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terça-feira, agosto 29, 2017

Atraso

Empatámos no sábado em Vila do Conde (1-1) e ficámos a dois pontos dos rivais que ganharam ao Estoril (2-1, a lagartada) e em Braga (1-0, o CRAC). Era uma partida que se previa difícil e o foi, connosco a nunca conseguirmos colocar em prática o nosso futebol perante a boa organização colectiva do Rio Ave.

Se o André Almeida recuperou em relação ao Belenenses, o mesmo não se passou com o Salvio, pelo que jogou o Rafa na direita (e eu dizer “jogou” já estou a ser simpático para ele…). A 1ª parte resume-se muito facilmente: não fizemos nada e fomos dominámos na maior parte do tempo pelo Rio Ave. Para piorar as coisas, o Jardel lesionou-se sozinho e fomos forçados a gastar uma substituição logo aos 15’ (entrou o Lisandro). Tivemos uma única oportunidade num falhanço do Cássio que o Seferovic ia aproveitando (o remate foi interceptado por um defesa) e o Rio Ave também teve, num remate do Guedes por cima quando estava sozinho na área.

A nossa 2ª parte foi melhor (pior era difícil…), mas foi o Rio Ave a criar o primeiro lance de perigo num novo falhanço do Guedes, desta feita de cabeça. No minuto anterior, o Rafa tinha feito a única coisa de jeito no jogo inteiro, escapando em antecipação pela esquerda, mas centrou cedo demais e o remate do Cervi embateu num defesa. Se as coisas já estavam difíceis, pior ficaram aos 61’ com o golo do Rio Ave, aliás um autogolo do Lisandro, depois de um cruzamento da esquerda que o Bruno Varela conseguiu cortar, mas a bola embateu no argentino e foi para a nossa baliza. O Lisandro, que nem tinha entrado mal, marcou mais um autogolo e sinceramente já perdi a conta aos autogolos que ele tem pelo Benfica. No rácio de autogolos por minutos jogados, de certeza que bate aos pontos qualquer defesa nosso. Parece que há azares que só lhe acontecem a ele… Da maneira como o jogo estava a decorrer, temi o pior com este golo, mas cinco minutos depois o Jonas foi claramente agarrado na área na sequência de um livre a nosso favor e o sr. Hugo Miguel assinalou o penalty. O mesmo Jonas não deu hipóteses ao Cássio rematando rasteiro para o lado direito da baliza. Ainda tínhamos bastante tempo para tentar marcar o segundo, mas o inefável Rafa por duas vezes não o conseguiu (na primeira rematou ao lado e na segunda permitiu a defesa do guarda-redes pela enésima vez que esteve cara a cara com ele) e o Seferovic também proporcionou ao Cássio uma boa defesa, num remate que não deveria ter saído à figura. Perto do final, o Jiménez, entretanto entrado, teve um toque à ponta-de-lança, mas o Cássio conseguiu defender com as pernas, com a bola quase a entrar no meio delas.

Em termos individuais, pouco há a destacar. O Bruno Varela vai-se afirmando na baliza e não foi por ele que não ganhámos e o Luisão foi bastante consistente. Gosto muito do André Almeida, mas volto a repetir que ele não pode ser titular indiscutível. Precisamos de algo mais num defesa-direito. Quanto ao Lisandro, já referi tudo e, com o Jardel neste estado físico, necessitamos urgentemente de um central. Do Eliseu também não podemos esperar rasgos de génio, mas a corda também não parte por ali. O Filipe Augusto no meio-campo esteve bem a variar o flanco de jogo, mas nem tanto a correr atrás dos adversários. O Pizzi passou completamente ao lado do jogo, assim como o Cervi. Quanto ao Rafa, espero que se tenha percebido porque é que o Salvio é titular absoluto. Mesmo com os disparates que faz, a diferença é abissal. Volto a dizer do Rafa que, se calhar, é melhor experimentá-lo na secção de atletismo… O Jonas marcou bem o penalty, mas esteve muito discreto no resto do tempo, assim como o Seferovic que, nas poucas oportunidades que teve, nunca conseguiu rematar bem. O Zivkovic não entrou mal, mas perto do final demonstrou a sua imaturidade ao envolver-se com um adversário fazendo perder tempo desnecessário e o Jiménez teve poucos minutos para ser o salvador habitual em Vila do Conde, mas mesmo assim ia-o conseguindo.

