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segunda-feira, dezembro 25, 2006

Natal

Nesta altura festiva, o meu desejo é sempre o mesmo: que todos tenham um Natal GLORIOSO!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Lisonjeiro

Foi um dos jogos com o resultado mais injusto de que me lembro. Ganhámos por 4-0 ao Belenenses, mas quem não tenha visto o jogo ficará com uma ideia errada se só reparar nos números finais. Tivemos uma eficácia de 40% (quatro golos em dez remates), enquanto o Belenenses efectuou 16 (!) remates e ficou a zeros. A justiça da nossa vitória é indiscutível, mas como bem referiu o Fernando Santos o resultado deveria ter sido mais equilibrado. É um lugar comum dizer-se que ganha quem marca, mas podemos dar-nos por muito satisfeitos com este desfecho e principalmente pela forma como ele foi obtido. O Belenenses foi a melhor equipa que vi na Luz este ano e este o jogo mais interessante de seguir, já que ambas as formações procuravam sempre atacar.

A nossa equipa titular foi a mesma que enfrentou o V. Setúbal e a partida iniciou-se em bom ritmo, com as duas equipas a procurarem a baliza, mas sem grandes oportunidades de golo. Até que aos 20’ acontece um dos lances capitais do jogo, com o penalty (indiscutível) que o Gaspar cometeu ao colocar o braço à bola na área. O Simão apontou para o lado habitual (direita do guarda-redes), mas o remate era indefensável. Pouco depois, o Belenenses tem duas oportunidades, com um cabeceamento que o Léo salva antes de chegar à baliza e um remate do Zé Pedro por cima. Estávamos a ser dominados e tentávamos responder em contra-ataque. O Nuno Assis esteve particularmente activo, mas os nossos remates saíam invariavelmente ao lado. A três minutos do intervalo, houve novo golpe de sorte. O Karagounis bate directo um livre que era indirecto, a bola é desviada pela barreira e trai o Costinha. Chegávamos ao 2-0 sem ter feito grande coisa para tal e com uma grande dose de fortuna. Mas também tem que haver jogos que nos correm de feição, não?

No início da segunda parte houve mais do mesmo, ou seja o Belenenses manobrava com à vontade no nosso meio-campo e criava lances de perigo. Uma defesa do outro mundo do Quim num remate à queima-roupa logo aos 48’ salvou-nos da redução da vantagem. E a confirmar que estávamos com a estrelinha, apenas quatro minutos depois fizemos o 3-0. O Kikin Fonseca estreou-se finalmente a marcar em jogos oficiais com um cabeceamento na sequência de uma boa assistência de Nuno Gomes (também de cabeça) e depois de um cruzamento do Karagounis. Adquiríamos uma vantagem confortável, mas quem pensasse que o Belenenses iria baixar os braços estava muito enganado. Numa atitude louvável, o adversário continuou a fazer o seu jogo positivo e a criar oportunidades. O Quim voltou a fazer mais duas boas defesas, a primeira num cabeceamento do Dady e a segunda a um remate deste mesmo jogador na pequena-área, em que a bola ainda vai bater a seguir no poste. Pouco depois, é um livre do Zé Pedro que passa rente ao poste com o Quim desta feita batido. A baliza estava definitivamente do nosso lado. Até que aos 70’ o Fernando Santos leu muito bem o jogo e viu que faltava poder de choque ao nosso meio-campo, que permitia que os azuis manobrassem à vontade. Entrou o patinho-feio Beto e o que é verdade é que, a partir daí, o Belenenses deixou de criar tantos lances perigosos. O brasileiro entrou tão bem na partida que até teve o público a gritar por ele num livre frontal (o jogo dava para tudo...). Felizmente o Simão fez ouvidos moucos e colocou a bola na cabeça do Katsouranis para este fazer o 4-0. Com este resultado estamos a apenas dois golos do ataque mais concretizador da Liga e terminámos a primeira volta em casa, com uma média de quase três golos por jogo. Nada mau, o pior é a performance fora de portas, a única responsável pelos oito pontos que nos separam do líder.

