domingo, maio 01, 2016
Check-up cardíaco
Vencemos na 6ª feira o V. Guimarães por 1-0 e continuamos na liderança do
campeonato com dois pontos de vantagem sobre a lagartada, que foi ganhar ontem a Mordor por 3-1. Foi a quinta
vitória pela margem mínima nos últimos seis jogos e voltou novamente a ser
muito sofrida. Esta parte final da época está a ser um teste ao funcionamento
cardíaco de seis milhões de pessoas.
Com 60.351 espectadores nas bancadas, não esperava um jogo fácil, mas
também não um tão sofrido. Voltámos a apresentar a melhor equipa, mas
deparámo-nos com o V. Guimarães a jogar uma final da Champions… Nada contra isto, pelo contrário, mas escusavam era de
ter abusado do antijogo logo na 1ª parte (e depois admiram-se dos cinco minutos
de descontos…). Fecharam a baliza a sete chaves e nós só tivemos uma
oportunidade de golo num remate de recarga do Mitroglou que passou ao lado. Foi
muito pouco para 45’ e a apreensão ao intervalo era geral. A equipa não
conseguia imprimir velocidade, principalmente porque há muitos jogadores, que
têm sido decisivos, em nítido abaixamento de forma.
Entrar forte na 2ª parte era essencial, porque o tempo estava a correr
contra nós. E felizmente assim foi! Livre para a área do Gaitán logo aos 47’ e
cabeçada fantástica do Jardel para o fundo das redes. Um golo muito semelhante
ao do Jonas frente ao Zenit. Foi uma explosão de alegria no estádio e
esperava-se que, estando o mais difícil feito, o V. Guimarães abrisse e nós
tivemos oportunidade de acabar com o jogo. No entanto, nada disto aconteceu.
Quer dizer, aconteceu que o adversário veio à procura do empate, mas nós não
tivemos nem arte nem engenho para fazer perigar a baliza deles durante a maior
parte do tempo. Uma fífia do Jardel só não deu o empate, porque o André Almeida
foi decisivo por duas vezes e noutro lance foi uma mancha fabulosa do Ederson a
impedir o golo contrário. O Salvio tinha entrado aos 61’ para o lugar do inconsequente
Pizzi, mas não trouxe nada de novo, ao contrário do Jiménez, que substituiu o
Mitroglou aos 68’. O mexicano teve os nossos dois melhores lances de golo, num
remate de letra que foi defendido pelo João Miguel (mas o sr. Bruno Paixão
assinalou pontapé de baliza) – seria um dos golos do campeonato – e outro
remate de fora da área que embateu estrondosamente na barra. Até final,
estivemos sempre em suspense, mas o
V. Guimarães não criou mais nenhuma situação de golo, e ainda deu para o André
Almeida forçar o segundo amarelo para ficar de fora na meia-final da Taça da
Liga e ficar disponível para a ida ao Marítimo. Foi um alívio imenso quando o
árbitro apitou para o final e saí do estádio novamente com a sensação de ter
perdido 10 anos de vida.
O melhor em campo foi indiscutivelmente o Fejsa. Um verdadeiro tampão a
meio-campo, se estivesse sempre fisicamente disponível as coisas seriam muito
mais fáceis para nós. Basta comparar os golos que sofremos com e sem ele em
campo. Tendo marcado o golo da vitória, é óbvio que também tem que se referir o
Jardel, embora aquele falhanço incrível pudesse ter deitado tudo a perder. Foi
pena, porque tirando isso esteve impecável. Nova vitória com o carimbo do
Ederson e desta feita também do André Almeida, com dois cortes que entrarão
para os lances decisivos do campeonato se ganharmos o 35. Do meio-campo para a frente
é que estão os problemas: o Renato Sanches é humano e muito já fez ele nesta
época, o Gaitán só fez uma aceleração em toda a partida (mas a assistência
primorosa no livre é dele), o Pizzi é uma não–existência nos tempos que correm,
e os avançados têm muito pouca bola em zonas de finalização. O problema é que
olhamos para o banco e, tirando o Jiménez, não vemos ninguém que possa
substituir estes titulares. Até agora, a força de vontade dos jogadores e, já
agora, também dos adeptos tem ajudado a superar estas limitações. Esperemos que
seja suficiente para mais dois jogos.
Teremos nesta 2ª feira a meia-final da Taça da Liga e obviamente é para
ganhar. Jogamos em nossa casa e temos um registo invejável nesta competição.
Mas, apesar de irmos defrontar um adversário difícil como o Braga, o Rui
Vitória irá certamente rodar a equipa, porque o jogo na Madeira no próximo
domingo é absolutamente fundamental e, neste momento, não temos frescura física
para termos os titulares em ambos.
P.S. – Quando nos dava jeito que a lagartada
tirasse pontos às forças do Mal, a maior parte das vezes perdia.
Excepcionalmente, ontem era melhor para nós o contrário e foram lá ganhar. A
aliança anti-Benfica funciona sempre a preceito e, de facto, só podemos contar
connosco próprios.
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