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terça-feira, abril 30, 2013

D.e.c.i.s.i.v.o

Vencemos o Marítimo no Funchal por 2-1 e demos um passo muitíssimo importante rumo ao título. Se ganharmos os dois jogos em casa frente ao Estoril e ao Moreirense, seremos campeões nacionais. No entanto, há que manter a cabeça fria neste momento, porque os excessos de euforia podem ser muito prejudiciais e nunca é demais relembrar que ainda não ganhámos nada…

A partida na Madeira não nos poderia ter começado melhor: penalty indiscutível sobre o Lima logo aos 4’, que o próprio brasileiro converteu atirando rasteiro para o lado direito, contrário ao do guarda-redes. Pensei que o mais difícil estava feito e que, a partir daqui, iríamos aproveitar o natural balanceamento atacante do Marítimo para contra-atacar rápido e dar a machadada no desfecho do jogo. Só que nada disto aconteceu! O golo pareceu que nos fez mal, fomos recuando cada vez mais no terreno e deixámos o Marítimo criar oportunidades. Atiraram uma bola ao poste num livre logo a seguir ao nosso golo, fizeram uns quantos cruzamentos perigosos e aos 42’ empataram muito justamente, num cruzamento da direita em que o Salvio não acompanhou o central Igor Rossi, o que o permitiu cabecear à vontade para a baliza do Artur.

Não tinha percebido se a nossa paupérrima 1ª parte se tinha devido a cansaço físico ou a estratégia de jogo. Viu-se pelo que fizemos no 2º tempo que foi estratégia ainda que inconsciente dos próprios jogadores, como disse o Jesus na flash interview. Não estamos fadados para jogar “na expectativa” e quando finalmente assumimos o jogo na 2ª parte, o Marítimo deixou de se ver em campo. Fomos para cima deles, o Rodrigo teve um remate cruzado ao lado quando estava isolado e o Lima atirou duas(!) bolas aos postes. Entretanto, tinha entrado o Cardozo para o lugar do inoperante Ola John e voltámos a colocar-nos em vantagem aos 70’ num autogolo do mesmo Igor Rossi, que interceptou para dentro da baliza um cruzamento do Salvio. Até final, ainda deu para o Sr. Manuel Mota converter dois penalties sobre o Cardozo num canto e num amarelo(!) ao nosso avançado por simulação, não tendo o Marítimo conseguido criar nenhum lance de perigo.

Em termos individuais, e falando obviamente só da 2ª parte, destaco o Matic e o Enzo Pérez, que foram fundamentais para a pressão mais à frente que foi empurrando o Marítimo para o seu meio-campo. O Salvio também fez uma partida muito esforçada e o Luisão e Garay estiveram igualmente bem. O André Almeida na esquerda sentiu algumas naturais dificuldades, mas acabou por não comprometer. O Lima não tremeu no penalty e foi pena ter tido pontaria a mais, senão teria feito um hat-trick

Como na 1ª parte quase não estivemos nos Barreiros, espero que os 45’ que efectivamente jogámos não façam muita mossa para 5ª feira. Vamos ter o Melgarejo e o Gaitán frescos, e o Cardozo só com 30’ nas pernas. Estamos há tempo demais sem ir a uma final europeia e já não ganhamos nenhuma há uma eternidade. O principal objectivo da época está próximo (atenção ao Estoril, que está a fazer um óptimo campeonato e a jogar muito bem, na 2ª feira), e voltar a uma final europeia seria a cereja no topo do bolo de uma época que pode ficar na história. Não deixemos escapar essa oportunidade…!

sexta-feira, abril 26, 2013

Desvantagem

Perdemos (0-1) em Istambul e neste momento o Fenerbahçe está mais perto da final de Amesterdão do que nós. Foi um jogo mal conseguido da nossa parte, em que acabámos por ter muita sorte, já que os turcos atiraram três bolas aos postes contra apenas uma nossa. E um hipotético 1-3 seria pior do que o 0-1.