É repetitivo, mas há que destacar outra vez os mesmos: Simão, Nuno Assis e Ricardo Rocha. Continuam em grande forma e os dois últimos estão a jogar como nunca estiveram. O Katsouranis também continua em grande e já tem cinco golos marcados. Ocupa muito bem os espaços e portanto não precisa de ser um jogador que corre muito atrás da bola. Os laterais também participaram no ataque, mas o Nélson continua a perder bolas idiotas no nosso meio-campo, que dão origem a contra-ataques perigosos do adversário. Uma menção igualmente ao Quim que foi um dos melhores em campo, ao fazer uma série de três/quatro defesas muito boas que nos mantiveram a zeros pela quarta jornada consecutiva. Os dois atacantes estiveram muito batalhadores, mas desta feita o brinde do golo foi para o mexicano. A propósito, considero a sua possível dispensa um grande disparate. O homem está mais ambientado, vê-se que não é um mau avançado, mas não tem técnica nem velocidade para alinhar nas alas (imaginem o Nuno Gomes a extremo…). Os titulares são obviamente o Nuno Gomes e o Miccoli, mas este passa muito tempo lesionado e para o substituir é preferível ter um jogador que já está no plantel desde o início da época, do que contratar um novo avançado a meio da temporada. Para Marcéis, já basta o do ano passado.

Agora vem a pausa (ridiculamente) prolongada do Natal e Ano Novo. Há que emagrecer o nosso plantel, mas espero que não se cometa os erros do ano passado. Precisamos, quando muito, de um lateral direito para competir com o Nélson, mas mais ninguém. Quando voltarmos a jogar será, ao que tudo indica, já com a presença do Rui Costa. Vai ser a nossa prenda do novo ano!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Lamento

... ter que mencioná-lo, mas não há outra hipótese. Alertado por este post do sempre brilhante Gwaihir, resolvi ler a crónica que um plagiador equatoriano muito conhecido da nossa praça tem n’A Bola às terças-feiras. Simplesmente não queria acreditar como é que é possível tamanha desfaçatez. Segundo este senhor, o “verdadeiro patrão do jogo de sombras do futebol português” é o Valentim Loureiro e o presidente do clube regional não tem nada a ver com o assunto, porque o clube regional “é a melhor equipa portuguesa a léguas de distância das outras e uma das melhores equipas da Europa e do Mundo”! Claro, por isso mesmo é que é impossível ter alguma vez comprado algum árbitro, sendo os cafézinhos em casa do presidente, a frutinha nos hotéis e as viagenzinhas pagas ao Brasil meras atitudes de quem é seguidor da Madre Teresa de Calcutá. É o que se chama um excelente argumento! Como é a melhor equipa, não corrompe. Corromper para ser a melhor equipa é algo impossível de acontecer. Aliás, a Juventus ganhou os dois últimos campeonatos relativamente à vontade e portanto não corrompeu ninguém. Mas, espera lá, afinal foi parar à Série B. Estranho... Estes italianos são mesmo doidos! As tareias que vários jornalistas levaram aos longo destes anos, e cujo único denominador comum é o clube regional, também devem ter sido apenas congeminações fantasiosas dos próprios, que tinham conhecidos hábitos de auto-flagelação.

Este sujeito ou é BURRO, ou é intelectualmente DESONESTO ou estava BÊBADO quando escreveu esta crónica. Ou então é uma combinação das três hipóteses anteriores. Fiquei tão nauseado quando li aquele pedaço de texto que tinha que o expressar aqui, para a necessária catarse. Porque é que aquele ser não se limita a plagiar livros de outros e a arvorar-se de grande escritor que fez com que os portugueses lessem?! A desfaçatez não tem limites para quem é daquele clube. Até se tenta defender o indefensável e o absurdo (a colagem que este sujeito tenta fazer do Benfica ao “
Apito Dourado” é digna do Levanta-te e Ri). Infelizmente para esta gente, nem todos somos acéfalos. Como eles.

sábado, dezembro 16, 2006

Tranquilidade

Esta palavra muito em voga nos dias de hoje define bem o jogo frente ao V. Setúbal. Ganhámos por 3-0 numa das partidas mais fáceis que tivemos este ano. Depois de ter tido as duas primeiras oportunidades de golo aos 6’ e 7’, o V. Setúbal conseguiu não fazer mais nada durante o resto do tempo. Um golo logo no primeiro quarto-de-hora acalmou-nos, mas a primeira parte foi horrenda. Na segunda melhorámos e foi sem surpresa que chegámos à já habitual chapa 3.

