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quarta-feira, novembro 30, 2022

Portugal – 2 – Uruguai – 0

Ganhámos na 2ª feira aos uruguaios e qualificámo-nos para os oitavos-de-final do Mundial ao fim da 2ª jornada, o que é um facto a realçar, por ser muito pouco comum. Foi um triunfo justo, porque neste momento a selecção portuguesa é claramente melhor do que a uruguaia, cuja renovação está mais difícil de ser feita (os Cavanis e Suárez já não são o que eram...).

Estou numa fase em que os resultados desfavoráveis das equipas pelas quais torço me custam menos se forem justos. Demos o nosso melhor, mas o adversário foi superior a nós... Paciência! Na mesma linha de pensamento, irrita-me cada vez mais que uma equipa não esteja à altura do seu potencial, da valia dos seus jogadores. Exemplo supremo será talvez o Atlético de Madrid, que não se admite que jogue aquele (chamemos-lhe) ‘futebol’ com um plantel daquela qualidade. Outro exemplo, é a selecção portuguesa. Se calhar, tenho de deixar de ver os jogos para não me irritar tanto... É uma dor de alma ver o plantel que temos à disposição e apresentar durante grande parte dos jogos aquilo... A 1ª parte veio na senda do encontro frente ao Gana, ou seja, muita lentidão de processos, poucas oportunidades, tendo a maior inclusive surgido do outro lado, com uma boa saída do Diogo Costa que impediu o Bentacur de inaugurar o marcador.

Na 2ª parte, tivemos uma boa oportunidade pelo João Félix, mas o remate de pé esquerdo saiu ao lado, até que aos 54’ inaugurámos o marcador num centro para a área do Bruno Fernandes com o Cristiano Ronaldo a tentar cabecear a bola e com isso condicionar decisivamente a acção do guarda-redes, mas a não tocar na bola, tendo ela entrado directamente. O Uruguai tentou responder, mas não conseguiu criar grande perigo até aos 69’, altura em que o Fernando Santos tem uma decisão INACREDITÁVEL no banco, trocando um trinco (Rúben Neves) por um avançado (Rafael Leão)...! Portanto, estamos a ganhar por 1 a 0 e o seleccionador nacional desfalca o meio-campo só para não ter de tirar o C. Ronaldo (que era obviamente quem deveria ter saído)...! O resultado foram três grandes oportunidades do Uruguai em 13’, com uma bola ao poste, um isolado frente ao Diogo Costa, que fez bem a mancha e outro remate perigoso do Suárez na sequência de um livre. Quando aos 82’, o Fernando Santos decidiu fazer o que se impunha há bastante tempo, ou seja, reforçar o meio-campo com o Palhinha, Matheus Nunes e colocar o Gonçalo Ramos (saíram o William Carvalho, João Félix e C. Ronaldo), que se farta de defender, na frente, o Uruguai mal passou de meio-campo! Óbvio! O que eu não consigo de todo compreender é porque é que demorou tanto tempo a chegar a esta conclusão, tendo arriscado não só o empate, como até a reviravolta no marcador...!?! Em cima dos 90’, o Giménez caiu e tocou a bola com a mão, tendo o Bruno Fernandes feito o bis no respectivo penalty (eu sei que estes lances agora são considerados falta, mas sinceramente não sei onde é que o jogador poderia ter colocado o braço para amortecer a queda...).

