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quarta-feira, março 20, 2024

Difícil, mas justo

Vencemos o Casa Pia em Rio Maior no passado domingo por 1-0, mas tudo se mantém igual na frente, porque o CRAC já tinha ganho em casa ao Vizela (4-1) e a lagartada goleou o Boavista por 6-1. Foi uma vitória muito importante e justa.
 
Estas partidas a seguir a jornadas europeias são sempre deveras complicadas. Especialmente se forem da Liga Europa, porque geralmente só há três dias entre jogos, e fora de casa, como foi o caso. Em relação a Glasgow, o Roger Schmidt só tirou o David Neres e fez entrar o João Mário. Não se percebe esta decisão dado que o brasileiro é muito mais ofensivo, mas enfim... Na 1ª parte, facilitámos bastante e o Casa Pia em contra-ataque criou-nos alguns problemas, tendo-nos valido a tremenda aselhice dos seus jogadores em pelo menos duas ocasiões. Na terceira, foi o Trubin a safar-nos. Em relação ao ataque, revelámos a lentidão habitual e não tivemos assim grandes ocasiões. Uma cabeçada do António Silva já perto do intervalo, terá sido a melhor delas, já depois de o João Neves ter visto um golo de cabeça anulado por fora-de-jogo.
 
Na 2ª parte, as coisas tinham de mudar, mas o Schmidt não mexeu no onze logo no reinício. Típico. No entanto, acelerámos um pouco mais e começámos a criar ocasiões, com o Rafa a atirar ao lado já de ângulo algo difícil, o Di María a atirar por cima num ressalto e o António Silva a falhar clamorosamente de cabeça, quando estava em boa posição num livre. Entretanto, já tinham entrado o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do amarelado Florentino e do Marcos Leonardo. O Casa Pia deixou de existir em termos ofensivos, mas o Aursnes teve uma paragem cerebral e agarrou a bola com as mãos, com ela já fora do terreno, mas por muito pouco... O tempo ia passando, mas finalmente lá marcámos aos 74’ numa iniciativa individual do Arthur Cabral, bem lançado pelo João Mário na direita num contra-ataque, que depois flectiu para o centro e rematou em arco de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes Ricardo Baptista. Um golão daquele que é, neste momento, o nosso menos mau avançado. O mesmo Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade num forte remate que o guarda-redes defendeu com dificuldade para canto. Até final conseguimos controlar as coisas minimamente, porque só por uma vez o Casa Pia chegou à nossa baliza, mas o Trubin resolveu com êxito.
 
Em termos individuais, destaque para o Arthur Cabral que desbloqueou o nosso jogo. Quando finalmente estava numa senda goleadora e a fazer assistências, o Schmidt mandou-o de volta para o banco. Espero que não volte a acontecer o mesmo, até porque, sim, Sr. Schmidt, o mais importante nos avançados é que marquem golos! O João Neves continua o motor de todo o nosso jogo e voltei a gostar do Florentino enquanto esteve em campo. No entanto, concordei com a sua substituição por causa do amarelo e o João Mário até subiu de rendimento quando foi para o meio. Mas uma coisa é ele jogar no meio contra o Casa Pia, outra é jogar em Mordor ou no WC...! O Aursnes, é bom que não repita mais gracinhas daquelas, porque arriscou imenso...
 
Iremos ter agora a pausa para as selecções antes de voltarmos para a fase decisiva da época. Mas temos de subir o nosso nível exibicional sob pena de não termos alegrias este ano. É que continuamos a jogar muito pouco para o plantel que temos.

sábado, março 16, 2024

Em frente

Vencemos na 5ª feira o Rangers em Glasgow por 1-0 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga Europa. Foi um triunfo justo e seria péssimo sermos eliminado por uma equipa é que manifestamente inferior à nossa.
 