Curiosamente, até entrámos bem na partida. Nos primeiros 10’ poderíamos ter feito dois golos, caso o guarda-redes Volkan Demirel não tivesse feito bem a mancha ao Salvio e o Aimar soubesse rematar à baliza. Já agora, a titularidade de El Mago pode ser criticável, mas eu estive de acordo com ela, porque pensei que fosse melhor ajuda para o André Gomes, já que a indisponibilidade do Enzo Pérez iria ser muito sentida pela equipa. As coisas acabaram por não resultar bem, mas não nos podemos esquecer do jogo no Marítimo na 2ª feira, razão pela qual o Lima também ficou no banco. A partir dos 10’, o jogo foi completamente dos turcos. O Sow cabeceou ao poste com o Artur batido aos 18’ e, perto do intervalo, o Ola John fez penalty, viu um amarelo e vai ficar de fora da 2ª mão. O poste voltou a ser providencial ao defender o penalty do Cristian Baroni.

O Gaitán entrou logo de início na 2ª parte para o lugar do Aimar e pensei que finalmente iríamos conseguir ligar melhor o jogo, e chegar mais vezes perto da baliza. Puro engano. Foi o Fenerbahçe que continuou a criar mais perigo, o Kuyt voltou a acertar no poste aos 51’, mas o Gaitán respondeu na mesma moeda logo a seguir. Até que aos 71’, o árbitro equivocou-se e assinalou mal um canto. O Melgarejo ficou a falar com o Artur, desconcentrou-se, o Garay não conseguiu chegar à bola, o que a fez tocar na cabeça do Melgarejo e assistir o Korkmaz, que cabeceou para o poste, mas a bola ressaltou já para dentro da baliza. Foi uma maneira um pouco inglória de sofrer um golo, mas não se pode dizer que o resultado estivesse a ser injusto. Até final, uma boa iniciativa do André Gomes foi interceptada no último momento e um passe o Cardozo a isolar o recém entrado Rodrigo não chegou ao destino por um triz.

Em termos individuais, gostei bastante do Matic, que ainda por cima teve que superar a falta do Enzo Pérez, e do Jardel, que substituiu muito bem o Luisão na defesa. O Artur também esteve bem quando foi chamado a intervir e o Maxi Pereira fez uma exibição bastante regular. O Salvio começou muitíssimo bem, mas depois foi perdendo gás. Quanto ao Ola John, não só não fez um jogo conseguido, como pode agradecer à idiotice de ter tirado a camisola no golo que marcou ao Leverkusen o facto de ir falhar a 2ª mão de uma meia-final europeia… Cartões perfeitamente escusados dá nisto! O Rodrigo entrou pessimamente e não fez uma única coisa de jeito nos 25’ que esteve em campo. Aliás, por duas ou três vezes, perdemos boas jogada atacantes, porque ou centrava mal ou passava com força demais…

Não vai ser fácil darmos a volta a isto, até porque a equipa começa a exibir sinais de cansaço. Acho que o sucesso da eliminatória dependerá muito do que acontecer no Marítimo na 2ª feira. Esse é que é mesmo o jogo que temos de ganhar, porque, se assim acontecer, só muito dificilmente não seremos campeões. E está toda a gente ciente disso, incluindo os adversários. Se ganharmos, iremos com uma boa moral para a recepção aos turcos, que não vão jogar com três habituais titulares (os dois do meio-campo e o ponta-de-lança), o que poderá ser muito benéfico para nós. Na nossa melhor forma, somos superiores a eles, resta saber se a conseguiremos atingir…

segunda-feira, abril 22, 2013

Muito complicado

Vencemos a lagartada por 2-0 e estamos a três vitórias de nos sagrarmos campeões nacionais. Foi um jogo muito mais difícil do que eu estava à espera, com poucas oportunidades, mas em que soubemos ser mais eficazes. No final, como é da praxe, a lagartada veio queixar-se da arbitragem.

Não entrámos nada bem na partida. Aliás, à semelhança do que já tinha acontecido no WC. A lagartada controlou os primeiros minutos, mas sem grandes oportunidades. Aos 36’, um bom desenvolvimento atacante permitiu-nos chegar à vantagem, com uma abertura do Cardozo para o Gaitán na esquerda, um centro rasteiro deste, falhanço do Lima, mas o Salvio a marcar em jeito de pé esquerdo. Até final da 1ª parte, a lagartada tremeu, mas infelizmente não conseguimos aumentar a vantagem.