Em termos individuais, destaque óbvio para o Bruno Fernandes com os dois golos e para o Diogo Costa que nos salvou de ver o Uruguai na frente ainda na 1ª parte. O João Cancelo e Bernardo Silva continuam a passar ao lado do Mundial, assim como o Rúben Neves, que não dá andamento ao meio-campo (com um titular do PSG, o Vitinha, com 0 minutos neste Mundial no banco, é outra decisão incompreensível do Fernando Santos). Quanto ao C. Ronaldo, o facto de ele comemorar o golo como se fosse dele, sabendo perfeitamente que não tocou na bola, diz tudo acerca do seu carácter e do que o move: ele próprio e só ele próprio. Se lhe dessem a escolher se preferiria ser campeão do mundo, marcando 0 golos, ou bater o recorde de único jogador a marcar em 5 Mundiais (que já bateu) e ser o melhor marcador português em Mundiais (ainda lhe falta um golo para conseguir, em cinco Mundiais, o que o Eusébio conseguiu num só), não tenho a menor dúvida sobre o que ele preferiria. Péssimo exemplo, mas, de quem se acha superior ao próprio futebol, não é de espantar. É um grande jogador, mas é pena não ter grandeza nenhuma.

Iremos defrontar a Coreia do Sul na 6ª feira e um empate será o suficiente para ficarmos em 1º lugar no grupo, o que nos livrará de apanhar o Brasil já nos oitavos. Mas não digam isto ao Fernando Santos, senão teme-se o pior...!

segunda-feira, novembro 28, 2022

Controlado

Vencemos no sábado o Penafiel por 2-0, mas como o Moreirense também ganhou ao E. Amadora (4-2), ficou com mais um golo marcado do que nós e teremos de ir ganhar a Moreira de Cónegos na 3ª jornada para nos apurarmos para os quartos-de-final da Taça da Liga. Tivemos ocasiões mais do que suficientes nestes dois jogos para só nos bastar o empate nesse jogo, mas alguma falta de pontaria resultou nisto.
 
A meio do Mundial, num sábado à noite às portas do Inverno, um jogo para a Taça da Liga conseguir levar 43 263 pessoas ao nosso estádio, De facto, não é para todos...! Alinhámos novamente com a melhor equipa possível, mas a 1ª parte deixou algo a desejar, nomeadamente em termos de movimentações que criassem desequilíbrios na frente. O Musa, numa perda de bola adversária, e o Grimaldo num livro muito longe da baliza, criaram perigo, mas tivemos as duas maiores oportunidades já em cima do intervalo: um remate do Rafa defendido pelo Caio Secco, com o Musa na recarga de cabeça com a baliza escancarada a atirar... por cima(!) e noutra jogada rápida em que o Musa assistiu o Rafa para um remate de pé esquerdo também defendido pelo guarda-redes. Do outro lado, o Penafiel teve uma chance num livre marcado rapidamente, que nos apanhou em contrapé, e que culminou num remate à entrada da área, desviado pelo Chiquinho para canto.
 
Na 2ª parte, teríamos de ser mais incisivos e assim foi tendo resolvido a partida em dois minutos. Aos 55’, óptima jogada do Grimaldo na esquerda, a passar por vários adversários, a bola sobrou para o Musa que falhou só com o guarda-redes pela frente e o ressalto vai para os pés do Gilberto, que não perdoou, fazendo o 1-0. Aos 57’, bola recuperada pelo David Neres, ataque rápido bem conduzido pelo Musa, que libertou para o Rafa, que não conseguiu marcar perante o guarda-redes, tendo a bola sobrado para o David Neres, que fuzilou na recarga. Até final, ainda deu para o Penafiel ter um golo anulado, por fora-de-jogo, num desvio a um remate fora da área e para o Henrique Araújo, entretanto entrado, rematar para defesa do guarda-redes.
 
Em termos individuais, o Grimaldo voltou a fazer uma boa exibição, que teve o ponto alto na jogada do primeiro golo, que se tivesse entrado, seria um golo maradoniano, o Musa acaba por estar nos dois golos, mas continua a falhar alguns de maneira incrível e uma palavra para o Brooks, que, quando entrou, fez três passes a rasgar desde a defesa que não me pareceram nada por acaso...
 
Gosto que a equipa encare todos os jogos a sério e, portanto, é justo que o plantel vá agora para umas merecidas férias durante 10 dias, antes de regressar para a final de Moreira de Cónegos.
 
