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segunda-feira, janeiro 26, 2015

Desperdício de ouro

Perdemos em Paços de Ferreira (0-1) e não conseguimos aproveitar a vitória do Marítimo ontem frente ao CRAC. Mais: perdemos uma oportunidade soberba de possivelmente dar o xeque-mate ao campeonato, porque nove pontos de vantagem só muito dificilmente seriam ultrapassáveis. Quando nada levava a crer, escolhemos o pior timing possível para fazer uma exibição muito distante das que vínhamos fazendo e para quebrar a nossa série de jogos sempre a marcar para o campeonato. Foi uma machadada muito grande na nossa moral.

É por estas e por outras que eu prefiro jogar primeiro que os rivais: já não é a primeira vez que desperdiçamos maus resultados alheios. Parece que os jogadores acusam a pressão e se desconcentram quando têm hipóteses de alargar distâncias. Até entrámos bem na partida, com uma soberana oportunidade do Jonas logo a abrir. Praticamente não deixávamos o Paços respirar e aos 18’ o sr. Bruno Paixão apitou penalty a nosso favor por pretensa mão na bola na área. A minha opinião é muito simples: eu não marcaria penalty, mas já vi lances ainda menos evidentes que este serem considerados falta. Depende muito do critério do árbitro, mas para mim não é penalty. Infelizmente, o Lima atirou ao poste e desperdiçou uma chance óptima de nos colocar em vantagem. Pior do que isso, a equipa desconcentrou-se e a partir daqui nunca mais foi a mesma. Pouco depois, uma boa combinação atacante fez o Salvio atirar ao poste, numa bola ainda desviada por um defesa, mas foi o nosso canto do cisne em termos de jogadas bem conseguidas. O Paços galvanizou-se com o falhanço do penalty e começou a criar-nos perigo através principalmente de bolas paradas.

Ao intervalo, em trocas de mensagens com alguns benfiquistas, a apreensão não era um exclusivo meu. Infelizmente, a 2ª parte veio dar-nos razão: fomos uma sombra do que temos sido até aqui. O Paços fechou-se muito bem e nós não tínhamos ninguém para furar, porque o Salvio esteve abaixo do que é habitual e é nestas alturas em que mais se sente a falta de um Gaitán (e de um Enzo, já agora). O Jonas bem tentava, mas poucas coisas lhe saíam bem, o Talisca mal de viu e o Lima é como se nem estivesse em campo. O Ola John, que nem estava a ser dos piores na 1ª parte, baixou na 2ª e foi o primeiro a ser substituído (eu não o teria tirado, porque a entrada do Pizzi implicou o desvio do Talisca para o flanco, lugar em que manifestamente não rende). Mesmo estando a léguas do que já mostrámos neste Janeiro, ainda atirámos mais uma bola ao poste pelo Lima, o Derley, entretanto entrado, falhou uma recarga facílima depois de uma defesa do guarda-redes e com este batido (daquelas que o Tacuara metia nas calmas e depois muita gente dizia “ah ok, mas era só encostar”… Pois era!), e o Talisca demonstrou que em termos cerebrais lhe falta também qualquer peça, porque estando em excelente posição para dominar a bola e rematar, quando só tinha o guarda-redes pela frente, resolveu rematar de primeira, falhando completamente a bola. No último minuto, aconteceu o impensável: o idiota do Eliseu não acompanhou o movimento do adversário e resolveu fazer um carrinho. Claro que tocou nele e foi penalty. O Sérgio Oliveira não fez como o Lima e marcou. Com a assistência ao guarda-redes adversário por duas vezes, o sr. Bruno Paixão deu oito minutos de compensação e ainda tivemos uma óptima ocasião, em que o Salvio isolado sobre a direita depois de um livre, centrou para a área, mas ninguém chegou a tempo do desvio. Pareceu-me que o argentino poderia ter tentado o remate directo.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém. A equipa esteve inexplicavelmente muitos furos abaixo do habitual e sinceramente não entendi o porquê daquela desconcentração com o penalty falhado. Deu a impressão que nos esquecemos de como jogar à bola e mostrávamos uma exasperante lentidão de processos, tornando tudo mais fácil para quem defendia.

