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quarta-feira, janeiro 03, 2024

Enganador

Vencemos o Famalicão por 3-0 no último jogo de 2023 na passada 6ª feira, mas, como todos os outros ganharam, mantém-se tudo igual na frente. Quem só olhe para o resultado fica com uma ideia bastante errada do que se passou, dado que só conseguimos marcar o segundo golo a cinco minutos do final e, apesar de a vitória ser justa, passámos por bastantes dificuldades em especial na 2ª parte.
 
Com o Otamendi castigado, o Roger Schmidt colocou o Tomás Araújo no seu lugar e finalmente deu uma oportunidade ao Tiago Gouveia como titular, dado que o Di María teve direito a férias adicionais (não concordo muito com estes precedentes, mas enfim...), enquanto na frente o Tengstedt lesionou-se e o Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade. Deveríamos ter marcado logo aos 5’, mas o Rafa falhou escandalosamente o golo, depois de assistência do Morato, atirando ao lado. O Tiago Gouveia apresentava um grande dinamismo na esquerda e o João Neves o habitual no meio, e foi este que principiou a jogada do primeiro golo, com uma abertura muito boa para a desmarcação do Rafa, que assistiu o Arthur Cabral para o seu primeiro golo no campeonato, com um desvio subtil na grande-área aos 31’. Motivado pelo golo, o brasileiro teve uma iniciativa individual pouco depois, que culminou com um remate de pé esquerdo fora da área, que passou ao lado do poste. Apesar de uma exibição ainda assim agradável, não conseguimos criar mais chances no primeiro tempo.
 
Na 2ª parte, baixámos bastante a intensidade, apesar de ainda termos tido uma boa oportunidade na fase inicial pelo João Neves, com um remate de trivela que o guarda-redes Luiz Júnior defendeu. No entanto, a partir daí foi o Famalicão a tomar conta do jogo e devemos ao Trubin termos ficado com a baliza a zeros, porque fez três óptimas defesas perante adversários praticamente à sua frente. Para além disso, ainda vimos o Zaydou atirar com estrondo ao poste a pouco menos de 20’ do final. Também tivemos as nossas oportunidades, em especial pelo Kökçü num livre defendido para canto e noutro lance de contra-ataque, em que o Rafa desmarcou o Arthur Cabral, que acertou no ombro do guarda-redes! Aos 70’, o Schmidt lá se decidiu conter os avanços do Famalicão e fez uma tripla substituição, colocando o Florentino, Gonçalo Guedes e Musa para os lugares do Kökçü, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. Como é habitual, a entrada do Florentino reequilibrou a equipa e selámos a vitória aos 85’ num contra-ataque bem delineado, em que o Gonçalo Guedes centrou para o Musa assistir o Rafa, que fez o 2-0 no seu jogo nº 300 com o manto sagrado. Aos 89’ noutro contra-ataque, o mesmo Rafa isolou o Musa para o 3-0, mas o croata deveria ter bisado pouco depois, dado que atirou ao lado quando também estava isolado. Entretanto, já o Jurásek tinha rendido o lesionado Aursnes e perto do final tivemos a estreia do Gustavo Marques, que entrou para o lugar do Tomás Araújo, também com dificuldades físicas.
 
Em termos individuais, com um golo e duas assistências, é óbvio que o Rafa foi o homem do jogo. Novo jogo completo do João Neves em alta rotação, nova vitória do Benfica. Há quem possa achar que são coincidências... O Arthur Cabral está visivelmente mais magro e pode ser que o golo lhe dê mais confiança, mas continuo na minha de que o Musa é o menos mau dos três pontas-de-lança. O Trubin foi fulcral na vitória com uma série de intervenções em momentos decisivos. O Kökçü parece subir de forma e compensa alguma falta de pedalada com aberturas fantásticas. O Tiago Gouveia provou novamente que merece MUITOS mais minutos na equipa.
 
Terminámos 2023 a um ponto da liderança o que, atendendo ao que fomos vendo nalguns momentos desta temporada, não é nada mau. A equipa parece estar a subir de forma e esperemos que esta tendência se mantenha nos jogos que se avizinham.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mais uma vez enorme sofrimento e dificuldades que eram completamente desnecessárias muito porque já vem sendo uma imagem de marca a equipa prolonga em demasia no tempo um resultado demasiado curto e o adversário começa a acreditar o que depois é potenciado pelo facto de a equipa também não conseguir gerir o jogo com posse de bola e muito disso se deve à quantidade enorme de jogadores muito jovens que ainda não tem maturidade que se precisa para gerir os jogos com resultados curtos sem recuar muito.
Continuo a achar que insistir nesta dupla de meio campo é um erro porque são jogadores que se mimetizam em vez de se complementarem em campo e se pode funcionar contra alguns adversários ou a espaços nalguns jogos depois chega sempre a altura em todos os jogos em que é necessário que exista quem recupere bolas quem feche espaços e não temos ninguém, alias até temos um mas ainda não tem o dom da ubiquidade e não pode estar em todo o lado ao mesmo tempo, que o faça.
O extremo esquerdo que fez a sua estreia a titular merece mais tempo de utilização mas não por aquilo que fez neste jogo, mas sim pelo que tem feito quando tem entrado vindo do banco, que se resumiu a pouco mais de vinte minutos interessantes depois foi um completo apagão, merece mais tempo, ele e outros, porque entrar a dez minutos do fim de um jogo, ou menos, também não é coisa que se faça a ninguém.