P.S. – Faleceu também no sábado o Fernando Gomes (1956-2022), com apenas 66 anos. Eu detestava o Gomes pelas razões que se deve detestar um jogador dos nossos rivais: porque era decisivo contra nós, tendo-nos marcado alguns golos que nos custaram derrotas (a primeira derrota frente ao FC Porto na Luz que me lembro de ver, 1984/84, aconteceu por causa de um golo dele). Ou seja, não gostava dele pelas razões certas, que nos fazem detestar um jogador adversário, ao mesmo tempo que é impossível não o admirar. O Fernando Gomes era um senhor dentro do campo e, segundo muitos testemunhos, também fora dele. É uma pena que o seu exemplo não tenha sido seguido por muitos outros jogadores do seu clube, nomeadamente no que se refere ao seu comportamento em campo. Aqui ficam os meus sentimentos para a sua família e para o FC Porto.

domingo, novembro 27, 2022

Portugal – 3 – Gana – 2

Entrámos a ganhar no Mundial 2022 na passada 5ª feira, algo que já não conseguíamos no jogo de estreia desde 2006. Ainda para mais, com o empate no outro jogo do grupo entre Uruguai e Coreia do Sul (0-0), saltámos logo isolados para a frente do grupo.
 
No entanto, colocar Joões Cancelos, Bernardos Silvas, Joões Félix e outros que tais nas mãos de um Fernando Santos é (perdoe-se-me a expressão e sem ofensa) dar pérolas a porcos! Que desperdício monumental de talento! Se há treinadores que elevam alguns jogadores para patamares que os próprios não desconfiavam que tinham, este seleccionador nacional faz exactamente o contrário! Os jogadores parecem muito piores do que realmente são nas mãos dele. A 1ª parte do jogo foi das piores de todo o Mundial. Parecíamos o Benfica do ano passado para (muito) pior! Jogo lento, sem imaginação, sem rasgos, sem velocidade, sem desequilíbrios, medíocre, poucochinho, enfim um portugalzinho no seu pior.
 
O maior erro de arbitragem do Mundial até agora deu ao Cristiano Ronaldo a oportunidade de ser o primeiro jogador a marcar em cinco Mundiais. Aquilo não é penalty em nenhuma parte do mundo! Mas o C. Ronaldo naturalmente não desperdiçou a oportunidade e ficou tudo em êxtase com o facto (só foi pena é que não tivesse sabido dominar decentemente uma bola nos primeiros minutos do jogo, que o deixaria isolado, para fazer esse golo...). Senti uma tal vergonha alheia desse lance que nem festejei (e percebi mais uma vez que seria impossível ser adepto do CRAC, que não se importam nada de marcar golos destes...). Isto aconteceu aos 65’ e aos 73’ o André Ayew repôs justiça no marcador, fazendo o 1-1. Voltei a ficar nervoso e pude festejar como deve ser o golo do João Félix aos 78’, que nos recolocou na frente. O Fernando Santos lá se lembrou que podia fazer substituições e foi o Rafael Leão, que tinha entrado pouco antes, a dar-nos dois golos de vantagem dois minutos depois, fazendo o 3-1. Ambos estes golos partiram de assistências do Bruno Fernandes, que, quando se concentra em jogar à bola e não em estar a protestar com tudo e todos, até faz coisas interessantes. Parecia que estava tudo decidido, mas isto é um Mundial, as equipas só param de lutar no fim, e um erro colossal do João Cancelo aos 89’ permitiu ao Gana fazer o 2-3 pelo Bukari. Estávamos a conseguir controlar o jogo nos minutos finais, até o Diogo Costa ter uma paragem cerebral e atirar a bola para o chão para a pontapear, sem reparar que tinha um adversário nas costas. Teve é uma sorte descomunal, porque o Iñaki Williams escorregou quando lhe roubou a bola e não conseguiu fazer o golo mais fácil da sua carreira... (Se fosse o Vlachodimos a fazer uma destas, daria logo golo de certeza...!).
 