Com quatro jornadas, estamos novamente a dois pontos do primeiro (tal como no ano passado), mas já empatámos onde ganhámos no ano passado, enquanto os outros dois ganharam onde empataram no ano passado. É só um indicador e vale o que vale. O que valia uma reflexão mais profunda dos nossos responsáveis é que estamos a três dias do fecho do mercado, saíram três titulares e quem os está a substituir são jogadores que já cá estavam na temporada passada (tirando o Bruno Varela, mas esse não veio para ser titular de caras). Logo, não é preciso puxar muito pela cabeça para perceber que, se calhar, a qualidade da equipa não aumentou…

P.S. – Na passada 5ª feira, decorreu o sorteio da Liga dos Campeões. Ficámos no grupo A, com o Manchester United, Basileia e CSKA Moscovo. Se em relação aos tubarões do pote 2 havia pouca escolha e mesmo assim ficámos com o que tem pior ranking, nos outros dois casos acabou por ser diferente: em teoria, o Basileia é um adversário apetecível (tendo as conta outras hipóteses como Nápoles ou Roma), mas o CSKA Moscovo era dos mais fortes do pote 4 e vamos à Rússia em finais de Novembro. É um grupo bastante aberto, onde no mínimo espero a manutenção nas provas da Uefa para 2018.

domingo, agosto 20, 2017

Goleada tranquila

Vencemos ontem o Belenenses na Luz por 5-0 e fizemos o pleno de vitórias à 3ª jornada. Com a ausência por lesão do Fejsa, estava com algum receio deste jogo, mas a nossa resposta foi categórica. Marcámos uma mão-cheia de golos e ainda nos ficámos a dever quase outros tantos.

Para o lugar do Fejsa e com o Samaris ainda castigado, não havia outra opção que não o Filipe Augusto. E o que se pode dizer é que o brasileiro fez a melhor exibição desde que chegou ao Benfica (também a bitola era tão baixa que não era difícil…), mas destacou-se sobretudo em termos atacantes. Ora, naquela posição interessa sobretudo defender e aí vi-o correr mais vezes atrás dos adversários do que seria desejável. De qualquer maneira, eu ficaria bastante mais tranquilo se o Fejsa recuperasse para Vila do Conde. Entrámos muito bem na partida e inaugurámos o marcador logo aos 2’ numa bela cabeçada do Jonas num livre do Pizzi. Pouco depois, o Belenenses pôs à prova o Bruno Varela pela única vez no jogo, na sequência de um grande disparate do Eliseu, mas o nosso guarda-redes saiu-se bem defendendo um remate complicado. Aos 28’ aumentámos a contagem através de um remate muito colocado do Salvio de fora da área na recarga a um canto em que o Luisão só não marcou, porque o guarda-redes Muriel defendeu por instinto. Cinco minutos depois demos uma machadada final nas (poucas) dúvidas que poderiam existir quando ao vencedor com o 3-0 pelo Seferovic, que correu quase meio-campo isolado pela cabeça do Jonas e, só com o guarda-redes pela frente, não falhou. Aos 42’ tivemos a maior injustiça do século, quando um remate em balão do Jonas desde o meio-campo(!) fez a bola embater no poste e não entrar. Seria o golo do milénio, definitivamente!

Na 2ª parte, baixámos consideravelmente o ritmo, mas mesmo assim o Seferovic falhou pela primeira vez só com o guarda-redes pela frente, atirando ao lado e não não aproveitando um óptimo passe do Filipe Augusto (Parem as rotativas! Temos notícia!). O Jiménez, que entretanto entrou, atirou um balázio cruzado ao poste já perto do final e parecia que o jogo ia ficar assim, mas se marcássemos mais dois golos ficaríamos com melhor diferença de golos do que a lagartada (ganhou 5-0 em Guimarães). E esses dois golos aconteceram pelo inevitável Jonas: primeiro, num óptimo remate com o pé esquerdo depois de uma boa abertura do Jiménez, e segundo a culminar uma boa jogada atacante com um cruzamento rasteiro do Pizzi na direita. É só simbólico em tão poucas jornadas, mas sabe bem estar na frente nem que seja pela diferença de golos. Os aspectos menos positivos do jogo foram as saídas do Salvio e André Almeida, ambos por lesão. Seria conveniente que jogassem para a semana.

