origem

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Benfica - 4 - AD Oliveirense - 1

Confesso que foi das poucas vezes que saí do estádio com um sabor amargo na boca depois de uma vitória. Tive a experiência do que é ser adepto do clube regional e ganhar os jogos com "intervençãozinha arbitral". Posso dizer que é uma sensação bastante desagradável e é precisamente isto que nos separa dos adeptos do clube regional, que não se importam (gostam mesmo) de ganhar humilhando o adversário e com a ajuda do árbitro para ser tudo mais fácil. Os adeptos do Glorioso são diferentes e a prova disso são os poucos aplausos que dispensaram à equipa no fim do jogo e os comentários que fui ouvindo na bancada ao desenrolar dos acontecimentos. Poucos benfiquistas gostam de ganhar "ajudados". Todavia, uma coisa é ver os jogos ao vivo e outra é tirar dúvidas na televisão. In loco, não tive dúvidas que o 1º penalty é bem assinalado, no 2º tive dúvidas, o 3º achei claramente forçado e não me pareceu que a bola tivesse entrado no nosso 2º golo. Através da televisão confirmei que o 1º penalty o é de facto, o 2º também, no 3º fiquei com dúvidas e o 2º golo é bem validado. Conclusão: fomos provavelmente beneficiados no 3º penalty. O árbitro marcou mais de um penalty num jogo e depois? Se dois deles existiram de facto, qual é o problema? Na televisão, verifica-se que o árbitro só tem provavelmente um erro grave nos lances capitais, o que comparado com os supostos três erros graves que me pareceram ao vivo já não é mau.

Mas o essencial a reter talvez seja, mais uma vez, a paupérrima exibição que fizemos. Com uma série de jogadores em má forma (Simão, Karadas, Sokota, Fyssas) e outros lesionados torna-se difícil ganhar mesmo a uma equipa da 3ª Divisão. De positivo, a confirmação que o Alcides tem potencial para ser mesmo reforço, a velocidade do Carlitos (que nos deu dois penalties) e a nossa reacção na 2ª parte e no prolongamento. Apesar de tudo lutámos, mas aos jogadores do Glorioso SLB exige-se outras qualidades para além da combatividade. No entanto, quando temos um treinador que passa a vida a dizer que o "importante é não perder" não podemos ter grandes veleidades em relação às nossas exibições.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Benfica - 1 - Penafiel - 0

Vitória justa num jogo sem Miguel, Luisão, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes e Nuno Gomes, ou seja, cinco titulares indiscutíveis. Para além disto, também "não tivemos" o Simão e o Petit, que fizeram dois piores jogos que tenho visto pelo Benfica, embora o Petit me pareça em condições físicas precárias. O jogo nem chegou a ser sofrido, porque o perigo que o Penafiel criou foi pouco ou nenhum. De positivo, a estreia do Alcides embora seja preciso vê-lo num jogo "a sério". Mas apesar destas contingências todas continuamos a jogar muito pouquinho. Nos 30 minutos iniciais jogámos bastante bem, mas depois voltou a monotonia habitual. A história dos ovos e omeletes é verdadeira e aplicável, mas jogarmos invariavelmente só meia-parte (e às vezes nem isso) é difícil de entender. Esperemos que, quando os lesionados voltarem, possamos jogar "para ganhar" em vez de "o importante ser não perder". Estamos no Natal e é este o meu desejo, ouviu Sr. Trapattoni? Mude o discurso e a atitude e pode ser que cheguemos a algum lado.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Afinal, só perdemos um ponto...

Claro que a falta de cinco (!) titulares indiscutíveis, incluindo três dos quatro defesas, faz mossa. Claro que quando a dupla de centrais é constituída por Argel e Amoreirinha não se podem esperar milagres (que, curiosamente, acontecem aos outros, que defrontam equipas obscuras colombianas em finais em vez de equipas reputadas da Argentina ou Brasil, e mesmo assim têm que ganhar nos penalties). Claro que o Simão tem direito a ter dias menos bons. Mas o que é inadmissível é o Benfica ter um treinador que diz estas duas "pérolas" no flash interview da Sport TV no final dos 4-1 no Restelo: "depois do 2-0, o jogo já estava perdido" e "com tantos titulares de fora o mais importante era não perder". Ficámos todos a saber que, afinal, só perdemos um ponto, porque segundo o nosso treinador o empate já era um bom resultado.

