como o próximo treinador do Benfica. Armei-me em Zandinga no final de Maio e, infelizmente, quatro meses depois a realidade veio dar-me razão. Mas também convenhamos que não era muito difícil acertar naquele vaticínio. Toda a gente antecipou aquele desfecho logo na altura... menos o presidente do Benfica. Pois, bem, o nome que o Rui Costa escolheu agora foi aquele que na anterior passagem pelo Benfica em 2020, terminou-a com um registo de duas vitórias em 13 jogos(!) e cinco jogos seguidos sem ganhar na Luz, coisa que não acontecia desde ... 1931! Portanto (e muito prazer me daria, lá para Maio, vir aqui fazer o mea culpa e dizer que estava redondamente enganado), esta contratação possivelmente vai representar o triste fim do percurso do Rui Costa como presidente do Benfica, porque ou muito me engano ou teremos mais uma época completamente falhada e que se irá arrastar penosamente até final. E para o ano haverá eleições, onde duvido muito que isto seja perdoado.
Não, eu não tenho memória curta. Estarei eternamente agradecido ao Bruno Lage pelo milagre de 2018/19. Como estou eternamente agradecido ao Jorge Jesus pelos três campeonatos que ganhou. Ou ao Rui Vitória pelo tri e pelo tetra. Mas não os quero agora de volta ao Benfica. Tal como não queria o Bruno Lage. Acho que é um erro enorme, por estas razões:
1) Porque, se é verdade que aconteceu o tal milagre em 2018/19, aconteceu uma verdadeira hecatombe em 2019/20. Será que toda a gente já se esqueceu disto? É que não são só os registos que referi no parágrafo inicial. É o facto de termos dado cabo de sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta, em apenas quatro jornadas (três aqui, outros três aqui e dois aqui). É o facto de, quando voltámos da pandemia, termos tido oportunidade de passar novamente para a liderança isolada e não o termos conseguido, porque não ganhámos em casa ao... Tondela!
2) Escrevi o seguinte no seu penúltimo jogo pelo Benfica, na derrota em casa contra o Santa Clara: “Claramente a mensagem do Bruno Lage deixou de passar e ele não consegue dar a volta à situação”. OK, o seu percurso depois de sair do Benfica poderia desmentir-me e ter dados provas da indiscutível valia como treinador, mas o que temos? Um 10º lugar pelo Wolverhampton em 2021/22 e o despedimento no início de Outubro da época seguinte, depois de uma vitória em 15 jogos(!) para a Premier League (contabilizando ainda a temporada anterior, claro). Três meses no Botafogo em 2023, em que encontrou a equipa no 1º lugar com 13 pontos de vantagem sobre o 2º classificado, mas só teve cinco vitórias em 16 jogos e deixou-se com a vantagem reduzida para sete pontos (vira a perder o campeonato). Teve assim tanto sucesso nos clubes em que treinou depois de sair do Glorioso para justificar o seu regresso agora ao Benfica...?!
3) Porque, da mesma maneira que não se ligou nenhuma ao histórico do Schmidt (foi despedido dos dois clubes em que começou uma terceira época a meio desta), agora também não se está a dar atenção ao facto de que os regressos de treinadores vitoriosos poucas vezes tem resultado na história do Benfica (a tal história do “nunca voltes a um lugar onde foste feliz”...) e temos o Jesus como o último exemplo (o enorme Eriksson foi um caso à parte, mas mesmo a sua saída no final do quinto ano, em 1991/92, era inevitável e não foi muito chorada na altura).
Não, infelizmente, não espero nada bom desta contratação. Obviamente que não tenho nada contra o Bruno Lage enquanto pessoa (antes pelo contrário), mas ainda não ultrapassei o trauma da parte final da sua passagem pelo Benfica. E acho que ele não deu provas nenhumas posteriores que me levem a superar isso.
Por outro lado, em relação ao Rui Costa, tenho de dizer que é um dos dois únicos jogadores do Benfica dos quais tenho uma camisola personalizada (o outro é o grande Nuno Gomes), adquirida aquando do seu regresso ao Benfica. Admirava-o profundamente enquanto jogador e essa admiração será sempre imutável. Mas o seu percurso enquanto presidente está a deixar muito a desejar e em queda vertiginosa de popularidade. O final do seu mandato tem uma grande probabilidade de ser muito agonizante.
P.S. – Em relação a treinadores, eu teria optado de caras pelo Leonardo Jardim, que está livre, já foi campeão em três países e ganhou uma competição continental. Quanto a quem achava que o inenarrável Sérgio Conceição seria (sequer) um nome a considerar, deixo-vos uma sugestão: vão estudar a história do clube, para perceberem o que é o ser do Benfica! Caso, mesmo assim, achem que era uma hipótese... eh pá, mudem de clube, porque vocês claramente não percebem NADA sobre os valores que se devem ter para representar o Benfica!
* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.
segunda-feira, setembro 02, 2024
Fim de linha
Empatámos na passada 6ª feira em Moreira de Cónegos (1-1),
no último jogo de Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Com a vitória da
lagartada frente ao CRAC (2-0) no sábado, estamos agora a cinco pontos
do 1º lugar, com apenas quatro jornadas decorridas. Não era fácil um pior início
de temporada, mas nada que não fosse já antecipável na malfadada hora em que o
Rui Costa decidiu manter o Roger Schmidt no banco do Benfica. Claro que, depois
destas quatro jornadas, dos resultados e do futebol(?) apresentado, o alemão jamais
poderia resistir e foi despedido no sábado. Perdeu-se demasiado tempo e provavelmente
outro campeonato.
Sobre a saída do treinador e a contratação de um novo, haverá um texto à parte, mas em relação a este jogo também não há muito para dizer de diferente ao que já foi dito e redito no passado: exibição paupérrima do Benfica, a revelar os mesmos defeitos de há séculos (afunilamento do jogo, ausência de acelerações, menor agressividade que o adversário, poucas oportunidades de golo), o que obviamente não é de espantar, dado que o treinador é (era) o mesmo. O Di María entrou no onze e foram dele as melhores jogadas na 1ª parte, mas mesmo assim sem uma clara situação de golo. Quanto ao Moreirense, marcou na nossa baliza, mas o golo foi posteriormente anulado pelo VAR por pisão sobre o Leandro Barreiro no início da jogada.
Na 2ª parte, entrou logo o Renato Sanches, que esteve uns bons furos acima de frente ao E. Amadora, mas continuámos a não conseguir produzir grande jogo ofensivo. O Pavlidis teve um bom remate defendido pelo guarda-redes Kewin, o Di María viu um defesa a safar quase sobre a linha, porém foi o Moreirense a abrir o marcador aos 84’ pelo Ofori, num remate que desviou no António Silva e traiu o Trubin. Tínhamos permitido menos veleidades atacantes ao Moreirense do que no primeiro tempo, pelo que este golo foi um castigo um pouco pesado, mas resultou de um erro clamoroso do Carreras na saída de bola no nosso meio-campo. No último minuto da compensação, o Leandro Barrreiro é pisado na grande-área, num lance em que o Moreirense protestou sobre uma eventual mão na bola do Marcos Leonardo, e o mesmo Marcos Leonardo empatou o jogo, mas já era impossível resgatar a vitória.
Destaque individuais é escusado fazer, mas deixo só esta nota de completo desnorte do Benfica actual: quem marcou o penalty na compensação foi um jogador, cuja saída para a Arábia estava iminente, e que se confirmou no dia seguinte. Jogador, esse, que já tinha falhado um penalty decisivo na meia-final da Taça da Liga no ano passado. Por acaso, foi golo, mas foi nitidamente brincar com o fogo.
Foi um fim de linha muito triste para o Roger Schmidt, mas o que me preocupa mais foi esta incapacidade de ver o óbvio que o Rui Costa revelou. Resta-nos aguardar pelo nome do novo treinador e esperar que consiga ainda fazer alguma coisa desta temporada. Mas não tenho esperanças nenhumas nisso, especialmente se for o nome mais forte de que se fala...
Sobre a saída do treinador e a contratação de um novo, haverá um texto à parte, mas em relação a este jogo também não há muito para dizer de diferente ao que já foi dito e redito no passado: exibição paupérrima do Benfica, a revelar os mesmos defeitos de há séculos (afunilamento do jogo, ausência de acelerações, menor agressividade que o adversário, poucas oportunidades de golo), o que obviamente não é de espantar, dado que o treinador é (era) o mesmo. O Di María entrou no onze e foram dele as melhores jogadas na 1ª parte, mas mesmo assim sem uma clara situação de golo. Quanto ao Moreirense, marcou na nossa baliza, mas o golo foi posteriormente anulado pelo VAR por pisão sobre o Leandro Barreiro no início da jogada.