Tal como escrevi aquando da 1ª mão, o facto de termos de jogar para ganhar foi melhor para nós, porque senão ir-nos-íamos pôr a defender o resultado, como em Toulouse. Com os titulares de regresso e o meio-campo certo (finalmente!) com Florentino e João Neves, tivemos alguma dificuldade em criar oportunidades na 1ª parte, dado que o Marcos Leonardo foi bem anulado pelos defesas contrários (muito mais fortes fisicamente), e errámos alguns passes que, se tivessem resultado, teriam criado bastante perigo para a baliza escocesa. Do lado oposto, apesar de alguma pressão, o Rangers também não teve assim grandes oportunidades, excepção feita a um quase enorme frango do Trubin, que viu um remate fraco passar por entre as suas pernas, mas ainda conseguiu tocar na bola com a perna direita para canto.
 
Na 2ª parte, o Marcos Leonardo ficou no banco, tendo entrado o Tengstedt, mas o Rangers entrou ainda mais pressionante e teve uma ou outra oportunidade, com a bola a passar invariavelmente ao lado da nossa baliza. Apesar de termos algum espaço, continuávamos a revelar alguma dificuldade em sair rápido, porque os passes teimavam em não sair bem. O Rafa e o Di María andavam muito escondidos do jogo, mas, como acontece com os craques, basta aparecerem uma vez para ficarem na história do mesmo. E isso aconteceu aos 66’, quando num contra-ataque (finalmente!) o Di María isolou de cabeça o Rafa, que correu desde o meio-campo até à área contrária para desfeitear o Jack Butland. O fiscal-de-linha ainda assinalou fora-de-jogo, mas o VAR confirmou que o nº 27 tinha partido antes da linha de meio-campo. Os escoceses sentiram muito o golo e até fomos nós a estar mais perto de resolver de vez a eliminatória, com o António Silva a falhar escandalosamente o desvio num canto. Com a intensa chuva que caiu ininterruptamente desde o início, havia jogadores a começar a acusar o esforço (Di María acima de todos eles), mas já se sabe que o Schmidt é mais teimoso do que sei lá e só o substituiu em cima dos 90’. Aliás, quando resolveu mexer, ainda antes do nosso golo, tirou o David Neres, que estava a ser o melhor dos da frente. Em teoria devia ter sido o Rafa ou o Di María a sair, mas como estiveram envolvidos no golo tudo se lhes perdoa. Com menos sofrimento do que se esperava, conseguimos manter a nossa baliza inviolada e assegurar a continuidade nas provas europeias. Este feito é de realçar, porque o Rangers não só marcava há não-sei-quantos consecutivos, como as equipas portuguesas só tinham uma vitória na Escócia até este jogo e há mais de 40 anos.
 
Em termos individuais, o Florentino foi o melhor do Benfica. As estatísticas que saíram confirmam a quantidade absurda de bolas que ele interceptou no jogo e não percebo esta ostracização de que ele sofre nas segundas épocas dos nossos treinadores, depois de ter sido fundamental na conquista dos campeonatos na primeira. Já aconteceu assim com o Lage, está a ser repetido pelo Schmidt. O Otamendi e António Silva estiveram bem na defesa, já o Aursnes a lateral-esquerdo continua a revelar dificuldades. Menção ainda para o Rafa e Di María por terem construído o golo, apesar de não terem feito praticamente mais nada de relevante. O João Neves voltou a encher o campo e nota-se que fica muito mais liberto com o Florentino por perto.
 
O sorteio decorreu ontem e calhou-nos o Marselha nos quartos-de-final. Mediante os adversários possíveis, era de longe o que era preferível. Cabe-nos demonstrar essa (teórica) superioridade em campo, sabendo que, se passarmos, muito possivelmente defrontaremos o Liverpool (a não ser que a Atalanta faça um milagre...). Mas uma coisa de cada vez e primeiro é preciso tratar dos franceses.

sexta-feira, março 15, 2024

Sofrível

Vencemos o Estoril no domingo por 3-1, mas manteve-se tudo igual na frente, porque os outros dois também venceram (a lagartada 3-0 em Arouca e o CRAC pelo mesmo resultado em Portimão perante a sua equipa B). Uma semana absolutamente infernal em termos de trabalho fez com que só pudesse postar isto hoje.
 
