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segunda-feira, outubro 27, 2014

Encomenda

Perdemos em Braga (1-2) e vimos a nossa vantagem reduzida para um ponto em relação ao CRAC. A partida foi muito difícil, como já se esperava, dentro, à volta e fora do relvado. Desde há uns anos para cá que as idas a Braga têm sempre umas encomendas extra-futebol e esta não foi excepção: ou são agressões no túnel ao intervalo, ou é a luz que falta não-sei-quantas vezes na 1ª parte ou são agressões no relvado que só a muito custo levam… amarelo. Enfim, é sempre cá um destes azaresCurioso é também o facto de os cinco pontos que perdemos até agora para o campeonato terem em comum… os jogos serem arbitrados pelo Sr. Marco Ferreira.

Não poderíamos ter um início mais auspicioso com o nosso golo logo aos 2’ numa boa combinação atacante pela esquerda, com o Gaitán a desmarcar o Eliseu, que temporizou muito bem e assistiu o Talisca na marca de penalty para um desvio precioso sobre o guarda-redes. Para um jogo difícil, nada melhor que um começo destes, que aliás se prolongou durante a primeira meia-hora. O Braga estava completamente às aranhas, o Lima proporcionou ao guarda-redes Matheus a primeira de uma série de defesas decisivas, o Talisca teve um bom remate fora da área que também criou perigo, o nosso domínio era total. O problema é que não conseguimos marcar o (merecido) segundo golo, que nos daria outra tranquilidade. Aos 28’, num contra-ataque nosso muito mal resolvido pelo Lima, a bola aliviada pela defesa do Braga encontra um jogador deles no meio-campo que dá origem a um contra-ataque que terminou com o Éder a fazer a igualdade. Foi um balde de água fria muito imerecido naquela altura. Até ao intervalo, o Salvio e o Talisca ainda tiveram remates que poderiam ter tido melhor destino.

Nestes jogos após as competições europeias, as nossas segundas partes costumam não ser tão boas como as primeiras e ontem não foi excepção. Ainda para mais, este ano há a agravante de não termos um banco à altura. O Braga entrou muito melhor que nós e foi aproximando-se da nossa baliza, com alguns remates que o Artur foi defendendo. Cerca da uma hora de jogo, o Jesus fez entrar o Jonas para o lugar do amarelado Samaris e o jogo virou a nosso favor. Acelerámos os processos atacantes e fomos começando a criar perigo para a baliza do Braga. O problema é que o Lima está muito fora de forma e não temos matador à altura neste momento. O Braga lá ia contra-atacando com menos frequência, mas num desses lances aos 81’ deu a volta ao marcador num remate da esquerda do Salvador Agra, que passou por entre as pernas do Maxi e bateu no poste antes de entrar na baliza do Artur. Em directo pareceu-me frango, até porque a bola entra no ângulo mais próximo, mas na repetição vê-se que o remate é muito puxado e com força. Poderia ser defensável se o Artur fosse mais rápido, mas não o qualificaria como frango. Até final, quase não houve jogo, como é habitual naquele sítio e com o inevitável sururu perto do banco do Braga, mas mesmo assim mesmo no último minuto de compensação, o Matheus fez duas defesas impossíveis no mesmo lance a uma cabeçada do Gaitán e à recarga do Maxi. A sorte não quis mesmo nada connosco.

Em termos individuais, gostei do Talisca naquela primeira meia-hora e também a espaços do Gaitán e do Eliseu. O Salvio está muito individualista e precisa de soltar mais a bola, o Enzo Pérez é bom que se mentalize que a época já começou, e o Lima convinha que melhorasse rapidamente, porque precisamos de um avançado que marque com regularidade. Todos os outros estiveram a um nível mediano e é significativo que num jogo que perdemos o Jesus só tenha feito uma substituição.

O grande objectivo que era chegar a Mordor com os quatro pontos de vantagem já não vai ser conseguido. Marcámos passo na primeira deslocação difícil, num jogo em que até nem jogámos mal, mas em que sofremos em dois contra-ataques. Agora é manter a cabeça fria e tornar este desaire fortuito com vitórias nos próximos jogos.