Na 2ª parte, entrou logo o Renato Sanches, que esteve uns bons furos acima de frente ao E. Amadora, mas continuámos a não conseguir produzir grande jogo ofensivo. O Pavlidis teve um bom remate defendido pelo guarda-redes Kewin, o Di María viu um defesa a safar quase sobre a linha, porém foi o Moreirense a abrir o marcador aos 84’ pelo Ofori, num remate que desviou no António Silva e traiu o Trubin. Tínhamos permitido menos veleidades atacantes ao Moreirense do que no primeiro tempo, pelo que este golo foi um castigo um pouco pesado, mas resultou de um erro clamoroso do Carreras na saída de bola no nosso meio-campo. No último minuto da compensação, o Leandro Barrreiro é pisado na grande-área, num lance em que o Moreirense protestou sobre uma eventual mão na bola do Marcos Leonardo, e o mesmo Marcos Leonardo empatou o jogo, mas já era impossível resgatar a vitória.
Destaque individuais é escusado fazer, mas deixo só esta nota de completo desnorte do Benfica actual: quem marcou o penalty na compensação foi um jogador, cuja saída para a Arábia estava iminente, e que se confirmou no dia seguinte. Jogador, esse, que já tinha falhado um penalty decisivo na meia-final da Taça da Liga no ano passado. Por acaso, foi golo, mas foi nitidamente brincar com o fogo.
Foi um fim de linha muito triste para o Roger Schmidt, mas o que me preocupa mais foi esta incapacidade de ver o óbvio que o Rui Costa revelou. Resta-nos aguardar pelo nome do novo treinador e esperar que consiga ainda fazer alguma coisa desta temporada. Mas não tenho esperanças nenhumas nisso, especialmente se for o nome mais forte de que se fala...
terça-feira, agosto 27, 2024
Sven-Göran Eriksson (1948-2024)
Faleceu ontem o primeiro treinador de que me lembro no
Benfica e o melhor de todos eles. Portanto, ontem também partiu um bocado do Benfica
que eu aprendi a amar. A dimensão da revolução que ele trouxe ao nosso clube só
alguns anos mais tarde é que percebi verdadeiramente, porque com seis anos tudo
aquilo que os Bentos, Humbertos Coelhos, Nenés, Carlos Manueis, Chalanas, Manniches,
Diamantinos, Josés Luíses, Strombergs, Filipovics, Pietras, Velosos, Álvaros,
Shéus, Alves e tantos outros faziam parecia a coisa mais natural do mundo.
Jogar bem, dar espectáculo e ganhar. Aquelas épocas de 1982/83 e 1983/84 foram
o meu primeiro Benfica e o melhor de todos. E havia um maestro que fazia com
que o todo de toda aquela gente fosse (ainda bem) maior do que a soma das (valiosas)
partes. A seguir a dois títulos de campeão foi tentar a sua sorte em Itália,
mas deixou um vazio que todos sabíamos que teria de voltar a ser preenchido
mais cedo ou mais tarde.
O seu regresso em 1989 não foi tão vitorioso nas três épocas que se seguiram, mas trouxe igualmente grandes memórias, como a última ida a uma final da Taça dos Campeões Europeus, depois da meia-final épica com o Marselha em 1989/90, e o título no ano seguinte, com o célebre jogo do César Brito num Mordor em pleno auge.
Para além de um enormíssimo treinador, foi alguém com um conjunto de qualidades que gosto de ver sempre associadas a quem representa o Benfica: cortesia, humildade, simpatia, educação e respeito pelos adversários e pelo jogo em si. A maneira como nesta última fase anunciou a sua doença é muito reveladora da sua grandeza. Em boa hora, conseguimos aplaudi-lo em Abril na Luz numa das inúmeras justíssimas homenagens que lhe foram feitas pela Europa.
Descanse em paz, Mister, e muito obrigado por tudo!
O seu regresso em 1989 não foi tão vitorioso nas três épocas que se seguiram, mas trouxe igualmente grandes memórias, como a última ida a uma final da Taça dos Campeões Europeus, depois da meia-final épica com o Marselha em 1989/90, e o título no ano seguinte, com o célebre jogo do César Brito num Mordor em pleno auge.
Para além de um enormíssimo treinador, foi alguém com um conjunto de qualidades que gosto de ver sempre associadas a quem representa o Benfica: cortesia, humildade, simpatia, educação e respeito pelos adversários e pelo jogo em si. A maneira como nesta última fase anunciou a sua doença é muito reveladora da sua grandeza. Em boa hora, conseguimos aplaudi-lo em Abril na Luz numa das inúmeras justíssimas homenagens que lhe foram feitas pela Europa.
Descanse em paz, Mister, e muito obrigado por tudo!
segunda-feira, agosto 26, 2024
Medíocre
Vencemos no passado sábado o E. Amadora por 1-0 na Luz e
mantivemo-nos a três pontos de ambos os rivais, que se defrontarão na próxima
jornada. Quando o Kökçü inaugurou o marcador aos 19’, esperava-se que isso
tranquilizasse a equipa e a embalasse para uma exibição mais condigna com o plantel
que demos. Pura ilusão, já que o (pouco) nível apresentado frente ao Casa Pia
se manteve nesta partida.
A entrada do Kökçü para o lugar do João Mário foi a mudança mais significativa na equipa, já que a troca do lesionado Beste pelo Carreras e do António Silva pelo Otamendi foram mais posicionais. Tirando o golo e a sua jogada, a 1ª parte voltou a ser uma pasmaceira quase total. O mesmo Kökçü já tinha atirado por cima, quando estava em boa posição, num lance anterior, mas a lesão muscular do Aursnes, que o levou a ser substituído pelo Tiago Gouveia aos 32’, foi o facto mais saliente da etapa inicial. Vamos ver quanto tempo iremos ficar sem ele... Ainda metemos uma bola na baliza pelo Pavlidis em cima do intervalo, mas o grego fez falta sobre o guarda-redes. Entretanto, o Sr. Hélder Malheiro tentou por tudo desconcentrar os nossos jogadores, com amarelos muitíssimo duvidosos e cheguei a temer que não chegássemos ao final com 11.
Na 2ª parte, criámos mais oportunidades, mas o Pavlidis não estava em noite inspirada. Por volta dos 70’, aconteceu outro momento alto do jogo, com a entrada do Renato Sanches em campo, mas o nosso regressado jogador mostrou que ainda está longe de poder ser titular, por causa dos (baixos) índices físicos que apresenta. O Di María também entrou, mas não foi tão decisivo quanto costuma ser. O valeu foi que o E. Amadora é uma equipa muito fraca e praticamente não criou perigo. Outra nota negativa vai para a lesão no ombro do Tiago Gouveia, que o deve atirar para fora dos relvados por um período possivelmente longo.
Em termos individuais, destaque para o Kökçü pelo golo e pelo que mostrou enquanto teve pernas. A diferença para com o João Mário é abissal. O Carreras na esquerda vai solidificando a posição, aproveitando a lesão do Beste. O Pavlidis demonstra que tem muito valor, mas se as bolas não lhe chegam em condições não consegue fazer milagres. A dupla de meio-campo enferma do mal de serem dois trincos, mas o Sr. Schmidt continua a não querer perceber que é uma parvoíce jogar com os dois em jogos contra equipas como o E. Amadora, que são a maioria do campeonato português.
Cada ida à Luz está a ser um suplício. Já sabemos que vamos sofrer e nos exasperar, mas, enquanto este treinador lá continuar, resta-nos saber viver com isso. O que é mais preocupante no Sr. Schmidt é que ele parece não ver tudo o que os outros vêem. Só isso explica algumas decisões e hesitações, especialmente na hora de fazer trocas na equipa. Vir dizer no final deste jogo e no frente ao Casa Pia que “jogámos bem” é de alguém que decididamente não vê os mesmos jogos do que nós...
Iremos a Moreira de Cónegos para a semana, antes da pausa para as selecções, e devíamos aproveitar o embate entre os outros dois rivais no WC para encurtar distâncias. Mas, pelo modo como estamos a jogar, não prevejo nada bom a sair dessa partida, até porque o Moreirense tem sido um dos destaques desta fase inicial da Liga.