Perante a lesão de última hora do Petit, jogaram os dois gregos no meio-campo juntamente com o Nuno Assis. O Fonseca permaneceu na equipa e teve por companhia o regressado Nuno Gomes. O Simão é indiscutível e a defesa foi a habitual. À semelhança do que aconteceu na Figueira da Foz, entrámos lentíssimos e muito pouco acutilantes na disputa da bola. O V. Setúbal controlou o jogo durante 10’ e teve as tais duas oportunidades, um remate de longe muito bem defendido pelo Quim e um cabeceamento na sequência de um canto salvo sobre a linha pelo Léo. Aos 13’, num lance um pouco fortuito conseguimos colocar-nos em vantagem pelo Nuno Gomes, que aproveitou um mau alívio de um defesa para dominar bem de peito e desviar a bola do guarda-redes Nélson. A equipa não tinha feito nada para merecer o golo, mas pensei que pudéssemos iniciar uma boa exibição a partir daqui. Puro engano! Continuámos com pouca velocidade na transição para o ataque, muitos passes para o lado e para trás, pouca inspiração individual para criar desequilíbrios e um futebol sem alegria. O Nélson teve a bola duas ou três vezes sem ninguém à frente e, em vez de correr, passava-a para trás. O jogo arrastou-se assim até ao intervalo, até porque se percebeu logo que o V. Setúbal não iria conseguir incomodar-nos.

Felizmente tudo mudou na segunda parte. Tivemos mais vontade na disputa dos lances e imprimimos mais velocidade no jogo. Como se calcula, as oportunidades começaram a surgir com frequência. Logo aos 48’ um centro atrasado do Nélson chega ao Simão que, sem marcação e depois da marca de penalty(!), atira por cima. Pouco depois, outro excelente centro do Nélson proporciona ao Nuno Gomes um bom cabeceamento que o guarda-redes defende sem saber como. À passagem dos 60’ foi o Karagounis que, bem desmarcado pelo Nuno Gomes, atirou também por cima. Mas três minutos depois o jogo ficou definitivamente resolvido. Numa boa jogada de contra-ataque, o Fonseca deixa a bola para o Luisão que tenta o remate, mas acaba por assistir o Simão que atira em arco e faz um excelente golo. Pouco depois o Léo faz uma boa jogada pela esquerda, centra e o Fonseca cabeceia ao lado. Foi pena porque seria um grande golo. Entretanto, o Manú entrou para o lugar do Fonseca e teve participação directa no terceiro golo aos 86’. Noutro contra-ataque, o Nuno Gomes cede-lhe a bola e ele remata com força para defesa do guarda-redes, só que a bola continua em jogo, vai ter novamente ao Manú que assiste o Nuno Assis na área para fazer o seu golo anual pelo Benfica. É pena, porque o Assis é dos nossos jogadores em melhor forma, só que não sabe rematar à baliza, caso contrário marcaria muitos mais golos por época. Assim, temos que nos contentar com um ou dois e ou muito me engano ou já está. Dois minutos depois esteve quase a acontecer o quarto golo, num remate do Nuno Gomes que o guarda-redes defendeu para a barra. O jogo chegava ao fim logo a seguir e a vitória foi incontestável.