O Roger Schmidt resolveu finalmente fazer alguma rotação nesta partida e o Di Mária, Rafa e João Neves ficaram no banco (só para mencionar os mais utilizados). Entrámos bem dado que marcámos logo aos 15’ num bom remate fora da área do Kökçü a passe do David Neres. No entanto, o Trubin parece apostado em cometer um deslize por jogo e aos 22’ socou para a frente uma bola cruzada e o Rodrigo Gomes fez o empate. Tivemos, então, o nosso pior período que se estendeu quase até ao intervalo, em que a lentidão exasperante de processos não nos permitiu criar oportunidades. Até que, já em tempo de compensação, o David Neres cruzou largo da direita, o Tiago Gouveia amorteceu de cabeça do lado oposto e o Marcos Leonardo, muito rápido, encostou também de cabeça para a baliza. 
 
Se marcámos numa boa altura antes do intervalo, voltámos a fazê-lo logo no reinício, aos 49’, pelo Tiago Gouveia numa boa jogada individual, em que encarou o adversário, rompeu e rematou cruzado sem hipóteses para o Dani Figueira. A partir daqui, começámos a dosear o esforço (que também não tinha sido assim tão grande até então...) e foi o Estoril a pôr à prova o Trubin um par de vezes. Felizmente, não conseguiu marcar nenhum golo, que certamente nos iria deixar com o credo na boca até ao fim. Do nosso lado, só um remate do entretanto entrado João Neves à barra, já em cima dos 90’, é que deu a sensação de golo.
 
Em termos individuais, destaque para o David Neres, que esteve em dois dos golos, e para o Tiago Gouveia, com um golo e uma assistência. O Florentino mostrou novamente que é essencial para que a equipa jogue mais à frente e o Marcos Leonardo, na sua primeira titularidade, voltou a marcar.
 
Com a sobrecarga de jogos que estamos a ter, é bom que o Schmidt vá pensando em repetir esta fórmula, porque felizmente temos um plantel que dá para fazer alguma rotação. No entanto, não se pode dizer que os que jogaram tenham tido um rendimento muito superior aos habituais titulares, antes pelo contrário. Ou seja, continuamos a mostrar um futebol muito sofrível para esta fase tão adiantada da época.

sábado, março 09, 2024

Lei de Murphy

Empatámos com o Rangers na Luz na 5ª feira (2-2) na 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. Depois da semana horribilis que tivemos, todos desejávamos uma vitória que pudesse amenizar o ambiente em torno da equipa, mas, apesar de ela não ter surgido, acho que demos uma resposta razoável e que, em relação à entrega da equipa, não podemos apontar nada.
 
Parece que foi preciso duas derrotas (uma das quais humilhantes) em casa dos rivais para o Roger Schmidt perceber três coisas: 1) o Florentino tem de ser titular; 2) o João Mário tem de ir para o banco; 3) temos de jogar com um ponta-de-lança (que não o Tengstedt). Não entrámos mal no jogo, mas sofremos um golo na primeira vez em que o Rangers se acercou da nossa área, logo aos 7’: dois-um na esquerda, centro para a área e cabeçada do Tom Lawrence à vontade para a baliza do Trubin. Reagimos bem e tentámos dar uma resposta tão rápida quanto possível, mas alguns elementos da frente (Di María e Rafa, nomedamente) não estiveram particularmente inspirados. Assim sendo, pertenceram ao David Neres os dois remates mais perigosos, ambos defendidos pelo guarda-redes Butland, sendo que num deles a recarga do Arthur Cabral foi parar... às mãos do guarda-redes! Num terceiro lance de perigo do Neres, este, em boa posição, atirou ao lado depois de um canto do Di María. O argentino e o Rafa também tiveram as suas chances de visar a baliza dos escoceses, mas, ou devido ao guarda-redes ou a intercepções da defesa, os remates nunca chegaram ao alvo. Até que, em cima do intervalo, o VAR assinalou uma mão na área a nosso favor depois de um canto e o Di María concretizou o respectivo penalty da sua maneira habitual, que tantos suores frios me causa... Felizmente, pensámos quase todos, íamos para os balneários sem estarmos em desvantagem, mas o Sr. Murphy tem razão e, quando as coisas têm a tendência para dar errado, certamente que darão. Num livre no período de compensação, o Trubin tem uma saída disparatada quase ao limite da área, não consegue socar bem a bola, o Neres também não alivia bem e o Rangers faz o 1-2 num centro do Fábio Silva, que foi desviado já na pequena-área pelo Dujon Sterling. Há outro jogador adversário que, em fora-de-jogo, tentou jogar a bola, mas o VAR considerou que não teve interferência no lance. Inacreditável, quanto a mim!
 
