origem

domingo, outubro 30, 2005

Injustiça na Figueira da Foz

É uma frase feita, mas é verdade: se houvesse justiça no futebol, o Benfica teria ganho o jogo contra a Naval. Como não há, tivemos que nos contentar com um empate 1-1 depois de sofrermos um golo (irregular) a 20 minutos do fim. Quando ouvi a equipa inicial fiquei um pouco apreensivo, já que, perante a ausência do Simão e Geovanni, o Koeman optou por utilizar dois defesas (João Pereira e Léo) na posição de extremos. Em teoria entrámos com seis defesas em campo, mas o tipo de futebol que praticámos desmentiu todos os receios defensivos que os adeptos pudessem ter. É claro que se notou a falta do Simão e Geovanni (não nos esqueçamos que, juntamente com a falta do guarda-redes, a do Miccoli e ainda com o Karagounis no banco, estavam cinco titulares de fora), mas estamos de facto a jogar muito bem. Fomos superiores durante quase toda a partida e só não ganhámos por manifesta infelicidade (e, já agora, um dedinho da arbitragem).

Para além da falta dos jogadores referidos, ainda nos tivemos que deparar com um dilúvio, que já não acontecia há dois anos. Sim, o campo estava igual para os dois, mas é óbvio que a equipa mais prejudicada é aquela que tem que construir lances atacantes. Ainda assim, na 1ª parte tivemos uma ocasião claríssima de golo quando o Anderson atira por cima da barra a dois (!) metros da baliza, depois de um remate do Nuno Gomes na sequência de um livre do Manuel Fernandes, que o guarda-redes defendeu com dificuldade para a frente. A Naval também teve uma boa oportunidade, com um remate de cabeça ao lado, na única falha do Nélson em toda a partida, quando se deixou antecipar por um adversário.

Na 2ª parte jogámos com maior velocidade e, com as entradas do Mantorras e Nuno Assis (não percebi a saída do Karyaka, que até nem estava a ser dos piores, e a manutenção do João Pereira na equipa), fomos ainda mais pressionantes. Só que o balde de água fria surgiu aos 70 minutos. Numa inacreditável perda de bola do Petit a meio-campo, a Naval faz um contra-ataque e o Bruno Fogaça (de longe, o melhor jogador deles) é lançado em velocidade, só que está ligeiramente adiantado em relação ao Anderson. Curiosamente (ou talvez não…) o fiscal-de-linha do Sr. António Costa nada assinala e a Naval marca num lance em que o Anderson é mal batido pelo Fogaça (com a simulação deste, sai disparado pela linha-de-fundo e dá o interior do campo a um jogador esquerdino no lado direito do ataque; duvido que o Ricardo Rocha, que tinha sido substituído, tivesse permitido isto) e em que a bola ressalta num jogador nosso e passa por baixo das pernas do Rui Nereu (que, caso contrário, estou convencido teria defendido com o pé). No entanto, felizmente temos um defesa como o Nélson e um ponta-de-lança como o Nuno Gomes. O primeiro é um perigo sobre a linha e centra como poucos, e o segundo está numa forma fantástica e já tem nove golos em nove jogos. Ambos impediram aquilo que teria sido uma das maiores injustiças que já se teria visto em jogos de futebol. Até ao fim da partida a nossa pressão foi enorme e ainda tivemos oportunidades para ganhá-la, mas infelizmente não o conseguimos. Deste modo, não aproveitámos o deslize do clube regional, que empatou em casa com o V. Setúbal, para o ultrapassar na classificação (de qualquer maneira, a diferença na forma como nós e eles acabámos os respectivos jogos foi directamente proporcional à diferença entre o desportivismo e o clube regional).

Resta agora descansarmos bem e recuperarmos o Simão e o Quim para o decisivo jogo da próxima 4ª feira frente ao Villarreal. Ainda por cima, o Manchester está numa fase péssima (perdeu 4-1 frente ao Middlesbrough neste fim-de-semana) e não deve ganhar na casa do Lille. Assim sendo, e como as quatro equipas estão todas muito próximas (2, 3, 4 e 5 pontos), todas elas ainda devem ter possibilidades de qualificação para os oitavos-de-final depois desta jornada. Por causa disto, estes três pontos são importantíssimos para nos tornarmos um dos favoritos a este objectivo. Espero que os benfiquistas tenham consciência disto e não repitam a vergonhosa assistência do jogo contra o Lille. Estamos a jogar um futebol como já não se via há uns bons anos pelo que a equipa mais que merece que o estádio esteja cheio.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Azeite Gabriel (Instantâneos I)

A dizer mal do Benfica desde (pelo menos) 1982...



(Para além das relíquias dos resumos em si, uma das curiosidades deste projecto – que será objecto de um post com um update muito proximamente - é poder recordar o aspecto destas grandes figuras do nosso meio audiovisual há 20 anos atrás)

quinta-feira, outubro 27, 2005

O capitão

Estava com bastante receio deste jogo para a Taça contra o Leixões, por várias razões: vimos de uma série de jogos consecutivos de três em três dias; o Leixões adiou o seu jogo do campeonato no passado fim-de-semana e estaria supostamente mais fresco do que nós; como era contra uma equipa da Liga de Honra, havia a possibilidade de o Benfica relaxar e achar que o jogo seria mais fácil; a maioria dos jogadores titulares não iria jogar de início; como estamos num bom momento no campeonato e Liga dos Campeões poderíamos tender a desprezar um pouco a Taça de Portugal. Só que felizmente temos... Simão!