Em termos individuais, destaque inevitável e merecido para o Jonas pelo seu hat-trick. O Pizzi encheu o campo e foi um quebra-cabeças para a defesa contrária. O Cervi voltou a fazer-se notar pelo seu espírito combativo e o Jardel caminha a passos largos para a forma que nos habituou. O Seferovic continua não só a molhar o bico, como a participar activamente no nosso jogo atacante e o lugar é mais do que dele nesta altura. O Bruno Varela está com a confiança a crescer a olhos vistos e tem resolvido bem os (poucos) problemas que lhe têm causado.

Antes da paragem para as selecções, teremos um teste muito complicado em Vila do Conde, cuja equipa é a par dos três grandes a única só com vitórias até agora. Por isso mesmo, convinha mesmo recuperar os lesionados (Fejsa, Salvio e André Almeida), porque vamos precisar de todos para seguirmos 100% vitoriosos. E isso é fundamental, porque pelo que se viu até agora há uma grande diferença entre os três candidatos e as outras equipas todas.

terça-feira, agosto 15, 2017

Sofrido mas merecido

Um golo do Seferovic aos 92’ deu-nos uma vitória ontem por 1-0 em Chaves que teve tanto de sofrida como de justa. Num campo que já se sabia que seria difícil, fizemos uma exibição razoável e especialmente na 2ª parte subjugámos completamente os flavienses.

O Rui Vitória repetiu a equipa titular frente ao Braga e voltámos a entrar bem na partida com o Salvio a ter várias oportunidades para marcar durante o primeiro tempo. Mas ou por causa do guarda-redes Ricardo, ou por manifesta falta de pontaria, ou por o Nuno André Coelho tirar a bola quase sobre a linha(!), nunca o conseguiu. O lance em que foi isolado pelo Cervi e tentou um chapéu terá sido o falhanço pior. O Chaves dava boa réplica, especialmente através da velocidade do Matheus Pereira, emprestado pela lagartada, mas não criava muito perigo para a nossa baliza e os poucos lances mais difíceis foram bem resolvidos pelo Bruno Varela. Perto do intervalo, boa iniciativa do Seferovic, novamente cortada in extremis pelo Nuno André Coelho.

O reinício da partida foi marcado por duas grandes oportunidades de ambos os lados: corte falhado de cabeça do André Almeida e remate do Jorginho para grande defesa do Varela (com a bola ainda a desviar no Luisão), e bola no poste do Jonas depois de boa jogada do Salvio na direita, com o Cervi a ver a recarga embater num defesa. Um remate cruzado do Cervi defendido pelo pé do Ricardo e uma cabeçada do Seferovic por cima, quando estava em boa posição, aumentavam o rol de oportunidades que desperdiçávamos. Vieram as substituições, com o Rui Vitória a fazer entrar o Rafa para o lugar do Cervi e o Jiménez para o do Salvio. Entretanto num livre, já o Luisão tinha atirado de cabeça fazendo a bola ainda tocar no poste. As substituições afunilaram um pouco o nosso jogo, porque passámos só a jogar com um extremo de raiz, mas foi precisamente esse extremo (Rafa) a assistir o Seferovic, depois de uma abertura genial do Pizzi, para o suíço ter um toque de classe que fez a bola entrar pelas pernas do guarda-redes, que estava à espera de tudo menos de um remate de primeira daquele ângulo. Um golão! Até final ainda entrou o Filipe Augusto para manter o meio-campo, mas o Chaves, que já tinha revelado grandes dificuldades físicas durante a 2ª parte, não conseguiu aproximar-se mais da nossa baliza.