Na 2ª parte, o nosso domínio intensificou-se e, ao invés, os escoceses não se acercaram tanto da nossa área. O João Neves subiu imenso de produção e arrastou toda a equipa consigo, enquanto o Florentino construía, como é seu apanágio, o muro habitual no meio-campo, que nos permite pressionar melhor o adversário e jogar mais à frente no terreno. No entanto, continuávamos a evidenciar problemas na finalização, com o Neres a perder tempo de remate em boa posição, o Cabral a não conseguir fugir à marcação dos defesas, o Rafa sem pontaria, o Otamendi à vontade num canto a cabecear por cima e o Di María a falhar inacreditavelmente um desvio de pé esquerdo na área, depois de uma assistência do Rafa num contra-ataque. No meio deste desperdício todo, teve de ser um defesa (Goldson) a fazer o autogolo do 2-2 aos 67’, de cabeça num livre para a área do Di María. Curiosamente, já tinha sido este jogador a marcar um autogolo na Luz neste jogo. (Se calhar, é de contratá-lo para nosso ponta-de-lança...!) Entretanto, já tinha entrado o Marcos Leonardo para o lugar do Cabral, mas a tendência de desperdício não se alterou. Do lado contrário, só por uma vez o Fábio Silva colocou o Trubin à prova. Ainda entraram o Tiago Gouveia e o Álvaro Carreras para a faixa esquerda, mas, apesar de termos feito 22 cruzamentos e 14 remates, não conseguimos marcar mais nenhum golo...
 
Em termos individuais, destaque, como já referi, para a 2ª parte do João Neves, que encheu o campo, e para o Florentino que, apesar de não ter estado perfeito (provocou um desnecessário livre perigoso na 1ª parte), tem de ser titular do Benfica, porque a equipa rende muito mais em termos colectivos com ele em campo. De resto, apesar da entrega, não houve mais ninguém particularmente inspirado. O Trubin voltou a ter culpas num golo sofrido, o Aursnes começa a acusar o facto de estar a saltar sempre de posição e fez dos piores jogos que me lembro (desta feita a lateral-esquerdo), o Di María perdeu 40(!) bolas no jogo (se fosse o Jurásek, deixaria de contar para o Schmidt...) e o Rafa voltou a não acertar na baliza. O Cabral lutou, mas também não esteve feliz.
 
Se é óbvio que teoricamente seria melhor irmos em vantagem para a 2ª mão, não sei se na prática, pelo que vimos em Toulouse, não é preferível que tenhamos de jogar para ganhar em Glasgow. Eles estão longe de ser brilhantes na defesa e, com algum espaço, podemos criar-lhes mossa. É preciso é que os jogadores da frente estejam mais inspirados do que neste jogo...

terça-feira, março 05, 2024

O rei já ia nu

Fomos goleados em Mordor no domingo (0-5) e ficámos com um ponto de desvantagem perante a lagartada (3-2 em casa contra o Farense) com mais um jogo, tendo visto a nossa vantagem perante o CRAC reduzida para seis pontos.
 
