origem

segunda-feira, março 09, 2020

Angustiante

Empatámos em Setúbal (1-1) no sábado e só não dissemos já adeus ao título, porque o Rio Ave foi empatar (também 1-1) a Mordor duas horas depois. Caso o CRAC tivesse ganho, ficaria três pontos (na prática quatro) à frente e teria o campeonato no bolso. Mesmo assim, pela amostra da nossa lamentável exibição em Setúbal, dificilmente festejaremos em Maio, mas pelo menos a manutenção de um ponto de desvantagem serviu para não estragar completamente o meu aniversário no dia de ontem (cujo dia mais épico foi sem dúvida este!).

O Bruno Lage colocou o Weigl e o Rafa no banco, fazendo avançar o Cervi e Chiquinho, sendo o meio-campo constituído pelo Samaris e Taarabt. No entanto, a nossa 1ª parte foi absolutamente inenarrável! Jogámos a uma só velocidade: parados e paradinhos! É que nem sequer fomos lentos...! Sim, o V. Setúbal fechou-se a sete chaves e só teve uma oportunidade de golo (por acaso até a melhor), mas o Bruno Lage não pode vir dizer que a nossa 1ª parte não foi assim tão má, porque o V. Setúbal quase não passou de meio-campo! Não pode! Fizemos uma 1ª parte hedionda, com uma única verdadeira oportunidade de golo (cabeçada do Samaris num canto). Nunca conseguimos contrariar a defesa do V. Setúbal, que nem sequer fez antijogo. Ou seja, temos de estar mais que preparados para equipas que só defendam. Chegar a Março e criticar o adversário, porque se limita a defender (ainda por cima sem fazer antijogo) não é admissível. Se não conseguimos superar isso, não merecemos ganhar títulos, meu caro Bruno Lage. É tão simples quanto isto.

A 2ª parte não poderia ter começado pior, com o golo do adversário logo no primeiro minuto: nossa equipa amorfa e o Carlinhos a aparecer no meio correspondendo a um passe da direita para desfeitear o Vlachodimos. Pensei “já fomos”, porque da maneira como (não) estávamos a jogar, não estava a ver como iríamos marcar. No entanto, respondemos aos 51’ através de um penalty a castigar cotovelada sobre o Rúben Dias num canto (falta vista pelo VAR e assinalada pelo Sr. João Pinheiro). Depois de ter falhado dois penalties frente ao Moreirense, o Pizzi continuou a marcá-los e atirou para o lado direto da baliza, contrário ao que costuma fazer, tendo batido o Makaridze. Nem estávamos a jogar mal e até marcámos outra vez (só que o Carlos Vinícius estava fora-de-jogo), mas o Bruno Lage achou por bem fazer entrar o Rafa para o lugar do Chiquinho. Não concordei com o timing da substituição e não acho de todo que tenhamos melhorado com ela, porque o Rafa está longe da melhor forma e o último passe continua a não sair. A pouco menos de 20’ do fim, entraram o Weigl e o Dyego Sousa para os lugares do Samaris e Cervi, e foi o avançado a assistir a partir da esquerda o Pizzi para este falhar um golo certo, atirando clamorosamente por cima da baliza quase da marca de penalty. Aos 75’, tivemos a grande hipótese de dar a volta ao jogo: depois de, neste mesmo estádio há uns anos, não ter visto um penalty do tamanho do mundo muito perto do final, o Sr. João Pinheiro viu uma clara mão de um defesa que desviou um remate do Grimaldo. O Pizzi voltou à marca de penalty, mas eu não estava nada confiante. Infelizmente não me enganei e o nº 21 falhou o terceiro penalty em dois jogos consecutivos, atirando ao lado. Aliás, em dois destes três nem acertou na baliza! Até final, ainda tivemos uma óptima oportunidade num remate do Grimaldo que o parvalhão do Makaridze defendeu para canto e uma cabeçada do Dyego Sousa também defendida pelo guarda-redes.