No entanto, entrámos bem no jogo e foi com naturalidade que chegámos ao golo, aliás, a um golaço do Simão que fez um chapéu por cima do guarda-redes. Já antes o Mantorras tinha-se isolado e caído na área num despique com um defesa num lance que me deixou algumas dúvidas. A seguir ao golo, uma grande defesa do guarda-redes impediu que o Karagounis se estreasse a marcar pelo Benfica. No entanto, nunca conseguimos controlar completamente o meio-campo, apesar de o Leixões não ter propriamente criado situações claras de golo. Só que os adversários tinham liberdade de manobra quase até à nossa grande-área, demonstrando que o Petit faz muita falta à equipa, já que o Beto fez uma 1ª parte muito má e não foi o trinco que precisávamos. Aliás, foi numa falta escusada dele (dominou mal uma bola e ajeitou-a com a mão) que o Leixões chegou ao empate na sequência de um livre perto da linha lateral. Um golo que foi um grande frango do Rui Nereu, que não estica o braço e deixa a bola passar-lhe por cima. Sem ter criado perigo, o Leixões chegou ao intervalo empatado.

Na 2ª parte o Leixões deu o berro em termos físicos, o que é muito estranho dado que não jogavam há 15 (!) dias, e começou a fazer faltas sucessivas que quebraram o ritmo da partida. Quanto a nós, só melhorámos com as entradas do Nuno Gomes e Karyaka. Este falhou duas boas oportunidades antes de a cinco minutos o Simão ter resolvido mais um jogo a nosso favor com um golo monumental fora-da-área. Como disse o Trapattoni no ano passado, “graças a Deus que temos o Simão”! O destaque do jogo vai inteirinho para ele, demostrando mais uma vez que é um jogador insubstituível no nosso plantel (nem quero pensar o que sucederá se ele sair em Janeiro...). Jogando bem ou mal, de uma coisa não pode ser acusado: falta de empenho. Aquela camisola chega ao fim do jogo, seja contra a Oliveirense ou seja contra o Manchester United, sempre ensopada em suor. Faz lembrar o João Pinto que, enquanto esteve no Benfica, também nunca vi fazer um frete em campo. E o que é um capitão senão um jogador destes que dá sempre tudo pela camisola que representa e é um exemplo para os companheiros? (Só no clube diferente é que um capitão tenta separar companheiros desavindos num treino e acaba por agredir um deles a soco; ainda bem que nós somos um clube igual). O Manuel Fernandes demonstrou mais uma vez a sua boa forma e o Léo que é bom jogador e em condições normais (ou seja, se não apanharmos muitas vezes o Lucílio Baptista) é dele o lado esquerdo da defesa. Quanto ao resto toda a equipa esteve num nível sofrível: o Rui Nereu teve culpas no golo, mas não teve que fazer nenhuma defesa digna desse nome; o João Pereira, o Beto e o Mantorras não são o Nélson, o Petit ou o Nuno Gomes; o Anderson teve uma falha imperdoável a 10 minutos do fim (deixando-se bater e fazendo com que o adversário se isolasse) que nos ia custando muito caro; o Carlitos continua a não existir (neste momento é um caso perdido e terá de rodar num outro clube para ver se recupera a confiança e demonstra que pode ser útil no futuro, ou então que vai engrossar o rol de “grandes promessas não concretizadas do futebol português”); o Karagounis tem muita classe, mas continua em má forma física. Na ausência do Miccoli, o Karyaka é definitivamente uma opção a ter em conta, porque cria sempre muito perigo na grande-área contrária com as suas entradas vindo detrás e respectivos remates, além de dar muito mais apoio ao ponta-de-lança que o grego.


Na 2ª parte demos sempre a ideia que estávamos à espera do momento certo para a estocada final e livrámo-nos mesmo a tempo de um prolongamento que seria muito prejudicial nesta altura da época. Enfim, não foi brilhante mas conseguimos o mais importante. Sim, porque eu quero estar pela 3ª vez consecutiva no Jamor!

P.S. – Tenho bastante simpatia de Manuel Cajuda (basta ter tido a coragem de ter dito, há uns anos atrás na casa do clube regional, que ia tirar um jogador seu - do Braga - poucos minutos depois de ter sido amarelado, mas que infelizmente não foi a tempo porque o árbitro se antecipou e mostrou-lhe o segundo amarelo logo na jogada seguinte), todavia não compreendo a sua resposta ao Koeman. Eu também acho que o Benfica teve receio em Manchester, mas se a Naval não teve medo do Benfica porque é que adiou o jogo da Taça? Terá sido culpa do Pontassolense?

segunda-feira, outubro 24, 2005

5ª seguida

Há dois anos, desde os tempos de Camacho, que não conseguíamos mais de um mês de vitórias consecutivas no campeonato. Finalmente quebrámos a malapata no sábado, com um triunfo de 2-0 sobre o Estrela da Amadora. Considero que o Benfica fez um jogo muito inteligente e que a vitória é mais do que justa, apesar de o E. Amadora ter feito um bom jogo. O futebol é de facto muito injusto, já que uma equipa como o Gil Vicente, que simulou lesões e queimou tempo desde o 1º minuto (a partir desse jogo tornou-se o meu favorito número um para descer de divisão), veio ganhar à Luz e o futebol agradável e honesto do E. Amadora leva zero pontos.