Em termos individuais, e por estranho que pareça, a equipa melhorou bastante com a entrada do William Carvalho, o que não abona nada a favor do Rúben Neves. Os laterais (Cancelo e Rúben Guerreiro) estiveram irreconhecíveis, há outras hipóteses nos 26 (Dalot e Nuno Mendes), mas vamos ver o que o engenheiro vai fazer frente ao Uruguai. Já se sabe que o C. Ronaldo tem lugar cativo tem frente, portanto, nem importa que jogue bem ou mal. O Bernardo Silva passou completamente ao lado do jogo, o que é algo que também só acontece com o engenheiro como treinador.
 
Iremos defrontar amanhã o Uruguai e uma vitória qualificar-nos-á imediatamente para a fase a eliminar. Só que, como nos iremos cruzar com o grupo do Brasil, caso não fiquemos em 1º lugar, defrontá-los-emos certamente. É bom que tenhamos isso em mente, para deixarmos de entrar para o empate (se não fizemos isto na 1ª parte frente ao Gana, disfarçámos muito bem)...

terça-feira, novembro 22, 2022

Entrar a ganhar

 Vencemos no domingo em Leiria o E. Amadora (3-2) na 1ª jornada da Taça da Liga. A margem mínima não reflecte de todo o que se passou em campo, com a nossa superioridade a não ter infelizmente tradução consentânea no marcador. Depois de três anos de absoluto jejum, é com muita satisfação que vejo o Roger Schmidt a levar a sério todas as competições e alinhámos praticamente com a equipa titular, com excepção dos jogadores que estão nas selecções.
 
Numa excelente troca de bolas entre o Rafa e o Musa inaugurámos o marcador aos 13’, com um remate do croata de fora da área, mas permitimos o empate aos 22’ pelo João Silva, num desvio na sequência de um livre. Era importante ir para o intervalo em vantagem e conseguimo-lo num penalty bem apontado pelo Chiquinho aos 29’, que castigou um derrube ao Rafa.
 
Para a 2ª parte, o Roger Schmidt deu minutos ao regressado Draxler, mas fartámo-nos de falhar golos. A vantagem mínima foi-se arrastando até perto do final, quando o entretanto entrado Rodrigo Pinho assistiu o Draxler para um remate rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes. Mesmo assim, um erro crasso do também entretanto entrado Morato na saída de bola já na compensação resultou no 2-3 final, através do Gustavo Henrique.
 
Gostei do Chiquinho no lugar do Enzo Fernández e o Rafa, apesar de não ter sido brilhante, teve participação activa nos dois primeiros golos. O Vlachodimos foi quase um espectador, mas mesmo assim foi buscar duas bolas lá dentro...
 
Era importante começar a ganhar numa competição que só tem três jogos na fase de grupos. Ao mesmo tempo, serve para dar alguma rodagem aos jogadores que não vão participar no mundial.

terça-feira, novembro 15, 2022

Sólido

Vencemos no domingo o Gil Vicente por 3-1 na Luz e vamos para a pausa do Mundial com oito pontos de vantagem para o CRAC (4-1 no Bessa), o segundo classificado. Não foi uma partida nada fácil, porque o Gil Vicente mostrou que sabe trocar muito bem a bola e até me espanta que esteja tão abaixo na classificação.
 
Com o regresso do Gonçalo Ramos, alinhámos com a equipa-tipo deste ano, mas os jogadores acusaram um pouco o facto de este ser o terceiro jogo em apenas sete dias. Entrámos praticamente a ganhar, dado que o Rafa foi claramente derrubado na área e o João Mário marcou muito bem o penalty fazendo o 1-0 aos 9’. Pouco depois, o Enzo Fernández, em excelente posição à entrada da área, atirou por cima e foi mesmo o Gil Vicente a chegar ao empate aos 17’ através do Fran Navarro noutro penalty, a castigar braço do Otamendi na nossa área. A partir daqui, o jogo tornou-se mais dividido do que seria desejável e, durante algum tempo, só num remate cruzado do Rafa, defendido pelo Kritciuk, é que conseguimos criar perigo. No entanto, aos 36’ recuperámos uma bola em terreno ofensivo, o Rafa desmarcou o David Neres, que rematou cruzado tendo a bola sido amortecida por um defesa e o Gonçalo Ramos só teve de encostar. Recolocávamo-nos na frente antes do intervalo, o que era fundamental para nos dar mais tranquilidade para a 2ª parte, até porque, lá está, vínhamos de uma semana intensa de jogos.
 