Em termos individuais, tem que se destacar o núcleo duro da equipa: Luisão, Ricardo Rocha, Simão e Nuno Gomes. Os dois primeiros estiveram excelente em termos defensivos e o Luisão ainda participou no segundo golo. O Simão continua em boa forma e na segunda parte foi o maior desequilibrador da equipa. Sempre que teve a bola nos pés, criava perigo. O Nuno Gomes voltou finalmente aos golos (por pouco marcava dois) e esteve sempre em movimento. É um jogador fundamental para o nosso tipo de futebol, muito baseado em tabelinhas para proporcionar a entrada dos médios na área. Espero que este golo e esta exibição signifique que a sua má forma é passado. Os restantes jogadores estiveram em plano aceitável. Nota-se que o Fonseca não é mau jogador, mas que precisa de rodagem. Tal como a equipa, melhorou muito na segunda parte, nomeadamente a fazer passes que desmarcavam colegas junto às alas. O Nuno Assis também esteve muito mexido e o Katsouranis foi mais discreto do que o habitual, especialmente em termos atacantes, porque teve que fazer de Petit. No entanto, o meio-campo era todo dele. O Léo destacou-se mais que o Nélson, mas ambos parece que se transformaram ao intervalo, tal a diferença para o segundo tempo. O Quim, tirando aquela defesa logo no início, deveria ser contado como mais um espectador.

Na próxima quinta-feira defrontamos o Belenenses para colocar o calendário em dia. Eles foram ganhar ao Marítimo por 4-1 e o jogo promete ser muito mais difícil do que o de hoje. Escusado será dizer que é imperioso ganharmos. Depois teremos três semanas sem futebol numa daquelas medidas surreais do futebol português. Uma pausa de Inverno de tanto tempo? Irá o país ser coberto de neve e ter temperaturas negativas?

sexta-feira, dezembro 15, 2006

A melhor notícia do ano

Maria José Morgado dirige Apito Dourado

E isto para não dizer que é a melhor notícia dos últimos 20 anos! Vamos ver se finalmente haverá justiça para punir estes CRIMINOSOS que pululam impunemente no futebol português há mais de duas décadas. E que ainda se dão ao desplante de gozar com a justiça (“apita, apita, mas não oiço nada”). O currículo da actual procuradora-geral adjunta fala por si e duvido que alguém a possa pressionar ou condicionar. Ou seja, os tentáculos do polvo estão a ficar em perigo. Ninguém foi ainda condenado, é verdade, mas as escutas que vieram a público são por demais esclarecedoras. Ainda por cima, o melhor argumento que a defesa se lembrou é a suposta inconstitucionalidade das ditas escutas. É por causa de uma questão técnica que querem que todos os arguidos sejam absolvidos. Elucidativo!

Estou bastante confiante depois de ouvir esta notícia. É mais que tempo de pôr cobro a esta POUCA VERGONHA com mais de 20 anos. Ainda agora, na lista para o Conselho de Arbitragem do candidato Madaíl à presidência da FPF estão dois(!) arguidos do processo “Apito Dourado”. Teve que ser um livro escrito pela ex-prost., perdão, ex-companheira do presidente do clube regional a despoletar esta sucessão de eventos, mas se o Al Capote caiu graças a problemas com o fisco, porque é que aquele projecto de ser humano não pode cair pelas calças?! Este caso ultrapassa em muito o âmbito do futebol. Se tudo ficar na mesma é a assunção por parte do Estado que tudo é permitido em Portugal, bastando somente ter boas connections. Mas não
pode nem deve ser assim. O país não é todo constituído por malfeitores, corruptos e desonestos. Afinal a maioria da população nem sequer é adepta do clube regional...

P.S. – No sorteio da Taça Uefa calhou-nos o Dínamo Bucareste. Já os eliminámos há uns anos na altura do Heynckes quando perdemos em casa (0-1) e fomos ganhar fora (2-0). O sorteio não foi mau, até porque temos oportunidade de eliminar uma equipa romena que está muito perto de Portugal no ranking da Uefa. Se passarmos, iremos jogar com o vencedor do AEK Atenas-PSG, outros dois adversários que estão ao nosso alcance. Ou seja, temos obrigação de chegar aos quartos-de-final da Taça Uefa. Ao Braga calhou o Parma (teoricamente o menos forte dos adversários possíveis) e o clube regional vai jogar com o Chelsea! Yes! Se tudo correr como eu espero, em Março teremos o Glorioso e o Braga na competições europeias.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