A entrada do Kökçü para o lugar do João Mário foi a mudança mais significativa na equipa, já que a troca do lesionado Beste pelo Carreras e do António Silva pelo Otamendi foram mais posicionais. Tirando o golo e a sua jogada, a 1ª parte voltou a ser uma pasmaceira quase total. O mesmo Kökçü já tinha atirado por cima, quando estava em boa posição, num lance anterior, mas a lesão muscular do Aursnes, que o levou a ser substituído pelo Tiago Gouveia aos 32’, foi o facto mais saliente da etapa inicial. Vamos ver quanto tempo iremos ficar sem ele... Ainda metemos uma bola na baliza pelo Pavlidis em cima do intervalo, mas o grego fez falta sobre o guarda-redes. Entretanto, o Sr. Hélder Malheiro tentou por tudo desconcentrar os nossos jogadores, com amarelos muitíssimo duvidosos e cheguei a temer que não chegássemos ao final com 11.
Na 2ª parte, criámos mais oportunidades, mas o Pavlidis não estava em noite inspirada. Por volta dos 70’, aconteceu outro momento alto do jogo, com a entrada do Renato Sanches em campo, mas o nosso regressado jogador mostrou que ainda está longe de poder ser titular, por causa dos (baixos) índices físicos que apresenta. O Di María também entrou, mas não foi tão decisivo quanto costuma ser. O valeu foi que o E. Amadora é uma equipa muito fraca e praticamente não criou perigo. Outra nota negativa vai para a lesão no ombro do Tiago Gouveia, que o deve atirar para fora dos relvados por um período possivelmente longo.
Em termos individuais, destaque para o Kökçü pelo golo e pelo que mostrou enquanto teve pernas. A diferença para com o João Mário é abissal. O Carreras na esquerda vai solidificando a posição, aproveitando a lesão do Beste. O Pavlidis demonstra que tem muito valor, mas se as bolas não lhe chegam em condições não consegue fazer milagres. A dupla de meio-campo enferma do mal de serem dois trincos, mas o Sr. Schmidt continua a não querer perceber que é uma parvoíce jogar com os dois em jogos contra equipas como o E. Amadora, que são a maioria do campeonato português.
Cada ida à Luz está a ser um suplício. Já sabemos que vamos sofrer e nos exasperar, mas, enquanto este treinador lá continuar, resta-nos saber viver com isso. O que é mais preocupante no Sr. Schmidt é que ele parece não ver tudo o que os outros vêem. Só isso explica algumas decisões e hesitações, especialmente na hora de fazer trocas na equipa. Vir dizer no final deste jogo e no frente ao Casa Pia que “jogámos bem” é de alguém que decididamente não vê os mesmos jogos do que nós...
Iremos a Moreira de Cónegos para a semana, antes da pausa para as selecções, e devíamos aproveitar o embate entre os outros dois rivais no WC para encurtar distâncias. Mas, pelo modo como estamos a jogar, não prevejo nada bom a sair dessa partida, até porque o Moreirense tem sido um dos destaques desta fase inicial da Liga.
segunda-feira, agosto 19, 2024
Enganador
Conseguimos a primeira vitória no campeonato no passado sábado,
ao derrotar o Casa Pia por 3-0. Quem só saiba o resultado, ficará certamente
com uma ideia errada do que se passou na partida, porque foi um jogo bastante difícil,
muito por culpa própria nossa. E da nossa exasperante lentidão, em especial na
1ª parte.
Tivemos uns três minutos iniciai fortíssimos...! O Prestianni atirou ao lado na sequência de uma interessante combinação ofensiva, mas até ao intervalo foi o marasmo quase total. O que não é de espantar quando se joga com dois trincos (Florentino e Barreiro) e dois médios-centro como alas (João Mário e Aursnes). O miúdo (Prestianni) só tem 18 anos e não pode arcar sempre com as despesas de acelerar o nosso jogo e o Pavlidis não consegue fazer milagres se a bola não lhe chega de todo. Um remate de fora da área do João Mário foi o único momento em que pusemos à prova o guardião contrário. Pouco, muitíssimo pouco.
Como estava evidentemente tudo a correr bem na 1ª parte, o Roger Schmidt não fez substituições a seguir ao intervalo...! Sem comentários! Curiosamente, excepto eventualmente para o Sr. Schmidt, as coisas mantiveram-se iguais na 2ª parte. Futebol lento, previsível, sem acelerações, nem rasgos, tudo muito afunilado, enfim, aquele filme que estamos fartos de ver desde a época passada... Até que à passagem dos 65’, o Sr. Schmidt lembrou-se finalmente de que existe um banco de suplentes e de que até temos lá jogadores de alguma valia e que custaram bom dinheiro, que, talvez, até possam ser úteis para desbloquear jogos... Fez três substituições de uma assentada (Marcos Leonardo, Kökçü e Tiago Gouveia para os lugares de Prestianni – inacreditável a sua saída... – João Mário e Leandro Barreiro) e o resultado viu-se logo cinco minutos depois. Aos 70’, cruzamento da esquerda do Tiago Gouveia e cabeçada inapelável do Pavlidis sem hipóteses para o guarda-redes Patrick Sequeira. Pouco depois, o Casa Pia teve uma enorme oportunidade, mas a cabeçada do Nuno Moreira saiu por cima, quando o Trubin andava aos papéis num cruzamento para a área. Aos 80’, acabámos com as dúvidas, com o 2-0 pelo Tiago Gouveia, que espero que tenha percebido que não deve rematar como se estivesse a jogar râguebi... (Neste mesmo jogo, teve outro lance destes). O Marcos Leonardo ainda falhou uns quantos golos quase feitos, mas lá acabámos por fazer o 3-0 pelo Aursnes num remate cruzado do lado direito, depois de uma assistência portentosa do Kökçü em cima dos 90’.
Em termos individuais, palavra para o Tiago Gouveia que, com uma assistência e um golo foi o homem do jogo. O Carreras, que substituiu o lesionado Beste ainda na 1ª parte, também foi dos que mais tentaram levar a equipa para a frente e o Pavlidis concretizou a única oportunidade que teve. O Prestianni estava a ser dos melhores quando incompreensivelmente saiu, mas o Marcos Leonardo (finalização à parte) mexeu com o nosso ataque.
Iremos ter a jornada seguinte também em casa, no próximo sábado, mas espero que o Sr. Schmidt tenha percebido de vez o que a equipa não pode fazer: não pode ter dois trincos em campo neste tipo de jogos e não pode jogar sem alas. É algo muito simples, que está à vista de todos. Menos dele aparentemente.
Tivemos uns três minutos iniciai fortíssimos...! O Prestianni atirou ao lado na sequência de uma interessante combinação ofensiva, mas até ao intervalo foi o marasmo quase total. O que não é de espantar quando se joga com dois trincos (Florentino e Barreiro) e dois médios-centro como alas (João Mário e Aursnes). O miúdo (Prestianni) só tem 18 anos e não pode arcar sempre com as despesas de acelerar o nosso jogo e o Pavlidis não consegue fazer milagres se a bola não lhe chega de todo. Um remate de fora da área do João Mário foi o único momento em que pusemos à prova o guardião contrário. Pouco, muitíssimo pouco.
Como estava evidentemente tudo a correr bem na 1ª parte, o Roger Schmidt não fez substituições a seguir ao intervalo...! Sem comentários! Curiosamente, excepto eventualmente para o Sr. Schmidt, as coisas mantiveram-se iguais na 2ª parte. Futebol lento, previsível, sem acelerações, nem rasgos, tudo muito afunilado, enfim, aquele filme que estamos fartos de ver desde a época passada... Até que à passagem dos 65’, o Sr. Schmidt lembrou-se finalmente de que existe um banco de suplentes e de que até temos lá jogadores de alguma valia e que custaram bom dinheiro, que, talvez, até possam ser úteis para desbloquear jogos... Fez três substituições de uma assentada (Marcos Leonardo, Kökçü e Tiago Gouveia para os lugares de Prestianni – inacreditável a sua saída... – João Mário e Leandro Barreiro) e o resultado viu-se logo cinco minutos depois. Aos 70’, cruzamento da esquerda do Tiago Gouveia e cabeçada inapelável do Pavlidis sem hipóteses para o guarda-redes Patrick Sequeira. Pouco depois, o Casa Pia teve uma enorme oportunidade, mas a cabeçada do Nuno Moreira saiu por cima, quando o Trubin andava aos papéis num cruzamento para a área. Aos 80’, acabámos com as dúvidas, com o 2-0 pelo Tiago Gouveia, que espero que tenha percebido que não deve rematar como se estivesse a jogar râguebi... (Neste mesmo jogo, teve outro lance destes). O Marcos Leonardo ainda falhou uns quantos golos quase feitos, mas lá acabámos por fazer o 3-0 pelo Aursnes num remate cruzado do lado direito, depois de uma assistência portentosa do Kökçü em cima dos 90’.