No recomeço, a partida tornou-se mais fácil logo aos 53’ com o 3-1 num cabeceamento do Gonçalo Ramos a corresponder muito bem a um cruzamento do Enzo Fernández na sequência de um canto curto. Controlámos bastante melhor o Gil Vicente, que praticamente não conseguiu chegar à nossa baliza, tendo nós, ao invés, mais duas soberanas ocasiões de conseguir nova goleada, com o entretanto entrado Musa a falhar isolado depois de ser brilhantemente desmarcado pelo João Mário e o David Neres a atirar ao poste num remate rasteiro de pé esquerdo de fora da área. Quanto às alterações, achei que o Roger Schmidt arriscou um pouco ao tirar o Rafa tão cedo (67’), dado que um golo do Gil Vicente voltaria a abrir o jogo e depois não teríamos o 27 em campo para acelerar de novo a partida se fosse necessário, mas felizmente isso não aconteceu. Já em tempo de compensação, o Enzo Fernández lá fez o seu habitual mau passe no meio-campo (nos últimos tempos, tem havido pelo menos um por jogo, coisa que deve corrigir rapidamente) e o Boselli rematou de pé esquerdo perto do poste do Vlachodimos, que ainda se estirou para a bola.
 
Em termos individuais, inevitável destaque para o bis do Gonçalo Ramos, que o coloca na liderança dos melhores marcadores com nove golos. O resto da equipa esteve num plano aceitável, com o David Neres a compensar algumas ausências durante o jogo com aquele remate ao poste (pode sempre surgir qualquer coisa de novo dali), o Enzo Fernández fez nova assistência, mas tem de ter mais atenção àqueles passes que são transviados no meio-campo, e o João Mário respira confiança, o que ficou bem patente na forma como marcou o penalty.
 
Termos agora a paragem do campeonato para o Mundial, mas com as três jornadas da Taça da Liga para que a equipa não enferruje. E, atenção, que já não ganhamos esta competição há seis anos, portanto, espero bem que aproveitemos também este ano para acabar com esta seca.

sexta-feira, novembro 11, 2022

Qualificados

Voltámos a vencer o Estoril na Amoreira, desta feita por 1-0, na passada 4ª feira e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Demonstrando um respeito pela competição, que é uma lufada de ar fresco em relação aos últimos 25 anos (três taças ganhas...! Nunca é demais repetir: é uma vergonha para nós!), o Roger Schmidt manteve a equipa titular e nem fez a rotação habitual na baliza. E ainda bem!
 
Já se esperava que a partida fosse diferente da de domingo e isto confirmou-se. O Benfica não apresentou os mesmos níveis físico, o que é normal, e o Estoril conseguiu defender bem melhor, para além de ter feito algumas alterações, que lhe permitiu chegar mais vezes à nossa área, sem, no entanto, criar muito perigo para o Vlachodimos. Quanto a nós, com o David Neres em detrimento do Chiquinho, tivemos duas grandes ocasiões para marcarmos na 1ª parte, num livre do Grimaldo à barra e num remate do Rafa, isolado só com o guarda-redes pela frente, que ainda tocou poste. Já perto do intervalo, foi o António Silva a atirar por cima num canto com um remate de pé esquerdo.
 