A besta negra

Três jogos, três empates é o nosso saldo histórico com a Naval 1º de Maio. Ontem houve mais um 0-0 e novamente um penalty que ficou por assinalar a nosso favor tal como no jogo de Março passado na Luz. O Sr. Paulo Paraty e respectivos fiscais-de-linha não viram uma mão escandalosa ainda na primeira parte e isto misturado com muita aselhice na altura de rematar à baliza contribuiu para mais dois pontos perdidos. Temos um jogo em atraso, mas acho que dissemos adeus ao campeonato. O clube regional está muito consistente e oito pontos (na melhor das hipóteses) para lhes recuperar na segunda volta é uma distância muito considerável. Já se percebeu que a montanha-russa de resultados é para ficar e não se vislumbra, a quem se senta no banco, capacidade para dar a volta à situação. A análise aos jogos do Sr. Fernando Santos é boa, mas simplesmente a sua mensagem não passa aos jogadores. Tinha dito esta semana que “temos três vitórias para obter até ao Natal” e depois a equipa apresenta o “futebol” (?) que se viu na primeira parte. Incompreensível...

Jogámos desfalcados do Nuno Gomes e do Miccoli, mas isto não serve de desculpa. Temos o melhor plantel desde há muito tempo e não podemos ficar reféns de dois jogadores, por muito importantes que sejam. Aliás, a lesão do Miccoli é mais uma a entrar no anedotário do nosso departamento médico. Qual foi a vantagem de ele ter jogado a 50% em Manchester? Porque é que insistimos em fazer alinhar jogadores a meio-gás, para depois os perder durante um ou mais meses? Quem toma estas decisões? Adiante... Dado estas ausências entraram o Fonseca e o Paulo Jorge, tendo nós apresentado uma táctica de 4-3-3, ainda com o Karagounis no lugar do Nuno Assis. Todavia como já disse, a nossa primeira parte foi muito má. Entrámos muito lentos, sem ideias, com pouca agressividade e uma tendência irritante em jogar para trás (tendência essa que se manteve durante a maior parte do jogo). A Naval quase não atacava, pelo que o jogo era bastante aborrecido. Só quando o Simão tinha a bola é que acontecia qualquer coisa de novo. Em duas ou três arrancadas criou desequilíbrios que se tornaram os únicos lances de perigo que construímos. Infelizmente a finalização esteve muito mal, com remates muito ao lado do próprio Simão, do Karagounis e um desvio por cima da barra do Fonseca.

Na segunda parte aumentámos a velocidade e as oportunidades começaram a surgir com mais frequência. Era o Simão o motor de todo o nosso ataque e o Katsouranis o finalizador preferencial. O grego fez o melhor remate do Benfica que proporcionou a única (!) defesa ao guardião Taborda. Todos os restantes remates saíam ou ao lado ou por cima. O tempo passava, mas nós não marcávamos. Cerca dos 65’ entrou o Mantorras para o lugar do Paulo Jorge, todavia o angolano não está com a estrelinha de tempos passados. Um dos nossos grandes problemas era a pouca velocidade na transição para o ataque, muito por culpa do jogo mastigado do Karagounis e, sobretudo, do Petit. Aliás, não percebo porque é que o Nuno Assis saiu da equipa. Fez um jogo menos conseguido em Inglaterra, é verdade, mas tem sido dos nossos melhores jogadores. Sem surpresa, mas já tarde em minha opinião, a 15’ do fim entrou para o lugar do Karagounis. A nossa pressão mantinha-se, porém não conseguíamos enquadrar os nossos remates com a baliza, também porque a cerimónia na hora de rematar era mais que muita. Na última oportunidade que tivemos, o Ricardo Rocha falhou um desvio à boca da baliza na sequência de um livre. E assim voaram mais dois pontos.

Individualmente mais uma vez o Simão destacou-se dos demais. Espero que não se confirme as notícias da sua possível saída em Janeiro, porque estamos muito dependentes dele. Viu-se bem isso na pré-época e agora é por demais evidente. O Katsouranis também esteve em evidência, porque foi um dos mais rematadores. Todos os outros estiveram num nível mediano. O Fonseca mostrou alguns bons pormenores, mas não é nada acutilante na hora de atirar à baliza. Falta-lhe o killer instinct dos verdadeiros pontas-de-lança. O Nélson não esteve tão bem como em jogos anteriores e a nossa produção atacante ressentiu-se disso. O Léo subiu bastante na segunda parte e tem uma energia que parece que não acaba. Os centrais não tiveram grande trabalho, mas o Quim defendeu para a frente uma bola relativamente fácil. O Paulo Jorge esteve mexido, no entanto foi muito inconsequente. O Petit jogou bastante mais vezes do que era desejável para os lados e para trás e emperrou muito o nosso ataque, assim como o Karagounis que para além do mais não esteve nada bem a rematar à baliza.