Em termos individuais, palavra para o Tiago Gouveia que, com uma assistência e um golo foi o homem do jogo. O Carreras, que substituiu o lesionado Beste ainda na 1ª parte, também foi dos que mais tentaram levar a equipa para a frente e o Pavlidis concretizou a única oportunidade que teve. O Prestianni estava a ser dos melhores quando incompreensivelmente saiu, mas o Marcos Leonardo (finalização à parte) mexeu com o nosso ataque.
Iremos ter a jornada seguinte também em casa, no próximo sábado, mas espero que o Sr. Schmidt tenha percebido de vez o que a equipa não pode fazer: não pode ter dois trincos em campo neste tipo de jogos e não pode jogar sem alas. É algo muito simples, que está à vista de todos. Menos dele aparentemente.
domingo, agosto 11, 2024
Mais do mesmo
Tal como na época transacta, iniciámos o campeonato com uma
derrota, desta feita em Famalicão por 0-2. A pré-temporada até não correu mal,
com a equipa a parecer querer regressar a 2022/23, nomeadamente na pressão alta
e com um ponta-de-lança que assegura golos, mas aconteceu tudo ao contrário
hoje.
E porquê? Nem o Roger Schmidt conseguiu explicar no final do jogo. O que é muito preocupante, diga-se de passsagem. O Famalicão mostrou sempre mais vontade do que nós em ganhar o jogo, o que é manifestamente incompreensível. Sofremos um golo bastante cedo (12’) pelo Sorriso, depois de um lance em que fomos completamente comidos, com um contra-ataque e uma bola nas costas do Beste, que isolou o avançado famalicense. A partir daqui, e até ao intervalo, mostrámos muito pouco, com zero oportunidades de golo. O Prestianni estava bem vigiado, o João Mário é uma inexistência na ala direita, o Aursnes esteve muito discreto na esquerda e o Pavlidis não teve uma bola a chegar-lhe em condições. Assim, é difícil haver milagres.
Na 2ª parte, entrou o Kökçü para o lugar do Prestianni, melhorámos um bocado, mas por volta da hora de jogo entraram o Carreras e o Marcos Leonardo para os lugares do Florentino e Beste, e voltámos a piorar. A machadada final da nossa exibição foi a saída do Leandro Barreiro para a entrada do Di María aos 72’, porque ficámos pura e simplesmente sem meio-campo, dado que o João Mário e o Kökçü não defendem. O Famalicão, que tinha estado muito discreto até então, voltou a subir no terreno e fez o 2-0 em cima dos 90’ pelo Zaydou, que já nos tinha marcado na derrota no ano passado. Tremendamente previsível.
Não vou destacar ninguém individualmente, já que a exibição da equipa foi paupérrima. É muito preocupante que o Roger Schmidt continue a promover lugares-cativo na equipa (João Mário acima de tudo, nem um amarelo o impediu de jogar os 90’), que os jogadores não saibam onde vão jogar aquando das substituições (o Kökçü passou por três posições diferentes em 45’...!) e que a equipa continue a (não) reagir quando as coisas lhe começam a correr mal. Para além disto tudo, preparamo-nos para deixar sair o David Neres, quando só iremos ter o Di María por mais esta época. O brasileiro desbloqueou-nos muitos jogos no passado, porque é um verdadeiro abre-latas e temos muito poucos jogadores assim no plantel. Será um enorme erro se a transferência se concretizar.
Começamos o campeonato já com três pontos de desvantagem para os rivais. Era o pior que nos poderia ter acontecido, principalmente à luz do que foi a temporada passada. Mas, se mantivemos o mesmo treinador, estaríamos mesmo à espera que as coisas fossem diferentes...?!
E porquê? Nem o Roger Schmidt conseguiu explicar no final do jogo. O que é muito preocupante, diga-se de passsagem. O Famalicão mostrou sempre mais vontade do que nós em ganhar o jogo, o que é manifestamente incompreensível. Sofremos um golo bastante cedo (12’) pelo Sorriso, depois de um lance em que fomos completamente comidos, com um contra-ataque e uma bola nas costas do Beste, que isolou o avançado famalicense. A partir daqui, e até ao intervalo, mostrámos muito pouco, com zero oportunidades de golo. O Prestianni estava bem vigiado, o João Mário é uma inexistência na ala direita, o Aursnes esteve muito discreto na esquerda e o Pavlidis não teve uma bola a chegar-lhe em condições. Assim, é difícil haver milagres.
Na 2ª parte, entrou o Kökçü para o lugar do Prestianni, melhorámos um bocado, mas por volta da hora de jogo entraram o Carreras e o Marcos Leonardo para os lugares do Florentino e Beste, e voltámos a piorar. A machadada final da nossa exibição foi a saída do Leandro Barreiro para a entrada do Di María aos 72’, porque ficámos pura e simplesmente sem meio-campo, dado que o João Mário e o Kökçü não defendem. O Famalicão, que tinha estado muito discreto até então, voltou a subir no terreno e fez o 2-0 em cima dos 90’ pelo Zaydou, que já nos tinha marcado na derrota no ano passado. Tremendamente previsível.
Não vou destacar ninguém individualmente, já que a exibição da equipa foi paupérrima. É muito preocupante que o Roger Schmidt continue a promover lugares-cativo na equipa (João Mário acima de tudo, nem um amarelo o impediu de jogar os 90’), que os jogadores não saibam onde vão jogar aquando das substituições (o Kökçü passou por três posições diferentes em 45’...!) e que a equipa continue a (não) reagir quando as coisas lhe começam a correr mal. Para além disto tudo, preparamo-nos para deixar sair o David Neres, quando só iremos ter o Di María por mais esta época. O brasileiro desbloqueou-nos muitos jogos no passado, porque é um verdadeiro abre-latas e temos muito poucos jogadores assim no plantel. Será um enorme erro se a transferência se concretizar.
Começamos o campeonato já com três pontos de desvantagem para os rivais. Era o pior que nos poderia ter acontecido, principalmente à luz do que foi a temporada passada. Mas, se mantivemos o mesmo treinador, estaríamos mesmo à espera que as coisas fossem diferentes...?!
sábado, julho 13, 2024
Benfica FM | Temporada 1994/95
Na passada 5ª feira, reuni-me novamente com os meus amigos Nuno Picado e Bakero do Benfica FM para fazermos mais uma temporada do Glorioso. Infelizmente, a temporada não foi assim tão gloriosa e deu inclusive azo a aceso debate ao longo do episódio sobre se seria ou não o início do Vietname do Benfica, mas a maioria (ou seja, o Bakero e eu) esteve de acordo que é. Do lado positivo, foi a época em que o grande Michel Preud'homme veio para a Luz e em que também tivemos o privilégio de ver outra grande figura do futebol mundial, o Caniggia, com o manto sagrado. Mas quem mais sobressaiu acabou por ser o Edilson (que só esteve esta temporada) e o enorme Isaías.
terça-feira, julho 09, 2024
Portugal – 0 – França – 0 (3-5 pen.)
Tal como era expectável, fomos de vela nos quartos-de-final
do Euro 2024 na passada 6ª feira, ao perder com a França. No entanto, não deixa
de ser irónico que isso tenha acontecido no nosso melhor jogo neste torneio e
que o desfecho seja até um pouco injusto mediante o que se viu em campo.
Naquela que terá sido a mais bem conseguida prestação de sempre frente aos franceses, enfermámos do mal que perpassou por este Euro: entrar em campo com 10 jogadores. Estivemos três jogos consecutivos sem marcar um único golo, dois deles com prolongamento (330 minutos), e o Roberto Martínez insistiu sempre não só na titularidade, como na presença em campo do Cristiano Ronaldo durante praticamente todo o tempo. Junte-se a isto um Bruno Fernandes muito apagado e um Bernardo Silva não tão vistoso como no Manchester City, e temos as principais razões para a nossa incapacidade de concretização. O Rafael Leão foi o único a conseguir criar perigo de forma regular, com as suas arrancadas pela esquerda, e o Vitinha um esteio a meio-campo. Com estas duas boas exibições, comentei lá em casa que não haveria substituições o jogo todo, porque não haveria jogadores para sair (aqueles estava a jogar bem e os outros eram intocáveis...). Afinal, enganei-me e o Bruno Fernandes saiu aos 74’ para entrar o Francisco Conceição, juntamente com o João Cancelo, que deu o lugar ao Nélson Semedo. Melhorámos um pouco com esta nova ala direita, mas, lá está, meter a bola na baliza é que era o cabo dos trabalhos...