P.S. – O Sr. Marco Ferreira teve uma arbitragem muito habilidosa (aliás na senda do que já tinha feito no jogo frente aos lagartos ao Boavista). O Danilo do Braga teve três(!) lances para amarelo na 1ª parte e só viu um. Acabou o jogo com cinco(!) lances para amarelos, só vendo o segundo já no período de compensação. O Ruben Micael agride o Jonas com os pitons e só vê amarelo. O Braga fez o dobro(!) das nossas faltas, deu trancada à moda antiga e amarelos só a muito custo. Para além do aspecto disciplinar que nos condicionou muito, há uma placagem clara na área ao Gaitán na 2ª parte, num lance onde está a bola(!), portanto nem se pode dizer que o árbitro não estava a olhar para lá, e penalty nem vê-lo. O Braga queixa-se de dois penalties a favor deles, mas o primeiro é uma jogada embrulhada entre o Eliseu e o Pardo, e no segundo há falta do Lisandro, sim senhor, mas o que eles se esqueceram de referir é que o avançado arrancou de um metro(!) fora-de-jogo, que não foi assinalado.

quinta-feira, outubro 23, 2014

Empate

Para não variar nos jogos da Liga dos Campeões, entrámos pessimamente no encontro. Os primeiros 25’ foram todos do Mónaco que se fartou se nos pressionar e falhou uma bola de baliza aberta, por causa de um ressalto no (mau) relvado do seu estádio. Nós alinhámos com a equipa previsível, com o André Almeida a trinco, e até ao intervalo também tivemos uma boa chance através do Lima, que o guarda-redes defendeu bem.

Os franceses voltaram a ter uma situação de golo no início da 2ª parte, com um remate a rasar o poste, mas depois acabaram ofensivamente. Nós fomos melhorando de nível e obrigámos o guarda-redes deles a difíceis defesas juntamente com uns quantos remates que deveriam ter tido melhor direcção. Foi pena aquela jogada e posterior remate do Gaitán não ter entrado… A cerca de 15’ do final, o Lisandro, já com amarelo, teve uma entrada estúpida sobre o João Moutinho (olha quem…) e foi naturalmente estúpido. Se estávamos por cima do encontro até essa altura, deixámos rapidamente de estar e o objectivo passou a ser manter a igualdade, porque não dava mesmo para mais.

Em termos individuais, elejo o André Almeida como o melhor do Benfica. Muito certo a defender e a libertar rapidamente a bola, foi o que se pede a um trinco. Gostei a espaços do Talisca, mas a 100% do Maxi Pereira e Luisão, que souberam sempre transmitir calma aos colegas. O Artur está mais confiante, embora devesse ter saído a um ou outro cruzamento. Ao invés, esperava mais do Gaitán e Enzo Pérez, que me pareceram longe da condição física ideal. E o Lisandro simplesmente NÃO pode ter um lance daqueles depois de já estar amarelado!

Sinceramente, eu já só faço contas ao apuramento para a Liga Europa: se ganharmos os dois jogos em casa e empatarmos no Zenit, devemos lá chegar. Sim, porque as finais perdidas ingloriamente ainda me estão (muito) atravessadas. Mas antes disso temos é que nos concentrar no campeonato e o próximo encontro em Braga vai ser bastante complicado. É fundamental trazer os três pontos, para manter a pressão do lado dos rivais.

sábado, outubro 18, 2014

Jonas

Um hat-trick do Jonas, numa estreia de sonho a titular, permitiu-nos eliminar o Covilhã (3-2) na 3ª eliminatória da Taça de Portugal. Foi um jogo muito mais difícil do que se esperava, também porque alinhámos com uma equipa constituída maioritariamente por segundas linhas.

Não poderíamos ter entrado melhor, com uma arrancada do Ola John logo no minuto inicial que terminou num claro derrube na área. Penalty indiscutível e o Jonas a enganar o guarda-redes. Pensei que seria um passeio, mas não poderia ter estado mais errado. Uma oferta do Benito (como é que se pode não cortar uma bola daquelas?!) deixou que um adversário se isolasse e repusesse a igualdade aos 9’. A partida estava muito repartida e o Covilhã dava boa réplica. Nós até mostrávamos vontade, mas as coisas não nos estavam a sair nada bem. Outra contrariedade ainda na 1ª parte, com a lesão do Ola John e a estreia do ainda júnior Gonçalo Guedes, que deu muito boa conta do recado. Uma boa jogada colectiva terminou num remate do Pizzi, que o guarda-redes defendeu por instinto, mas ao 43’ aconteceu um balde de água fria com o 2-1 para os locais. Falta escusada do Gonçalo Guedes, centro para a área e os centrais a dormir.