A 2ª parte começou praticamente com o vermelho directo ao Francisco Geraldes por ter derrubado o Rafa, que seguia isolado para a baliza. No livre que se seguiu, o Grimaldo obrigou o guarda-redes Dani Figueira a uma defesa para canto. Pouco depois, foi o Rafa com um remate cruzado da direita a dar outra vez trabalho ao guarda-redes. Perante dez jogadores, o nosso domínio acentuava-se e foi com estranheza que vi o Roger Schmidt limitar-se a trocar de pontas-de-lança, tirando o Musa para entrar o Henrique Araújo. Achei que precisávamos de mais poder de fogo na frente, mas o que é facto é que marcámos pouco depois: aos 66’, cruzamento do João Mário para a área, saída a soco do Dani Figueira, que acerta mal na bola, ficando esta à mercê do pontapé-de-bicicleta do David Neres no ressalto. Um golão, apesar de ter nascido de um frango. Em inferioridade numérica, percebeu-se que o Estoril só poderia marcar num erro nosso. No entanto, apesar da pouca frescura física, fomos tentando marcar sempre o segundo golo, mas a pontaria não esteve afinada. Em cima dos 90’, o António Silva teve um erro de posicionamento, mas felizmente o Benchimol não conseguiu dominar bem e a bola acabou nas mãos do Vlachodimos.
 
Em termos individuais, o David Neres foi o melhor e não só pelo golo, o que não é de espantar dado que também era dos que se apresentava mais fresco. O Enzo Fernández voltou às boas exibições e, em relação ao Florentino, parece que a sobrecarga de jogos não passa por ele. O Otamendi foi outro que esteve intratável. Quanto aos restantes, estiveram todos num plano aceitável com a equipa a controlar bem o jogo, sem se expor a muitos riscos.
 
Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima 2ª feira, mas o objectivo é sempre o mesmo: chegar ao Jamor e vencer a competição.
 
P.S. – Na passada 2ª feira, houve sorteio de Champions e finalmente tivemos sorte (pelo menos, no papel)! Calho-nos o Club Brugge. Estiveram no grupo do CRAC, mas, em termos teóricos, eram o mais fácil que podíamos apanhar. Cabe-nos em campo confirmar este favoritismo para chegarmos aos quartos-de-final.

segunda-feira, novembro 07, 2022

Abafo

Goleámos o Estoril na Amoreira (5-1) e ficámos com uma distância de oito pontos para o 2º classificado, que é agora o CRAC (ganhou facilmente 4-0 ao Paços de Ferreira), porque o Braga perdeu em casa com o Casa Pia (0-1) e está agora a nove pontos de nós, mantendo-se a lagartada a 12 (3-0 sobre o V. Guimarães). Depois de uma (épica) jornada europeia e antes de uma eliminatória da Taça (no mesmo local contra o mesmo adversário), demos uma demonstração cabal do nosso poderio no momento.
 
Com as lesões do Aursnes e Gonçalo Ramos, entraram o Chiquinho e o Musa. O Estoril está a fazer um campeonato interessante e já tinha retirado dois pontos ao CRAC, pelo que este jogo se revestia de um elevado nível de perigo. As coisas começaram algo equilibradas, mas nós tivemos logo nos minutos iniciais uma óptima hipótese com um remate do Rafa, que saiu ao lado. O Estoril respondeu bem e criou uma enorme ocasião à passagem do quarto de hora, com o Rodrigo Martins a surgir isolado frente ao Vlachodimos, mas este a defender brilhantemente com o pé. No entanto, aos 25’ fomos mesmo nós a inaugurar o marcador, com um excelente cabeceamento do Musa (anda a treinar o jogo de cabeça, só pode) depois de um centro do Grimaldo na esquerda. O Pedro Henriques, que estava a comentar o jogo na Sport TV, estava a dizer que o nosso nível de eficácia nas bolas paradas estava a decair em relação ao início da época e em boa hora falou! Cinco minutos depois do primeiro golo, surgiu o segundo num canto, com assistência de calcanhar do Chiquinho e desvio também de calcanhar(!) do António Silva. Que golão! Continuámos a pressionar nos minutos seguintes, mas um canto desnecessário provocado pelo Bah proporcionou ao Estoril outra óptima ocasião, com o Musa a livrar-se por pouco de um autogolo, com um alívio para a barra, tendo o António Silva na recarga parado com o corpo um remate que também tinha boa direcção. Na sequência deste alívio, contra-ataque venenoso da nossa parte através do Rafa, mas o Enzo Fernández isolado não conseguiu desfeitear o guarda-redes. Porém, não tivemos de esperar muito pelo o 3-0, que aconteceu aos 40’ num bis do António Silva, de cabeça, depois de assistência também de cabeça do Florentino a centro do Rafa, na sequência de outro canto. (Pedro Henriques, por favor, nos jogos do Benfica é favor fazer sempre esse comentário!)
 