Na 1ª parte o nosso jogo não foi muito bem conseguido, mas há que não esquecer que tivemos dois jogos bastante difíceis no espaço de uma semana e é perfeitamente natural que os jogadores se ressintam disso. Por outro lado, a falta do Miccoli sente-se mais nestes jogos em que temos que atacar durante a maior parte do tempo e nos faz falta um segundo ponta-de-lança para acompanhar o Nuno Gomes. Pertenceram ao Karyaka, que jogou em vez do Karagounis (uma opção acertada quanto a mim, já que ele dá muito mais apoio ao Nuno Gomes do que o grego) as duas únicas oportunidade de golo na 1ª parte, com um remate acrobático que embateu num defesa e um outro defendido pelo guarda-redes. No resto do tempo estivemos bastante lentos e não conseguimos criar perigo, mas tanto a equipa como o público não desesperaram, e bem (como disse o Koeman no final, os jogos têm 90 minutos).

A 2ª parte correu-nos bastante melhor muito devido ao golo logo aos cinco minutos. Um bom golo de cabeça do Karyaka na sequência de um centro teleguiado com o pé esquerdo do Nélson. A partir daí o nosso jogo foi mais agradável, não obstante o E. Amadora ter criado a sua única oportunidade de golo pouco depois, num remate do Semedo ao lado. Com o Karagounis em campo, passámos a controlar a posse de bola e a circulação da mesma melhorou bastante. Um outro centro bestial do Nélson fez com que o Nuno Gomes marcasse um golão também de cabeça e praticamente acabasse com o jogo. O resultado poderia ter sido ainda mais desnivelado se o árbitro tivesse visto uma excelente defesa com a mão do Amoreirinha que impediu o Nuno Gomes de bisar. Já na parte final do jogo oiço um dos repórteres da rádio dizer que o jogo estava ganho e o público estava a “saborear a vitória”. Foi isso mesmo e o sabor foi muito bom. Raramente no ano passado pudemos “saborear vitórias” durante um jogo, já que invariavelmente acabávamos com o coração nas mãos. É inquestionável que estamos a jogar muito melhor agora do que quando fomos campeões, o que só nos pode dar mais confiança.

O destaque individual vai inteirinho para o Nélson que (acho que não é exagero considerar desde já) é melhor que o Miguel. Para além de atacar e defender como ele tem a grande vantagem de saber fazer (e bem) aquilo que o Miguel era incapaz: cruzamentos. Quatro assistências para golo em apenas oito jogos não é para todos, ainda para mais tratando-se de um defesa. Há males que vêm por bem e devemos agradecer ao Miguel (e sua corja) ter feito o que fez (como refere o D'Arcy), bem como ao Wolfsburgo por ter vindo buscar o Alex (e ao Scolari por o ter promovido, como já ouvi dizer por aí). Outro que esteve em destaque foi o Nuno Gomes que realmente parece ter voltado a ser o jogador de antigamente. Para além do golito da ordem, ganhou algumas bolas de cabeça (e não esqueçamos que do outro lado estava o Maurício, um dos jogadores mais altos da Liga) e fez jogar os companheiros. Apesar do golo que marcou, acho que o Karyaka poderia ter estado melhor, já que teve alguns domínios de bola dignos do Karadas (o que me surpreendeu já que me parece ser um jogador tecnicamente bom) e algumas perdas da mesma a meio-campo (terá sido o nervosismo da titularidade?). O Simão, depois de uma 1ª parte algo fraca, melhorou imenso na 2ª e o Geovanni sobe lentamente de forma (foi uma insistência dele que permitiu ao Nélson fazer o cruzamento do 1º golo). Os médios-centro estiveram igualmente bem, com o Manuel Fernandes a estar cada vez mais exímio na protecção da bola. Os centrais não deram abébias, mas não gosto de ver o Ricardo Rocha à esquerda. Se os jogos são em casa e o adversário é teoricamente mais fraco não percebo porque é que, na impossiblidade de jogar o Léo, não joga o Dos Santos. Ou então, porque é que o Dos Santos está no plantel se não conta?

Na baliza temos um grande, ou melhor, dois grandes problemas. Como se já não bastasse o Moreira estar de baixa por seis meses, o Quim também vai ser operado e estar fora dos relvados por duas a três semanas. Agora pergunto: porque é que ele jogou contra o E. Amadora se ao primeiro pontapé na bola com mais força teve que ser substituído? Não terá agravado a lesão por causa disso? Não teria sido preferível que ele recuperasse durante uma semana a arriscar ter que ser operado? Parece que vamos pedir permissão à Liga e à FIFA para ir buscar outro guarda-redes, o que acho uma medida bastante sensata. Sim, porque milagres como o de Villarreal não acontecem sempre e não podemos colocar a responsabilidade toda num jovem de 19 anos. Como se viu frente ao E. Amadora, o Rui Nereu ainda está muito verde. É muito mal batido naquela bola de calcanhar que entra na nossa baliza no fim da 1ª parte, mas que não foi golo porque o árbitro já tinha (e bem) cortado a jogada devido ao facto de a bola ter sido centrada fora de campo. Na 2ª parte também falhou o tempo de saída a um jogador do E. Amadora e depois teve que ceder um canto in extremis. Espero bem que sejamos autorizados a inscrever outro guarda-redes, porque temos jogos muito importantes à porta e seria muito frustrante não obter bons resultados por causa destes azares na baliza.

sexta-feira, outubro 21, 2005

II Jantar de Bloguiquistas

Na sequência do retumbante êxito do I jantar de bloguiquistas (bem expresso aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), vem a “comissão organizadora” (o HMémnon, o D’Arcy e eu próprio) propor uma 2ª edição. Assim, estão desde já convidados todos os bloggers benfiquistas (os que estão na coluna aí do lado esquerdo e não só) que desejem juntar-se a este magnífico evento. A “comissão organizadora” chegou à conclusão que o melhor dia para o repasto será no sábado, 12 de Novembro, principalmente por duas razões: por ser um sábado, o que facilitará a vida a quem vive fora de Lisboa, e por ser um fim-de-semana sem campeonato (vão decorrer os play-off do apuramento para o Mundial). O local e a hora serão os mesmos da outra vez, ou seja, a Catedral da Cerveja em pleno Estádio da Luz, às 20h. Claro que a data é passível de ser alterada, caso haja uma maioria interessada nisso. Todavia, pelas razões acima referidas convém ser sempre num sábado e não poderá ser num dia em que o Benfica jogue na Luz.