Estava à espera que no 2º tempo eles se fossem abaixo das canetas à semelhança do que aconteceu na 1ª volta. Mas isso não aconteceu, o que só prova que de facto o Jesualdo é um bom treinador. Sempre sem criar grandes situações, a lagartada lá ia tendo mais posse de bola e nós não nos mostrávamos tão incisivos nas saídas para o ataque como é habitual. Creio que se notou algum cansaço nos nossos jogadores. Aos 69’, o Jesus trocou o Cardozo pelo Ola John. Confesso que estranhei a substituição, não só porque o Lima estava a ser pior que o Tacuara, mas principalmente porque este era mais útil em lances defensivos de bola parada e possíveis livres a nosso favor. Mas aos 75’ percebi que quem estava errado era eu: o Gaitán tenta pela enésima vez passar por entre os jogadores da lagartada, desta vez consegue, tabela de primeira com o Salvio, centra com o pé direito e ainda de primeira o Lima marca um golo sem deixar a bola cair no chão. Estava feito o golo do campeonato! Defendo que, a partir disto, o título deveria ficar entregue: seria muito injusto que uma equipa que marca um golo numa jogada destas não fosse campeã! ;-) Até final, conseguimos não deixar que a lagartada criasse grande perigo e soubemos controlar o jogo.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gaitán que faz as duas assistências para os golos, para o Salvio e para o Lima por esses mesmos golos, e para o enorme Matic, o jogador mais fundamental do Benfica de hoje. Não gostei muito do Garay, que me parece estar a passar a fase menos boa da época, e o Enzo também passou um pouco ao lado do jogo.

Não percebo porque é que este encontro não foi ontem para nos dar mais tempo de descanso para a Turquia, mas enfim… A próxima semana e meia definirá muita coisa do que será sucesso (ou não) da nossa temporada. Teremos a eliminatória com o Fenerbahçe e a ida ao Marítimo. Se ganharmos na Madeira, será muito difícil deixarmos escapar o campeonato, mas temos igualmente uma oportunidade excelente para voltar a uma final europeia. Haja coração para aguentar isto tudo!

P.S. – Quanto à arbitragem do Sr. Capela, apraz-me dizer o seguinte: pode-se acusá-lo de tudo, menos de não ter um critério idêntico. Tanto nos lances a meio-campo, como na grande-área, nunca apitou encostos / cargas de ombro para ambas as equipas. Deixou jogar um pouco à maneira inglesa e, sinceramente, eu prefiro árbitros destes àqueles que apitam por tudo e por nada. Das quatro grandes choradeiras lagartas de possíveis penalties, só no lance entre o Maxi Pereira e o Capel tenho dúvidas. Os outros três não são falta: o Garay faz um carrinho paralelo ao Volkswagen para tentar interceptar a bola e é o holandês que provoca o contacto antes de rematar, e nos dois do Viola na 2ª parte (quando já estava 2-0, pormenor nada despiciendo!), é o argentino dos lagartos que força a passagem. Lá está, lances que a meio-campo também não foram assinalados. Estão a 37 pontos de nós. Pronto, nós compreendemos a azia.

sexta-feira, abril 19, 2013

Chama Imensa 1904

Há quem marque golos no relvado e há quem os marque fora dele. Podemos conseguir algo histórico esta época. Não deixemos fugir a oportunidade. Nós acreditamos! Viva o BENFICA!



Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

terça-feira, abril 16, 2013

Don’t like

Cumprimos a nossa obrigação de chegar à final da Taça de Portugal, mas fizemo-lo sem brilhantismo ao empatar (1-1) em casa com o Paços de Ferreira na 2ª mão da meia-final. Foi uma partida em que tivemos sempre tudo muito controlado e nunca forçámos demasiado, mas outro erro infantil fez-nos permitir o empate a 10’ do fim.

O Jesus não facilitou e entrámos com a melhor equipa. Dos habituais titulares, só o Lima ficou no banco. Mas, se era para jogar a esta velocidade, talvez pudesse ter sido feita um ou outra alteração, porém o André Gomes e o Urreta nem sequer estavam no banco. Na 1ª parte, criámos algumas boas ocasiões, tivemos uma bola ao poste do inevitável Cardozo e o Paços permitiu ao Artur uma grande defesa, quando teve pela frente um avançado deles isolado.

