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segunda-feira, maio 09, 2016

Fulcral

Vencemos o Marítimo nos Barreiros por 2-0 e estamos a uma vitória de alcançar o tricampeonato, feito que não conseguimos há 39 anos. Tal como se esperava foi um jogo muito difícil, mas em que ao contrário dos últimos (especialmente Rio Ave a V. Guimarães) subimos o nível exibicional e consequentemente voltámos a criar várias oportunidades de golo.

Com o Gaitán novamente lesionado, o Rui Vitória apostou no Carcela e durante a 1ª parte o marroquino foi dos poucos que acelerava o nosso jogo. Justiça lhe seja feita que o Marítimo, apesar de inexplicavelmente ter deixado vários titulares amarelados de fora frente ao Estoril na jornada anterior, não deu a cacetada nem fez o antijogo de alguns dos adversários anteriores. Começámos a partida melhor do que as anteriores, mas não estávamos a conseguir chegar com perigo à área contrária, até que aos 30’ o Jonas resolveu pegar na bola, fintar alguns adversários e rematar com estrondo… à barra! Logo a seguir, uma cabeçada do brasileiro foi optimamente defendida pelo Salin. Antes destas oportunidades, já o Renato Sanches tinha caído na área contrária num lance bastante duvidoso (para dizer o mínimo), em que o sr. Fábio Veríssimo resolveu mostrar-lhe amarelo por simulação em vez de assinalar penalty. Aliás, a arbitragem já vinha dando nota de um critério bastante apertado, porque qualquer toque num jogador maritimista era logo falta. Aos 37’, eu vi o campeonato todo a andar para trás: inexplicavelmente o Renato Sanches derrubou com um toque por trás um adversário, quando não tinha hipótese nenhuma de jogar a bola. Ia o adversário isolado para a baliza…? Não! Era um lance de iminente perigo…? Não! Estava na linha lateral! Foi um lance à la Carlos Martins, que poderia ter significado o sonho do 35… A idade não é desculpa! Dezoito anos já é considerado maior e um jogador de futebol tem que saber usar o cérebro a jogar. Se já tem amarelo, tem que se conter, caso contrário pode colocar toda uma época em jogo. Inadmissível! Felizmente reagimos bem ao facto de estarmos com dez e, até ao intervalo, ainda houve um remate do Mitroglou que passou perto do poste.

Dois Lexotans de 1,5mg fazem maravilhas no que toca a não ficar num estado de nervos absolutamente explosivo e, com esta expulsão, ainda mais calmo fiquei, porque as minhas esperanças ficaram reduzidas aos serviços mínimos. Mas graças a Eusébio os jogadores do Benfica, mais uma vez, mostraram que assimilaram bem a grandeza do clube e fizeram uma 2ª parte brilhante. Depois de azar da bola na barra do Jonas, tivemos sorte em marcar logo aos 48’ numa jogada em que acabou por ser um corte defeituoso do jogador do Marítimo a isolar o Mitroglou, que desviou a bola do Salin. Foi uma explosão de alegria lá em casa! Pouco depois, num canto, houve um choque de cabeças entre o Jardel e um central adversário, Maurício, que perdeu os sentidos e teve que ser levado para o hospital. Felizmente foi só um susto. Quando a partida foi retomada sete minutos depois (houve 10’ de compensação), o Rui Vitória tinha decisões para tomar, porque não tinha feito (e bem) nenhuma substituição depois da acefalia do Renato Sanches, mas agora só o Fejsa no meio-campo parecia pouco: entrou o Talisca para o lugar do Carcela (embora eu achasse que fazia mais sentido ter entrado o Samaris) aos 66’. Três minutos depois, o Salin voltou a entrar em acção por duas vezes num grande remate de fora da área do Jonas e na recarga do Pizzi, em que defendeu com a anca! O Marítimo ia fazendo substituições, mas não conseguia criar um lance de verdadeiro perigo, com excepção de um golo bem anulado por fora-de-jogo 78’. Um minuto depois (não esquecer que ainda faltavam 21’ para o final), lá entrou o Samaris para o lugar do Jonas e o nosso meio-campo ficou mais consistente. Até que aos 83’, este mesmo Samaris é derrubado numa zona mesmo a pedir um remate de pé esquerdo. Todos nós nos lembrámos do Bayern, o Talisca também, concentrou-se bastante e atirou lá para dentro! Confesso que me vieram as lágrimas aos olhos! Até final, ainda entrou o Jiménez para o lugar do Mitroglou, que atirou a nossa segunda bola à barra já em período de compensação! Pouco depois terminava o jogo, que foi curiosamente o mais calmo dos últimos cinco, apesar de termos tido um jogador a menos durante a maior parte do tempo.

