Considerações passionais de S.L.B. em película encarnada, a cor do GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA, 38 vezes Campeão Nacional de Futebol
terça-feira, maio 24, 2016
O balanço da época – parte I
O prometido é devido e cá está o post a fazer o balanço final da época. Como
isto ia ficar quilométrico, resolvi excepcionalmente dividi-lo em dois: balanço a nível
pessoal e balanço a nível desportivo.
1) A nível pessoal
Uma das pessoas mais brilhantes deste país já disse muito daquilo que eu
queria dizer. Para quem esteve em Marte e ainda não viu, cá está:
De tudo o que o grande RAP disse (incluindo obviamente o tom em que o disse), eu só alteraria uma coisa: no meu caso, não é a saúde das miúdas, é a saúde dos miúdos. Tudo o resto subscrevo integralmente.
Também eu deixei muito claro (uma
e outra
vez) que, se ganhássemos o campeonato, teria “todo o gosto em vir aqui no final da época dizer que eu afinal
não percebo nada disto e que sou um idiota por não ter acreditado nos tricampeões.”
Pois bem, eu sou um IDIOTA porque não acreditei (absolutamente NADA) que
pudéssemos ser tricampeões! Quem se satisfizer com esta explicação (aliás,
completamente verdadeira), pode ficar por aqui.
Para todos vocês, os cinco, que não se satisfizeram, continuarei. O facto
de eu me assumir como idiota, não faz com que me arrependa do que escrevi (um
leitor perguntou por este,
este
e ambos os posts do parágrafo anterior, e eu
ainda acrescento este
e este).
Incoerência? Talvez não. Porque eu posso ter muitos defeitos, mas assumo sempre
tudo o que escrevo e detesto quem reescreve ou oculta propositadamente a
história para favorecer um determinado argumento. São ridículos aqueles posts à luz de hoje? Claro que sim!
Eram-no na altura? Claro que não! A não ser por quem não tem espírito crítico
ou tinha uma fé incomensurável fundada… em coisa nenhuma! Quantas pessoas,
depois do empate na Choupana frente ao União, seriam capazes de apostar que
iríamos ganhar 20 dos 21 jogos seguintes…?! Pois…! Meus caros leitores, é muito
mais fácil fazer o Totobola à 2ª feira ou nunca expressar opiniões vinculativas
para não sermos apanhados na curva. Mas eu não fui, não sou e jamais serei
assim. Não é por um qualquer Patrick ou Pesaresi vestir a camisola do Benfica
que se torna imediatamente no melhor lateral do mundo. Eu não sou abutre, mas
também não sou foca. Critico quando acho que tenho que criticar e elogio quando
acho que tenho de elogiar. Nunca tive feitio para defender publicamente aquilo em
que não acredito. Pode ser um grande defeito no mundo contemporâneo, mas é como
eu sou. Só defendo com unhas e dentes aquilo em que acredito profundamente e já
estou velho demais para mudar. Agora, se me garantirem que, se eu fizer figura
de idiota, ganharemos o campeonato todos os anos, vamos lá embora a isso, então: o Paulo Almeida foi indiscutivelmente um dos melhores trincos que passaram
pelo campeonato português!
Não, o RAP sabe que não estava
sozinho. Eu também não via mesmo luz nenhuma ao fundo do túnel
desta época. Manifestei-o publicamente e não me arrependo de o ter feito.
Arrepender-me-ia é se tivesse estado na posição confortável de nada dizer ou de
fingir que a pré-época era ‘apenas’ a pré-época ou que chegar à 8ª jornada com
quatro vitórias e três derrotas era ‘normal’ em período de transição. E porque
é que me arrependeria? Porque, caros leitores, citando o grande RAP, estamos a falar da minha vida! Tal como ele
diz, não se trata de querer ou desejar que o Benfica ganhe: trata-se de
PRECISAR que o Benfica ganhe. Porque muita da minha vida está organizada à
volta do Benfica e, se o Benfica não ganhar, ela nunca fará sentido na
totalidade. Digo-vos sinceramente que eu poderia estar com o Euromilhões ganho que,
se estivéssemos a fazer uma época tal como as dos finais dos anos 90, eu não
estaria nada realizado. Acredite quem quiser, mas quem me conhece sabe bem que
é verdade. Eu não pretendo evangelizar, nem ser modelo para ninguém, mas também ninguém me dá lições
de benfiquismo. Não sou menos benfiquista por criticar, nem mais benfiquista
por apoiar as decisões de quem representa o Benfica. E, por muito que até possam merecer, também não passo cheques em branco a ninguém. Se eu critico decisões que dirigentes, treinador e/ou jogadores do
Benfica tomam, é porque acho que aquele não é o melhor caminho para o sucesso.
