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domingo, novembro 10, 2013

Óscar Tacuara Cardozo

Eliminámos os lagartos da Taça de Portugal ao derrotá-los por 4-3 após prolongamento. Os três últimos jogos com eles para esta competição foram absolutamente de loucos, mas felizmente ao contrário do anterior neste coube-nos sorrir no fim.

A 1ª parte foi muito calculista da nossa parte. Marcámos relativamente cedo (12’) através do Cardozo (que esteve em dúvida até à hora do jogo, mas ainda bem que jogou mesmo!) num livre em que fez a bola passar por baixo da barreira, que saltou em conjunto porque esperava um remate por alto. Demos a iniciativa à lagartada, que todavia era incapaz de criar perigo. Excepção feita a um lance aos 37’, em que o Capel surgiu sozinho na área depois de um centro da direita e atirou sem hipóteses para o Artur. Só que a nossa resposta foi avassaladora. Perdão, a resposta do melhor avançado estrangeiro de toda a nossa história: em três minutos (42’ e 45’), o fabuloso Cardozo fez dois golos correspondendo de cabeça a um centro do Gaitán e depois rematando à meia-volta depois de uma assistência do Rúben Amorim. Chegávamos ao intervalo com uma vantagem de dois golos, mas que infelizmente se revelou demasiado curta nos 90’.

Entrámos bem na 2ª parte, a pressionar a lagartada mais acima e consequentemente a jogar mais no meio-campo deles. No entanto, não conseguimos dar o golpe de misericórdia com um quarto golo e a partida voltou a estar aberta com o 3-2 aos 62’ através do Maurício que se antecipou ao Luisão num canto. Na última meia-hora de jogo, tivemos excelentes ocasiões com uma bola do Markovic cabeceada ao poste e uma boa defesa do Patrício a outro remate do Cardozo. Entretanto, o Rúben Amorim lesionou-se e entrou o Ivan Cavaleiro, que teve dois erros crassos: num contra-ataque a nosso favor tentou fintar para dentro em vez de ir para a baliza, perdendo naturalmente a bola; pior do que tudo, empurrando um adversário que estava de costas para a baliza (de costas para a baliza, por amor de Eusébio!!!) e provocando uma falta muito perigosa contra nós aos 92’. Centro para a área, o Garay falha o corte e o Slimani faz o 3-3. Era um golpe de teatro algo injusto, porque nós tivemos mais e melhores oportunidades.

Tenho que admitir que fui para o prolongamento muito pessimista, porque não só o ânimo estava do lado da lagartada, como em termos físicos era suposto estarem melhores já que estiveram isentos das provas europeias esta semana. Aos 98’, o Duarte Gomes não viu um penalty evidente sobre o Luisão (foi mais que agarrado e puxado na área!), que mesmo assim conseguiu cabecear para a baliza, com o Patrício a dar um frango inacreditável ao deixar a bola passar por entre as pernas. Confesso que foi a primeira vez na vida que eu não festejei logo um golo do Benfica, até porque nem vi a bola entrar na baliza: vejo o penalty sobre o Luisão, ia tendo um AVC quando percebo que o árbitro não o marcou logo e ia falecendo quando o vejo apontar para o lado contrário da baliza, porque estava a achar inacreditável que ele transformasse um penalty a nosso favor em falta atacante! Afinal, estava a apontar para o meio-campo a dar a sinalética de golo… Foi um festejo quase em diferido! Até final do prolongamento, a lagartada só teve mais uma oportunidade com um cabeceamento do Slimani a rasar o poste, enquanto nós voltámos a atirar outra bola ao poste pelo André Gomes (na sequência de um lance em que o Patrício faz bem a mancha ao Ivan Cavaleiro, que estava sozinho perante ele). O Rojo ainda levou um segundo amarelo e, como é costume contra nós, a lagartada queixa-se de não-sei-quantos penalties a favor deles.

Em termos individuais, os três primeiros destaques são inevitavelmente para o Óscar, para o Tacuara e para o Cardozo! Mais três golos à lagartada e já são 13 em 18 partidas! Não só é o melhor avançado estrangeiro da nossa história, como é o melhor avançado que tivemos nos últimos 30 anos. De longe! É um enorme privilégio tê-lo na nossa equipa e é preciso ser-se desprovido de uma himalaica dose de inteligência para não se gostar dele. Ou disso ou de uma cegueira profunda ainda não diagnosticada. Pessoalmente, já desisti de argumentar com pessoas que não gostam dele: é inútil tentar discutir com quem acha que 2+2 não são quatro! Grande jogo igualmente do Gaitán e do Enzo Pérez, que saiu completamente roto. Infelizmente, o Ruben Amorim lesionou-se, porque estava também a ser dos melhores e o nosso meio-campo a três nestes jogos mais complicados será uma tendência a seguir para o futuro. Pela negativa, o facto de termos sofrido três, t-r-ê-s(!) golos iguais, em lances de bola paradas em apenas quatro dias. Cada canto ou livre contra nós é quase um penalty nos dias que correm… Sinceramente, não sei o que se passa, mas parece-me que o nítido abaixamento de forma do Garay está relacionado com isto (na Grécia e no 3º golo de hoje, a culpa é claramente dele). Uma última coisa: eu acho que o Ivan Cavaleiro tem muito potencial e sinceramente até gosto dele, mas alguém o avise, por favor, que um adversário de costas para a baliza não pode criar perigo?! E que, portanto, é de uma estupidez atroz empurrá-lo e fazer uma falta perigosa. Ainda por cima, no último minuto de jogo…! Muito obrigado.

Esta vitória coloca-nos nos oitavos-de-final da Taça e terminar a época com uma conquista no Jamor tem que ser um objectivo primordial (até porque todos nós temos a final do ano passado atravessada na garganta!). As competições nacionais vão parar agora para o play-off da selecção e espero que esta paragem nos possa ser benéfica para que a equipa se apresenta mais fresca nos próximos compormissos.

1 comentário:

Bakero disse...

Então eu que estava no piso zero da Sagres não percebi literalmente nada do que se passou no lance do golo do Luisão. Não percebi que a bola entrou, fiquei a achar que o árbitro tinha marcado falta do Luisão, mas ao mesmo tempo via meio estádio a festejar golo...só que a outra meia estava como eu a tentar perceber que raio tinha acontecido.

Mas enfim, grande jogo em que venceu a melhor equipa. Era desnecessário era tanto sofrimento, até porque com a finalização mais acertada tenho a impressão que hoje poderíamos estar a falar numa goleada do Benfica...

Abraço!