Tínhamos tudo a nosso favor: o Paços não ganhava há uma série de jogos, tinha os dois centrais lesionados, o estádio estava lotado e jogávamos praticamente em casa, e o CRAC tinha perdido. NÃO SE PODE desperdiçar oportunidades destas! NÃO SE PODE! Se não formos campeões, este jogo será a razão principal desse fracasso. Demos um balão de oxigénio a quem já estava praticamente morto e deixámos escapar a oportunidade de poder perder no WC daqui a duas jornadas e mesmo assim ficar com a concorrência a seis pontos. Depois da eliminação na Taça de Portugal em casa frente ao Braga, esta é a segunda grande desilusão da época (ok, há a Europa, mas essa doeu menos e foi muito sui generis). É bom que não tenhamos muitas mais até final da época. (Nove pontos, PORRA! Seriam nove pontos de distância!!!)

P.S. – O Jesus veio dizer no final, à la Trapattoni, que “se não ganhas, não podes perder”. É bom que diga isso ao idiota do Eliseu que NÃO pode disputar um lance daquela maneira quando está na nossa área. Se falha a bola, é imediatamente penalty. Já não é a primeira vez que faz isto. Duvido que o André Almeida fizesse o mesmo.

sexta-feira, janeiro 23, 2015

A melhor notícia do ano!

O adeus de Pedro Proença

Eu disse do ano?! Dos últimos 14 anos! Já fiz mais do que um post com estas imagens, mas nunca é demais recordar os momentos mais inolvidáveis do "melhor árbitro do século" em Portugal. Vai respirar-se melhor nos relvados a partir de hoje. E não te preocupes, nós não te esqueceremos. Nunca! E jamais te perdoaremos. Obviamente!

Da minha parte, revejo pela enésima vez os dois lances no Bessa e especialmente o do Lisandro, e a tua posição no campo diz-me tudo o que preciso de saber sobre ti. Não tenhas receio, nós sabemos bem que não "erraste dentro de campo".

Infelizmente para nós, acabaste a carreira com 14 anos de atraso. Não deixas saudades. Nenhumas!



* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

quinta-feira, janeiro 22, 2015

Personalidade

Vencemos em Moreira de Cónegos (2-0) e fizemos o pleno na Taça da Liga, qualificando-nos naturalmente para as meias-finais. Num jogo em que bastava o empate para o apuramento, não facilitámos e o triunfo foi indiscutível numa exibição muito agradável.

Numa equipa em que metade eram titulares e os outros nem tanto, vimos o Moreirense entrar melhor e durante os primeiros 15’ criou-nos alguns problemas. Mas a partir daí, deixou de existir muito por nosso mérito. No entanto, em termos atacantes não criámos tantas oportunidades como é habitual, destacando-se um remate cruzado do Jonas que passou perto do poste como o lance mais perigoso.

Na 2ª parte, o Jesus fez entrar logo de início o Sílvio para o lugar do Eliseu para lhe dar tempo de jogo. Acelerámos os processos e, numa boa combinação entre o Jonas e o Derley, o nº 17 marcou um golão aos 65’: remate de primeira que deixou o guarda-redes sem capacidade de reacção. A partir daí, o desfecho do apuramento ficou resolvido de vez e quatro minutos depois o Derley fez um resultado final num lance que o define enquanto jogador: dominou mal uma bola, mas lutou para ganhar o ressalto, isolou-se e, quando o guarda-redes saiu e já com um defesa a estorvá-lo, deu um pequeno toque na passada que desviou a bola para o fundo das redes. Golo à ponta-de-lança. Até final, o guarda-redes Marafona ainda fez duas ou três defesas que impediram um resultado mais alargado.

Destaque para o Jonas que é o melhor marcador da equipa no conjunto de todas as competições: 13 golos em 15 jogos. Para além da enorme eficácia, é um jogador que faz toda a equipa jogar, mesmo que ontem tenha tido uma ou outra decisão que não lhe saiu tão bem. Que grande contratação! O Derley, que cria alguns anticorpos em pessoas que conheço, é um jogador que aprecio. Está (bastante) longe de ser um craque, mas é muitíssimo lutador e, mesmo que algo trapalhão, geralmente consegue levar a sua avante. Marcou um excelente golo e é muito bom nas tabelinhas à entrada da área (o Jonas que o diga e não foi só no seu golo). O Pizzi esteve muito mexido na 1ª parte, mas falhou o 0-3 de forma algo escandalosa. O Ola John começou na direita, mas melhorou nitidamente quando passou para o seu flanco de origem. Ao invés, o Sulejmani esteve mais discreto do que esperaria e acabou por sair tocado. O Jesus ainda deu minutos ao Gonçalo Guedes, mas o miúdo voltou a mostrar que ainda está muito verde (salvo seja!) para estas andanças.