Em termos individuais, não houve ninguém que se tenha destacado positivamente. O Taarabt parece estar a perder o gás, o Samaris começou bem com as suas variações de flanco, mas depois de levar amarelo ficou condicionado até sair pouco depois, e os centrais não tiveram muito trabalho, mas o golo adversário foi na sua zona de acção. Quanto ao Pizzi, deveria mesmo passar algum tempo no banco até para sua própria salvaguarda. Está numa péssima forma, sem confiança nenhuma, não consegue passar por um adversário e, por favor, já chega de ser ele o marcador de penalties! É que, mesmo a jogar pessimamente, caso ele tivesse concretizado os quatro penalties de que dispôs nos últimos dois jogos estaríamos três pontos à frente do CRAC...

O panorama está muito negro para nós. Ou mudamos radicalmente ou isto vai ser um suplício até final. Não nos estou a ver com capacidade para irmos ganhar a Famalicão ou a Vila do Conde, mas como alguém me disse, a jogar desta maneira, nem ao Tondela em casa ganhamos! Uma vitória nos últimos oito jogos é algo que nos deveria envergonhar a todos! O que se passa, Benfica...?!

terça-feira, março 03, 2020

Descalabro

Empatámos em casa ontem frente ao Moreirense (1-1) e perdemos a liderança do campeonato, estando agora um ponto atrás do CRAC (2-0 ao Santa Clara nos Açores). Foi há menos de um mês (8 Fevereiro) que fomos a Mordor com sete pontos de vantagem. Repito: s e t e  p o n t o s de vantagem! Quatro jogos depois, oito pontos foram ao ar, com a agravante de cinco deles terem sido na Luz! Foi um mês verdadeiramente horripilante, em que, para piorar ainda mais as coisas, fomos eliminados precocemente das competições europeias. E o único aspecto positivo, a qualificação para a final da Taça de Portugal, foi conseguida de uma maneira muito lisonjeira e graças a São Vlachodimos.

O Bruno Lage tinha dito que para este jogo era “Samaris e mais dez” e o grego correspondeu sendo um dos melhores em campo. O Moreirense defendeu muito na 1ª parte e nós tivemos bastantes dificuldades em conseguir superá-los, até porque o Taarabt fugia da zona de finalização e o Carlos Vinícius estava invariavelmente sozinho no meio de ‘n’ defesas contrários. Para (não) ajudar, nem sempre empregávamos a velocidade necessária e estávamos coxos do lado direito, porque o Tomás Tavares parecia que tinha uma corda a impedi-lo de progredir até à linha de fundo. Mesmo assim, ainda tivemos umas quantas boas oportunidades, com o C. Vinícius a ultrapassar o guarda-redes, mas a ficar com pouco ângulo, tendo o remate sido interceptado por um defesa, um remate do Pizzi na direita que o Pasinato defendeu para canto e, na melhor jogada da 1ª parte, com o Rúben Dias a iniciar e finalizar com um remate de carrinho, que passou rente ao poste. Quase em cima do intervalo, foi o Grimaldo a atirar ao poste num centro-remate, com a recarga do Rafa a ser cortada por um defesa. Do outro lado, houve dois jogadores do Moreirense que apareceram frente-a-frente com o Vlachodimos, mas da primeira vez este foi rapidíssimo e conseguiu sair aos pés do avançado contrário, e da segunda o cabeceamento passou por cima da barra.