O destaque vai obviamente para o Seferovic pelo importantíssimo golo que nos permitiu não perder pontos para os rivais que também já tinham triunfado por 1-0 nesta jornada: a lagartada em casa frente ao V. Setúbal, com um penalty que foi fotocópia daquele que sofreu o Lindelof lá no ano passado (só que este não foi marcado) e o CRAC na visita ao Tondela. O Pizzi também esteve muito bem, comandando todo o nosso jogo atacante. Os centrais Luisão e Jardel foram dois esteios da nossa defesa, e o Eliseu levou com o Matheus Pereira, que lhe fez a cabeça em água na 1ª parte. Gosto muito do André Almeida, fico muito contente que tenha renovado contrato, mas há partidas que exigem mais de um lateral-direito. Ontem foi uma delas. O Jonas foi muito bem marcado, mas ainda teve tempo de atirar uma bola ao poste.

Não me venham com tretas do golo tardio, porque não só a lagartada também o teve (e de penalty), como nós temos um crédito praticamente vitalício neste capítulo desde aqueles malfadados quatro dias em Maio de 2013. Receberemos o Belenenses na próxima jornada antes da complicadíssima visita a Vila do Conde. É fundamental chegarmos à primeira pausa do campeonato com quatro vitórias, pelo que esperemos que a equipa mantenha o nível exibicional que apresentou até agora.

quinta-feira, agosto 10, 2017

A ganhar

Depois de nove épocas consecutivas(!!!) a não ganhar na 1ª jornada, pelo quarto ano consecutivo conseguimos triunfar, desta feita frente ao Braga por 3-1. As boas impressões deixadas na Supertaça confirmaram-se ontem e voltámos a realizar uma exibição muito positiva, sendo a nossa vitória absolutamente indiscutível.

Com a mesma equipa de Aveiro, excepção feita à entrada do Eliseu para o lugar do lesionado Grimaldo, não entrámos muito bem na partida e nos primeiros minutos foi o Braga a mostrar-se mais atrevido, sem no entanto criar grandes lances de perigo. Quanto a nós, marcámos logo na primeira oportunidade que tivemos: aos 15’, o Seferovic desmarca o Jonas na esquerda, corre para a área, o brasileiro finta um opositor, cruza e o suíço só tem que encostar lá para dentro. Grande combinação atacante entre os dois avançados e um bonito golo. Os 15’ seguintes foram absolutamente loucos e, logo a seguir ao nosso golo, poderíamos ter sofrido o empate, mas o Eliseu cortou a bola mesmo antes de ela chegar ao Rui Fonte. Um passe magistral do Pizzi desmarcou o Seferovic sobre a esquerda e este, já de ângulo muito apertado, desferiu um petardo que o Matheus defendeu para canto. Jogávamos bem e um cabeceamento do Jonas passou a rasar o poste na sequência de um canto, antes de o Salvio fazer uma burrice enorme ao não desmarcar o Cervi na direita, preferindo antes rematar de muito longe à baliza. O mesmo Salvio poderia ter voltado a marcar logo a seguir num remate acrobático a centro do Cervi, mas a bola saiu por cima. O merecido segundo golo, aliás, um golão(!), lá chegou aos 30’, num remate de primeira do Jonas sem deixar a bola cair no chão depois de um alívio de cabeça de um defesa. À semelhança da Supertaça, deveríamos ter ido para intervalo com o jogo resolvido e fomos com a vantagem mínima, porque, depois de uma boa abertura do Esgaio, o Jardel foi batido nas costas pelo Hassan, que picou a bola por cima do Bruno Varela à saída deste aos 44’. Ainda antes do descanso, o Salvio voltou a ter uma óptima chance praticamente na jogada a seguir, mas rematou cruzado ao lado quando só tinha o Matheus pela frente.

A 2ª parte não teve tantas oportunidades, mas o ritmo continuou bem interessante. Um erro de um defesa isolou o Seferovic, mas veio o outro central e cortou a bola mesmo antes de o suíço rematar. O Braga teve um golo bem anulado por fora-de-jogo do Hassan e voltámos a ter dois golos de diferença aos 57’, numa boa jogada do Cervi na esquerda que centrou para a área, o Raul Silva desviou para a baliza, mas o Salvio ainda tocou na bola antes de ela entrar. Ainda faltava mais de meia hora para o final, mas conseguimos controlar muito bem o jogo, com oportunidades do Seferovic (grande remate defendido pelo guarda-redes depois de assistência de calcanhar do Pizzi) e Jonas (remate ao lado com o Matheus já batido) para aumentar ainda mais o marcador, tendo o Braga mais um golo bem anulado ao Ricardo Horta também por fora-de-jogo. Em cima dos 90’, ainda deu para o Rui Vitória promover a estreia do Diogo Gonçalves em partidas oficiais.