O que é notável no Benfica do Jesus é que não há grande diferença entre os titulares e os suplentes no que toca à organização do jogo. Ou seja, todos sabem o que têm que fazer em campo e a equipa joga sempre da mesma maneira. Claro que a qualidade individual é que faz alguns jogarem mais vezes do que outros, mas aqueles tempos em que, quando rodávamos os jogadores, parecia que entrava outra equipa em campo, estão definitivamente afastados. E isso só pode ser mérito do treinador. Por outro lado, volta a confirmar-se a tendência dos últimos anos, em que chegamos a Janeiro e elevamos o nosso nível exibicional. Gostei imenso do que vi ontem e espero que isto se mantenha para os próximos jogos.

segunda-feira, janeiro 19, 2015

Grande resposta

Vencemos na Madeira o Marítimo por esclarecedores 4-0 e mantivemos a concorrência a seis pontos. Foi a última jornada da 1ª volta e os números são impressionantes: 15 vitórias(!), um empate e uma derrota. Em termos pontuais, é o melhor Benfica dos últimos 30 anos. Isto numa época em que perdemos cinco titulares (Oblak, Garay, Siqueira, Markovic e Rodrigo, mais o Cardozo e André Gomes; Matic em Janeiro passado e Enzo Pérez agora) e em que a pré-época (com seis derrotas em oito jogos) fazia temer o pior. Afinal, chegamos a metade do campeonato e é isto… Fabuloso!

Confesso que estava com bastante receio desta partida, pelo nosso histórico no Funchal (ainda no ano passado lá perdemos) e pelo facto de o jogo ser arbitrado pelo sr. Carlos Xistra. Para piorar as coisas, o Gaitán teve uma lesão muscular logo aos 13’ anulando em mim o optimismo pelos regressos do Luisão e Salvio à titularidade. No entanto, o Ola John entrou muitíssimo bem na partida e aos 18’ teve uma abertura fantástica para o Salvio dominar de primeira e rematar sem deixar a bola cair no chão para inaugurar o marcador. Depois daquele revés inicial com a lesão do melhor jogador do campeonato, a resposta não poderia ter sido melhor. Estávamos bastante concentrados no jogo e praticamente não deixávamos o Marítimo respirar. Até ao intervalo, o Jonas poderia ter sentenciado a partida, mas resolveu passar ao Lima (remate intercepcionado por um defesa) quando só tinha o guarda-redes pela frente, numa excelente combinação ofensiva. Mesmo em cima dos 45’, o Talisca arriscou bastante um segundo amarelo por ter pisado um adversário na disputa de uma jogada, mas o sr. Carlos Xistra começou a redimir-se de tantas decisões ao longo dos anos contra nós (uma, duas, três) e deu-nos esta abébia. Mediante isto, achei que seria muito prudente tirar o brasileiro ao intervalo.

A 2ª parte começou com o mesmo onze, numa atitude corajosa do Jesus (mais à frente percebeu-se porquê). Esperava que o Marítimo carregasse mais sobre nós, mas os madeirenses continuaram a ser inofensivos durante grande parte do tempo. Quanto a nós, alargámos a vantagem logo na primeira oportunidade que tivemos aos 53’: boa abertura do Talisca para o Ola John picar sobre o guarda-redes, quando este saiu ao seu encontro. Bom golo do holandês em nítida subida de forma. O Marítimo foi-se muito abaixo com este golo e nós selámos definitivamente o triunfo aos 57’ num bis do Salvio: passe do Jonas para o argentino descaído sobre a direita, que olhou para o meio para ver a quem fazia o passe e enganou o guarda-redes rematando à baliza. Logo a seguir grande defesa do Júlio César, desviando o remate do Danilo para a barra, a continuar a manter as nossas balizas invioladas pelo sétimo jogo consecutivo para a Liga. Aos 64’ provavelmente na melhor jogada colectiva do campeonato marcámos o quarto golo pelo Lima, num lance que para além dele também teve o Salvio e o Jonas como protagonistas. Golão! Até final, o Jesus aproveitou para ir fazendo as restantes substituições (entraram Pizzi e Derley) e o Talisca provocou a expulsão mesmo o último minuto para poder cumprir castigo na Taça da Liga e jogar na Mata Real para a semana.