Confesso que estava a ver as coisas muito mal paradas, porque o Jesus arriscou ao não levar nenhum titular nem para o banco e teriam de ser os que estavam em campo a dar a volta ao jogo. O que felizmente acabou por acontecer na 2ª parte. Aos 54’ golão do Jonas numa grande abertura do Cristante! O brasileiro, sem deixar a bola cair no chão, deu um toque com a parte exterior do pé e desviou a bola do guarda-redes. Que golo fabuloso! A partir daqui, deu sempre a sensação que era uma questão de tempo até nos colocarmos em vantagem, porque o Covilhã começava a quebrar fisicamente. O golo da vitória lá surgiu aos 71’ numa grande arrancada do Gonçalo Guedes e num óptimo passe do Pizzi a desmarcar o Jonas, que fez a bola passar por cima do guarda-redes. Até final, ainda permitimos que o Covilhã jogasse mais no nosso meio-campo do que seria desejável, mas conseguimos manter o nulo.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas. Três golos, sendo dois deles muito bons, e uma série de pormenores de classe demonstraram que este não engana: é mesmo craque! Também gostei bastante do Gonçalo Guedes que, com 17 anos, é uma enorme pérola e só foi pena que não tivesse marcado no último lance de encontro. O Cristante melhorou em relação a Leverkusen (também não era difícil…) e a abertura para o segundo golo é fantástica. O Bebé ainda fez duas ou três arrancadas, mas tem que melhorar (e muito) a qualidade dos centros. Nota negativa para o Benito, que até me tinha surpreendido favoravelmente na pré-época, mas hoje esteve completamente desastrado (e ligado ao 1º golo do Covilhã). O Pizzi no lugar do Enzo também não me convence, embora me pareça bom jogador.

Seguimos em frente que é o que era importante, mas arriscámos demasiado ao não convocar praticamente nenhum titular. Agora temos que nos concentrar na partida em Braga, porque é imperioso que cheguemos a casa do CRAC no mínimo com a vantagem actual.

P.S. – A lagartada foi ganhar a casa do CRAC (3-1) e eliminou-os da Taça de Portugal. Acho que o presidente do CRAC, como pessoa coerente que é, só tem uma atitude a tomar: renovar já com o Lopetegui!

quarta-feira, outubro 15, 2014

Estrelinha

Vencemos na Dinamarca por 1-0 com um golo do Cristiano Ronaldo aos 95’! A falta de sorte sempre presente na cara do Fernando Santos deve ter-se esquecido de apanhar o avião para Copenhaga. A vitória caída do céu até acaba por ser justa, porque se contabilizarmos as oportunidades de golo nós tivemos mais, apesar de os dinamarqueses terem atirado uma bola ao poste.

Depois do ensaio em França, onde perdemos num particular na 6ª feira por 1-2, a equipa esteve melhor em termos defensivos, mas a criar poucas oportunidades de golo. O que valeu foi que os dinamarqueses pouco fizeram também, pelo que deu a sensação que o jogo estava sempre controlado. No último minuto dos descontos, o Quaresma sacou um bom centro e o C. Ronaldo teve uma elevação fantástica para fazer o golo da vitória. Corrigimos assim da melhor maneira a derrota caseira frente à Albânia e já só estamos a um ponto dos dois da frente. Podemos decididamente começar a pensar na qualificação directa.

segunda-feira, outubro 06, 2014

Enganador

Vencemos o Arouca por 4-0 e mantivemos a vantagem na Liga. Quem olhar para o resultado sem ter visto o jogo, pensará certamente que tivemos uma partida fácil. Mas bastará olhar para o minuto do primeiro golo (75’) para se perceber que sofremos bastante na Luz.

Não entrámos nada bem na partida. Sem o Enzo Pérez, que nem no banco ficou (consequências de Leverkusen), a equipa entrou muito apática, com falta de dinâmica, perante um Arouca que me surpreendeu, pois esteve longe de só vir defender. Aliás, o Artur foi absolutamente essencial até ao intervalo para manter o nulo (tal como referiu o Jesus no final), ao efectuar pelo menos três brilhantes defesas. Quanto a nós, foram os remates do Talisca e pouco mais. Convém acrescentar que o guarda-redes do Arouca, o Goicoechea, também se fartou de defender. Perto do intervalo, o Lima lesionou-se o que permitiu a estreia do Jonas.

No início da 2ª parte, houve poucas alterações no desenrolar do jogo. O Arouca continuava muito bem organizado e teve novamente uma grande oportunidade, mas o remate saiu felizmente ao lado. O Sr. Hugo Miguel lá continuava a tentar irritar os nossos jogadores e perdoou escandalosamente o segundo amarelo ao Bruno Amaro. O Pedro Emanuel, que não é parvo nenhum, tirou-o logo a seguir. Nós começámos a carregar com mais força e o Lisandro López (outra estreia) atirou de cabeça ao poste, tendo o Jonas falhado a recarga. Até que a 15’ do fim, o Talisca arrancou de meio-campo, tabelou muito bem com o Derley e finalizou de pé direito só com o guarda-redes pela frente. Foi uma explosão de alegria no estádio e teve-se a sensação que a partir daqui as coisas só podiam melhorar. O Arouca foi completamente abaixo e marcámos mais três golos: grande jogada do Salvio e concretização do Derley (que ia falhando, já que a bola ainda bateu no poste…!), e duas óptimas iniciativas do Ola John pela esquerda, com centros para o Salvio (de cabeça) e o Jonas marcarem. Foi um resultado muito pesado para o Arouca, mas a justeza da nossa vitória é indiscutível.