Na 2ª parte, poderíamos ter simplificado muito as coisas logo no reinício. Aos 47’ o Tomás Tavares centrou da direita e um defesa cortou a bola com o cotovelo aberto. No penalty respectivo, o Pizzi atirou excepcionalmente para o lado direito da baliza, enganando o guarda-redes, mas a bola... saiu ao lado! Logo a seguir, entrou finalmente na baliza através do Rafa, todavia o lance foi invalidado pelo VAR, porque o Pizzi fez um carrinho em que atirou a bola ao poste, mas esta bateu-lhe na mão, antes de sobrar para o nº 27. A partida parecia enguiçada e por volta da hora de jogo o Bruno Lage fez sair o Weigl para entrar o Dyego Sousa. O Samaris já tinha amarelo, mas o que é facto é que estava a jogar melhor que o alemão e o Lage decidiu arriscar a sua continuidade. (Eventualmente poderia ter saído o Ferro, recuando o Weigl para o centro da defesa...) No entanto, o balde de água fria surgiu aos 67’ com o golo do Moreirense: jogada pelo lado esquerdo com centro para a área, o Ferro (lá está...) não cortou o lance (quiçá com medo de mais um autogolo) e o Fábio Abreu entrou de rompante nas suas costas, atirando sem hipóteses para o Vlachodimos. As coisas ficaram muito negras e o Bruno Lage não ajudou nada no banco (para variar...): fez entrar (e bem) o Cervi, mas tirou o Rafa que, apesar de não estar a fazer um jogo brilhante, é sempre imprevisível, e, pior ainda, colocou o Jota no lugar do... Taarabt! Saía o único jogador nosso que parte para cima dos adversários e arrisca a fintar e criar desequilíbrios... Quer dizer: em Mordor acabámos com os três pontas-de-lança em campo e o Pizzi a lateral-direito, ontem todos os defesas ficaram em campo até final...! Incompreensível! O C. Vinícius teve um remate por cima, depois de assistido pelo Grimaldo na esquerda, mas pouco mais perigo criámos, porque... não havia ninguém para desequilibrar a defesa! Num contra-ataque venenoso, o Moreirense só não fechou o jogo, porque o remate do Pedro Nuno isolado saiu ao lado. Em cima dos 90’, o Cervi antecipou-se a um defesa na área e foi pontapeado por trás. O Sr. Fábio Veríssimo assinalou o respectivo penalty, o C. Vinícius ainda pegou na bola, mas o Pizzi quis marcar novamente o penalty. Atirou, como de costume, para o lado esquerdo da baliza, muito pouco colocado, o guarda-redes defendeu, mas felizmente para a frente e o nº 21 fez o empate. Teve uma sorte enorme no ressalto! Até final, o Dyego Sousa e o Pizzi ainda remataram, mas o Pasinato defendeu sem muitas dificuldades. Acabou assim um jogo em que era fundamental ganharmos e só não perdemos por pouco...

Em termos individuais, gostei do Samaris, que é o jogador mais parecido com o Gabriel a variar o flanco com passes em profundidade. Continuo sem perceber, porque é que o Lage só agora se lembrou dele... O Taarabt não esteve tão bem como em jogos anteriores, mas neste momento é dos poucos que arrisca desequilibrar. Foi das pouquíssimas vezes que assobiei contra nós, mas não me consegui conter na altura da sua substituição! (Será que o Lage não vê o mesmo jogo que nós vemos...?!) E, por favor, alguém eu diga ao Tomás Tavares que pode (e deve) subir pelo flanco direito para criar desequilíbrios, especialmente em jogos como este...! Obrigado.

Claro que só estamos a um empate de voltar à liderança, mas sinceramente o panorama apresenta-se-nos muito negro. Perder oito pontos em menos de um mês e deixar de depender de si próprio para chegar ao título tem um enorme efeito negativo em nós e positivo nos outros. Não nos estou a ver com capacidade para inverter isto. O plantel parece descrente e joga sob brasas, e o treinador está a ter uma série de opções a partir do banco nos últimos jogos que só estragam a equipa. Não percebo como é que ninguém lá dentro vê isto... Conseguimos dar cabo de uma vantagem de sete pontos em apenas quatro jogos e maioritariamente em casa...! Vai custar muito perder um campeonato assim.

Benfica FM em directo

Disse "claro que sim" a mais um convite do meu amigo Nuno Picado antes do descalabro de ontem. Vai ser uma catarse bastante difícil...

Para ver hoje em directo aqui a partir das 21h30.