Na 2ª parte, apesar de termos o jogo praticamente ganho, não demos a menor hipótese ao Estoril e ainda acentuámos mais a nossa superioridade. Tanto assim foi, que só nos minutos finais é que o Estoril conseguiu pisar a nossa área! Parecia que o jogo estava 0-0 tal o nosso comprometimento com o mesmo. É impossível não encher as medidas de qualquer adepto. Atirámos uma bola ao poste pelo Musa, entretanto o Roger Schmidt começou a rodar a equipa e o recém-entrado David Neres isolou brilhantemente o João Mário, que desviou subtilmente do guarda-redes para o 4-0 aos 67’. Quem também entrou foi o Henrique Araújo que, depois de falhar perante o guarda-redes, fez um golão num remate em vólei, mas o VAR Hugo Miguel considerou que o Florentino, que estava em fora-de-jogo no início da jogada, teve intervenção na mesma. Um roubo, porque o nosso jogador nem se faz à bola! Não descansávamos e fizemos mesmo o quinto golo aos 89’ num remate fabuloso de quase 30 m(!) do Ristic, que tinha substituído o Grimaldo minutos antes. Até final, ainda deu para o Serginho ser o primeiro a marcar um golo ao Benfica fora de casa, fazendo o resultado final de 1-5, e para levarmos uma bola ao poste já mesmo em cima do apito final. Já tínhamos entrado em descompressão e estes dois lances eram escusados...
 
Em termos individuais, destaque evidente para o António Silva, que se estrou a marcar na Liga e logo por duas vezes. O João Mário também fez um óptimo jogo e está numa forma assinalável. No meio-campo, o Florentino continua um muro quase intransponível e fez bem o descanso ao Enzo Fernández (apesar de estar com uma irritante mania de perder pelo menos uma bola perigosa por jogo na saída a jogar no nosso meio-campo...). O Rafa não esteve feliz na hora de rematar à baliza, mas é sempre um perigo para as defesas contrárias. O Musa é um bocado cepo, mas enquanto marcar um golo cada vez que entra, por mim, está bem assim. Menção também especial para o Vlachodimos, que impediu que começássemos o jogo a perder.
 
Voltaremos à Amoreira na 4ª feira para a Taça de Portugal e é bom que não nos deixemos deslumbrar por este resultado. Vai ser um jogo muito difícil e nunca é demais relembrar o nosso vergonhoso palmarés de três taças ganhas em 25 anos...! E nas Caldas da Rainha aconteceu o que aconteceu, portanto, é fundamental mantermos o foco no máximo. Estamos bem lançados no campeonato, mas não só nada está ganho, como a ida ao Jamor é imprescindível!

quinta-feira, novembro 03, 2022

De sonho

Goleámos ontem o Maccabi Haifa em Israel por 6-1 e, como o PSG só ganhou por 2-1 em Turim frente à Juventus, conseguimos batê-lo nos golos fora e ficámos em 1º lugar do nosso grupo da Champions! Vou repetir, porque isto é difícil de acreditar: num grupo com PSG e Juventus, não só não perdemos nenhum jogo, como ficámos em 1º lugar! Nem nos nossos melhores sonhos antevemos uma destas.
 