Em termos individuais, gostei bastante do Derley que, apesar de um pouco trapalhão, é muito esforçado e ficou com um golo e uma assistência para o seu currículo, do Talisca (já é o melhor marcador do campeonato e mesmo os remates da 1ª parte, foram todos à baliza) e do Ola John, que parece com vontade de regressar aos bons velhos tempos. Depois de uma 1ª parte onde terá acusado a paragem de quatro meses, o Lisando López subiu bastante na 2ª e aparenta mais classe do que o Jardel. Palavra imprescindível também para o Artur, sem o qual teríamos chegado a perder ao intervalo, e uma referência para o Jonas, ainda naturalmente longe da melhor forma física, mas com um toque de bola que não engana.

Confesso que cheguei a ver isto muito mal parado: o Arouca não usou o autocarro, nem fez antijogo e nós estávamos a certa altura sem o Enzo Pérez, Gaitán e Lima. Felizmente, temos o Talisca e por enquanto isso vai bastando. Estes jogos depois das competições europeias são regra geral muito complicados e na nossa capacidade de resposta vai estar uma das chaves para o campeonato. A Liga vai parar agora para as selecções e depois Taça de Portugal, mas quando regressar vamos ter uma difícil saída a Braga que, lá está, será depois do decisivo jogo no Mónaco. Veremos o que acontecerá, mas nunca é demais repetir que era muito importante no mínimo manter esta vantagem até à ida a Mordor.

quinta-feira, outubro 02, 2014

Confrangedor

Perdemos em Leverkusen (1-3) e comprometemos seriamente a passagem aos oitavos-de-final da Champions. Está a tornar-se um triste hábito fazer por esta altura o pior jogo do ano nas competições europeias. No ano passado, foi em Paris, esta época na Alemanha.

A partida conta-se muito rapidamente: não entrámos em campo na 1ª parte e na 2ª parte já foi tarde demais. Os alemães chegaram ao intervalo a ganhar por 2-0 e com mais oportunidades para aumentar o marcador. Quanto a nós, a produção roçou o zero…

Na 2ª parte melhorámos, mas só porque o Leverkusen tirou o pé. No entanto, raramente conseguimos criar perigo e o nosso golo caiu um bocado do céu, porque não tínhamos feito nada para o justificar. Foi aos 62’ através do Salvio. Só que no minuto seguinte, o árbitro de baliza inventou um penalty do Jardel sobre o Kiessling e o desfecho da partida ficou logo ali selado.

Em termos individuais, destaques só se for pela negativa. O Jesus fez uma grande asneira, que foi lançar às feras o Cristante logo de início. Convém não esquecer que o miúdo tem 19 anos e só tinha jogado 15’ em Setúbal, ainda por cima num jogo que já estava mais que ganho. O Leverkusen entrava como queria na 1ª parte e o resultado foi lisonjeiro para nós. Na 2ª parte, o nosso treinador lá emendou a mão e fez entrar o Maxi e o Lima. A estreia do Júlio César na Champions com a nossa camisola ficou marcada pelo enorme frango do 1º golo (largou uma bola fácil para a frente). O Gaitán e o Enzo só se fizeram notar pelos amarelos que levaram. O Salvio não esteve melhor, mas tem o golo para contrabalançar um pouco. É nestes jogos que podemos ver as limitações do Jardel e do Eliseu. E mesmo assim, o central foi dos menos maus, assim como o André Almeida na 1ª parte! Aliás, percebemos que algo está mal na equipa quando são estes dois os jogadores que se destacam. O Luisão e o Maxi ainda foram segurando as pontas, mas ninguém fez um jogo para mais tarde recordar.

Sim, o objectivo principal é o campeonato e, sim, é preferível uma final da Liga Europa (com o troféu já agora) do que os quartos-de-final da Liga dos Campeões, mas não podemos fazer este tipo de exibições na maior montra do futebol europeu. A equipa esteve amorfa, apática e sem reacção. Não se percebe. Não saímos goleados por alguma sorte e convém não esquecer que já este ano tivemos uma passagem para esquecer pela Emirates Cup. O nosso prestígio internacional não se coaduna com o que mostrámos hoje. Uma coisa é não nos qualificarmos para os oitavos da Champions, outra é sairmos das competições europeias já em Dezembro. Isso é impensável, mas corremos esse sério risco.