No prolongamento, as coisas não se alteraram, com ambas as equipas a serem cautelosas a maior parte do tempo e acabámos novamente nos penalties, onde os franceses foram muitíssimo eficazes e o João Félix, entretanto entrado, acertou no poste, no único penalty que falhámos. Desta vez, o Diogo Costa não foi herói e viemos recambiados para casa.
Foi um Europeu q.b., em que cumprimos os mínimos de chegar aos quartos-de-final, mas longe do brilhantismo que este conjunto de jogadores nos fazia antecipar. Decisões precisam de ser tomadas, mas duvido que haja coragem para tal. Mesmo que o grande desígnio deste Euro não tenha sido cumprido (falo naturalmente de o Cristiano Ronaldo ser o único a marcar em seis Europeus), quase de certeza que ilações não serão tiradas a este respeito. Não irá haver coragem para lhe dizer “muito obrigado, mas se calhar aos 39 anos já chega, não...?” e assim continuaremos a jogar para os seus recordes na qualificação para o Mundial 2026. A não ser que ele próprio colocasse um fim ao seu percurso na selecção, mas eu não sou assim tão ingénuo para acreditar no Pai Natal...
Naquela que terá sido a mais bem conseguida prestação de sempre frente aos franceses, enfermámos do mal que perpassou por este Euro: entrar em campo com 10 jogadores. Estivemos três jogos consecutivos sem marcar um único golo, dois deles com prolongamento (330 minutos), e o Roberto Martínez insistiu sempre não só na titularidade, como na presença em campo do Cristiano Ronaldo durante praticamente todo o tempo. Junte-se a isto um Bruno Fernandes muito apagado e um Bernardo Silva não tão vistoso como no Manchester City, e temos as principais razões para a nossa incapacidade de concretização. O Rafael Leão foi o único a conseguir criar perigo de forma regular, com as suas arrancadas pela esquerda, e o Vitinha um esteio a meio-campo. Com estas duas boas exibições, comentei lá em casa que não haveria substituições o jogo todo, porque não haveria jogadores para sair (aqueles estava a jogar bem e os outros eram intocáveis...). Afinal, enganei-me e o Bruno Fernandes saiu aos 74’ para entrar o Francisco Conceição, juntamente com o João Cancelo, que deu o lugar ao Nélson Semedo. Melhorámos um pouco com esta nova ala direita, mas, lá está, meter a bola na baliza é que era o cabo dos trabalhos...
No prolongamento, as coisas não se alteraram, com ambas as equipas a serem cautelosas a maior parte do tempo e acabámos novamente nos penalties, onde os franceses foram muitíssimo eficazes e o João Félix, entretanto entrado, acertou no poste, no único penalty que falhámos. Desta vez, o Diogo Costa não foi herói e viemos recambiados para casa.
Foi um Europeu q.b., em que cumprimos os mínimos de chegar aos quartos-de-final, mas longe do brilhantismo que este conjunto de jogadores nos fazia antecipar. Decisões precisam de ser tomadas, mas duvido que haja coragem para tal. Mesmo que o grande desígnio deste Euro não tenha sido cumprido (falo naturalmente de o Cristiano Ronaldo ser o único a marcar em seis Europeus), quase de certeza que ilações não serão tiradas a este respeito. Não irá haver coragem para lhe dizer “muito obrigado, mas se calhar aos 39 anos já chega, não...?” e assim continuaremos a jogar para os seus recordes na qualificação para o Mundial 2026. A não ser que ele próprio colocasse um fim ao seu percurso na selecção, mas eu não sou assim tão ingénuo para acreditar no Pai Natal...
sexta-feira, julho 05, 2024
Portugal – 0 – Eslovénia – 0 (3-0 pen.)
Na passada 2ª feira, estivemos à beira de uma enorme
vergonha nos oitavos-de-final do Euro 2024: sermos eliminados pela poderosíssima
Eslovénia! O Diogo Costa tornou-se um herói nacional, porque defendeu três
penalties no desempate, já depois de ter defendido com o pé o remate de um
adversário isolado, em cima dos 120’, por um erro clamoroso do Pepe. Ou seja, se
vamos defrontar hoje a França nos quartos, muito lhe devemos.
O Roberto Martínez esteve bem ao voltar ao 4-3-3, a selecção até nem entrou mal no jogo, mas foi-se perdendo ao longo do tempo. E aí, parece que o espírito do Roger Schmidt se abateu sobre o seleccionador. Não só não fez todas as substituições que se exigiam, perante o descalabro físico de alguns jogadores, como ainda por cima, quando as fez, tirou quem até estava a ser dos melhores e a criar perigo (Rafael Leão e, principalmente, Vitinha). Já se sabe que o Cristiano Ronaldo é inamovível enquanto não se atingir o grande objectivo da selecção nacional neste Europeu (ele tornar-se o primeiro, e muito provavelmente único, jogador da história do futebol a marcar em seis Europeus) e teve uma enorme oportunidade de o fazer nesta partida, mas o Oblak defendeu um penalty seu aos 105’. Aliás, as lágrimas do C. Ronaldo no intervalo do prolongamento eram obviamente por causa disto e não pela perspectiva de poder não conquistar o título europeu (objectivo naturalmente secundário em relação ao outro). Que ele tenha esse desígnio até se pode aceitar, mas que o seleccionador caucione isto não o tirando de campo, quando deixa de responder em termos físicos (o que é mais que natural para alguém que tem já 39 anos...), é que já não se percebe. Como não se percebe que o Bruno Fernandes e Bernardo Silva, em sub-rendimento neste jogo, também não tenham saído. É que toda a gente viu que a selecção não foi pressionante como deveria ter sido, especialmente no prolongamento, caso tivesse sangue fresco na equipa. E com a qualidade de quem está no banco, é incompreensível que esse refrescamento da equipa não tenha acontecido.
Enfim, iremos defrontar os franceses hoje à noite e, perante o que temos visto, será preciso um milagre para passarmos. Como também era preciso um milagre em 2016. Pode ser que a história se repita.
O Roberto Martínez esteve bem ao voltar ao 4-3-3, a selecção até nem entrou mal no jogo, mas foi-se perdendo ao longo do tempo. E aí, parece que o espírito do Roger Schmidt se abateu sobre o seleccionador. Não só não fez todas as substituições que se exigiam, perante o descalabro físico de alguns jogadores, como ainda por cima, quando as fez, tirou quem até estava a ser dos melhores e a criar perigo (Rafael Leão e, principalmente, Vitinha). Já se sabe que o Cristiano Ronaldo é inamovível enquanto não se atingir o grande objectivo da selecção nacional neste Europeu (ele tornar-se o primeiro, e muito provavelmente único, jogador da história do futebol a marcar em seis Europeus) e teve uma enorme oportunidade de o fazer nesta partida, mas o Oblak defendeu um penalty seu aos 105’. Aliás, as lágrimas do C. Ronaldo no intervalo do prolongamento eram obviamente por causa disto e não pela perspectiva de poder não conquistar o título europeu (objectivo naturalmente secundário em relação ao outro). Que ele tenha esse desígnio até se pode aceitar, mas que o seleccionador caucione isto não o tirando de campo, quando deixa de responder em termos físicos (o que é mais que natural para alguém que tem já 39 anos...), é que já não se percebe. Como não se percebe que o Bruno Fernandes e Bernardo Silva, em sub-rendimento neste jogo, também não tenham saído. É que toda a gente viu que a selecção não foi pressionante como deveria ter sido, especialmente no prolongamento, caso tivesse sangue fresco na equipa. E com a qualidade de quem está no banco, é incompreensível que esse refrescamento da equipa não tenha acontecido.
Enfim, iremos defrontar os franceses hoje à noite e, perante o que temos visto, será preciso um milagre para passarmos. Como também era preciso um milagre em 2016. Pode ser que a história se repita.
domingo, junho 30, 2024
Geórgia – 2 – Portugal – 0
Na passada 4ª feira, aconteceu um descalabro à selecção nacional e, pior ainda, ao nosso António Silva, já que foi ele o responsável directo pelos dois golos da Geórgia. Tentando ver as coisas pelo lado positivo, se havia jogo para falhar no Europeu, era este, dado que já estávamos qualificados para os oitavos-de-final e em 1º lugar do grupo.