Na 2ª parte, desfizemos as poucas dúvidas quanto ao vencedor da eliminatória ao marcar aos 54’ numa grande jogada, com cruzamento rasteiro do Gaitán e remate do Cardozo. Pouco depois, o mesmo Gaitán poderia ter decidido o destino do encontro ao rematar à vontade à entrada da área, mas atirou muito por cima. Até que aos 80’, o Maxi Pereira resolveu imitar o Matic da 5ª feira passada e, com um atraso inexplicável, ofereceu ao Cícero a igualdade. E é por isso o título deste post: não gosto mesmo nada que o Benfica não ganhe jogos, nem que seja a feijões, e ainda por cima que não o faça por desconcentrações que permitem golos aos adversários. Fica mal no nosso currículo! Até final, o Lima, entretanto entrado, ainda teve um remate por cima, quando deveria ter feito melhor já que só tinha o guarda-redes pela frente.

A jogar devagarinho e parado, é natural que ninguém tenha sobressaído muito. O Cardozo terá sido o melhorzinho, com a bola ao poste e o golo (além disso, tentou outra vez um golo de meio-campo, aproveitando o adiantamento do guarda-redes; qualquer dia, acerta e temos o golo do milénio!). Para o Enzo Pérez, não há jogos a brincar e fartou-se de correr. Todos os outros tiveram muito medianos, excepção também ao Artur que impediu que nos víssemos a perder ainda na 1ª parte.

Oito anos depois, voltamos ao Jamor. Já estava com saudades de lá ir! Esta é a prova que eu acho que temos obrigação de ganhar. Com o devido respeito ao V. Guimarães (ou ao Belenenses), somos mais que favoritos para a final. Independentemente do que vier a suceder até final da época (e podemos chegar ao Jamor eufóricos ou muito tristes), temos que acrescentar mais uma Taça de Portugal ao nosso palmarés.

sexta-feira, abril 12, 2013

Duas em três anos

Empatámos em Newcastle (1-1) e, pela 13 ª vez no nosso historial (considerando a vez em que ficámos em 2º na fase de grupos da época de estreia da Champions em 91/92, cujo vencedor – Barcelona – teve acesso à final), chegamos às meias-finais de uma competição europeia. Foi uma partida bastante complicada, especialmente a partir do momento em que, denotando um espírito natalício muito fora de época, resolvemos oferecer um golo ao adversário aos 71’. Aguentámos a pressão dos ingleses e conseguimos fugir à derrota já nos descontos.

Entrámos bastante bem, personalizados e, aos 4’, poderíamos ter resolvido a eliminatória, quando o Tim Krul defendeu um calcanhar do Lima e um cruzamento-remate do Melgarejo… A 1ª parte foi toda nossa, tivemos boas oportunidades com destaque para uma do Gaitán que, sem o guarda-redes na baliza, viu um defesa cortar o seu remate. Poderíamos, e deveríamos, ter resolvido tudo antes do intervalo, até porque o Newcastle não mostrou nada na 1ª parte e só teve um golo anulado (e bem) por fora-de-jogo perto do intervalo.

Com as substituições e colocação de mais avançados, os ingleses foram bastante mais perigosos na 2ª parte, porque começaram a bombear bolas para a nossa área. O Lima teve um remate muito por cima, quando estava em boa posição, mas vimos outro golo bem (bem) anulado contra nós por fora-de-jogo descarado. A 20’ do fim, o cérebro do Matic parou e proporcionou a jogada do golo adversário marcado pelo inevitável Papiss Cissé. Foi um erro infantil do género “vou eu à bola ou vais tu, Garay?” e colocou-nos perante os 20’ mais complicados da época até agora. Não que o Newcastle tivesse tido grande ocasiões para marcar (excepção talvez a um remate do Ben Arfa muito por cima, quando estava já dentro da área), mas porque com a ajuda das bolas aéreas e de um público fantástico nos empurrou para o nosso meio-campo. O Jesus lançou logo a seguir o Cardozo e pouco depois o Rodrigo, e o objectivo era claro: tentar marcar um golo. Confesso que naquela altura pensei que a entrada do Maxi Pereira fizesse mais sentido, até porque o André Almeida já tinha visto um amarelo, mas estas duas substituições foram de mestre, porque não permitiram que a equipa fica barricada no seu meio-campo. Depois de um excelente passe do Cardozo para a entrada da área que o Salvio não dominou bem, quando poderia ter rematado à vontade, e de outro falhanço do Gaitán só com o guarda-redes pela frente, o Tacuara desmarcou genialmente o Rodrigo na esquerda, este centrou rasteiro, ligeiramente atrasado, e o Salvio surgiu que nem um relâmpago para fazer a igualdade aos 92’! Foi o delírio, porque não só selava o apuramento, como nos salvava de uma (sempre triste) derrota.