Em termos individuais, voltei a gostar bastante do Seferovic, que luta, preocupa-se sempre em dar a bola jogável, remata muito bem e marca golos (o que é que se pode pedir mais a um avançado?!). Um dos melhores em campo foi sem dúvida o André Almeida, não só a defender, como a ajudar no ataque, cruzando muitas vezes de forma exemplar. Ver o Jonas jogar é sempre um regalo para os olhos e o Pizzi faz-lhe excelente companhia. O Cervi, para mim, é indiscutível, porque ainda para mais se farta de ajudar a defender, ao invés, o Salvio não esteve nada bem, apesar do golo (no entanto, é tetracampeão e terá sempre o meu respeito por isso). A defesa não esteve mal, embora o Jardel tenha responsabilidades no golo. O Bruno Varela voltou a estar em plano razoável. O Filipe Augusto entrou novamente para segurar o meio-campo e ajudou a consegui-lo.

Perante um bom adversário era essencial começar a ganhar, até porque os outros dois já o tinha feito (2-0 da lagartada em Aves e 4-0 do CRAC em casa frente ao Estoril). Na próxima jornada, teremos uma deslocação bastante complicada a casa do Chaves, agora treinado pelo Luís Castro. Será um bom teste para se verificar se esta nossa subida de rendimento é consistente.

P.S. – O vídeo-árbitro confirmou (e bem) os golos anulados ao Braga pelo sr. Carlos Xistra, mas infelizmente não foi requerido por este para ver dois penalties a nosso favor (agarrão ao Jardel num canto perto do intervalo e pontapé no braço do André Almeida já na 2ª parte). Mas há por aí uma cambada de acéfalos que acha que nós fomos beneficiados…! Hilariante!

segunda-feira, agosto 07, 2017

Começo auspicioso

Vencemos o V. Guimarães (3-1) no sábado em Aveiro e conquistámos a sétima Supertaça do nosso historial. Nas últimas épocas, a tendência tem sido quase sempre a mesma: a pré-temporada raramente corre bem, mas quando chegam os jogos a sério aumentamos exponencialmente a nossa produção e ganhamos. Que seja sempre assim!

Uma rotura muscular num jogo de futebol com amigos na passada 2ª feira atirou-me para duas canadianas. Vi o caso mal parado nos primeiros dias (não conseguia mesmo andar), mas a partir de meio da semana a coisa foi melhorando (de qualquer maneira, antes eu que o Jonas!). Como me disse o meu amigo Bakero (um dos companheiros de viagem), quando soube disso pensou por segundos que eu já não poderia ir, mas depois lembrou-se que era eu e eu só não iria a um jogo do Benfica se estivesse mesmo a morrer! Confere. Gosto que os meus amigos me conheçam bem…! :-) Isto tudo para dizer que lá fui para Aveiro apoiado numa canadiana e em choque quando soube que o Júlio César não iria jogar. Quem tem a paciência de seguir este blog habitualmente, já sabe que eu não acho que qualquer Dudic ou Escalona sejam automaticamente génios só por vestir o manto sagrado e claro que tive bastante receio do Bruno Varela, a quem ainda não vi qualidades suficientes para ser uma opção válida para a nossa baliza. Aliás, tendo o Ederson dito no relvado do Jamor, há mais de dois meses, que aquele iria ser o último jogo dele pelo Benfica, custa-me muito aceitar que ainda não tenhamos ido buscar um guarda-redes que pudesse competir com o Júlio César pela titularidade. Ainda por cima, com os problemas físicos que o brasileiro tem tido nos últimos tempos… Fizemos mais de 100 M€ em vendas e não há 10 M€ para dar por um guarda-redes que dê garantias…?! Enfim, aguardemos, mas entretanto começam as competições a sério e recordo que o affair Roberto nos custou uma série de pontos logo no início do campeonato que depois nunca conseguimos recuperar. Espero que a história não se repita. Isto tudo para dizer que o Bruno Varela, excepção ao golo do V. Guimarães, até esteve em bom plano. Mas que é urgente que venha mais alguém é incontestável.