Como é bom de ver pelo resultado final, o que se passou foi um completo descalabro, cujos sinais, convenhamos, já estavam presentes desde há muito. Perante a lesão do Bah, o Aursnes voltou para a lateral-direita, com o Morato a regressar à equipa para a esquerda, e o Tengstedt na frente em vez do David Neres. E foi do dinamarquês a nossa única verdadeira oportunidade de golo, ao atirar por cima quando só tinha o Diogo Costa pela frente, com o resultado ainda a zeros. O CRAC abriu o marcador aos 20’ pelo Galeno, que estava completamente sozinho(!) na área num canto, com o Trubin a ficar mal na fotografia, porque ficou a meio do cruzamento. O Rafa teve o nosso único remate à baliza ainda na 1ª parte, defendido pelo guarda-redes, antes de o CRAC fazer o 0-2 em cima do intervalo, também pelo Galeno, num lance em que o António Silva foi demasiado anjinho.
 
Na 2ª parte, entraram o Álvaro Carreras e o Florentino para os lugares do amarelado Morato e do Kökçü, mas o CRAC acabou com o jogo logo aos 55’ com o 0-3 pelo Wendell, numa bola desviada ainda pelo Florentino, em que me pareceu que o Trubin se lançou um pouco tarde. O Schmidt fez mais duas substituições logo a seguir, entrando o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do Di María e Tengstedt, mas o descalabro começou a antever-se quando o Otamendi se fez estupidamente expulsar por duplo amarelo aos 61’ (um capitão do Benfica, especialmente já tendo jogado naquele antro, não pode ser expulso desta maneira!). A partir daqui, estava na cara que o CRAC viria para cima de nós tentar a goleada. Algo que nós nunca fazemos em situação semelhante (basta lembrar o jogo da 1ª volta na Luz...)! Ainda falharam duas bolas de baliza aberta pelo Nico González de cabeça e pelo Galeno, mas aos 75’ fizeram o 0-4 pelo Pepê, num remate em que o Trubin é muito mal batido, com a bola a entrar no poste mais próximo. Em cima dos 90’, fizeram o 0-5 pelo Namaso de cabeça. Ambos estes golos nasceram do nosso lado esquerdo e mostraram as enormes limitações que o Álvaro Carreras tem a nível defensivo.
 
Numa partida destas, claro que praticamente ninguém se salvou. A única excepção foi o João Neves, que foi o único a perceber o que defrontar este adversário significa. Ele e os adeptos do Benfica que estiveram presentes no estádio, que não se coibiram de se fazer (e bem) ouvir quando já estavávamos a perder 0-4.
 
Sem nenhuma ordem de importância, vou então justificar o título do post:
 
1) Sim, tínhamos ganho os quatro jogos frente a adversários directos até à passada 5ª feira, mas convém não nos deixarmos cegar pelos resultados. Na Supertaça, com um pouco mais de qualidade do CRAC, poderíamos ter chegado ao intervalo a perder por 0-3; no jogo frente a eles no campeonato, estivemos com mais um desde os 19’ e ganhámos à rasca; em Braga, foi o Trubin que nos salvou na 2ª parte; contra a lagartada na Luz, estávamos a levar um banho até ficarmos a jogar contra 10 e só demos a volta completa já nos descontos. Já para não falar da vergonhosa campanha europeia deste ano.
 
2) A gestão do plantel pelo Schmidt é verdadeiramente patética. Dou o exemplo do Vizela: 5-0 ao intervalo, jogo resolvido, segundo de seis jogos em 17 dias(!), o que faz o nosso treinador? Tira o Rafa para pôr o... Di María! Jogador jovem a precisar de ter minutos de jogo, certo...?! Quando é que roda mais a equipa? Aos 88’(!) com duas substituições...! O Arthur Cabral estava finalmente a marcar golos e a jogar bem, e o que faz o Schmidt? Mando-o para o banco em Guimarães e utiliza-o intermitentemente desde aí... E há muitos mais exemplo, eu não estou é para escrever os Maias...
 