Quem estiver interessado em participar (ou fazer sugestões) é favor enviar um email para naosemencioneoexcremento@hotmail.com. VIVA O BENFICA!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Deus não existe

Caso contrário como é que se explica a inacreditável sorte que o clube regional teve ontem frente ao Inter? Ganhou por 2-0 com dois golos absolutamente incríveis: no 1º há um centro para a grande-área do Inter, o Materazzi estava virado para o seu meio-campo, a bola bate nele e ressalta para trás, para dentro da baliza!; no 2º, num livre à entrada da área, o McCarthy remata, a bola bate na barreira, ressalta para ele que volta a rematar e a bola iria passar ao lado da baliza se não batesse outra vez num jogador da barreira e entrasse! Para além de tudo isto, o Inter tem quatro, q-u-a-t-r-o (!) claríssimas oportunidades de golo (uma das quais do Cruz isolado frente ao Baía ainda antes do 1-0 e outra do Figo ao poste) e não marca nenhum golo! Como se não bastasse tudo isto, no outro jogo aconteceu o resultado que mais convinha ao clube regional: 0-0. Ou seja, continua em último lugar no grupo, mas apenas com menos um ponto do que o 2º classificado. Se a sorte protege quem tem frequentes atitudes de antidesportivismo, desrespeito pelo adversário e intimidação de tudo e de todos (leiam este post, sff) o que será isto senão uma prova cabal da não-existência de Deus?

Aliás, esta vaca descomunal tem vindo a acompanhar o clube regional nas competições europeias desde há uns tempos para cá. Senão vejamos:
- No (trágico) ano em que foram campeões europeus tiveram a sorte de o árbitro ter anulado por fora-de-jogo um golo limpo ao Scholes que daria o 2-0 ao Manchester e terem marcado o golo do empate (e da qualificação para os quartos-de-final) aos 90 minutos;
- Nesse mesmo ano tiveram a sorte de ver três tubarões eliminados nos quartos-de-final, ou alguém acha que com Real Madrid, Arsenal e Milão, em vez de Mónaco, Deportivo da Corunha e Chelsea (pré-Mourinho) as coisas ter-se-iam passado da mesma maneira?
- No ano passado chegaram à penúltima jornada da fase de grupos sem vitórias e apenas com dois pontos, precisavam de ganhar os dois últimos jogos e esperar resultados favoráveis nos outros dois para passarem aos oitavos-de-final e... conseguiram!

Parece isto tudo muito rebuscado? Admito que sim. Afinal a sorte faz parte do futebol, mas tê-la de maneira tão frequente no próprio jogo e em outros jogos em que não se é interveniente, já acho um pouco demais. Ainda por cima uma equipa sempre tão “cheia” de fair-play como é o clube regional. Porque será que a sorte os protege? Terão feito um pacto com o Diabo?

quarta-feira, outubro 19, 2005

Com um pouco mais de ambição…

Confesso que estava com muito medo deste jogo. Só passaram 72 horas sobre a soberba vitória de Sábado, a equipa não deveria estar tão fresca quanto desejável e o Villarreal tinha feito descansar o Riquelme e o Forlán no fim-de-semana tendo o Sorin jogado só durante uma hora. Na constituição inicial, o Koeman surpreendeu ao colocar o Ricardo Rocha a defesa-esquerdo, tendo o Léo ficado no banco. Fiquei um pouco céptico em relação a isto, já que presumivelmente abdicaríamos de ter um defesa-esquerdo que apoiasse o (contra-)ataque, o que se veio mais ou menos a confirmar, embora sem consequências negativas.

Todavia, este meu temor não se justificava de todo já que assim que começou o jogo ficou bem visível a diferença de potencial neste momento entre as duas equipas. O Villarreal desiludiu-me bastante, já que entrou com muito medo e não conseguiu ligar o jogo do meio-campo para a frente. Nós controlámos perfeitamente a situação durante toda a 1ª parte, tendo criado algumas situações de perigo. Infelizmente, não as concretizámos pelo que o empate ao intervalo me pareceu algo injusto. Para além de tudo, ainda tivemos o azar da lesão do Quim que fez com que um guarda-redes de 19 anos, Rui Nereu, fizesse a estreia na equipa principal logo na Liga dos Campeões e no campo do (teoricamente) 2º adversário mais difícil!

Na 2ª parte a pressão dos espanhóis foi ligeiramente superior, mas só tiveram uma verdadeira oportunidade de golo, em que o Rui Nereu faz uma defesa magistral para canto num remate à queima-roupa. No entanto, acabaríamos por sofrer um golo num penalty um pouco polémico. Não me parece que o Ricardo Rocha vá com intenção de fazer falta, mas o que é certo é que não toca na bola e toca no adversário. Se tivesse entrado menos à bruta, certamente não teria cometido a infracção. É esta a diferença em relação ao Anderson, que para o bem e para o mal é muito mais cuidadoso a disputar a bola. Estávamos a pouco mais de um quarto-de-hora do fim do jogo e o sentimento de injustiça era enorme. Logo na jogada seguinte, o Simão cai na área, mas o árbitro não assinala nada (como não houve repetição não se percebeu bem se era falta ou não, mas o lance parece-me semelhante ao do Ricardo Rocha…). O que valeu foi que o momento do jogo (atrevo-me a dizer de toda a Liga dos Campeões até agora) aconteceu pouco depois. Na sequência de uma tabela com o Nuno Gomes (a meias com o defesa contrário), a bola ressalta para o Manuel Fernandes que a domina com o peito e, sem a deixar cair na relva, remata de primeira fazendo a bola passar por cima do guarda-redes! Um golão! Aproveitem para apreciar bem ao vivo o Manuel Fernandes durante esta época que para o ano de certeza não vai haver mais… A justiça estava reposta e até final voltámos a controlar completamente o jogo e tivemos uma grande oportunidade, em que o Nuno Gomes isolado frente ao guarda-redes lhe faz um passe para as mãos.