Em termos individuais, destaque para o Salvio pelo bis e pela assistência para o Lima. Boa entrada em jogo, como já referi, do Ola John, o que se saúda especialmente pelo facto de o Gaitán provavelmente ficar de molho uns tempo por causa da lesão. A equipa esteve toda ela num nível bastante elevado, com o Samaris também a destacar-se no meio-campo. O Talisca terá de ter mais cuidado no futuro, especialmente quando já tiver amarelos, porque poderia ter-se tornado o réu deste jogo. O Luisão não esteve nos seus melhores dias, o que é normal sempre que regressa de lesão, mas o Jardel compensou isso com uma exibição sem falhas. O Eliseu esteve bem a atacar, mas a defender nem tanto e os (poucos) lances de perigo do adversário tiveram origem no seu flanco.

A meio da semana teremos a Taça da Liga, onde um empate nos garante a ida à meia-final e na próxima 2ª feira a ida ao Paços. Até agora, Janeiro trouxe-nos as melhores exibições da época. Esperamos que seja para continuar.

P.S. – É bom que os adversários não venham com histórias sobre o lance do Talisca. O CRAC conseguiu a proeza de marcar três golos irregulares(!) em Penafiel (dois foras-de-jogo e uma mão) na vitória por 3-1 e o penalty que dá o primeiro golo à lagartada frente ao Rio Ave vai ficar na história como uma das maiores anedotas deste campeonato. Portanto, bico calado que não têm moral nenhuma para falar!

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Treino

Vencemos o Arouca por 4-0 e só precisamos de um ponto para nos qualificarmos para as meias-finais da Taça da Liga. Foi uma partida em que o Jesus aproveitou para fazer grandes mudanças, mas em que repetimos o resultado do campeonato.

Com o regresso do Sílvio e as estreias a titular do Gonçalo Guedes e Rui Fonte (este em estreia absoluta pela equipa principal), a 1ª parte foi mais agradável do que a 2ª, principalmente porque o Arouca ainda tentou disputar o jogo neste período. Tivemos um par de ocasiões antes de haver um penalty indiscutível a nosso favor aos 30’ do qual resultou a expulsão de um adversário, que rasteirou o Rui Fonte impedindo-o de acertar na baliza quase deserta. O Pizzi, apesar de duas paradinhas que me irritam sobremaneira, enganou o guarda-redes e abriu o marcador. Aos 42’, acabámos de vez com a partida, com o Cristante a fazer o 2-0 num potente remate fora da área, num lance em que a bola sofreu um desvio de um defesa que enganou o guarda-redes.

Na 2ª parte, o Jesus fez entrar o Salvio e o Jonas para os lugares dos dois estreantes e, apesar de o brasileiro ter tido logo uma cabeçada perigosíssima nos minutos iniciais, o jogo baixou de qualidade, porque o Arouca não passava do seu meio-campo e nós também não tínhamos grande vontade de acelerar uma partida que já estava ganha. Só o fizemos nos últimos 10’ em que obtivemos dois golos em minutos consecutivos (83’ e 84’): aberturas do Pizzi em ambos os casos para o Jonas e Derley fazerem as jogadas para o Salvio e o mesmo Jonas concretizarem.

Em termos individuais o Pizzi destacou-se por estar envolvido em três dos quatro golos, mas atirou por cima num lance em que tinha a baliza praticamente escancarada. Voltei a gostar da capacidade de luta do Derley e só é pena que lhe tenha ficado a faltar um golo, objectivo que persegue há muito tempo. O Gonçalo Guedes ainda tem muito que crescer e o Rui Fonte confirmou algo que já suspeitava que é de ter um bom toque de bola. Saído de uma lesão não pode apresentar um ritmo muito elevado. Boa partida igualmente por parte do Cristante, se bem que o Arouca foi inofensivo. De negativo realçar só a lesão do César, que não se sabe se estará apto para o Marítimo, embora o Jesus tenha vindo garantir que tanto o Luisão como o Lisandro estarão disponíveis para essa importante partida.