São jogos como este que fazem ganhar ou perder campeonatos. Jogos em que a exibição não é a melhor, mas em que a vitória é crucial. Já tivemos bastante desta dose este ano e quase sempre com os mesmos (maus) resultados. Com o jogo de ontem, perdi todas as ilusões que tinha. Estamos a metade do campeonato e com a irregularidade de resultados que tínhamos no seu início. E assim é impossível ser-se campeão.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Ainda sonhámos

Quando o Nélson marcou o golo da vida dele aos 26’ e colocou-nos em vantagem, pensei que poderíamos ter uma reedição da gloriosa jornada de Anfield Road em Março passado. Mas infelizmente nada disso aconteceu e a derrota por 3-1 em casa do Manchester United atirou-nos para a Taça Uefa. Era obviamente muito difícil (para não dizer impossível) ir a Old Trafford, ganhar e atirar o Man Utd para fora da Champions e portanto não é a este resultado que podemos atribuir o falhanço da qualificação para os oitavos-de-final. Os pontos mal perdidos em Copenhaga e Glasgow fizeram-nos muita falta e esta participação na Liga dos Campeões acabou por nos saber a pouco em comparação com o que fizemos no ano passado. Resta agora tentar ir o mais longe possível na Taça Uefa, porque é uma competição que nunca ganhámos e em que objectivamente temos mais hipóteses de sucesso do que na Champions.

O jogo de hoje começou de uma maneira muito calma. O Man Utd não estava interessado em acelerar muito o ritmo e nós tivemos sempre muito respeito por eles, nunca atacando à maluca. Até ao nosso golo não houve grandes oportunidades, mas a jogada que lhe dá origem é muito boa. O Simão (mais uma vez em GRANDE frente aos ingleses!) ataca rápido pela direita e faz um passe atrasado para a entrada da área, onde estava sozinho o Nélson, que fuzila o Van der Sar. A partir daqui a velocidade do Man Utd foi obviamente outra. Começou a empurrar-nos para a nossa área e a criar perigo. Nós ainda tivemos outro ataque perigoso outra vez pelo Simão, em que o Miccoli inacreditavelmente não acerta na bola, quando estava em boa posição de remate. Ainda por cima, tivemos muito azar na altura que sofremos o golo do empate, já que foi a última jogada da primeira parte. No entanto, nos últimos 10’ não conseguimos sair com a bola controlada para o ataque e a posse de bola do Man Utd era avassaladora. O Quim invariavelmente chutava-a para a frente e lá vinha outro ataque dos ingleses. Um mau alívio do Nélson dá posteriormente origem a um livre, do qual resultou o golo do empate. Não percebi porque é que o Luisão não saltou à bola (preferindo empurrar o Léo) e porque é que o Nuno Gomes preferiu saltar para cima dos adversários em vez de atacar a bola. O central Vidic antecipou-se ao Quim e igualou a partida.

