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segunda-feira, julho 30, 2018

Sem perder

Empatámos no sábado frente à Juventus (1-1), perdendo depois nos penalties por (2-4) em mais um jogo para a International Champions Cup nos EUA. Perante a hexacampeã heptacampeã italiana, muito desfalcada principalmente do meio-campo para a frente, demos uma boa resposta, em especial tendo em atenção a pré-temporada desgraçada do ano passado. 

A equipa voltou a mostrar as virtudes e os defeitos das partidas anteriores: alguma segurança defensiva e no meio-campo, mas poucas oportunidades criadas para rematar à baliza. No entanto, há que dizer que voltámos a entrar muito bem na partida e a 1ª parte foi quase toda nossa. Todavia, só conseguimos marcar na 2ª parte, aos 65’, curiosamente numa altura em que a Juventus estava bem melhor no jogo: livre frontal e golão do Grimaldo a fazer bola subir sobre a barreira para depois descer muito rápido, com o guarda-redes a limitar-se a olhar para ela. A Juventus já tinha criado algumas oportunidades e conseguiu igualar aos 84’, noutro golão desta feita do Clemenza: flectiu da direita para a esquerda, passou por dois dos nossos e rematou em arco com a bola ainda a bater no poste.

A boa notícia a tirar deste jogo é que parece que temos guarda-redes. O Odysseas Vlachodimos efectuou um punhado de boas defesas e graças a ele não sofremos o golo mais cedo. Eu sei que esta avaliação pode estar exagerada, porque, depois do que se passou na última época, qualquer guarda-redes minimamente razoável nos vai parecer um novo Ederson, mas por enquanto fico tranquilizado por saber que na baliza vai estar alguém que não fique a olhar cada vez que há um cruzamento para a área. Ao invés, o Conti parece-me cada vez mais um Lisandro um pouco mais novo. E, se é para isto, deixem lá estar o Lisandro, que já foi tricampeão pelo Benfica. O Gedson não destoou, mas aprendeu da pior maneira que, contra este tipo de equipas, algumas rotações sobre si próprio equivalem a perder logo a bola. O Grimaldo voltou a ser dos melhores, com destaque óbvio para o golão. O Ferreyra saiu lesionado ainda na 1ª parte por causa de um choque de cabeças com o Jardel, mas neste esquema de 4-3-3 o Castillo parece-me claramente melhor nesta altura. Para quem não gosta do Pizzi (e às vezes ele também me exaspera), viu-se bem a diferença da 2ª parte sem ele…

Teremos na 4ª feira o último jogo de preparação, contra o Lyon, antes de isto começar a sério frente ao Fenerbahçe. Estamos bem melhor do que por esta altura na temporada passada, mas há que levar em conta que este ano as coisas começam logo a valer desde muito cedo. E não podemos falhar.

quinta-feira, julho 26, 2018

Recuperação

Empatámos (2-2) e vencemos nos penalties (4-3) o Borussia Dortmund no nosso primeiro jogo para a Internacional Champions Cup nos EUA. Foi um encontro com duas partes completamente diferentes, em que recuperámos de uma desvantagem de dois golos perante um adversário muito complicado, algo que é muito bom para o nosso moral.

Entrámos bem na partida e durante os primeiros 10’ o Dortmund quase não saiu do seu meio-campo. Mas assim que saiu marcou dois golos de rajada e, quando vi o resultado em 0-2 aos 22’, cheguei a temer um descalabro como na pré-temporada do ano passado frente ao Young Boys. Felizmente, conseguimos conter os danos no resto da 1ª parte. Na 2ª parte, tivemos o condão de marcar relativamente cedo (51’) num bom remate cruzado do André Almeida, desmarcado pelo Pizzi, e aos 69’ restabelecemos a igualmente noutro bom golo do Alfa Semedo, que ganhou com muito mérito o ressalto a um remate seu interceptado e atirou igualmente cruzado. Em termos defensivos estivemos melhor neste período, mas verdade seja dita que já não estavam em campo os titulares do Dortmund.

Em termos individuais, continuo a manter a opinião do ano passado sobre o Svilar: no imediato, não dá! Não vale a pena estarmos com experiências com um guarda-redes tão novo. O potencial é indiscutível, mas precisa de crescer. Não esteve nem perto de tocar em nenhuma das bolas dos golos e fez pelo menos uns quatro passes directamente para fora, quando estava a tentar colocar no defesa-lateral. Até ver, continuamos com um problema na baliza. Para jogar sozinho na frente, neste momento o Castillo é melhor do que o Ferreyra: boa participação nas combinações atacantes, não emperra o nosso jogo de toques e tabelas, teve o contra de não ter tido hipótese de rematar à baliza. O Gedson também precisa de crescer, porque há rotações sobre si mesmo que resultam no campeonato português, mas não a este nível. O Alfa Semedo voltou a deixar óptimas indicações, fez um excelente golo e, à semelhança do Gedson, não tem medo de romper com a bola nos pés.