Voltamos a bater na mesma tecla: com este tipo de discurso como é que os jogadores do Benfica podem mostrar motivação e vontade de alterar resultados adversos? Percebeu-se perfeitamente na 2ª parte que os jogadores estavam descrentes na possibilidade de conseguir inverter o rumo do jogo. Quando o próprio treinador diz que dois golos de diferença, ainda na 1ª parte, são irrecuperáveis. Meu caro senhor Trapattoni: o único resultado que é bom para o Benfica é a vitória! Sempre foi e sempre será. Não quer dizer que a possa conseguir sempre, mas tem que lutar sempre por ela, mesmo que esteja a perder por dois, três ou quatro. Veja se mete de uma vez por todas na cabeça que o historial do Benfica não permite que se entre em campo com a ideia de que "o importante é não perder"! E que os sócios e adeptos não vão ficar satisfeitos, como o senhor provavelmente ficaria, se chegarmos ao fim do campeonato com mais 20 pontos do que temos agora, resultantes de 20 empates consecutivos, porque "o importante é não perder"...

Será que o Pai Natal não nos pode pôr o Camacho no sapatinho?

terça-feira, dezembro 07, 2004

Onde fica o ombro?

Ganhámos por 2-1 ao Estoril num jogo de bastante sofrimento e finalmente aproveitámos na íntegra (que é como quem diz, ganhando 3 pontos) um deslize do clube regional. Já há bastante tempo que isto não acontecia, mas alguma vez teria de ser. Continuamos a jogar muito pouco, estamos cada vez mais Simão-dependentes e a malapata das lesões parece não ter fim (dos titulares indiscutíveis já só falta o Simão magoar-se), mas ao menos regressámos às vitórias.

De qualquer maneira, o que mais vai ficar lembrado do jogo de ontem é que assistimos a uma das piores arbitragens de que há memória. Este jogo deveria ser mostrado a todos os candidatos a árbitros para lhes mostrar o que é apitar sem classe. O Estoril passou a maior parte do tempo a dar sarrafada, o Simão e o Zahovic foram violentamente derrubados em lances de possível contra-ataque e cartões amarelos nem vê-los. O Manuel Fernandes é agredido sem bola, responde, é expulso e o jogador do Estoril fica impune. Cada vez que o Karadas saltava à bola era falta atacante. Mas a grande discussão é sobre o penalty a nosso favor. Tenho algumas perguntas a este respeito: onde fica o ombro? Ficará no cotovelo, no braço ou na mão? O jogador do Estoril tocou ou não no Karadas? Se fosse no meio-campo era apitada falta ou não? É claro que o Karadas se aproveitou da situação e caiu de forma aparatosa, mas o que é certo é que foi desviado pelo adversário e não foi pelo ombro deste. Ao menos, neste caso, o árbitro não errou.

sábado, dezembro 04, 2004

clube regional - 0 - Beira-Mar - 1!!!

He, he, he, he, he! O clube regional teve a segunda derrota consecutiva em casa, algo que eu nunca me lembro de ter acontecido. O Beira-Mar, que convém recordar não ganhava há oito (!) jogos, foi triunfar no Dragon. O árbitro, coitado, num acto bastante corajoso lá arriscou ter que ser ouvido também pela juíza e conseguiu considerar uma simulação (expulsando com duplo amarelo) de um jogador aveirense uma jogada em que este foi derrubado, quando se ia isolar para a baliza do clube regional. Mas nem mesmo assim o clube das riscas conseguiu dar a volta ao resultado. Depois da alegria vespertina, com o presidente do clube regional a ser constituído arguido, todos os desportistas tiveram outra inesperada satisfação na noite de hoje. É o que se chama um dia perfeito!