Na segunda parte entrámos muito pior e até sofrermos o 2-1 praticamente não passámos de meio-campo. Os passes não saíam bem e o Manchester empurrava-nos para a nossa área. A excepção foi um livre indirecto que tivemos, em que o Petit rematou ligeiramente por cima. Para quem tinha que ganhar o jogo, as coisas estavam a tornar-se difíceis. Foi sem supresa que o Man Utd chegou à vantagem, num óptimo centro do Cristiano Ronaldo que encontrou o Giggs sozinho na área a cabecear à vontade. O Katsouranis acompanhou a movimentação do Giggs até à entrada da área e depois inexplicavelmente deixou-se ficar para trás, o que permitiu que o galês aparecesse sozinho frente ao Quim. Depois deste golo, finalmente conseguimos trocar mais de três passes seguidos e criámos mais dois lances de perigo, ambos pelo Simão, que não tiveram o seguimento necessário na área. O Miccoli pediu para sair e entrou o Paulo Jorge, mas com o Nuno Gomes numa forma péssima, não havia ninguém para concretizar. Até final ainda houve tempo para sofrer o terceiro golo da praxe num cabeceamento do Saha na sequência de um canto, em que ficou demonstrado a grande lacuna do Léo: a sua baixa estatura que não lhe permitiu cortar a bola sobre a linha de golo. Perdemos o jogo e perdemos bem, porque o Man Utd demonstrou que está num patamar bem acima do nosso.

Individualmente tem que se destacar outra vez o Simão. Que jogão! Sozinho deu trabalho à defesa do Man Utd e todos (leram bem, todos) os nossos lances de perigo passaram por ele. Infelizmente esteve desacompanhado em termos de ataque. O Miccoli não está ainda a 100% e o Nuno Gomes está uma nódoa. O meio-campo não deu o apoio que costuma dar aos homens da frente e percebeu-se porquê. O Man Utd não é propriamente uma equipa qualquer. O Petit está lentamente a voltar à boa forma, por contraponto ao Katsouranis, que fez um jogo muito mau. Lento, sem apoiar o ataque e fechar o lado direito como se impunha, ainda teve o ónus de ficar ligado ao segundo golo deles. Parece-me em deficiente condição física, talvez devido à sobrecarga de jogos. O Nuno Assis não fez um mau jogo em termos defensivos, mas não conseguiu nada de relevante no ataque. A defesa não esteve mal, com destaque para o Ricardo Rocha que se fartou de cortar bolas. O Nélson marcou um golão e não comprometeu a defender, embora tenha ficado inadvertidamente ligado ao primeiro golo deles.

Enfim, resta-nos a Uefa e principalmente o campeonato, que deve ser o nosso principal objectivo para este ano. As competições europeias são um bónus, mas a grande obrigação é ser campeão, ou pelo menos, lutar para isso.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Anedota

E agora vou dizer algo para nos fazer rir: Sporting.

Lagartos - 1 - Equipa de Moscovo (vestida de vermelho) - 3.

Onde é que eu já vi isto?

sábado, dezembro 02, 2006

O sabor

Finalmente provei o sabor de presenciar ao vivo a vitória em casa dos lagartos. Ainda por cima na minha estreia! Muitos referiam que estas vitórias são diferentes e realmente é verdade. Ver as caras dos lagartos à saída do estádio é algo impagável. Foram 2-0, mas podiam ter sido mais, bastava só que aquela bola do Miccoli perto do intervalo não embatesse na barra…

A entrada no estádio foi particularmente difícil e só me sentei dois minutos antes de começar o jogo. O sector visitante não tem uma porta específica o que faz com que se tenha que esperar séculos para entrar, porque os adeptos lagartos também entram por essa porta e naturalmente não podem entrar os dois ao mesmo tempo. Mas enfim, lá consegui chegar antes do jogo começar e ainda bem, caso contrário teria perdido o golo do Ricardo Rocha (o enguiço parece estar quebrado de vez; que golão de cabeça!) logo aos 3’. Não poderíamos ter tido melhor entrada no jogo! O golo surgiu na sequência de um canto, depois de um excelente centro do Nélson ao qual o Nuno Gomes correspondeu com uma boa cabeçada para defesa do Ricardo. Os lagartos acusaram bastante este início de jogo e não conseguiam criar perigo. No entanto, nós também não trocávamos a bola com eficiência para tentar o contra-ataque. O jogo não estava a ser bom e os lagartos só tiveram dois lances em que se aproximaram com relativo perigo da nossa área, ambos de cabeça. Porém, aos 36’ há finalmente um contra-ataque eficaz. Excelente passe do Miccoli para o Simão, que passa pelo Custódio como se ele não estivesse lá, isola-se e atira para o poste mais distante assim que o Ricardo saiu da baliza. Foi o delírio no sector visitante! Até final da primeira parte poderíamos ter marcado mais dois: o tal grande remate do Miccoli que bateu no poste e uma recarga do Nuno Gomes, depois de um livre do Simão, que o Ricardo defendeu com o pé.