Quanto aos jogadores estiveram outra vez todos muito bem, tal como na casa do clube regional, sendo o destaque desta vez para o Manuel Fernandes não só pelo golão que marcou como por ter anulado o Riquelme durante a maior parte do jogo. O Nuno Gomes voltou a mostrar que está em forma, só foi pena ter falhado o 2-1 perto do fim, o Petit foi o tampão do costume e o Nelson é cada vez mais uma certeza. O Rui Nereu entrou a frio, mas portou-se muito bem (pareceu-me pela sujidade na sua camisola no início a 2ª parte - não tendo ele feito nenhuma defesa até ao intervalo - que durante o descanso esteve a trabalhar com o treinador de guarda-redes; se assim aconteceu, foi uma medida acertadíssima do nosso treinador).

A impressão com que se ficou deste jogo é que o Benfica jogou para o empate e conseguiu, mas com um pouco mais de audácia poderíamos perfeitamente ter ganho o jogo. É um óptimo resultado fora de casa, mas poderia ter sido ainda bem melhor. Não sei se teve a ver com um pouco de cansaço trazido de Sábado, mas houve momentos em que me exasperei por passarmos a bola para o lado e para trás, em vez de procurarmos a baliza. Ainda por cima com o empate em casa do Manchester com o Lille teríamos voltado ao 1º lugar do grupo. Este resultado em Old Trafford não nos favorece, já que as equipas estão todas muito juntas (2, 3, 4 e 5 pontos) e a última coisa que precisamos é que o Manchester necessite do último jogo na Luz para se apurar para os oitavos-de-final. Daqui a 15 dias é fundamental ganhar ao Villarreal, já que assim certamente pelo menos a Taça Uefa não nos fugirá. Com o que se viu até agora somos claramente uma das equipas mais fortes do grupo e a passagem à fase seguinte está perfeitamente ao nosso alcance.

terça-feira, outubro 18, 2005

Ooooohhhhh!!!

Agora é que foi de vez! Os Indomáveis ficaram sem quem os domasse. O José Peseiro demitiu-se e o Dias da Cunha foi “forçado e violentado” (sic!) a aceitar. Que grande chatice! Disse o Dias da Cunha, numa conferência de imprensa surreal, que “é um dia triste para o Sporting”. Meu caro Dias da Cunha, não é só um dia triste para o Sporting, há pelo menos mais seis milhões de almas que também estão destroçadas...

Acho que só há uma maneira de tentar amenizar esta tristeza e estou a pensar fazer uma petição online (agora está muito na moda) para além de organizar manifestações só com duas palavras de ordem (pelo que tenho visto na blogosfera, acho que há seis milhões de pessoas que me acompanham nisto): LU-ÍS CAM-POS! LU-ÍS CAM-POS!

P.S. – Um já está! Queres ver que esta minha previsão natalícia de 19 de Agosto se confirma ainda antes do S. Martinho?

domingo, outubro 16, 2005

Épico

Digo sem nenhum exagero que ontem, dia 15 de Outubro de 2005, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não foi apenas uma vitória num jogo e na casa de um clube onde já não ganhávamos há mais de uma década. Foi muito mais do que isso. Foi uma vitória contra tudo o que sofremos desde há 14 anos para cá: incontáveis expulsões, penalties inventados contra e outros não assinalados a favor, agressões sofridas sem serem sancionadas, enfim um sem-número de roubos de igreja que tivemos que engolir em jogos consecutivos a jogar contra 14. Para além do que se passou no campo, há ainda toda a estratégia de intimidação que sofremos sempre que vamos àquele antro. Desde o célebre jogo de há 14 anos, com os golos do César Brito mesmo contra a lixívia no balneário, as agressões do guarda Abel aos nossos dirigentes, até aos petardos e ameaças de bomba da madrugada de ontem no nosso hotel (ainda há dúvidas porque é que eu não os menciono?), muito se passou neste período de tempo que torna o gozo de ganhar na casa do clube regional substancialmente maior.

Por outro lado, estamos a ouvir desde o início da época as hossanas da nossa imprensa ao “futebol-espectáculo”, à “cultura de ataque”, à “lufada de ar fresco” que a vinda do treinador do clube regional trouxe ao nosso futebol. Um treinador “muito conceituado”, mas que curiosamente com 58 anos tem… ZERO títulos conquistados! E que perante o nosso treinador tem a excelente performance de sete derrotas e dois empates. Bestial, sem dúvida! Ontem demos, há que dizê-lo com todas as letras, um banho de bola. O clube regional teve uma (!) oportunidade de golo durante o jogo todo (McCarthy ainda na 1ª parte), enquanto nós tivemos pelo menos três (para além dos golos, a cabeçada do Simão no final da 1ª parte, já para não falar do remate do Geovanni às malas laterais). Defensivamente estivemos seguríssimos e FINALMENTE fizemos uma óptima transição defesa-ataque, criando várias situações de perigo através de contra-ataque. Concordo com o Koeman quando ele diz que a nossa 1ª parte foi fraca, apesar de o clube regional só ter criado perigo uma única vez. Mas na 2ª o nosso domínio foi avassalador. Aquela jogada de três para um, em que o Simão não consegue passar a bola para o Geovanni ou o Nuno Gomes vai ficar-me atravessada durante muito tempo. Seria o 3-0! O desportivismo daquele clube inominável foi mais uma vez expresso na atitude do Bruno Alves, que depois de lhe ver perdoada a expulsão ao agredir o Petit num canto, teve uma atitude que honra grandes nomes daquela casa como o Paulinho Santos, André ou Jorge Costa ao atingir à cabeçada (!), depois de uma entrada a matar, o Nuno Gomes (“é bem feito, para ver se da próxima vez não marcas dois golos!”). A tradição ainda é o que era para aqueles lados...