FELIZMENTE que me engano às vezes (não sou como o outro que nunca se enganava e
raramente tinha dúvidas…). No entanto, tal como referiu igualmente o RAP, o princípio que motivou as minhas críticas no
início da época estava errado. E continua a estar hoje: em teoria, não se deixa
ir para o rival um treinador bicampeão. No fundo bem fundo, isso sempre me pareceu (e ainda continua a parecer) que era o presidente Luís Filipe Vieira a querer provar a toda a gente que poderia ganhar sem o Jorge Jesus. E AINDA BEM(!) que o conseguiu e que tudo correu ao contrário
da teoria (também com a ajuda do próprio Jesus,
mas isso fica para a segunda parte deste post),
porém isso só aconteceu porque fizemos história. Nunca uma equipa campeã tinha
feito tantos pontos num campeonato, nunca tinha marcado tantos golos e,
principalmente, nunca tinha recuperado de uma desvantagem de sete pontos à 13ª
jornada. Está explicada a razão pela qual a prática superou a teoria. Teve de
haver história. E, graças a Eusébio, que houve! E, como houve, o mérito do LFV é total e é ele o principal responsável por este título, porque tenho a certeza que houve alturas em que ele era mesmo o único a acreditar que isto seria possível.
Dos 338 jogos (oficiais e particulares) que se disputaram na nova Luz desde que foi
inaugurada, eu faltei a dois (este
e este),
já fiz pausas
em casamentos, o jantar do 89º aniversário da minha avó teve de ser adiado
por um dia, a celebração de um aniversário da minha mulher teve de ser ao
almoço, porque ao jantar
não podia ser, o segundo aniversário de um dos miúdos teve de ser lanche
ajantarado, porque à tarde
era impossível. Estes factos não servem para mostrar que sou mais benfiquista
do que o próximo, porque comparações de benfiquismos sempre me pareceram muito estúpidas. A maioria de nós faz coisas pelo Glorioso que
(incompreensivelmente) muitas pessoas não acham “normal”. Se eu conto isto, é
para que se perceba que o Benfica não é uma brincadeira para mim. Eu levo isto
muito a sério e, por consequência, ganhar ou não ganhar não é indiferente. Eu
nunca gozo com amigos dos rivais no momento em que perdem, porque não admito
que eles gozem comigo em caso inverso. Isso fazem todos aqueles que levam isto
na desportiva. Eu não levo, portanto nenhum amigo tem sequer a veleidade de
começar esse tipo de conversa comigo. Tendo o Benfica a importância que tem na minha vida, eu não o consigo viver sem paixão. E isso faz com que eu não me
consiga calar quando acho que as coisas estão a ir por maus caminhos ou que
estamos na iminência de cometer erros. Históricos ou não.
No entanto (e termino esta primeira – e longa - parte deste post, tal como
a comecei), ainda bem que eu sou um idiota e que me enganei!
FANTÁSTICO!!! Normalmente quem fala ou escreve sobre futebol nunca se engana! Diz-se coisas hoje e o oposto amanhã, com uma cara angelical. Esses são os infalíveis. O que o Sérgio acabou de fazer, foi reconhecer perante os seus leitores que estava enganado, mas, na altura em que criticou, acreditou verdadeiramente no que escreveu. Isso tem um nome: CORAGEM! Eu já era um leitor assíduo das suas crônicas e claro que continuarei a lê-las com muita atenção. PS. Todos nós nos enganamos. Quem lhe escreve é alguém que acreditava cegamente que Quique Flores deveria continuar no Benfica. Mais um idiota :)
"Esse mundo de fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isso levou logo a falar-se do Assommoir, de Zola e do realismo: e o Alencar imediatamente limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que não se discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura latrinária. Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então, que não se mencionasse o excremento!"
Sete
-
Na noite em que se homenageou o Nené pelos seus 75 anos, não havia melhor
forma de honrar aquele que continua a ser o maior ídolo que tive no Benfica
(e ...
2 comentários:
FANTÁSTICO!!!
Normalmente quem fala ou escreve sobre futebol nunca se engana!
Diz-se coisas hoje e o oposto amanhã, com uma cara angelical. Esses são os infalíveis.
O que o Sérgio acabou de fazer, foi reconhecer perante os seus leitores que estava enganado, mas, na altura em que criticou, acreditou verdadeiramente no que escreveu. Isso tem um nome: CORAGEM!
Eu já era um leitor assíduo das suas crônicas e claro que continuarei a lê-las com muita atenção.
PS. Todos nós nos enganamos. Quem lhe escreve é alguém que acreditava cegamente que Quique Flores deveria continuar no Benfica. Mais um idiota :)
Não era o único...! :-)
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