3) Seis jogos em 17 dias e qual é o nosso meio-campo nos cinco últimos? João Neves e João Mário...! Tirando o frente ao Vizela, em que não podia jogar por estar castigado, em 360’ possíveis, o Florentino jogou... 69’! Claro que, se fosse numa eliminatória europeia fora e na casa dos nossos dois maiores rivais, seria gravíssimo, mas como estamos a falar de jogos fáceis, fez sentido, não foi...?!
 
4) A equipa leva um amasso na 2ª parte em Toulouse e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. A equipa não consegue sair a jogar na lagartada na 1ª parte e que reacção se vê no nosso banco? Nenhuma. A equipa perde todos os duelos no meio-campo em Mordor na 1ª parte e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. Não há nada que venha do banco que possa ajudar a equipa. E isto passa-se há n jogos. Mesmo a brilhante ideia de jogar sem um ponta-de-lança frente ao Portimonense em casa só resultou em golos, porque marcámos o primeiro muito cedo na 2ª parte e mais dois em contra-ataque em três minutos. Não esqueçamos que a 1ª parte foi hedionda...!
 
5) No ano passado, podíamos ter colocado o CRAC a 13 pontos e concentrarmo-nos nos quartos da Champions e todos nos lembramos do que aconteceu, depois de inclusivamente sermos os primeiros a marcar! Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não! Trocando as equipas, com uma expulsão aos 20’ como na 1ª volta, estão a ver não sermos goleados...? Pois, eu também não! Esta equipa do CRAC é de longe a mais fraca dos últimos largos anos, mas entrou em campo no domingo da maneira que entra sempre contra nós, ou seja, com os dentes de fora. Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não!
 
6) Isto está a ser igual ao Lage: primeira época a jogar um futebol de sonho, campeões, e segunda um verdadeiro pesadelo (sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta desperdiçados naquela altura)! O que é que se passa com o Benfica?! Será só culpa do treinador...?
 
7) Parece que, para as redes sociais do Benfica, o jogo ainda não acabou, porque deixaram de publicar o que quer que fosse desde o 0-4... Tenham vergonha na cara, pá! Sejam homenzinhos e assumam o que se passou! O resultado envergonha-nos...? Claro que sim, mas não se esconde (ou deturpa) a história! No ano dos 7-1, ganhámos a dobradinha, só para dar um exemplo. Isto ainda não acabou! (Ou já...?)

8) Não contem comigo para a conversa do "temos de apoiar", "há uma campanha contra o nosso treinador" ou "criticar a equipa e o treinador é fazer o jogo dos nossos adversários". Isso jamais, porque isso seria promover a mediocridade e nunca mudar o que está obviamente mal. Se fôssemos seguidistas a esse ponto, se calhar, ainda teríamos o Vale e Azevedo à frente do clube... É que essa conversa é em tudo semelhante há que havia naquela altura!
 
Sim, se “o rei já ia nu”, não sei até que ponto é só o treinador. Claro que este tem grande parte da culpa, em especial nos cinco primeiros pontos que elenquei, porque o nosso plantel (mesmo sem laterais) é claramente superior ao dos rivais e estamos a apresentar a qualidade futebolística que estamos desde o início da época... Não é justificável o que se está a passar até agora! Tanto o que (não) estamos a jogar, como a maneira como, por exemplo, nos deixámos ser eliminados frente ao Estoril nas meias-finais da Taça da Liga. E esta eliminação é sintoma do ponto nº 6. E é esse que me preocupa mais. Porque se não quero mais uma ‘solução Nélson Veríssimo’ até final da época, também tenho consciência que as coisas não podem continuar como estão até agora...

sábado, março 02, 2024

Desvantagem

Perdemos no WC na passada 5ª feira por 2-1 na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Numa partida em que globalmente a lagartada foi melhor do que nós, uma decisão arbitral bastante duvidosa impediu-nos provavelmente de empatar o jogo.
 