Entrámos muito fortes na partida e sufocámos o V. Guimarães durante a maior parte da etapa inicial. Fizemos o 1-0 aos 6’ numa recarga do Jonas depois de um mau alívio do Miguel Silva, guarda-redes contrário, a um cruzamento do Pizzi na direita. Cinco minutos depois, aumentámos a vantagem pelo estreante Seferovic, que foi isolado de maneira magistral pelo mesmo Pizzi e, perante o guarda-redes, rematou cruzado por baixo do corpo dele. Grande jogada e grande golo! A partida não poderia ter começado melhor. O V. Guimarães reduziu à beira do intervalo, mas até lá tivemos quatro(!) oportunidades para matar de vez o jogo: remate cruzado do André Almeida bem defendido pelo guarda-redes e três(!!!) lances em que o Salvio está cara-a-cara com o Miguel Silva e permite sempre a defesa deste. Incrível! Claro que se estava mesmo a ver o que iria acontecer: aos 43’, o Varela fica aos papéis num cruzamento para a área, não afasta bem a bola e o Raphinha marca de cabeça. Íamos para intervalo com o jogo em aberto, quando deveria já estar mais que decidido a nosso favor!

A 2ª parte foi completamente diferente. Não conseguimos manter o mesmo ritmo e, apesar de o Seferovic ter chegado atrasado a um cruzamento do Jonas e ter rematado muito torto quando até estava em boa posição, a melhor oportunidade foi sem dúvida do V. Guimarães: aos 59’, o Hurtado ainda agora deve estar para perceber como é que, só tendo que encostar depois de um centro da direita, conseguiu rematar contra o seu próprio pé! Como disse logo na altura o Bakero, “volta Bryan Ruiz, que estás perdoado!” Aos 65’, o Rui Vitória tirou o Salvio e colocou o Filipe Augusto. Em teoria estava certo, porque estávamos claramente a perder o meio-campo, mas dado que era o Filipe Augusto a entrar levei as mãos à cabeça… No entanto, adoro quando a realidade me desmente de forma positiva e o brasileiro, dado que não esteve horrível como durante a pré-temporada toda, acabou por ter um rendimento aceitável. As coisas reequilibraram-se no meio-campo, o Grimaldo voltou aos problemas físicos (mais do mesmo…), o que vale é que continuamos a ter o grande Eliseu e o Pizzi permitiu a defesa do Miguel Silva, quando só tinha pela frente, com o Seferovic a falhar a recarga. Aos 81’, entrou o Jiménez para o lugar do esgotado Jonas e acabou com o jogo dois minutos depois: falha de um adversário e assistência magistral do Pizzi para o mexicano marcar um belo golo em arco. Foi o delírio! O Sr. Artur Soares Dias resolveu dar uns inacreditáveis seis minutos de compensação, mas o resultado não se alterou.

Em termos individuais, o Pizzi foi considerado o melhor em campo, porque esteve directamente envolvido nos três golos. Estava a gostar bastante do Salvio, mas não se podem falhar três oportunidades daquelas! O Jardel subiu imenso de produção da 1ª para a 2ª parte e espero que não tenha os problemas físicos do ano passado. O Cervi destacou-se sobretudo na ajuda à defesa, até porque o Grimaldo está longe da condição ideal. Outro destaque indiscutível é o Seferovic: possante, rápido para a envergadura física que tem, preocupa-se sempre em dar a bola jogável, inclusivamente quando disputa lances de cabeça. Marcou um grande golo e, com a entrada do Jiménez, ocupou a posição do Jonas, coisa que eu não sabia que ele podia fazer. Assim sendo, é bom que não deixemos sair nenhum dos outros dois avançados (até porque agora é o Mitroglou a estar lesionado). Palavra final para o Grande Luisão que, com o seu 20º título, passou a ser o jogador mais galardoado da história do Benfica! Parabéns, grande capitão!

Com este triunfo, atingimos os 82 títulos oficiais, tendo agora o CRAC a oito de distância (74) e a lagartada a 35 (47)! Iniciaremos a tentativa da conquista do penta em casa frente ao Braga já depois de amanhã. Espera-se que as boas indicações que demos em Aveiro sejam mantidas. VIVA O BENFICA!