Estou numa fase em que os resultados desfavoráveis das equipas pelas quais torço me custam menos se forem justos. Demos o nosso melhor, mas o adversário foi superior a nós... Paciência! Na mesma linha de pensamento, irrita-me cada vez mais que uma equipa não esteja à altura do seu potencial, da valia dos seus jogadores. Exemplo supremo será talvez o Atlético de Madrid, que não se admite que jogue aquele (chamemos-lhe) ‘futebol’ com um plantel daquela qualidade. Outro exemplo, é a selecção portuguesa. Se calhar, tenho de deixar de ver os jogos para não me irritar tanto... É uma dor de alma ver o plantel que temos à disposição e apresentar durante grande parte dos jogos aquilo... A 1ª parte veio na senda do encontro frente ao Gana, ou seja, muita lentidão de processos, poucas oportunidades, tendo a maior inclusive surgido do outro lado, com uma boa saída do Diogo Costa que impediu o Bentacur de inaugurar o marcador.
Na 2ª parte, tivemos uma boa oportunidade pelo João Félix, mas o remate de pé esquerdo saiu ao lado, até que aos 54’ inaugurámos o marcador num centro para a área do Bruno Fernandes com o Cristiano Ronaldo a tentar cabecear a bola e com isso condicionar decisivamente a acção do guarda-redes, mas a não tocar na bola, tendo ela entrado directamente. O Uruguai tentou responder, mas não conseguiu criar grande perigo até aos 69’, altura em que o Fernando Santos tem uma decisão INACREDITÁVEL no banco, trocando um trinco (Rúben Neves) por um avançado (Rafael Leão)...! Portanto, estamos a ganhar por 1 a 0 e o seleccionador nacional desfalca o meio-campo só para não ter de tirar o C. Ronaldo (que era obviamente quem deveria ter saído)...! O resultado foram três grandes oportunidades do Uruguai em 13’, com uma bola ao poste, um isolado frente ao Diogo Costa, que fez bem a mancha e outro remate perigoso do Suárez na sequência de um livre. Quando aos 82’, o Fernando Santos decidiu fazer o que se impunha há bastante tempo, ou seja, reforçar o meio-campo com o Palhinha, Matheus Nunes e colocar o Gonçalo Ramos (saíram o William Carvalho, João Félix e C. Ronaldo), que se farta de defender, na frente, o Uruguai mal passou de meio-campo! Óbvio! O que eu não consigo de todo compreender é porque é que demorou tanto tempo a chegar a esta conclusão, tendo arriscado não só o empate, como até a reviravolta no marcador...!?! Em cima dos 90’, o Giménez caiu e tocou a bola com a mão, tendo o Bruno Fernandes feito o bis no respectivo penalty (eu sei que estes lances agora são considerados falta, mas sinceramente não sei onde é que o jogador poderia ter colocado o braço para amortecer a queda...).
Em termos individuais, destaque óbvio para o Bruno Fernandes com os dois golos e para o Diogo Costa que nos salvou de ver o Uruguai na frente ainda na 1ª parte. O João Cancelo e Bernardo Silva continuam a passar ao lado do Mundial, assim como o Rúben Neves, que não dá andamento ao meio-campo (com um titular do PSG, o Vitinha, com 0 minutos neste Mundial no banco, é outra decisão incompreensível do Fernando Santos). Quanto ao C. Ronaldo, o facto de ele comemorar o golo como se fosse dele, sabendo perfeitamente que não tocou na bola, diz tudo acerca do seu carácter e do que o move: ele próprio e só ele próprio. Se lhe dessem a escolher se preferiria ser campeão do mundo, marcando 0 golos, ou bater o recorde de único jogador a marcar em 5 Mundiais (que já bateu) e ser o melhor marcador português em Mundiais (ainda lhe falta um golo para conseguir, em cinco Mundiais, o que o Eusébio conseguiu num só), não tenho a menor dúvida sobre o que ele preferiria. Péssimo exemplo, mas, de quem se acha superior ao próprio futebol, não é de espantar. É um grande jogador, mas é pena não ter grandeza nenhuma.
Iremos defrontar a Coreia do Sul na 6ª feira e um empate será o suficiente para ficarmos em 1º lugar no grupo, o que nos livrará de apanhar o Brasil já nos oitavos. Mas não digam isto ao Fernando Santos, senão teme-se o pior...!