Este jogo foi um bom treino para as verdadeiras finais que se aproximam (Madeira e Paços de Ferreira). Entre elas, haverá a ida a Moreira de Cónegos para (espera-se) selar a qualificação para as meias-finais da Taça da Liga. Vai ser uma semana muito intensa com três partidas fora.

domingo, janeiro 11, 2015

Melhor do ano

Vencemos o V. Guimarães por 3-0 na nossa melhor exibição da época até ao momento. O timing não poderia ser mais apropriado, porque foi o jogo em que se homenageou o grande Eusébio por ocasião do primeiro aniversário da sua morte. Com esta vitória, mantivemos a distância para o CRAC e vamos ver como é que a lagartada se vai sair neste domingo em Braga.

Ainda com o Luisão lesionado, mas já com o Eliseu em campo e o Salvio no banco, tivemos uma entrada a todo o gás. O Gaitán viu o corpo do guarda-redes Assis defender um remate seu, mas marcámos logo aos 14’: livre do mesmo Gaitán para a área e grande cabeceamento do Jonas. Numa partida perante o terceiro classificado, que se antevia muito difícil, era essencial inaugurarmos o marcador o mais cedo possível e assim aconteceu. O golo galvanizou-nos e embalámos para uns primeiros 45’ de excelência. Atirámos três(!) bolas aos postes (Gaitán, Talisca e Jonas) em apenas 14 minutos, mas perto do final da 1ª parte, foi o Júlio César a salvar-nos do empate, com uma defesa por instinto num canto, seguida de um alívio com o pé, quando estava no chão. Cheguei ao intervalo maravilhado com a nossa exibição, mas com uma sensação de déjà vu. O meu medo era que na 2ª parte baixássemos o ritmo e somente um golo de vantagem poderia ser curto. Além disso era tremendamente injusto para o que produzimos.

Felizmente que isso não aconteceu, porque mantivemos a pressão após o intervalo. Aos 54’, demos um golpe muito forte nas aspirações do V. Guimarães com o 2-0: grande jogada do Lima pela direita, centro para a área, o Ola John falhou o remate com o pé direito, mas teve sorte com o ressalto e a bola ficou ao jeito do seu pé esquerdo, que fuzilou a baliza. Este golo veio acalmar (e de que maneira) as tentativas do V. Guimarães, que entregou o jogo a partir daqui. Nos últimos 10’, o Jesus fez as substituições e o Salvio teve participação no terceiro golo, ao cruzar para o Gaitán concluir. Até final, o Júlio César ainda conseguiu impedir o golo adversário num remate forte.

Destaque individual para o mágico Gaitán: uma assistência e um golo não está nada mal, mas para além disso ainda teve pormenores de grande classe. Fez-lhe bem a braçadeira de capitão na sequência da lesão do Luisão e de castigo do Maxi Pereira. O Ola John melhorou em relação a partidas anteriores, com a mais-valia de ter marcado o golo da tranquilidade. O Jonas voltou a marcar um grande golo de cabeça e o Lima, apesar de ter ficado em branco, fartou-se de batalhar, como é seu hábito. O Samaris também está muito mais consistente e o Talisca subiu de produção em relação a Penafiel (apesar de ter ficado em branco desta vez). Na defesa, o Júlio César é um senhor e o regressado Eliseu fez-se valeu da sua experiência para anular o Hernâni, o mais perigoso dos vimaranenses. Os centrais (César e Jardel) estiveram atento durante o jogo todo, bem como o André Almeida, que é dos jogadores mais úteis que temos.

A meio da semana recebemos o Arouca para a Taça da Liga e espera-se alguma rotação na equipa. É que o jogo do próximo fim-de-semana é nos Barrreiro e é o primeiro de três saídas seguidas que serão fundamentais (mais Paços de Ferreira e lagartada). Acho que muito do campeonato se vai decidir nestes jogos, pelo que esta subida de produção é muito bem-vinda nesta altura.

P.S. – O sr. Rui Gomes Costa sabe mesmo como é que se controla um jogo…

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Complicado

Vencemos em Penafiel por 3-0 e mantivemos a distância para os rivais. O resultado final não espelha as dificuldades que tivemos, porque até à expulsão de um adversário aos 65’ o jogo esteve longe de estar decidido.

