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segunda-feira, janeiro 15, 2024

Lisonjeiro

Vencemos ontem o Rio Ave (4-1) e continuamos a um ponto da lagartada, que venceu em Chaves (3-0), mantendo os quatro de vantagem perante o CRAC (2-0 em casa ao Braga). Parecia que estava a adivinhar, quando escrevi isto no post passado: “Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso.” Ora bem, ontem, foi COMPLETAMENTE este o caso! Quem só olhar para ele, fica sem noção nenhuma das tremendas dificuldades que encontrámos e de como o resultado é até injusto para o que se passou em campo.
 
O Roger Schmidt apresentou o mesmo onze pela terceira vez em apenas oito dias, pelo que o que se passou não é propriamente uma surpresa: claudicámos bastante em termos físicos. O Rio Ave entrou praticamente a ganhar com o 0-1 logo aos 9’ pelo nosso ex-júnior Guga (que não celebrou). Quando se esperava uma reacção da nossa parte, aconteceu exactamente o contrário: o Rio Ave só não marcou mais dois golos, porque o Trubin fez duas excelentes defesas. A equipa estava adormecida, apática e os vila-condenses circulavam a bola praticamente à vontade. Na única coisa de jeito que fizemos na 1ª parte, o João Neves recuperou uma bola e lançou um contra-ataque para o Rafa, que libertou para o Di María aos 29’ marcar um golão de primeira em arco. A bola não estava nada fácil, aos saltinhos, e só um fora-de-série é que marcaria aquele golo, dado que se tivesse enchido o pé, provavelmente alguém no 3º anel teria apanhado com ela.
 
Depois de uma etapa inicial a dormir, esperar-se-ia uma reacção da nossa parte, mas o que se passou foi que levámos dois bolas nos ferros nos primeiros três minutos da 2ª parte!!! A primeira aconteceu logo aos 13 segundos! Inacreditável! Está claro para toda a gente, menos para o nosso treinador, que desde há alguns jogos, alinhamos sempre com dez, dado que o João Mário só está lá a fazer figura de corpo presente. Por outro lado, nesta partida, a necessidade da presença do Florentino tornou-se evidente a partir do momento em que se viu que o Rio Ave manobrava sem problemas no nosso meio-campo. O que aconteceu durante a primeira hora de jogo! O Roger Schmidt preparava-se para fazer três substituições ao mesmo tempo (incluindo o Florentino), quando numa estupidez inacreditável o Aderllan Santos coloca a mão à bola e vê o segundo amarelo. Se eu fosse treinador do Rio Ave, ter-me-ia passado de vez, porque a equipa estava a jogar bem e a dominar o Benfica, e um jogador ainda por cima experiente deita tudo a perder com uma acção daquelas. Do livre dessa falta, resultou uma defesa para canto do Jhonatan a um remate do Di María e na sequência desse canto, aos 61’, fizemos o 2-1 através do António Silva numa bomba num ressalto, depois de um remate interceptado do Arthur Cabral. O Schmidt lá fez entrar o Florentino, Tiago Gouveia e estreou o Marcos Leonardo para os lugares do Kökçü (tinha visto amarelo), Di María e Arthur Cabral. Claro que a expulsão condicionou inapelavelmente o jogo do Rio Ave, mas o que é facto é que subimos de produção com uma equipa bem mais fresca. Nomeadamente o Florentino no meio-campo fartou-se de recuperar bolas em zonas adiantadas, o que nos permitiu criar bastantes situações de perigo. Só à sua conta, o Tiago Gouveia falhou três(!) golos feitos, mas teve participação directa no nosso último golo. Antes disso, aos 80’ acabámos com as dúvidas, com o 3-1 na estreia do Marcos Leonardo, que correspondeu muito bem de cabeça a um centro do Aursnes, que tinha sido desmarcado pelo Rafa. No primeiro minuto de compensação, fechámos o marcador, com o Tiago Gouveia a marcar muito rapidamente um livre e a desmarcar o Rafa, que centrou de trivela para o João Mário só ter de encostar para o 4-1.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve presente nos nossos quatro golos, mesmo sem ter marcado nenhum, e por isso merece destaque óbvio. Outro que deve ser realçado é o Trubin, que na 1ª parte não permitiu que a vantagem do Rio Ave se alargasse para números que seriam complicados de inverter. Também gostei do que o Florentino trouxe à equipa a partir do banco e espero que o Schmidt não demore muito tempo a perceber que tem de ser titular em detrimento do João Mário, com o Kökçü a ocupar o lugar deste. Estreia com um golo é sempre um bom auspício e espero que o Marcos Leonardo seja, de facto, um reforço. Quanto aos menos, para além do Morato ter demonstrado todas as suas limitações enquanto lateral (o Costinha fez-lhe a cabeça em água e, se calhar, poderíamos olhar para este numa perspectiva de ser alternativa ao Bah...), o João Mário continua a exasperar todos os benfiquistas, mesmo tendo marcado um golo. Que infelizmente lhe deve dar mais uns jogos de crédito para o Schmidt...
 
Espero que a equipa técnica olhe bem para esta partida e veja que a nossa exibição esteve muito longe de ser boa e que acabámos por ter sorte com a expulsão, caso contrário não sei mesmo se teríamos conseguido ganhar o jogo. O plantel tem opções para fazer alguma rotação e não podem estar sempre a jogar os mesmos, caso contrário quebramos em termos físicos, como já se viu neste encontro. Ainda por cima, teremos a decisão de um troféu ainda este mês e convinha disputá-lo nas melhores condições...

3 comentários:

joão carlos disse...

Vir o treinador no fim dizer que a equipa acusou desgaste só pode ser brincadeira só alguém sem a mínima noção é que fica surpreendido por tal ter acontecido depois de termos a meio da semana um jogo, difícil ainda por cima, sem termos feito substituições e para mais sem depois termos feito qualquer alteração aos onze nos dois jogos repetir o erro do ano passado jogando sempre os mesmos e esperando que os jogadores não rebentem como no ano passado é no mínimo um bocado idiota.
Em dois jogos seguidos em ambas as partes dos dois jogos a equipa entrou nas mesmas completamente a dormir se á primeira todos caem, à segunda só cai quem quer depois a partir daqui começa a ser burrice quer dos jogadores quer do treinador que não prepara os jogadores para aquilo que previsivelmente os espera.
Insistir no erro de jogar com uma dupla de meio campo com jogadores com características similares e que nunca se complementam, independentemente da qualidade dos jogadores, dá depois coisas destas que é um meio campo completamente abafado por uma equipa que anda a lutar por não descer de divisão.

Anónimo disse...

E o Otamendi também esteve uma nódoa, passes errados, parece que fisicamente está mal.

Nuno disse...

João Mário, Di Maria e Otamendi, umas lástimas.

Sim, o Costinha ainda é novo e podia perfeitamente ser comprado pelo Benfica para o plantel principal, assim como o Moura do Famalicão e aqui despachar o emprestado/lesionado já em Janeiro.

E não é que com o Fiorentino em campo as coisas pareceram mais simples!?!?!? até já faz passes para a frente e tudo?!?!?

Ah... com o João Mário em campo, até o Chiquinho pareceu mesmo craque neste jogo! Bons minutos do rapaz para a sua despedida!