O Roberto Martínez, tal como se previa, rodou praticamente a equipa toda, menos o guarda-redes Diogo Costa e, claro, o Cristiano Ronaldo, que ainda não tinha marcado no Europeu e já se sabe que os seus recordes pessoais estão sempre à frente de tudo... Inclusive da racionalidade que seria colocar um jogador de 39 anos a descansar num jogo que não decidia nada... Logo aos 2’, o António Silva fez um passe sem olhar no meio-campo adversário, que deu azo a um contra-ataque bem finalizado pelo Kvaratskhelia. Tínhamos o jogo todo pela frente para dar a volta, mas manifestámos sempre uma lentidão exasperante nas trocas de bola (à semelhança do encontro frente à Rep. Checa, mas ainda para pior) e raramente conseguimos criar perigo.
Na 2ª parte, aos 57’, o António Silva teve uma acção muito imprudente que resultou num penalty, que o Mikautadze concretizou para o 0-2. O Roberto Martínez lá foi fazendo substituições, mas nada resultou na prática. A selecção nunca se encontrou e nenhum dos não-habituais titulares aproveitou verdadeiramente a oportunidade.
Iremos amanhã defrontar a Eslovénia do Oblak nos oitavos-de-final e espera-se que esta táctica dos três centrais seja abandonada de vez. Parece-me que os jogos frente à Rep. Checa e Geórgia foram esclarecedores para isso. A derrota na 4ª feira serviu para arrefecer um pouco os ânimos, o que até poderá jogar a nosso favor. Pode ser que esta descida à terra nos permita melhorar a concentração competitiva e não tomar nada como garantido.
terça-feira, junho 25, 2024
Turquia – 0 – Portugal – 3
E “depois da tempestade veio a bonança”. Vencemos
folgadamente a Turquia no passado sábado e conseguimos já o apuramento para os
oitavos-de-final, no 1º lugar do grupo, logo à 2ª jornada. Se com os checos a
exibição tinha deixado muito a desejar, frente aos turcos, em teoria mais difíceis,
foi exactamente o oposto, com a selecção a voltar ao habitual 4-3-3 e a ganhar sem
espinhas.
Claro que um golo relativamente cedo (21’) do Bernardo Silva e o 2-0 apenas oito minutos depois, num autogolo inacreditável do Akaydin (para mim, com culpas do guarda-redes que não o avisou que não estava na baliza), contribuíram imenso para isso, libertando os jogadores para mostrar toda a sua categoria. A seguir ao intervalo, o 3-0 logo aos 56’ através do Bruno Fernandes fechou definitivamente o jogo para nós. Quanto à Turquia, teve uma boa oportunidade ainda antes do nosso primeiro golo, mas depois foi completamente abafada.
Em termos individuais, destaque para a dupla Bernardo Silva – Bruno Fernandes, que deu show no meio-campo, para o pouquíssimo egoísmo do Cristiano Ronaldo no terceiro golo, a passar a bola ao Bruno Fernandes quando estava sozinho frente ao guarda-redes (foi de tal ordem inusitado, que até o Roberto Martínez elogiou no final do jogo...!), e para o Pepe que, apesar da sua provecta idade, não deixou nenhum turco passar por ele. Palavra igualmente para a estreia de dois dos nossos, António Silva e João Neves, no Europeu e para o Kökçü do outro lado, que só jogou meia parte. Do lado negativo, o Rafael Leão irá falhar a partida frente à Geórgia por ter visto o segundo amarelo, no segundo jogo, pela segunda simulação de uma falta... Comigo, estaria lixado...!
Espera-se rotação da equipa frente à Geórgia e que se estreiem alguns do que ainda não saíram do banco (João Félix e Gonçalo Ramos, por exemplo). Ainda não se sabe quem defrontaremos na fase seguinte, mas esta exibição elevou bastante os nossos níveis de confiança.
Claro que um golo relativamente cedo (21’) do Bernardo Silva e o 2-0 apenas oito minutos depois, num autogolo inacreditável do Akaydin (para mim, com culpas do guarda-redes que não o avisou que não estava na baliza), contribuíram imenso para isso, libertando os jogadores para mostrar toda a sua categoria. A seguir ao intervalo, o 3-0 logo aos 56’ através do Bruno Fernandes fechou definitivamente o jogo para nós. Quanto à Turquia, teve uma boa oportunidade ainda antes do nosso primeiro golo, mas depois foi completamente abafada.
Em termos individuais, destaque para a dupla Bernardo Silva – Bruno Fernandes, que deu show no meio-campo, para o pouquíssimo egoísmo do Cristiano Ronaldo no terceiro golo, a passar a bola ao Bruno Fernandes quando estava sozinho frente ao guarda-redes (foi de tal ordem inusitado, que até o Roberto Martínez elogiou no final do jogo...!), e para o Pepe que, apesar da sua provecta idade, não deixou nenhum turco passar por ele. Palavra igualmente para a estreia de dois dos nossos, António Silva e João Neves, no Europeu e para o Kökçü do outro lado, que só jogou meia parte. Do lado negativo, o Rafael Leão irá falhar a partida frente à Geórgia por ter visto o segundo amarelo, no segundo jogo, pela segunda simulação de uma falta... Comigo, estaria lixado...!
Espera-se rotação da equipa frente à Geórgia e que se estreiem alguns do que ainda não saíram do banco (João Félix e Gonçalo Ramos, por exemplo). Ainda não se sabe quem defrontaremos na fase seguinte, mas esta exibição elevou bastante os nossos níveis de confiança.
sexta-feira, junho 21, 2024
Portugal – 2 – Rep. Checa – 1
Entrámos a ganhar no Euro 2024 com uma enorme vaca na passada 3ª feira. Um golo aos 92’ safou-nos de uma estreia inglória, mas a exibição deixou muito a desejar e é bom que as coisas se alterem para os próximos jogos.
Com uma táctica de três centrais e dois jogadores no onze inicial que, somados, têm 80 anos(!) (é impossível não ser caso único na história de todas as grandes competições futebolísticas), entrámos a passo e a 1ª parte foi uma sensaborona pasmaceira. Os checos fecharam-se a sete chaves lá atrás, com dois autocarros, e nós nunca tivemos engenho e arte para os ultrapassar.
Na 2ª parte, lá acelerámos um pouco, mas foram os checos a inaugurar o marcador aos 62’ pelo Provod, num remate de fora da área, indefensável para o Diogo Costa. A nossa vaca começou logo no golo do empate, um autogolo do Hranac, que aconteceu pouco depois, aos 69’. Nem deu para ficarmos nervosos por estarmos em desvantagem. A entrada do Diogo Jota para o lugar do desinspirado Rafael Leão melhorou as coisas e foi este jogador a meter a bola na baliza já muito perto dos 90’, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo do Cristiano Ronaldo no cabeceamento ao poste, do que resultou a recarga vitoriosa do nº 21. O Roberto Martínez armou-se em Roger Schmidt e fez três substituições aos 90’(!), e foram dois desses jogadores a construírem o golo da vitória aos 92’: jogada de insistência do Pedro Neto na esquerda, novo falhanço do Hranac e remate certeiro do Francisco Conceição. Uma sorte inacreditável!
Houve várias coisas que não correram bem, mas sinceramente esta insistência na titularidade do Cristiano Ronaldo, com 39 anos, parece-me o maior problema. Não sei se é culpa dele, se são ordens do treinador ou se os colegas simplesmente ficam condicionados, mas parece que, com ele em campo, a primeira preocupação da equipa são os seus recordes. Já é o único jogador a participar em seis Europeus. Aparentemente ninguém irá descansar enquanto não for o único jogador a marcar em seis Europeus. Primeiro os seus recordes, depois os objectivos da selecção. Pode nem ser assim, mas francamente é o que dá impressão. Há um lance na 2ª parte em que o Bernardo Silva está em óptima posição para rematar e a preocupação foi colocar a bola no C. Ronaldo... Sintomático! É indiscutível que o C. Ronaldo é um dos melhores jogadores de todos os tempos, mas sempre foi um eucalipto e continuará sempre a ser até acabar a carreira. Que, por este andar, deve ser quando tiver 60 anos... It’s all always about him...!