Defrontaremos a Juventus no próximo sábado em mais um teste exigente com vista à pré-eliminatória da Champions. O Rui Vitória tem utilizado (e bem) quase sempre os mesmos titulares, porque não temos tempo para grandes experiências. Temos que render o melhor possível no mais curto espaço de tempo possível.

segunda-feira, julho 23, 2018

Bons momentos

No primeiro jogo desta pré-temporada perante um adversário mais complicado, vencemos no passado sábado o Sevilha por 1-0 em Zurique. O que mais importa nestas partidas foi, a meu ver, conseguido: notou-se uma melhoria exibicional da equipa e durante alguns períodos chegámos inclusive a jogar bem. (Não menosprezemos isso, ou não se recordam de grande parte da época passada...?)

Em primeiro lugar, por favor não me venham falar de vingança por causa disto! A estupidez tem limites e comparar uma final europeia a um jogo de pré-época tem que ser um deles. A lesão do Svilar no aquecimento fez com que a baliza fosse do Vlachodimos, mas acabou novamente por não ter grande trabalho e ainda está por ver se precisamos de um guarda-redes ou não... Quem começa a convencer é o Castillo, o marcador do nosso golo: canto do Pizzi aos 57’ e o Castillo consegue fazer um óptimo cabeceamento, mesmo estando a ser agarrado por um braço (seria um penalty óbvio). Grande golo! Na defesa, o Conti continua a não me convencer muito, mas o Rúben Dias já voltou e fez a 2ª parte, enquanto o Grimaldo foi talvez o melhor jogador em campo (é bom mesmo que não saia, até porque o Yuri Ribeiro, enfim...). O Gedson esteve menos em destaque do que nas partidas anteriores, mas neste momento não há ninguém melhor do que ele para número 8. O Rafa continua a evidenciar os problemas dos anos anteriores na finalização e o Salvio começou bem, mas foi decaindo de rendimento, tendo ambos saído ao intervalo. Para os seus lugares, entraram o Cervi e o Zivkovic e estiveram ligeiramente melhores.

Iremos agora para os EUA, onde defrontaremos o Borussia Dortmund e a Juventus. Esperemos que esta melhoria seja para manter, até porque não poderíamos ter tido mais azar no sorteio da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões: não só nos calhou o adversário mais difícil entre todos, o Fenerbahçe, como o primeiro jogo é na Luz! Que raio de sorte!

segunda-feira, julho 16, 2018

Empate

Vencemos na passada 6ª feira o Torneio Internacional do Sado ao empatar com o V. Setúbal por 1-1. Foi uma partida já com cheirinho a campeonato, dado que o V. Setúbal mostrou ser muito apreciador das canelas dos nossos jogadores. Mesmo assim, devido à melhor diferença de golos, acabámos por ganhar o torneio.

A 1ª parte foi totalmente nossa e marcámos o golo aos 33’ através do Ferreyra, num excelente golpe de cabeça a centro do Pizzi na direita. Mais uma vez, o Gedson destacou-se na posição oito, porque cada vez que pegava na bola empurrava a equipa para a frente, a fazer lembrar o Renato Sanches quando começou. Talvez por isso mesmo, foi dos mais castigados pelo adversário, com especial destaque pela negativa para o Semedo que, caso o jogo fosse oficial, seria um escândalo se o tivesse acabado. A movimentação do Ferreyra no golo é fantástica e também nos deixa água no bico para a parceira que se avizinha com o Jonas.

Na 2ª parte, baixámos muito o nível com as substituições e sofremos o empate aos 53’ através do Vasco Fernandes, na sequência de um livre para a área. Bola no ar ganha por duas vezes pelo V. Setúbal e o Bruno Varela, entretanto entrado, já se sabe que as bolas aéreas não são de todo a sua especialidade. Há que dizer, no entanto, que a defesa também ficou a dormir.

A partir de agora, os jogos terão um novo grau de dificuldade com a participação na International Champions Cup: Sevilha, Borussia Dortmund e Juventus dar-nos-ão uma imagem mais real sobre o que vale a equipa neste momento.

quarta-feira, julho 11, 2018

Primeiro jogo

Vencemos os sérvios do Napredak por 3-0 no Torneio Internacional do Sado, naquela que foi a estreia da nova época 2018/19. É sempre bom começar com uma vitória, apesar de o adversário não ter dado grande réplica, mas mesmo assim era uma equipa profissional da I Divisão sérvia. Os golos foram todos marcados na 1ª parte pelo Castillo, num remate cruzado ao ângulo inferior esquerdo da baliza, e um bis de cabeça do Jardel.

