segunda-feira, agosto 04, 2014
Obrigado, Cardozo!
Meu caro Óscar,
Era inevitável, mas hoje é um dia muito triste para mim. Obviamente sabia que qualquer dia terias de sair do Benfica, talvez esta até tenha sido a melhor altura, já que estarás certamente consciente que, depois da grave lesão da época passada, nunca mais foste o mesmo e nem nós nem tu queríamos que a última imagem fosse menos positiva. Mas como um adepto de futebol age mais com o coração do que com a cabeça, secretamente eu ainda tinha a esperança que voltasses a ser o que sempre foste e via em cada toque teu bem conseguido, e cada tabelinha que entrava nesta pré-época, um sinal de que estavas a subir de forma. No entanto, vieram os turcos com uma boa proposta para ti e não seria justo cortarmos-te as pernas nesta fase da tua carreira.
Serve este post para te dizer, em meu nome e de todos os benfiquistas que não deixam o cérebro em casa quando vão ao estádio, e portanto sempre te admiraram, MUITO OBRIGADO por tudo o que fizeste no Glorioso. 171 golos em 293 jogos só não impressionam pessoas com acentuada deficiência cognitiva e que portanto acham que o mais importante do futebol não é… meter a bola na baliza! É que eu não tenho problemas nenhuns em confessar uma fraqueza minha: gosto de jogadores que… marquem golos com regularidade! Tens o teu lugar mais que assegurado na história do nosso clube (o melhor marcador estrangeiro de sempre, o segundo melhor marcador nas competições europeias – só atrás do teu ídolo Eusébio -, o nono melhor marcador de sempre), mas mais do que isso tiveste ao longo do tempo grandes demonstrações de que te tornaste benfiquista e que sentes muito o Glorioso (basta recordar como te comportaste no funeral do Eusébio). Por tudo isso, e como todos os adeptos têm uma predilecção especial por este ou aquele jogador, eu festejava os teus golos ainda com mais alegria (seguindo o que fazia com os golos do Manniche, Magnusson, João Pinto, Rui Costa ou Nuno Gomes). É que eram golos do Benfica e DE Benfica!
Tenho imensa pena que não tenhas tido oportunidade de te despedir de nós durante um jogo na Luz (pecha de que igualmente sofreram o Nuno Gomes e o Aimar, por exemplo), porque tu e nós merecíamo-lo. Gostaria de ter podido entoar o teu cântico uma última vez contigo a assistir. Não foi possível, mas espero que um dia destes voltes para nos visitar e tenhas a possibilidade de ir ao relvado antes de um jogo para te saudarmos uma última vez. Desejo-te imensas felicidade na Turquia e mais uma vez expresso-te o nosso AGRADECIMENTO eterno.
Até sempre, Tacuara! Serás sempre o Maior!
P.S. – Só a falta de sensibilidade materna para uma belíssima homenagem impediu que o meu filho mais novo se chamasse Óscar. Situação de que ainda hoje me arrependo, já que um dia depois de ele ter nascido, tu lembraste-te de enfiar três batatas aos lagartos no inolvidável jogo da Taça da época passada. Foi a melhor prenda de boas-vindas que ele poderia ter tido!
* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.
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