Em termos individuais, gostei muito dos laterais (A. Almeida e Melgarejo), que estiveram quase irrepreensíveis a defender, do Salvio, claro, pelo golo importantíssimo e do Enzo Pérez, a locomotiva do meio-campo (infelizmente, vai falhar a 1ª mão das meias-finais, por causa dos amarelos; aliás, este árbitro croata, Sr. Ivan Bebek, saiu-nos também uma boa peça…). A entrada do Cardozo foi fundamental na viragem do resultado e o Artur também esteve seguro q.b. Os centrais passaram um mau bocado por causa da qualidade do Cissé, mas na hora do aperto cortaram bolas importantes.

Não tenhamos dúvidas que, se a conquista do campeonato é essencial para ajudar a derrotar o cancro do futebol português (que só vencido será com dois ou três títulos seguidos da nossa parte), é a performance nas competições da Uefa que nos dá o estatuto que temos de ser um grande clube europeu. Por isso, esta segunda meia-final em três épocas, com dois quartos pelo meio, restitui-nos de algum modo esse prestígio que estava em baixo. Repito: temos 13 meias-finais, quando os restantes clubes portugueses têm em conjunto 12! Mas, claro, que quero mais e Amesterdão está já ali ao virar da esquina…! Há 23 anos que não provamos o sabor de chegar a uma final europeia...

P.S. – As hipóteses para o sorteio eram Chelsea, Fenerbahçe e Basileia. Calharam-nos os turcos, que é provavelmente o meio-termo entre o que eu queria (Basileia) e o mais teoricamente forte (Chelsea). De positivo, o facto de jogarmos a 2ª mão em casa, mas vão ser dois jogos muito intensos, ainda por cima com o jogo fundamental no Marítimo no meio deles. Também é bom para os anti-Benfica, porque vão poder torcer pelo porco do Meireles. Se conseguirmos não sofrer golos na Turquia, acho que temos tudo a nosso favor.

segunda-feira, abril 08, 2013

Outro borrego à vida

Vencemos em Olhão por 2-0 e, na pior das hipóteses, vamos manter os quatro pontos de vantagem para o CRAC, que joga nesta 2ª feira com o Braga. Foi uma partida em que só nós é que jogámos à bola, mas em que marcámos apenas na 2ª parte. De qualquer maneira, ao fim de quatro anos, conseguimos finalmente ganhar em Olhão para o campeonato.

Nos primeiros 45 minutos, fartámo-nos de falhar golos, com o Lima em destaque pela negativa (só à sua conta, foram pelo menos três). O Olhanense mal passava do meio-campo e, sinceramente, estava a ver o caso mal parado, porque muita vezes somos penalizados por estes hinos ao desperdício. Felizmente, na 2ª parte marcámos logo aos 52’ num remate fora da área, rasteiro e muito colocado do Salvio. Não se estava a ver como é que o Olhanense nos poderia marcar um golo, mas com o Sr. Hugo Miguel em campo (lembram-se?) estava longe de estar calmo. O Matic tirou as dúvidas todas aos 64’ com outro remate rasteiro fora da área. Até final, não forçámos muito, porque há uma deslocação a Newcastle na próxima Quinta-Feira.

Em termos individuais, o Salvio merece destaque por ter aberto o caminho da vitória. O André Almeida esteve muito bem a lateral-esquerdo e o Matic continua a não saber jogar mal. Toda a equipa esteve a um nível muito razoável (excepção talvez para o Rodrigo) e não descansámos enquanto não marcámos. Assim sendo, é difícil para os adversários, porque há mais de um ano que marcamos golos em todos os jogos para o campeonato.

O CRAC vai jogar muito reforçado com o Sr. Pedro Proença, pelo que não espero milagres. Concentremo-nos, isso sim, em chegar às meias-finais da Liga Europa.

sexta-feira, abril 05, 2013

Intenso

Num grande jogo de futebol, colocámo-nos em vantagem na 1ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa ao ganhar 3-1 ao Newcastle. Foi uma vitória com mérito, com a mais-valia de termos dado a volta ao jogo e também, há que dizê-lo, com uma dose generosa de sorte, porque vimos duas bolas a baterem no nosso poste.