Em relação aos nossos jogadores, estiveram quase todos brilhantes. Acima de todos, claro está, o Nuno Gomes que, como já vi escrito na blogosfera, esteve a afinar a pontaria no jogo da selecção naquele mesmo estádio para aplicá-la contra o clube regional (eh, eh, eh!). O último dos borregos que tinha para matar (marcar golos ao clube regional) foi morto ontem e ainda por cima a dobrar! Gostei especialmente dele a apontar para as quinas depois de cada golo. Mas afinal quem é que são os campeões? Embrulha! Na defesa, o Quim esteve muito seguro no pouco trabalho que teve, o Luisão foi imperial como é hábito, o Anderson é melhor que o Ricardo Rocha nestes jogos porque é muito menos faltoso, o Léo esteve igualmente muito bem (teve o azar de ter sido o primeiro jogador nosso já amarelado a fazer uma falta depois da expulsão do Bruno Alves, já que o Lucílio Baptista estava mortinho por repor a igualdade no número de jogadores de ambas as equipas; sim, porque é mais fácil Cristo voltar à Terra do que o Benfica acabar um jogo contra o clube regional em superioridade numérica) e o Nélson esteve brilhante (o centro para o 1º golo foi fabuloso). No meio-campo, o Petit e o Manuel Fernandes parece que voltaram à boa forma (a rápida transição para o ataque passou muito pela pouca retenção de bola que fizeram), o Karagounis esteve discreto, mostrando não estar na melhor forma física, e o Karyaka não pareceu que esteve dois meses sem jogar, constituindo-se como uma mais-valia e sendo determinante no lance do 2º golo. O Simão lutou muito como de costume (só foi pena aquela cabeçada não ter entrado e aquele passe no lance dos três isolados não ter sido concretizado), o Geovanni entrou mal no jogo, mas melhorou imenso na 2ª parte e foi dele o centro para o 2º golo. Baixa importante vai ser o Miccoli que aparentemente tem uma rotura muscular que o vai impedir de jogar nas próximas semanas. Como já aqui escrevi, espero sinceramente que contratemos outro ponta-de-lança em Janeiro, já que para além das possíveis lesões e castigos, o Mantorras estará na Taça das Nações Africanas durante um mês.

Com esta saborosíssima vitória, e como previu o Pl@ka aqui a seguir à nossa derrota em Alvalade, já só estamos a um ponto do clube regional e a quatro do 1º lugar. Quem diria, quando somente há quatro jornadas atrás estávamos a oito pontos dos dois grandes rivais? VIVA O BENFICA!

P.S. – O jogo da próxima 3ª feira contra o Villarreal vai ser muito complicado, porque para além de só termos três dias de descanso, o Miccoli está lesionado, o Karagounis saiu com aparentes dificuldades físicas e o Villarreal poupou o Riquelme e o Forlán neste fim-de-semana. Vamos ver se damos sequência a esta vitória épica, mas eu já ficava contente com um empatezito.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Portugal – 3 – Letónia – 0

Exibição muito melhor da nossa selecção em relação ao jogo contra o Liechtenstein (pior também era difícil). O Pauleta lá bateu o recorde do Eusébio com dois bons golos e o Deco (apesar dos exageros dos comentadores cada vez que ele toca na bola) mostrou que é um elemento imprescindível na construção atacante do nosso jogo. O Quim fez duas excelentes defesas e mesmo não sendo um expert em cruzamentos (longe disso) esteve muito mais seguro do que o Ricardo. Os espectadores do estádio do clube regional é que estiveram iguais a si próprios: segundo o Público, assobiaram o Ricardo e o Simão (mesmo não jogando...), o Nuno Gomes por tentar marcar golos e o Figo (!) quando perdeu uma bola na linha lateral. Se ainda percebo a predisposição para assobiar os três primeiros (eu contive-me imenso para não assobiar o Costinha e o Maniche durante o Euro...), em relação ao Figo é perfeitamente inexplicável. Provavelmente, é o que dá serem adeptos muito exigentes que não estão habituados a ver um jogador tão vulgar como o Figo...