Na segunda parte estava com receio de uma entrada forte dos lagartos, mas nada disso se verificou. Estivemos irrepreensíveis na defesa e eles raramente conseguiam construir lances de perigo. Infelizmente, no ataque não estivemos tão bem. O Quim passou o tempo todo a pontapear bolas para a frente (para a cabeça do Miccoli?), em vez de a colocar jogável nos companheiros. Se foram indicações do Fernando Santos, foram muito mal dadas. A posse de bola era toda deles, mas o que vale é que foi completamente inconsequente. Todavia, naturalmente que não conseguíamos criar perigo. Andámos assim durante uma boa meia-hora. Nesta altura estávamos a jogar em claro 4-3-3 com o Simão, Miccoli e Nuno Gomes na frente e o Petit, Katsouranis e Nuno Assis a controlar quase todos os ataques lagartos. A segunda parte não teve grande emoção, porque eles praticamente só conseguiam rematar de longe e todas as bolas, quando chegavam à baliza, foram bem defendidas pelo Quim. Ainda assim, houve duas particularmente difíceis: uma do Bueno de cabeça, na sequência de um canto, e outra do Djaló depois de um amortecimento do Liedson. A 10’ do fim, o Polga levou o segundo amarelo e tive a esperança que pudéssemos aumentar o score, até porque os lagartos deixaram de acreditar. No entanto, dois minutos depois o Nuno Gomes tem uma entrada muito dura sobre o Moutinho e é expulso. Não percebo o que lhe passou pela cabeça... Estávamos a ganhar e com o jogo perfeitamente controlado. Agora vai ficar dois jogos na bancada e espero lhe faça bem, porque o 21 realmente não está em grande forma. Até final ainda deu para o Nélson dar dois bailinhos aos lagartos, que infelizmente não tiveram resultados práticos.

Fizemos um jogo muito bem conseguido, mas individualmente tenho que destacar três jogadores: Simão, Nuno Assis e Ricardo Rocha. O capitão marcou um excelente golo e foi o grande dinamizador do nosso ataque, até porque o Miccoli ainda não estava completamente recuperado do problema muscular que teve na semana passada e o Nuno Gomes não está muito confiante. O Nuno Assis foi importantíssimo no meio-campo, tanto a defender como a atacar. Parece uma formiga que nunca pára. O Ricardo Rocha marcou um golão, só me lembro de ter feito uma falta e foi praticamente intransponível. O Quim também esteve em destaque ao resolver bem o pouco trabalho que teve. O Nélson está em excelente forma, mas tem que deixar de tentar fintar perto da nossa área. O Luisão voltou e ainda bem, porque a defesa com ele é outra coisa e o Léo não sabe jogar mal. O meio-campo também esteve muito bem a defender, mas a transposição para o ataque deveria ter sido melhor em grande parte do jogo. Espero que o Miccoli não se ressinta da lesão na próxima 4ª feira, porque notou-se que não estava na sua plenitude. A entrada do Paulo Jorge foi importante para ajudar o Nélson a suster o Tello e o Nani, porque a meio da segunda parte o Katsouranis deu o berro.

São estas vitórias que nos confiança para o futuro. Espero que seja o início da estabilização da equipa, porque mesmo que ganhemos ao Belenenses ainda teremos o clube regional a seis pontos. É fundamental não perdermos mais pontos idiotas e deixarmos de vez a montanha-russa de exibições e resultados que vem desde o início da época. Temos um plantel fantástico e não esqueçamos que ainda não há maestro. Quanto ao jogo em Manchester será bastante mais difícil do que este, mas o favoritismo está do lado deles. No entanto, se jogarmos com a personalidade de hoje uma surpresa não estará totalmente colocada de parte…

P.S. – No fim do jogo ainda deu ter a boa companhia do D’Arcy na volta a casa. Aquele percurso no meio das caras de derrotados dos lagartos é algo que me vai ficar na memória durante muito tempo... :-)