Com o Enzo de fora por causa dos amarelos, entrou o Aursnes de início, como se esperava, tendo o David Neres regressado à titularidade. Perante um público muito ruidoso, a primeira oportunidade foi para os israelitas, com um remate ao lado depois de um lance em que o António Silva não teve a melhor das abordagens. Reagimos bem e, pouco depois, uma excelente jogada do Aursnes pela esquerda culminou numa assistência para um remate de primeira do Gonçalo Ramos ao poste! Continuámos a insistir e foi a vez de o Rafa colocar o guarda-redes Cohen à prova com um grande remate de fora da área. Na sequência desse canto, inaugurámos finamente o marcador aos 20’ numa bola bombeada pelo Bah para a cabeça do Otamendi, que assistiu o Gonçalo Ramos para fazer o 1-0 também de cabeça. Que grande golo! No entanto, não tivemos muito tempo para saborear esta vantagem, porque aos 26’ o mesmo Bah não colocou as mãos atrás das costas num centro para a área e a bola bateu nelas, tenho o VAR chamado a atenção do árbitro para o respectivo penalty. O Chery não deu hipóteses ao Vlachodimos. Por volta da meia-hora, o Schmidt surpreendeu toda a gente ao fazer uma dupla substituição, tirando o Ramos e o Aursnes e colocando o Musa e Chiquinho. Veio explicar no final que foram ambas por motivos físicos. Até ao intervalo, não conseguimos voltar a marcar, mas as notícias de Turim eram boas dado que a Juventus tinha conseguido empatar depois de estar a perder desde muito cedo.
 
Na 2ª parte, demos um autêntico festival! Os israelitas praticamente não chegaram à nossa baliza e nós recolocámo-nos em vantagem aos 59’ numa óptima cabeçada do Musa a corresponder a um não menos perfeito centro do Bah. Dez minutos depois, acabámos com as dúvidas acerca da vitória ao fazer o 3-1 num livre superiormente executado pelo Grimaldo. Todavia, na mesma altura o PSG recolocava-se em vantagem (2-1) e, para ficarmos em 1º lugar, teríamos de marcar mais três golos. O que, com 20’ para jogar, parecei quase uma missão impossível. Naturalmente que eu estava com mais esperança num golo da Juventus que igualasse a partida e nem pensava muito nestes três golos. No entanto, os jogadores do Benfica tinham outras ideias e decidiram tomar as rédeas daquilo que efectivamente dependia de nós: aos 73’, o David Neres, que até então estava a passar completamente ao lado do jogo, tem uma jogada bestial e faz uma assistência fabulosa que coloca o Rafa na cara do guarda-redes, tendo este desviado subtilmente para fazer o 4-1. Aos 82’, o Schmidt colocou o Henrique Araújo e o Diogo Gonçalves para o Rafa e Neres descansarem, e não houve quem não pensasse que o resultado estava feito. Só que o Benfica do Schmidt tem uma atitude competitiva que não pode deixar de nos orgulhar! O Diogo Gonçalves rematou rasteiro de fora da área ao poste e, na sequência da jogada, o Bah desmarcou muito bem o Henrique Araújo na área e este fez o 5-1 aos 88’. Faltava só um golo e os últimos minutos foram muito stressantes! Ainda houve um livre lateral do Grimaldo que o guarda-redes defendeu, mas já depois da hora o João Mário num óptimo remate de fora da área fez o 6-1 que nos deu o 1º lugar do grupo! Foi o delírio!
 
Num jogo como este, que até os não-habituais titulares estiveram muito bem (o Chiquinho terá feito o melhor jogo com a camisola do Benfica), seria injusto destacar alguém. Seis golos de seis jogadores diferentes dizem bem da atitude de toda a equipa. Se pensarmos que, não há muito tempo, estivemos uma série de jogos sem ganhar fora para a Champions, a campanha desta temporada parece um autêntico sonho. Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima 2ª feira, mas um Club Brugge seria muito bem-vindo...!