A selecção precisa de se libertar das amarras de jogar para o C. Ronaldo. Porque ele não vai conseguir sozinho resolver este Europeu a nosso favor. Até pode ainda conseguir resolver um jogo ou outro (duvido, mas pronto...), mas para a totalidade da competição é preciso que os outros também entrem em campo... Coisa que parece que não acontece quando ele lá está.
quinta-feira, maio 23, 2024
Roger Schmidt – o erro iminente
O Presidente Rui Costa irá fazer o balanço da época hoje à noite e, aparentemente, prepara-se para anunciar a pior decisão do seu mandato e aquela que o irá marcar indelevelmente: a continuidade do Roger Schmidt. Estou perfeitamente à vontade para falar de um assunto como este, porque a vantagem de já andar nisto dos blogs há mais de duas décadas é que já acertei no passado (contra todas as probabilidades e a opinião da maioria dos benfiquistas), como também (felizmente!) já errei clamorosamente. No entanto, neste caso, temo bem que não vá errar e, se o fizer, será com ENORME alegria que virei aqui no final da próxima época fazer o mea culpa.
Posto isto, vamos às razões pelas quais a continuidade do actual treinador será um erro colossal:
1) Ao contrário de 2013, a equipa esteve longe de jogar bom futebol, ser a melhor do ano e comandar o campeonato quase até ao fim. Também não chegou a uma final europeia, cometendo a proeza de ser eliminada pelo 9º classificado do campeonato francês, depois de uma miserável e vergonhosa exibição na 2ª mão. E também não chegou a uma final da Taça de Portugal.
2) Não se nota evolução nenhuma (bem pelo contrário!) no desempenho da equipa em relação ao ano passado. Sendo mais claro: é evidente que regredimos. Sim, ficámos sem dois titulares que não tiveram substitutos à altura (Grimaldo e Gonçalo Ramos), mas na globalidade o plantel tinha mais opções do que no ano passado. Se não houve tanta rotação, foi porque o treinador não quis. (Por exemplo, pagámos 1M€ a mais para o Rollheiser vir já em Janeiro. Para quê...?!)
3) O Roger Schmidt não tem plano B. E mesmo o A, sem Grimaldo e Gonçalo Ramos, deixou de funcionar como no ano passado. Basta só pegar nos jogos contra os adversários directos e ver como levámos banhos tácticos na maior parte deles:
a) Na Supertaça, sem ponta-de-lança, poderíamos ter chegado ao intervalo com o troféu perdido. Isso só não aconteceu graças à aselhice do pior CRAC dos últimos 40 anos.
b) Na Luz, frente ao CRAC, vimo-nos e desejámo-nos para derrotá-los por 1-0, apesar de termos jogado 70’(!) em superioridade numérica. (Escrevi na altura: “se fosse ao contrário (expulsão nossa aos 20’), teríamos sido completamente atropelados”. Parecia que estava a adivinhar a 2ª volta...).
c) Frente à lagartada na Luz, estávamos a levar um banho de bola, até acontecer aquele milagre na compensação, mas duvido que ele tivesse sucedido se eles não estivessem também com 10 jogadores...
d) Em Mordor, cometemos a enorme façanha de conseguir levar 5 do pior CRAC nos últimos 40 anos... Sem comentários.
4) O nosso treinador achou que seria boa ideia jogar na mesma semana no WC (para a Taça) e em Mordor com o... João Mário no meio-campo! E o Florentino no banco. Porque, claro, contra equipa menores e em jogos fáceis, não era preciso ter o único jogador do plantel que corre atrás dos adversários e não os deixa respirar até recuperar a bola, certo...?! (Sim, o João Neves também faz um pouco isso, mas não é a mesma coisa, além de que é um desperdício não o ter mais à frente).
5) Jogámos 120’ em Marselha e fazemos... duas substituições (eles fizeram as seis, como é óbvio). A terceira foi no final da 1ª parte do prolongamento e quase pode ser considerada de recurso. A isto, junta-se a rábula das substituições aos 88’, repetidas n vezes ao longo da época, para tentar mudar os acontecimentos. Ou as também inúmeras vezes em que as coisas não correram bem e não se esgotámos as substituições. E isto tudo, repito, com um plantel melhor do que no ano passado.
6) O Arthur Cabral está longe de ser um Gonçalo Ramos, teve um início tenebroso no Benfica, mas, quando começou a marcar golos com regularidade, o Roger Schmidt achou que era boa ideia ir a Guimarães, num dia de temporal, jogar com o Rafa e Di María na frente, e ele no banco... Quando o meteu na 2ª parte, salvou-nos da derrota, mas nunca mais recuperou aquele momentum. Ora, se há uma regra básica de bom-senso no futebol, é que não se tira da equipa um avançado que está numa senda positiva a marcar golos...
7) A campanha europeia foi uma vergonha e desonrou o prestígio do clube. Na da Champions, é melhor até nem falar, dado que nos safámos do último lugar com um golo de calcanhar na compensação do último jogo. Na Liga Europa, tínhamos uma oportunidade de ouro para chegar pelo menos até às meias-finais, mas deitámo-la pela janela daquele modo vergonhoso em Marselha.
8) É só ver o histórico do Roger Schmidt como treinador. Nunca conseguiu terminar a terceira época num clube. Das duas vezes que a iniciou (Leverkusen e Beijing Guan) foi despedido durante o decorrer da mesma. Tem tudo para ser diferente desta vez, sem dúvida...!
9) Um treinador do Benfica não pode levar 5 na casa de um rival e dizer no fim que não tem de pedir desculpa aos adeptos. Um treinador do Benfica não pode dizer aos adeptos para ficarem em casa e não irem aos jogos (por muito acéfalos que sejam alguns deles). Um treinador do Benfica não pode chegar ao fim de uma época em que só ganhou a Supertaça, foi eliminado da Taça da Liga pelo Estoril, fez a campanha europeia que fez, terminou a 10 pontos do 1º lugar no campeonato e dizer que... foi uma boa época! Isto é não perceber nada do que é o Benfica. Eventualmente, tudo isto também é culpa da comunicação (ou falta dela) do clube, mas para quem já cá está há dois anos, esperar-se-ia que já tivesse percebido um pouco melhor o que é o clube.
10) Termino com um exemplo singelo, que poderá ser considerado menor, mas bastante representativo na minha opinião da razão pela qual o Roger Schmidt não deveria continuar no Benfica. É principalmente por causa de decisões totalmente incompreensíveis e eivadas de falta de lógica como esta: Benfica – Vizela, jogo no meio da eliminatória europeia com o Toulouse, em que tínhamos ganho 2-1 na 1ª mão (portanto, não estava obviamente decidida); sete meses de época já decorridos; 5-0 ao intervalo; Rollheiser e Prestianni no banco; para a 2ª parte, sai Rafa e entra... Di María! Duas palavras: POR-QUÊ?!?!
Em conclusão: o ideal é ter um treinador que veja mais à frente, que perceba as coisas ainda antes de elas acontecerem, que consiga tirar coelhos da cartola que a maioria das pessoas (porque não está “lá dentro” e não “trabalha todos os dias com os jogadores”) não vê logo, que consiga encontrar estratégias diferentes perante adversários diferentes, mas eu até nem vou por aí. Acho que o mínimo dos mínimos é ter um treinador que veja o que todos vêem. E infelizmente temos um tipo de treinador que é o total oposto disso: é o único a não ver o que todos vêem! Junte-se a isso ao facto de ter uma grande parte dos adeptos contra ele e estão criadas as condições para uma temporada que só muito dificilmente não correrá terrivelmente mal, caso ele infelizmente continue. OXALÁ me engane!
a) Na Supertaça, sem ponta-de-lança, poderíamos ter chegado ao intervalo com o troféu perdido. Isso só não aconteceu graças à aselhice do pior CRAC dos últimos 40 anos.
b) Na Luz, frente ao CRAC, vimo-nos e desejámo-nos para derrotá-los por 1-0, apesar de termos jogado 70’(!) em superioridade numérica. (Escrevi na altura: “se fosse ao contrário (expulsão nossa aos 20’), teríamos sido completamente atropelados”. Parecia que estava a adivinhar a 2ª volta...).
c) Frente à lagartada na Luz, estávamos a levar um banho de bola, até acontecer aquele milagre na compensação, mas duvido que ele tivesse sucedido se eles não estivessem também com 10 jogadores...
d) Em Mordor, cometemos a enorme façanha de conseguir levar 5 do pior CRAC nos últimos 40 anos... Sem comentários.
segunda-feira, maio 20, 2024
Despedida triste
Empatámos (1-1) em Vila do Conde frente ao Rio Ave no último jogo do campeonato na passada 6ª feira e terminámo-lo a dez pontos do 1º lugar da lagartada. Com esta distância pontual, é difícil argumentar que demos luta até ao final, especialmente porque quando somos nós a ganhar, em geral, é só na última jornada.