segunda-feira, outubro 10, 2005

Portugal – 2 – Liechtenstein – 1

Num jogo deplorável da selecção portuguesa conseguimos a qualificação para o Mundial. Perante uma equipa de terceira categoria, só marcámos o golo da vitória a cinco minutos do fim na 1ª vez que o Nuno Gomes (que demorou 80 minutos a entrar...) tocou na bola e quando já nos dávamos por contentes com o empate (!). Apesar de o nosso grupo ser dos mais fáceis, tivemos o mérito de conseguir a qualificação antes do último jogo (algo que não acontecia há 40 anos), mas a política dos “lugares cativo” na selecção ainda nos vai sair muito cara. Se há posição no terreno onde não deve alinhar um jogador com falta de confiança é a de guarda-redes. É incompreensível que os dois guarda-redes da selecção sejam suplentes no seu clube. Aliás, não sofremos três golos no Sábado porque defrontámos o Liechtenstein, porque se fosse uma selecção minimamente conceituada, aquelas três saídas do Ricardo ter-nos-iam custado outros tantos golos. Não deixa de ser irónico que no Mundial da Coreia/Japão o Baía tenha sido titular, quando era suposto ser o Ricardo (e custando-nos essa decisão a eliminação na 1ª fase), enquanto que agora deveria ser o contrário. O pior é que já se percebeu que o Scolari não irá mudar de ideias e que o Ricardo, aconteça o que acontecer até final da época (a não ser que se lesione), será o guarda-redes durante o Mundial. Depois de ter tido muitas culpas no golo da Grécia na final do Euro e da excelente forma que demonstra agora, perspectiva-se o pior...

P.S. – Só num jogo do clube regional (e a seu favor, naturalmente) é que um lance como aquele em que o jogador do Liechtenstein defendeu a bola com a mão antes de entrar na baliza teria também possibilidades de ser transformado num canto. Acho que em nenhum outro jogo em qualquer estádio do mundo isso aconteceria. Desde a última vez em que o Baía defendeu fora-da-área com as mãos e não foi expulso que não via uma situação destas. O que é que a FIFA vai fazer a um árbitro que não vê um lance destes?

sexta-feira, outubro 07, 2005

Eles detestam-se

Em tempo de eleições, e numa altura em que muitos suspeito(a)s e arguido(a)s se preparam para ser eleito(a)s presidentes de câmaras (somos de facto um país muito especial), gostaria de deixar aqui um pensamento autárquico. Não faz de todo parte da área política em que me revejo, mas se vivesse no Porto uma única razão bastaria para que eu votasse no Rui Rio...

quinta-feira, outubro 06, 2005

Por uma vez na vida...

...acho que vou querer que os lagartos ganhem o próximo jogo.

Camacho disponível para “conversar” com o Sporting

Embora, segundo o seu empresário, isso só aconteça “desde que projecto seja sério”, o que me deixa mais descansado...

terça-feira, outubro 04, 2005

Jogos que decidem campeonatos

Ganhámos ao V. Guimarães por 2-1, reduzindo desta maneira a diferença pontual para os primeiros classificados para apenas quatro pontos. Se quisermos ter pretensões de chegar ao bicampeonato temos forçosamente de aproveitar as abébias dos adversários e quando elas são a dobrar a ocasião é única. Felizmente tudo correu pelo melhor e apesar de não termos feito um jogo muito bem conseguido ganhámos, e isso era o mais importante. São estes jogos que geralmente decidem os títulos. Ao contrário de outras teorias muito em voga nos últimos tempos, especialmente em equipas às riscas, prefiro ganhar a jogar bem, embora a conjugação dos dois seja o ideal. Se não for possível, prefiro ser campeão nacional do que ter o fantástico título de “melhor futebol praticado”. A patinagem artística é outro desporto...

Quanto ao jogo de ontem, depois de uma 1ª parte equilibrada, na 2ª fomos manifestamente superiores pelo que a vitória é mais que justa. Não entrámos bem no jogo, algo lentos e com pouco intensidade atacante, mas acabámos por chegar ao golo num lance com alguma sorte na sequência de um livre. Como é possível o Nuno Gomes ter cabeceado à vontade na área e a bola ter ido na direcção da linha lateral?! Felizmente, estava lá o Miccoli para aproveitar a jogada, mas não é admissível que um ponta-de-lança do Benfica cabeceie a bola daquela maneira. Surpreendentemente, depois do golo deixámos o V. Guimarães jogar à vontade, sem o pressionar nem contra-atacar com perigo, pelo que depois de uma excelente defesa do Moreira e de um remate à trave foi natural que eles tivessem empatado. Na 2ª parte, o gás do V. Guimarães acabou-se (possivelmente consequências de Cracóvia) e nós tivemos três oportunidades de baliza aberta que não se podem desperdiçar: Simão por cima da trave, Nuno Gomes para defesa do guarda-redes e Mantorras ao lado. No lance do 2º golo também tivemos sorte, com o remate do Simão a ser desviado por um defesa e a trair o guarda-redes (agora tirem importância aos golos marcados assim, só o Deco é que marcou uns oito golos no ano passado pelo Barça em remates desviados e foram sempre considerados grandes golos...). No último lance da partida ainda apanhei um susto, com um livre perigoso à entrada da nossa área, mas felizmente sem consequências. O V. Guimarães surpreendeu-me pela pouca cacetada que deu, mas com as declarações finais do Jaime Pacheco percebi porquê: o homem não estava no seu estado normal, disse que ficou muito triste e frustrado com o resultado! Jogou meia-parte e achava que merecia ter empatado. Enfim...