Com o Enzo Pérez no Valência e o Samaris a cumprir castigo por amarelos, o nosso meio-campo foi dos teenagers Cristante e Talisca, mas a nossa entrada na partida não foi nada famosa. O Penafiel mostrava muito mais garra que nós na disputa dos lances e só a partir dos 15’ é que começámos a mostrar qualquer coisa. O Ola John teve duas boas jogadas nas duas primeiras vezes que tocou na bola, mas depois voltou ao marasmo habitual. Até ao nosso golo aos 37’, o único perigo que criámos foi num frango do guarda-redes, que largou uma bola vinda de um cruzamento, mas o Jonas não estava atento e, quando rematou, o próprio guarda-redes conseguiu desviar para canto. O golo surgiu numa magnífica abertura de mais de 30 m do Gaitán, excelente recepção do Lima, finta ao defesa e toque para o isolado Talisca, quando tinha o guarda-redes quase em cima dele: o nosso melhor marcador só teve que encostar para a baliza deserta. Estava feito o mais importante e mesmo em cima do intervalo um pontapé de ressaca do Gaitán não decidiu o jogo por muito pouco.

A 2ª parte ia começando mal não fosse um indiscutível fora-de-jogo ser a causa da invalidação do golo do Penafiel, na sequência de um livre para a nossa área. Nós recuámos no terreno e não conseguíamos meter os contra-ataques para aproveitar a subida da equipa da casa. Aos 65’, o sr. Paulo Baptista mostrou o segundo amarelo ao defesa-direito adversário, o veterano Tony, por este ter agarrado os calções do Jonas, depois de o nosso jogador lhe ter roubado a bola. Há causa legal para a amostragem do cartão? Há. Eu mostraria o segundo amarelo num lance daqueles? Não. Mas, verdade seja dita, desde o início do jogo que o Tony se revelava dos jogadores mais faltosos em campo. A partir daqui, a partida tornou-se mais fácil para nós e marcámos mais dois golos, aos 78’ e 88’ através do Jonas e Jardel. O primeiro num combinação entre Ola John e Maxi, com centro deste ainda a bater num defesa e o nosso avançado com o peito(!) a desviar do guarda-redes. O do Jardel foi de cabeça depois de um canto do Gaitán. Aleluia por termos finalmente visto um golo do Jardel! Sinceramente não me lembro da última vez que vimos um golo dele… Será o primeiro de sempre com a camisola principal do Benfica? Nos últimos quatro minutos, o Jesus fez três substituições (para quê…?!) fazendo entrar o Sulejmani, Derley e permitindo a estreia do Gonçalo Guedes na equipa principal. Naturalmente que mal tocaram na bola.

Sem termos feito uma grande exibição colectiva, também individualmente não é fácil destacar alguém de caras. Talvez o Gaitán, por ser dos poucos a conseguir dar o toque de classe que ajuda muito a resolver jogos e o Lima pelo trabalho no primeiro golo. O Jesus voltou a apostar no Lisandro para o centro da defesa em vez do César e sinceramente prefiro o argentino. Tem mais experiência e parece-me mais jogador que o brasileiro, a que não será alheio o facto de também ser ligeiramente mais velho. O Talisca no lugar do Enzo precisa de ter mais cuidado nos passes e o Cristante precisa de saber como não ser batido mais vezes do que seria desejável pelos adversários, porque os seus passes longos são uma imagem de marca a aproveitar. O Ola John era bom que mantivesse a concentração durante o jogo todo, porque a qualidade está lá, mas falta muita cabecinha. O Jonas não estava a fazer uma exibição por aí além, quando inscreveu o seu nome nos marcadores da partida e isso merece sempre realce.

Para a semana frente ao V. Guimarães, não vamos ter o Maxi por causa dos amarelos. Se não recuperarem alguns dos lesionados, especialmente o Luisão, a nossa defesa não vai ter voz de comando. Teremos o Samaris de volta, mas será sempre um jogo muito difícil em que é fundamental para estabilizar a equipa nesta fase pós-férias e pós-Enzo mais uma vitória.

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Ano Novo

Depois de um 2014 inesquecível, infelizmente já sabemos que o 2015 não vai ser tão bom em termos desportivos. Mesmo assim, se fizermos o bicampeonato será também um ano histórico, por matarmos um borrego com mais de 30 anos. Que tenham todos os leitores do blog um óptimo 2015!