À semelhança dos jogos caseiros frente ao Leverkusen e Bordéus, entrámos às aranhas e durante os primeiros 23’ o jogo foi do adversário, que teve mais eficácia que os alemães e os franceses e chegou ao golo logo aos 11’ pelo Papiss Cissé. Foi com a primeira bola ao poste, ainda desviada pelo Artur, ao tal minuto 23, que o jogo virou. Marcámos logo a seguir (25’) numa recarga do Rodrigo a um tiraço do Cardozo. Até ao intervalo, o guarda-redes holandês Tim Krul impediu-nos de passarmos para a frente com duas ou três óptimas defesas.

A 2ª parte começou praticamente com a segunda bola ao poste, num lance em que o Luisão não conseguiu colocar o Cissé fora-de-jogo e este ficou isolado perante o Artur. O Cardozo teve um falhanço incrível aos 57’ e pouco depois (62’) o Jesus mandou entrar o Lima e o Enzo Pérez para os lugares do Rodrigo e do André Gomes. Logo a seguir, aos 65’, o Lima aproveitou magistralmente um mau atraso do Santon e, depois de ultrapassar o guarda-redes, fez o 2-1 de ângulo já muito apertado. Foi a loucura no estádio! Continuámos a carregar e, três minutos depois, o árbitro assinalou um penalty descarado por braço na bola dentro da área na sequência de um canto. O Cardozo marcou em força para o centro da baliza à primeira, mas o Sr. Antony Gautier mandou repetir porque estavam muito jogadores na área! Mais tensão, mas o paraguaio não tremeu e colocou em jeito para o lado esquerdo a meia altura. Até final, o Jesus, e bem, fez entrar o Maxi para dar mais consistência defensiva e ainda podíamos ter feito mais um num remate do Gaitán, que saiu frouxo.

A equipa esteve muito homogénea e, mais uma vez, excelente a responder a uma situação de desvantagem. Gostei do Gaitán e do Rodrigo (até que enfim, este!). Moelhorámos com as entradas dos habituais titulares, no entanto não acho que o André Gomes tenha estado mal. Mas claro que não é o Enzo Pérez… O Ola John, a jogar na direita, não é tão desequilibrante como na esquerda e o Cardozo, apesar do falhanço incrível, com o golo de penalty atingiu os 18 na Liga Europa e é o melhor marcador da prova ao serviço de um só clube. Para além de ter agora 30 golos na Europa e ser o segundo melhor do Benfica só atrás do… Eusébio. Coisa pouca de quem é “lento” e não “corre”…

Vamos ao St. James Park com uma vantagem importante para gerir e estou convencido que, se marcarmos primeiro, a eliminatória fica decidida. Saibamos nós manter a concentração depois no resto da partida. Já agora, queria só pedir à Uefa para ver se para a próxima não nos manda um familiar do Sr. Pedro Proença para arbitrar os nossos jogos. Que miserável! Qual é a percentagem de penalties em que a área não é invadida antes?! Se os jogadores que o fazem não tiverem intervenção no seguimento do lance, o que só acontece naturalmente quando o penalty é falhado, qual é o problema?! Desconcentra o guarda-redes, é?! Aquela repetição diz tudo acerca do que este senhor veio cá fazer! Nem é preciso falar do agarrão de camisola do Cardozo na primeira parte, da conivência com o guarda-redes a perder tempo até aos 65’ ou da não-amostragem de cartões aos dois jogadores do Newcastle que já estavam tapados, quando os nossos, em lances semelhantes, foram amarelados…

P.S. – Como alguém escreveu por aí: o inenarrável do Relvas FINALMENTE demite-se e o Benfica ganha. Há dias felizes!

P.P.S. - Segundo ouvi na rádio, durante o tempo de espera no estádio dos adeptos do Newcastle depois do final do jogo, o Benfica passou nos ecrãs electrónicos imagens de uma vitória deles 4-0 frente ao Sunderland (grande rival) e também do Bobby Robson. Grande atitude! É também disto que se faz a nossa Grandeza!