P.S. - Será que é desta que o Glorioso aproveita uma escorregadela do clube acima citado para anular a diferença pontual? Cada vez mais me convenço que, se tivéssemos o Camacho, chegaríamos ao fim da primeira volta praticamente campeões!

Finalmente arguido!

Será desta? Sinceramente duvido... Como se diz aqui, no post Os campeões, "quando se acusa alguém sério e honesto, parece-me que quem estará mais interessado em esclarecer as coisas será o acusado, para que não restem dúvidas quanto à seriedade e honestidade que são postas em causa". No caso do presidente do clube regional, que foi hoje detido para interrogatório, nunca houve esta preocupação. Até que hoje foi a juíza, elle-même, a querer ouvi-lo. Pode ser que o que TODA a gente sabe, que o clube regional tem vindo a ser favorecido de forma ESCANDALOSA pelos árbitros durante os últimos 20 anos, seja finalmente provado e que os culpados sejam colocados onde merecem. Mas o mais certo é acontecer o que acontece invariavelmente no nosso país, ou seja, a montanha parir um rato. Todavia, a esperança é a última a morrer e desejamos todos ardentemente que esteja a mudar alguma coisa para que a pouca vergonha acabe de vez. Ou será que ainda há alguém que pense que um certo clube ser sistematicamente beneficiado pelas arbitragens é pura coincidência?

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Beveren - 0 - Benfica - 3

Facto #1 - O Benfica precisava, pelo menos, do empate para conseguir a qualificação para os 16avos de final da Taça Uefa;
Facto #2 - O Benfica tinha, à partida para o jogo, um golo de vantagem e o Estugarda seis. Sendo o critério de desempate a diferença de golos, se o Benfica ganhasse ao Beveren por 6-0 ficaria com um golo de vantagem em relação ao Estugarda. Ou seja, o Estugarda teria de ganhar por mais de um golo ao Zagreb na última jornada. Se ganhássemos por 7-0, o Estugarda teria de ganhar por mais de dois e assim sucessivamente;
Facto #3 - Ganhar por 6-0 seria complicado, mas o Beveren tinha perdido 5-1 com o Estugarda e 6-1 com o Dínamo Zagreb. Para além do mais, a partir dos cinco minutos ficámos a jogar contra 10 com a expulsão do guarda-redes;
Facto #4 - A diferença entre ficar em 1º ou 2º lugar no grupo é a diferença entre apanhar equipas como presumivelmente Basileia, Besiktas, Club Brugges, Sochaux, Villareal, Auxerre e Zenit ou Liverpool, Real Madrid, Ajax, Fenerbahçe, Panathinaikos, Celtic e Valência;
Facto #5 - Durante a 1ª parte criámos oportunidades mais do que suficientes para fazer até mais que seis golos, mas na 2ª inexplicavelmente deixámos de jogar;
Facto #6 - A não ser que o Estugarda não ganhe o jogo com o Dínamo de Zagreb (o que, relembrando o que o Zagreb jogou na Luz, irá ser bastante difícil de acontecer), lá ficaremos no 2º lugar.

A minha pergunta é: porque é que não tentámos, nomeadamente na 2ª parte, marcar mais golos? Porque é que passámos o tempo todo a jogar para o lado e para trás? Mesmo a jogar a passo, não poderíamos ter sido um pouco mais objectivos na procura do golo? Será que é assim tão indiferente ficar em 1º ou 2º? Ganhámos por 3-0, mas convém não esquecer que a equipa deles é muito fraca e que jogámos contra 10 praticamente o jogo todo. Parece que estamos sem alegria a jogar e, quando estamos em vantagem no marcador, nos esquecemos que o objectivo de um jogo de futebol continua a ser meter a bola na baliza adversária. A jogar desta maneira não entusiasmamos ninguém e o pior é que não estou a ver ganharmos algum título. Mas espero bem que me engane...