Antes de tudo o resto, quem é que se lembra de marcar um jogo do Benfica à mesma hora de uma meia-final do campeonato do Mundo?! Se nos tivéssemos qualificado, até poderia ser Portugal a jogar! Que raio de planificação é esta?! Por outro lado, desde há algum tempo que relativizo bastante estes jogos de pré-temporada, porque já me levaram a pensar que o Djuricic era um digno sucessor da camisola 10 do Aimar (cruzes, credo!) e a duas pré-épocas miseráveis sucederam o bi e o tricampeonato. Portanto, vamos lá colocar as coisas na perspectiva devida.

O Rui Vitória utilizou duas equipas totalmente diferentes em ambas as partes. Na que iniciou o jogo, deu para ver que o Castillo parece ser de remate fácil (o golo que marcou foi muito bom) e que o João Félix tem toque de bola, mas ainda não estará no ponto para a equipa principal. Na da 2ª parte, o Alfa Semedo é um todo-o-terreno, mas perdeu algumas vezes a posição, o Heriberto é muito rápido, todavia tem muita concorrência na frente e não deverá ter espaço no plantel, e o Yuri Ribeiro assustou-me um pouco com erros básicos de domínio e posse de bola.

Na próxima 6ª feira, defrontaremos o V. Setúbal para o mesmo torneio e dará certamente para tirar mais algumas ilações. De qualquer maneira, não temos muito tempo para experiências, porque Agosto vai ser terrível em termos de exigência competitiva.

terça-feira, julho 03, 2018

Uruguai - 2 - Portugal - 1

E, pronto, os campeões da Europa ficaram pelos oitavos-de-final do Mundial 2018 ao serem eliminados pelos uruguaios no passado sábado. Já se sabia que íamos defrontar uma selecção muito difícil (ainda não tinha sofrido golos em 2018), com uma das melhores (senão mesmo a melhor) duplas de avançados do mundo, Suárez e Cavani, pelo que o resultado não nos pode espantar. Mesmo assim, teremos feito a nossa melhor exibição deste Mundial (embora as más línguas tenham dito que talvez fosse esse o problema...!).

Entrámos praticamente a perder com um grande golo do Cavani (faz um movimento com a cabeça, mas parece que a bola lhe bate no peito) a centro do Suárez logo aos 7’. Antes disso, o Cristiano Ronaldo tinha feito um bom remate de primeira, mas à figura do Muslera, mas até ao intervalo foi um livre do Suárez, que passou pelo meio da barreira, a criar maior perigo, com uma boa defesa do Rui Patrício. Na 2ª parte, empatámos relativamente cedo (55’), com uma cabeçada do Pepe a centro do Raphael Guerreiro na sequência de um canto. No entanto, não conseguimos usufruir dessa vantagem por muito tempo, com o 1-2 do Cavani (novamente num golão) a aparecer aos 62’: o Pepe falha a intercepção num pontapé vindo do guarda-redes e o Bentancur assiste o Cavani, desta feita para um remate em arco. Até final, a nossa melhor oportunidade foi um remate do Bernardo Silva por cima, numa recarga, a uma saída em falso do Muslera.

O Bernardo Silva, apesar deste lance em que poderia ter feito melhor, foi de longe o nosso jogador em maior destaque, porque era o único que conseguia transportar a bola com qualidade. O Gonçalo Guedes voltou à titularidade, mas esteve novamente muito abaixo da sua valia. Os centrais (Pepe e Fonte) fizeram um bom jogo, assim como o Raphael Guerreiro. Ao invés, o Cristiano Ronaldo passou relativamente ao lado da partida, mas ainda conseguiu fazer uma enorme idiotice perto do final, ao ver um amarelo por protestos (injustificados, ainda por cima), que o tiraria do jogo frente à França, nos quartos-de-final, se por acaso tivéssemos uma sorte descomunal e marcássemos em cima do apito (ou se o árbitro fosse como o Capela e dissesse 3’, mas desse 8’ de compensação...).

Foi uma prestação da selecção nacional que soube a pouco, principalmente por causa daquele jogo frente ao Irão. Se, em vez de termos jogado para manter a vantagem mínima na 2ª parte, a tivéssemos tentado ampliar, teríamos conseguido o 1º lugar do grupo e ficaríamos no lado bom do quadro, onde em vez de Uruguai, Brasil ou França, teríamos Rússia, Croácia ou Colômbia/Inglaterra. Exactamente o que nos aconteceu no Euro 2016, que teve o resultado que teve.