sábado, maio 21, 2016
A sétima
Fechámos a época em grande com o triunfo sobre o Marítimo por 6-2, que nos
deu a sétima Taça da Liga em nove edições da prova! Não admira que os outros
dois não gostem nada desta prova…! Foi um jogo muito aberto, com um resultado
dos antigos, em que a justeza do nosso triunfo é incontestável.
O Rui Vitória colocou o Luisão e o Samaris de início, em vez do Lindelof e
Fejsa, mantendo a aposta no Grimaldo na esquerda. Eu, como habitualmente, já
estava preocupado com esta partida, porque vinha no final de uma semana de
festejos (lembro-me sempre disto…) e, dado que o Marítimo nada mostrou na
partida do campeonato, o nosso favoritismo era abissal e isso poderia
deslumbrar os jogadores. Portanto, vi aquelas duas opções do nosso treinador com
algum cepticismo e o que é facto é que a nossa entrada no jogo foi terrível.
Não fosse o Ederson e poderíamos estar a perder por 0-2 logo aos 5’. A história
diz-nos que, depois de uma lesão, o Luisão demora quase sempre dois meses a
estar em plena forma. E isto a jogar sempre! Ora, como nos últimos seis meses,
só tinha feito um(!) jogo, era um risco enorme e o nosso capitão pareceu sempre
muito perdido em campo. Como, ainda por cima, não estava o Fejsa para tapar o
meio-campo, as coisas poderiam ter corrido bastante mal. Mas felizmente
marcámos logo na primeira oportunidade que tivemos, através do Jonas aos 11’,
depois de uma jogada de insistência do Mitroglou, em que o genial brasileiro se
conseguiu meter entre o defesa e o guarda-redes e fazer a recarga com êxito. Aos
18’, elevámos para 2-0 numa assistência do Pizzi, desmarcado pelo Jonas, para o
Mitroglou. Apesar da desvantagem, o Marítimo dava óptima réplica e viu o
Ederson negar-lhe mais uma vez o golo, antes de nós fazermos o terceiro:
abertura do Gaitán para o Grimaldo na esquerda centrar atrasado e o Mitroglou
fuzilar o guarda-redes iraniano Haghighi. Estávamos no minuto 38 e eu esperava
que as coisas estivessem decididas. Mas infelizmente, já no período de
compensação, o Marítimo reduziu para 1-3 pelo João Diogo de cabeça,
aproveitando uma saída extemporânea do Ederson, num lance em que o Jardel ficou
no meio de dois avançados contrários. Onde estava o resto da defesa…?! Logo a
seguir, o Gaitán poderia ter mantido a vantagem que tínhamos, mas o remate com
pé direito saiu ao lado.
No início da 2ª parte, voltámos a não entrar bem. O Ederson corrigiu uma
saída em falso, com uma defesa fantástica que impediu a diferença mínima. O
Marítimo insistia maioritariamente pelo nosso flanco esquerdo, teve um ou outro
lance em que nos colocou problemas, mas a partir dos 60’ voltámos a assumir as
rédeas da partida. O Renato subiu de produção e o Talisca, entretanto entrado
para o lugar do Mitroglou, também ajudou a consolidar o nosso meio-campo. Um
remate de pé esquerdo do Renato foi defendido com dificuldade pelo Haghighi e
aos 77’ dávamos a machadada final na partida pelo Gaitán, depois de uma
assistência do Jonas. O argentino, com a baliza à mercê, não atirou logo de
primeira e sentou um defesa antes. Aqueles décimos de segundo gelaram-me o
sangue, mas a classe do mágico Nico resolveu. Logo a seguir, ele saiu (entrou o
Gonçalo Guedes) a bater com a mão no peito e a dizer adeus para os adeptos.
Sentou-se no banco e começou a chorar. Percebeu-se logo o que se passada… Foi o
momento (muito) triste da noite para mim, mas a saída do Nico merecerá um post à parte. Com o nosso quarto golo,
pensei que ficaria descansado até final, mas aos 84’ o Samaris fez penalty que
o Fransérgio (que raio de nome!) aproveitou para fazer o 2-4. Voltei a
preocupar-me, porque ainda faltavam para aí 10’ para o final, mas o que é certo
é o Marítimo nunca mais se aproximou da nossa baliza. O Jiménez entrou para que
o Jonas pudesse receber os merecidos aplausos e já em cima dos 90’, num livre a
nosso favor, o Jardel fez o 5-2 de cabeça depois de o sr. Fábio Veríssimo (que enorme
dualidade de critérios!) não ter visto um agarrão nítido ao Luisão na área. Estava
tudo mais que decidido, mas ainda deu para um penalty indiscutível a nosso
favor, por rasteira do guarda-redes ao Jiménez, que o próprio mexicano cobrou à
Panenka (não gosto nada de penalties assim, mas enfim…), fazendo assim o 6-2
mesmo antes de o árbitro apitar para o final.
Em termos individuais, o Gaitán recebeu o prémio de homem do jogo, mas o
Jonas e o Mitroglou também estiveram muito bem. Foi uma merecida última
homenagem ao argentino. Gostei igualmente do Renato e mesmo o Pizzi esteve uns
furos acima do que tem sido habitual. Quem tem uma grande quota-parte nesta
conquista é obviamente o Ederson, que salvou pelo menos três golos do Marítimo.
Confesso que o Luisão me assustou, mas espero que as férias e a pré-época o
voltem a revelar como o grande e imprescindível capitão que tem sido ao longo
destes anos. Pelo sim pelo não, de todas as saída de que se fala, há um jogador
que NÃO pode sair: Jardel! Primeiro, porque o que receberíamos pelo seu passe,
não compensaria o rombo desportivo que teríamos. Segundo e mais importante, porque
é preciso que haja referências do balneário na equipa titular.
Gosto sempre muito das finais em Coimbra, porque permitem um almoço de
leitão antes e uma taça no final! Voltámos a marcar muitos golos e terminámos
em beleza uma época inesquecível.
VIVA O BENFICA!
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