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terça-feira, abril 10, 2012

Sem estofo

Fomos derrotados no WC (0-1) e, com quatro pontos de desvantagem com quatro jornadas para jogar, precisaríamos de um milagre para chegar ao título. E toda a gente sabe que o Papa está do lado do CRAC. Esperava uma equipa moralizada pela grande exibição de 4ª feira passada e uns lagartos cansados de uma viagem à Ucrânia, mas não só não conseguimos tirar nenhum partido a nível físico, como parecia que quem estava a lutar pelo título eram eles e não nós, tal a diferença de empenho das duas equipas.

Com os centrais de volta, mas o Luisão claramente abaixo dos 100%, até entrámos bem na partida, controlando os primeiros 15’ em que todavia só criámos perigo num remate de longe do Javi García. Claro está que logo no primeiro minuto, o Sr. Soares Dias transformou um penalty claríssimo sobre o Gaitán num canto a nosso favor. Aos 16’ uma imprevidência do Luisão sobre o Volkswagen (agarrou-lhe o pescoço, puxando-o ligeiramente) resultou num penalty contra nós que o mesmo Volkswagen marcou. E, pronto, estava o caldo entornado, porque nós sentimos de sobremaneira o golo e nunca mais nos recompusemos. Até ao intervalo, muito pouco de significante se passou, excepto um agarrão na área ao Luisão, que foi anjinho ao não se deixar cair.

Na 2ª parte, o Jesus tirou o irreconhecível Rodrigo (péssimo, péssimo, péssimo!) e colocou o Djaló. Foi a lógica da fezada, mas pior que o Rodrigo seria impossível e o que é certo é que não foi por ele que perdemos. Os últimos 45’ contam-se de forma muito simples: nós tivemos duas oportunidades de golo (cabeçada do Maxi salva sobre a linha e remate do Djaló a rasar o poste) e a lagartada proporcionou ao Artur cinco(!) defesas de golo, para além de atirar uma bola ao poste, escorregar na altura de um remate com a baliza aberta e outro remate a passar muito perto do poste. Ou seja, o grande Artur salvou-nos de uma goleada. Tão simples quanto isto. O único jogador que levava a bola para a frente com qualidade era o Witsel, mas o Jesus resolveu tirar o Javi García (que terá feito um dos piores jogos com a nossa camisola) para colocar o Nélson Oliveira e fez recuar o Witsel para trinco. Portanto, deixámos de ter alguém para conduzir o jogo e tornámo-nos pouco mais que inoperantes.

Em termos individuais, os três melhores de Benfica foram o Artur, o Artur e o Artur. Exibição magistral, que merecia outro acompanhamento. Dos outros, só o Witsel esteve à altura, com poucos lampejos do Bruno César e algum inconformismo com técnica sofrível do Djaló. Já deveríamos ter chegado à conclusão que utilizar jogadores sem estarem a 100% dá sempre problemas e acho que, se o Luisão estivesse bem, não teria feito aquele penalty e até acabou por ver dois amarelos. O Gaitán esteve péssimo, não se mexendo durante o jogo todo, o Maxi muito abaixo do que vale e a fazer dois centros para trás da baliza(!), o Emerson voltou à esquerda e voltámos a jogar com 10 e o Cardozo nunca foi servido em condições.

Nos últimos cinco jogos fora para o campeonato, ficámos quatro(!) vezes a zero e só vencemos em Paços de Ferreira. Ganhámos cinco pontos em 15 possíveis e assim torna-se difícil. Neste jogo, quando era fundamental comer a relva e mostrar que queríamos ser campeões, falhámos redondamente. Nem uma coisa, nem outra. Claro que, se o penalty fosse assinalado logo no primeiro minuto, a história poderia ter sido outra, mas nós já sabemos o que a casa gasta. Este campeonato foi dos mais mal perdidos da nossa história. Quando me lembro dos cinco pontos que tivemos de avanço, dá-me vontade de chorar…

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