Em relação às exibições individuais, já não é a 1ª vez que acontece os médios-centro fazerem uma 1ª parte muito má e subirem exponencialmente na 2ª. Não sei se é propositado (gestão do esforço?), ou se é apenas coincidência. O que é certo é que o nosso jogo fica muito perro por causa do Petit e Manuel Fernandes, que demoram eternidades a soltar a bola como aconteceu durante toda a 1ª parte. O Simão também teve uma 1ª parte fraca, mas melhorou imenso na 2ª. O Moreira está estranhamente pior nas saídas aos cruzamentos do que antes de vir o Quim, não sei o que se passa, mas continua seguríssimo nas bolas de longe, não as largando de maneira nenhuma. O Nélson não fez um jogo tão vistoso como outros, mas é definitivamente um bom jogador e parece que já joga no Benfica há muito tempo. O Léo é importantíssimo no apoio que dá ao ataque e foi dos melhores em campo. O Geovanni continua desaparecido e com o restabelecimento do Karagounis (que classe!) vai perder o lugar na equipa. Todavia, parece temos um problema táctico porque o Karagounis não é extremo-direito. Ontem foi jogar para o centro, descaindo o Nuno Gomes para a direita, num 4-3-3 típico. Mas o Nuno Gomes a extremo-direito... A entrada do grego foi fundamental para a vitória, porque equilibrou o meio-campo e tem um controle de bola que não engana. Os centrais estiveram bem, apesar de no golo do V. Guimarães terem os dois marcado o mesmo jogador deixando o outro livre, e os pontas-de-lança menos mal. Gostei da declaração espontânea do Miccoli no fim do jogo a insurgir-se contra a notícia que saiu ontem num certo jornal, especializado neste tipo de mentiras, de que o João Pereira tinha sido castigado pelo Koeman e que por isso é que não tinha sido convocado, quando não o foi por pura opção técnica (confirmado pelo treinador na conferência de imprensa). O bom balneário do Benfica não é um mito.

Por fim, gostaria de chamar a atenção para um assunto que me vem atormentando há cinco anos, o tempo em que o Mantorras está no Benfica. Já passou por cinco treinadores (Toni, Jesualdo Ferreira, Camacho, Trapattoni e Koeman), mas tudo continua na mesma. Ontem, quando ele entrou aos 84 min., o meu entretenimento até ao fim do jogo foi contar as vezes que ele ia ser apanhado em fora-de-jogo. Foram três, o que em nove minutos não se pode considerar mau. Como é possível que nunca ninguém lhe tenha chamado a atenção para isso?! Cada contra-ataque nosso cuja bola lhe é passada é geralmente um contra-ataque perdido. Será que é tão difícil ter em consideração o movimento dos defesas para não cair sistematicamente em fora-de-jogo? Porque é que ninguém o obriga a treinar este tipo de lances?

P.S. – O meu amigo J.M. deu ontem um passo importante para dar cabo da malapata que trazia ao Benfica. Foi ao Estádio da Luz e ganhámos (mesmo assim numa prova de grande benfiquismo enviou-me uma sms a considerar a possibilidade de ir embora ao intervalo), só que com uma pequena variante: foi pela 1ª vez ver um jogo sozinho. Resta saber se o mau karma se manteria se tivesse ido acompanhado...

segunda-feira, outubro 03, 2005

Náusea na Madeira

Por uma questão de higiene, há muito tempo que desisti de ver em directo os jogos do clube regional para o campeonato. Só vejo os resumos para que a minha repugnância não tenha consequências gástricas visíveis. Quando as coisas estão a correr mal, há sempre um penalty, uma expulsão ou um fora-de-jogo que resolvem as coisas. Quando as coisas estão MESMO mal, há uma combinação entre os três. O que se passou ontem na Madeira foi uma VERGONHA! Repito: VER-GO-NHA! Se fosse o Benfica, não se falaria de outra coisa durante anos a fio. Como não é, as coisas passam quase despercebidas. Factos:

- Golo limpo anulado ao Marítimo: o jogador estava em linha com o Baía e o defesa do clube regional estava intencionalmente fora-de-campo, o que faz com que coloque os adversários em jogo;
- Penalty descarado a favor do Marítimo por falta do Jorginho;
- Dois (!) jogadores do Marítimo expulsos (o que cuspiu na cara do Ricardo Costa foi bem expulso, o outro na sequência do golo do empate do Marítimo nem se percebeu porquê) e o treinador também foi para a rua;
- Perto do fim o McCarthy tem uma entrada de karateca sobre o guarda-redes cuja falta não é (naturalmente) assinalada e na sequência do lance o clube regional falha um golo feito.

Os dois primeiros factos decorreram na 1ª parte ainda com o resultado de 1-0 para o Marítimo. Se o clube regional chegasse ao intervalo a perder por 3-0, o Sr. Duarte Gomes (o tal que viu um fantasma a empurrar o Jardel na Luz há alguns anos, recordam-se?) teria muito mais trabalho a dar a volta ao jogo. Era obviamente muito importante que o Benfica não visitasse o antro na próxima jornada na sequência de uma derrota do clube regional e a sua vitória (no que seria um escândalo digno dos tempos do Sr. Guímaro) esteve prestes a acontecer. O golo do empate do Marítimo aos 86 min. é que não estava nas previsões. Se eu dissesse tudo o que me apetece, não faria jus ao nome deste blog e desceria ao nível da maioria dos adeptos deste clube abominável.

Entretanto, os lagartos continuam a dar-nos motivos para rir à gargalhada. Confesso que estava preocupado com uma derrota deles em Paços de Ferreira, porque era uma grande chatice se o Peseiro fosse despedido. Por enquanto, e apesar dos 3-0, isso ainda não aconteceu, mas se os dirigentes lagartos optarem por esta via junto-me aos apelos que já ouvi por aí para contratarem um substituto à altura: Luís Campos.

P.S. – Temos hoje uma oportunidade única para reduzirmos substancialmente a diferença para os nossos rivais. Espero que estejamos à altura disso e não façamos como em muitas ocasiões passadas em que desperdiçámos situações semelhantes. No entanto, estou apreensivo por duas razões: vamos ter que superar uma equipa (V. Guimarães) especializada em kickboxing e luta greco-romana, dirigida por um homem que a bem do futebol já deveria ter sido proibido de treinar há muito tempo, e o meu amigo J.M. vai ao estádio ver o jogo...