Em termos individuais, destaque para o Fejsa, o tampão impressionante do meio-campo, para o Mitroglou por mais uma vez não falhar quando está só com o guarda-redes pela frente e para o Talisca, que para além do golo que selou a vitória fartou-se de lutar em termos defensivos. Ao Jonas couberam as melhores oportunidades e foi pena que não tivesse marcado, porque era mais que justo. Os centrais Lindelof e Jardel foram os esteios do costume. Quando ao Renato, não vale a pena acrescentar mais ao que já disse, bem pode agradecer aos colegas por não se tornar no novo Carlos Martins. Se é bem verdade que a nossa subida exibicional a partir de determinada altura tem a sua assinatura, nos últimos jogos tem descido a pique e é com muito pouca insatisfação que o vejo de fora frente ao Nacional.

Estamos a apenas uma vitória de sermos campeões. Mas é bom que estejamos consciente que estamos a ainda uma vitória de sermos campeões. A nós ninguém nos dá nada de mão beijada e os jogos não se ganham antes de serem disputados. Temos exemplos por essa Europa fora que nos têm que fazer estar alerta. Faltam três pontos. Ainda faltam três pontos.

3 comentários:

Unknown disse...

Importa-se de repetir o que escreveu no blog "tertúlia benfiquista" nos dias 03/06/15, 06/06/15, 12/06/15 e 10/08/15???
Sei que é um grande benfiquista e que sofre muito, como todos nós, mas tenha mais confiança no nosso Clube!!!!
Saiu o Witsel, o Matic, o Enzo, o Maxi, o Jesus, entre outros, mas uma coisa é certa: O BENFICA CONTINUA A GANHAR!!!

Quando não se precipita, gosto de ler os seus posts.
Cumprimentos e VIVA O TRI CAMPEÃO

S.L.B. disse...

Eu já disse que dedicarei um post sobre esta época no final da mesma. Por enquanto, ainda falta mais um título para conquistar. Mas posso já adiantar o seguinte: os cobardes e os politicamente correctos é que nunca expressam opiniões para não serem apanhados em contradição. E eu não sou nem uma coisa, nem outra. Acreditava piamente nisso naquela altura. AINDA BEM que me enganei.

Unknown disse...

Sou alguém que apreciou muito a sua participação no programa da BenficaTV “Debate Bloggers”.
Ri-me muito com as suas piadas, e concordava a 100% com a sua forma de defender o nosso Clube. Gosto também muito de ler os seus posts no “ Não se Mencione o Excremento”, quando não escreve com o coração, mas sim com a razão (que é a maioria das vezes). É bom ter opinião nos bons e maus momentos, tal como o Sérgio faz. Mas para a próxima vez que estejamos a passar por um momento difícil (esperemos que isso nunca mais aconteça), peço-lhe para ter um pouco mais de calma, para não entrar em contradição.

Ex: “PS. - Quem achar que haverá algo me dará mais prazer do que vir aqui no final da próxima época reconhecer que idiota foi este post, pode ir já ao médico, porque claramente o cérebro está perdido em parte incerta.”

De forma indireta, ao longo da temporada já o fez, pois ao elogiar o Benfica de Rui Vitória e a equipa, veio desmentir o que escreveu: “Parece que estamos prestes a superar por LARGA margem a maior IDIOTICE da nossa história até ao momento.”.

É apenas um conselho de quem o admira bastante enquanto benfiquista. Gosto de ler a sua critica, quer esta seja positiva ou negativa. Mas por favor, não seja tão radical ;)
Bem Haja pelo que faz.
Cumprimentos de outro Benfiquista doente.