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domingo, fevereiro 27, 2011

Épico!

Vencemos o Marítimo (2-1) e continuamos a oito pontos do CRAC. Foi um jogo que vai entrar para a história de todos os disputados na Luz (assim de cabeça, semelhantes a este, lembro-me da vitória para a Taça de Portugal frente ao Nacional na altura do Camacho ou contra a Naval na época passada). Sofrendo o 0-1 aos 77’ ainda fomos capazes de dar a volta ao marcador, com a vitória a surgir no último minuto(!) de compensação, e assim continuarmos na luta pelo título. Continuamos a nossa senda impressionante de resultados: 11ª vitória consecutiva no campeonato, 17ª em todas as competições e 18ª se considerarmos só as provas nacionais.

Alinhámos com o nosso melhor onze, o que considerei logo desde início um erro. Aliás, na senda do que escrevi aqui. Há jogadores a precisar rapidamente de descanso, nomeadamente o Salvio e o Gaitán que são fundamentais, porque são quem mais acelera o nosso jogo. É provável que sejam dos mais dificilmente substituíveis, eu sei, mas os homens não são máquinas e isso ficou manifesto no jogo de hoje. Entrámos não com a dinâmica habitual, nem eu estava à espera disso, mas começámos logo desde o princípio a ter oportunidades para marcar. E que bem nos tinha feito um golito cedo, mas infelizmente o Marítimo continua com a saga dos guarda-redes na Luz. No ano passado, foi o Peçanha a defender este mundo e o outro. Este ano, ainda foi pior: o Marcelo defendeu esta galáxia e a outra! Começou logo na 1ª parte, com uma defesa fabulosa a uma cabeçada do Luisão, o que juntamente com algum desperdício da nossa parte, que incluiu um remate ao poste do Gaitán e a algumas más decisões na altura do último passe, levou a que fôssemos para o intervalo a zeros, o que acontecia pela 1ª vez em 18 jogos nacionais(!). Desde a visita à casa do CRAC que marcámos sempre na 1ª parte. O Marítimo esteve longe de se remeter à defesa e criou-nos bastantes problemas com a rapidez do Djalma e Baba no ataque. O Jardel e o Coentrão perderam alguns lances para eles, mas acabaram por não criar nenhuma grande oportunidade de golo.

A 2ª parte foi bastante diferente. O Marítimo já não saía para o contra-ataque com a rapidez e desenvoltura do 1º tempo, e nós íamo-los empurrando cada vez mais para a área deles. Criámos oportunidades suficientes para ganharmos os próximos três jogos... de goleada! O Cardozo atirou ao poste muito perto da linha, quando tentou desviar um remate do Salvio, e o Marcelo fez pelo menos mais três defesas do outro mundo: remate do Aimar, livre do Cardozo e, principalmente, cabeçada do Kardec já no último minuto. Juntamente com isto, houve alguns remates ao lado quando os nossos jogadores estavam em boa posição, e também muito cansaço da nossa equipa, mas que mesmo assim foi buscar forças até onde parecia impossível. E isso foi especialmente verdade, quando o Marítimo, contra todas as previsões, abriu o marcador a menos de 15’ do fim. O Jesus já tinha posto o Jara e o Kardec e estávamos a jogar com quatro(!) pontas-de-lança ao mesmo tempo. Eu achei que ele deveria ter posto o Carlos Martins, porque basicamente tínhamos avançados e defesas, e ninguém para organizar o jogo no meio. Igualámos a partida aos 82’ pelo Salvio depois de um bom centro rasteiro do Coentrão. E, claro, já cá faltava o Sr. Vasco Santos (lembram-se?) entrar em acção: depois de um penalty por cotovelo não assinalado na 1ª parte, assinalou falta do Cardozo sobre o guarda-redes, quando o paraguaio estava de costas(!) e é o Marcelo que vem chocar com ele, anulando um golo limpo ao Luisão aos 91’! Teríamos uma reedição desta vergonha se o Coentrão, de pé direito(!) aos 94’, não nos tivesse dado a vitória mais que justa. Desde o 2º golo do Cardozo frente ao Rio Ave que não chorava num golo do Benfica. Até hoje.... Logo a seguir o jogo terminou e admira-me como é que o estádio ainda está em pé. Foi uma vitória absolutamente inolvidável, contra tudo e contra todos!

Individualmente, o melhor do Benfica tem que ser o Coentrão, já que fez a assistência para um e marcou o golo da vitória. Também voltei a gostar do Luisão, que teve muito trabalho com os velozes atacantes contrários, e do Javi García, que é o monstro habitual a meio-campo. O resto da equipa esteve regular, o Aimar sobressaiu um pouco, mas nesta fase da época não se pode pedir muito mais: os homens são humanos e nós estamos com um ritmo de jogos diabólico.

Só espero que esta vitória épica não tenha consequências físicas na próxima 4ª feira. É o jogo mais importante da época até agora, uma meia-final e não podemos mesmo fazer poupanças. Por isso, é que eu achava que o Salvio e Gaitán deveriam ter sido suplentes hoje e entrariam aos 60’ caso fosse necessário. O Jesus assim não decidiu e espero no fim que ele é que tenha razão: era sinal que eliminaríamos os lagartos e estaríamos na final da Taça da Liga.

P.S. – Há coisas que me custam muito a entender... Depois do golo do Marítimo vi algumas (muito poucas) pessoas a abandonar o estádio. Perder o que acabaram por perder, só para “fugir ao trânsito e/ou confusão”, seria motivo para eu abrir os pulsos. No mínimo...!

3 comentários:

mWo disse...

Três palavras caro Sérgio: RAÇA, QUERER e AMBIÇÃO! Somos mesmo enormes caraÇas! Contra tudo e contra toda a escumalha desta vida!

AbraÇo e SaudaÇões Benfiquistas!

http://benfica-world-order.blogs.sapo.pt

EAGLEHEART disse...

Ver o Fabio Coentrão a correr para os NO Name depois de ter marcado o golo no meio daquela confusão toda com adeptos e Stewards tudo ao embrulho, até me vieram as lágrimas aos olhos. que grande jogador. Correr para os braços dos que fazem do Glorioso o maior clube portugues e um dos melhores do mundo que são os seus adeptos, quer sejam branos ou pretos, ricos ou pobres, só demonstra a grandeza e a humildade deste grandissimo jogador. viva o Jesus por ter descoberto para nossa felicidade esta pérola de jogador e homem. mereciamos sem duvida ser CAMPEÔES.

Baresi disse...

Isto tem de ser divulgado!

‎"Pedro Henriques:
+
Roberge estava de costas para a bola e não vê a sua trajectória. Esta vai na direcção do seu braço, acabando por lhe tocar de forma não deliberada." Não há penalty. in Ojogo.
http://www.youtube.com/watch?v=CgK81duwhFw&feature=related

(Benfica - Nacional de 2007, onde Pedro Henriques anula golo limpo a Cardozo, por mão de Miguel Vitor, estando ele deitado de costas para o lance)

Isto com o BEnfica, os critérios vão mudando consoante dê mais jeito...