Tal como se esperava, o Roger Schmidt voltou a jogar sem ponta-de-lança, o que se revelou um enorme erro. Não poderíamos ter começado pior o jogo, ao sofrer o primeiro golo logo aos 9’ numa cabeçada do Pedro Gonçalves. E poucos mais lances de monta houve na 1ª parte, dado que a lagartada se fechou muito bem e nós éramos exasperamente lentos a circular a bola, o que lhes dava mais do que tempo para se organizarem na defesa. A jogar sem avançado de raiz, a nossa única hipótese seria apanhá-los em contrapé, tentando aproveitar a velocidade do Rafa, mas a jogar a 10 à hora isso é completamente impossível...! Em termos de oportunidade, só em cima do intervalo houve mais uma flagrante com o João Neves a Aursnes (novamente na lateral-esquerda) a impedir o Edwards de marcar e um canto quase directo do Di María, que o guarda-redes Israel defendeu.
 
A 2ª parte foi bastante mais dinâmica e houve uma alteração logo no reinício com a entrada do Morato para a saída do Bah, tendo passado o Aursnes para a lateral-direita. Aos 53’ sofremos o segundo golo pelo inevitável Gyökeres, que ultrapassou em velocidade o Oramendi e desfeiteou o Trubin. As coisas estavam muito negras para nós, porque não conseguíamos chegar à área contrária e já estávamos a perder por dois. O Schmidt lá se lembrou que tinha três(!) pontas-de-lança no banco e fez entrar o Tengstedt aos 61’ saindo o David Neres. Aos 68’, na nossa primeira jogada de perigo, reduzimos para 1-2 pelo Aursnes depois de um centro do Di María. Até que cinco minutos depois deu-se o caso do jogo, com o Sr. Fábio Melo no VAR a chamar o sr. Fábio Veríssimo para anular aquele que seria o 2-2 do Di María, por pretenso fora-de-jogo do Tengstedt, que teria impedido o Israel de ver o remate. Ora, o próprio Israel não esboçou o mínimo protesto, aliás, nenhum jogador lagarto o fez! Mais, o Israel vê perfeitamente a bola a ser rematada e a trajectória que vai percorrer, porque o Tengstedt não faz a mínima tenção de a jogar, até se desvia dela! A visão do guarda-redes sobre o lance é total! Ficámos todos embasbacados com esta decisão inacreditável. Até final, houve oportunidades de ambos os lados, com uma cabeçada do António Silva, que infelizmente saiu à figura e um golo anulado ao Nuno Santos (seria um golão) por fora-de-jogo anterior na jogada.
 
Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor do Benfica, ao anular completamente o Gyökeres. O nosso azar foi que, no lance do golo dele, quem disputou a bola com o sueco foi o Otamendi... O João Neves também jogou bem, com especial relevo para a 2ª parte. O Di María estava a passar completamente ao lado da partida e de repente faz uma assistência e marca um golo (mal) anulado. O Aursnes merece igualmente uma palavra por ter deixado a eliminatória ainda em aberto e por manter um rendimento quase constante, apesar de andar sempre a saltar de posição... 
 
Temos um plantel bastante melhor do que a lagartada, infelizmente o nosso treinador é muito pior. Estou convencido de que, com os treinadores trocados, teríamos ganho folgadamente. A nossa 1ª parte é de fugire a melhoria que houve na 2ª resulta mais da mais-valia dos nossos jogadores do que propriamente de um rasgo vindo do banco. Porque, já se sabe, que esse nunca vem. Voltámos a ver substituições aos 88’ e já na compensação, que é algo que nunca perceberei. Acabámos por conseguir um resultado bastante melhor do que a exibição, o que nos permite ainda sonhar com o Jamor.