Com o Rafa e o Di María de fora, o Roger Schmidt apresentou uma equipa cheia de alterações. Mesmo assim, dominámos grande parte da partida, fizemos o 1-0 aos 32’ pelo Kökçü, depois de uma assistência do Tengstedt, que acabou por receber o prémio de “homem do jogo”... É justo desde que consideremos que um avançado deve saber fazer tudo, menos... rematar à baliza! É que, sempre que teve ocasião para isso, a bola acertou invariavelmente no peito do guarda-redes... Tivemos outras ocasiões, mas revelámos a inépcia habitual nesta temporada, quando se tratou de meter a bola dentro da baliza. E aconteceu o que é normal nestes casos, ou seja, sofrermos o golo do empate, num penalty bem escusado do Florentino (mão na bola numa disputa de cabeça num canto) em cima dos 90’. O jogo ficou igualmente marcado pelas estreias absolutas do Gustavo Varela e Prestianni, e o argentino teve um remate perigoso já depois do empate, que o guarda-redes foi buscar ao canto da baliza.
Há muito para dizer sobre esta temporada, mas sinceramente a vontade não é muita. Aliás, a perspectiva de inacreditavelmente continuarmos com o Roger Schmidt para o ano é deveras assustadora. Não só isto correu como correu este ano, como na carreira dele foi sempre despedido na terceira época no mesmo clube... Teme-se o pior!
quarta-feira, maio 15, 2024
Despedida do Rafa
Goleámos o Arouca no domingo por 5-0 no último jogo do Rafa na
Luz. Com a classificação fechada, o interesse do jogo cingia-se a esse facto e,
com um bis, acabou por ser uma boa despedida do nº 27. O Arouca fez um bom
campeonato, mas não confirmou neste jogo o mérito de ir terminar em 7º lugar.
Com o Arthur Cabral e o Marcos Leonardo lesionados, o Rafa jogou na frente apoiado pelo Kökçü. O próprio teve duas boas ocasiões logo no início, mas atirou por cima numa delas e permitiu um desvio importante ao Arruabarrena na segunda. O João Mário, assistido pelo Rafa, desviou uma bola ao poste, antes de o Di María fazer o 1-0 de penalty aos 25’ a castigar mão na bola de um adversário, depois de um cruzamento do João Mário. O argentino ainda tentou oferecer o penalty ao Rafa, mas este tem, de facto, um feitio muito especial e recusou... Aos 27’, todo o público da Luz se levantou para aplaudir o Rafa, mas este nem esboçou reacção... Aos 32’, aumentámos para 2-0 com novo penalty, desta feita por derrube do guarda-redes ao Kökçü, que o próprio turco marcou com sucesso. Em cima do intervalo, surgiu o tão desejado golo do Rafa apareceu, num bom remate já dentro da área ao ângulo da baliza. Grande festa no estádio, mas o Rafa fez um festejo normal...
Com o jogo ganho ao intervalo, não poderíamos ter entrado melhor na 2ª parte, com o bis do Rafa aos 46’, a rodar bem sobre um defesa, manter o equilíbrio e picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída, fazendo o 4-0. Ao igualar o Pizzi na lista dos melhores marcadores do Benfica, festejou fazendo a continência característica do seu amigo. Por volta a hora de jogo, o Di María fez um golo absolutamente genial, num chapéu ao guarda-redes, mas foi anulado por fora-de-jogo do Rafa no início da jogada... O jogo já estava decidido, eu acho que, a bem do futebol, deveria ter sido deixado passar...! O Schmidt começou a fazer substituições e foi o Tengstedt, acabadinho de entrar, a fechar o resultado aos 77’, contornando bem o guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo Rafa. Aos 86’, saída do Rafa para a grande ovação final, retribuída por este por um bater de palmas ao público. Qualquer outro jogador provavelmente emocionar-se-ia, mas não o Rafa... No último minuto, ainda deu para o Rollheiser falhar um golo feito, atirando ao lado à saída do guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo também entretanto entrado Tiago Gouveia.
Destaque individual óbvio para o Rafa, com dois golos e uma assistência. Iremos ter saudades dele, nomeadamente da sua velocidade. Mas aquele feitio está muito longe de ser típico de um jogador de futebol... O resto da equipa exibiu-se a um nível aceitável, mas o adversário deu menos luta do que se esperava.
Fecharemos esta temporada triste em Vila do Conde na última jornada, ainda sem sabermos se irá ser o último jogo do Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Será bastante arriscado se ele continuar e, se as coisas começarem a correr mal (e o histórico do treinador nas terceiras épocas nos clubes não é nada famoso...), a própria continuidade do Rui Costa estará certamente em causa. Para mim, a decisão seria óbvia, mas esse balanço far-se-á no final do campeonato.
Com o Arthur Cabral e o Marcos Leonardo lesionados, o Rafa jogou na frente apoiado pelo Kökçü. O próprio teve duas boas ocasiões logo no início, mas atirou por cima numa delas e permitiu um desvio importante ao Arruabarrena na segunda. O João Mário, assistido pelo Rafa, desviou uma bola ao poste, antes de o Di María fazer o 1-0 de penalty aos 25’ a castigar mão na bola de um adversário, depois de um cruzamento do João Mário. O argentino ainda tentou oferecer o penalty ao Rafa, mas este tem, de facto, um feitio muito especial e recusou... Aos 27’, todo o público da Luz se levantou para aplaudir o Rafa, mas este nem esboçou reacção... Aos 32’, aumentámos para 2-0 com novo penalty, desta feita por derrube do guarda-redes ao Kökçü, que o próprio turco marcou com sucesso. Em cima do intervalo, surgiu o tão desejado golo do Rafa apareceu, num bom remate já dentro da área ao ângulo da baliza. Grande festa no estádio, mas o Rafa fez um festejo normal...
Com o jogo ganho ao intervalo, não poderíamos ter entrado melhor na 2ª parte, com o bis do Rafa aos 46’, a rodar bem sobre um defesa, manter o equilíbrio e picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída, fazendo o 4-0. Ao igualar o Pizzi na lista dos melhores marcadores do Benfica, festejou fazendo a continência característica do seu amigo. Por volta a hora de jogo, o Di María fez um golo absolutamente genial, num chapéu ao guarda-redes, mas foi anulado por fora-de-jogo do Rafa no início da jogada... O jogo já estava decidido, eu acho que, a bem do futebol, deveria ter sido deixado passar...! O Schmidt começou a fazer substituições e foi o Tengstedt, acabadinho de entrar, a fechar o resultado aos 77’, contornando bem o guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo Rafa. Aos 86’, saída do Rafa para a grande ovação final, retribuída por este por um bater de palmas ao público. Qualquer outro jogador provavelmente emocionar-se-ia, mas não o Rafa... No último minuto, ainda deu para o Rollheiser falhar um golo feito, atirando ao lado à saída do guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo também entretanto entrado Tiago Gouveia.
Destaque individual óbvio para o Rafa, com dois golos e uma assistência. Iremos ter saudades dele, nomeadamente da sua velocidade. Mas aquele feitio está muito longe de ser típico de um jogador de futebol... O resto da equipa exibiu-se a um nível aceitável, mas o adversário deu menos luta do que se esperava.
Fecharemos esta temporada triste em Vila do Conde na última jornada, ainda sem sabermos se irá ser o último jogo do Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Será bastante arriscado se ele continuar e, se as coisas começarem a correr mal (e o histórico do treinador nas terceiras épocas nos clubes não é nada famoso...), a própria continuidade do Rui Costa estará certamente em causa. Para mim, a decisão seria óbvia, mas esse balanço far-se-á no final do campeonato.
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"Esse mundo de fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isso levou logo a falar-se do Assommoir, de Zola e do realismo: e o Alencar imediatamente limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que não se discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura latrinária. Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então, que não se mencionasse o excremento!"
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Bruno Lage ou o prego no caixão - Mais logo deverá ser oficialmente anunciado o nome de Bruno Lage como o próximo treinador do Benfica. Armei-me em Zandinga no final de Maio e, infelizmen...Há 1 semana
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