origem

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Vantagem escassa

Vencemos o Estugarda por 2-1 na 1ª mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa e obtivemos assim a 14ª(!) vitória consecutiva em todas as competições. Mas provavelmente esta terá sido a mais difícil de todas elas. O resultado está longe de ser tranquilizador e esperam-nos grandes dificuldades no jogo da próxima semana.

Teremos tido provavelmente a pior 1ª parte da era Jorge Jesus. Entrámos desconcentrados, sem conseguir ligar o nosso jogo e a dar imensos espaços ao Estugarda, que se foi aproximando com perigo da nossa baliza. Foi sem surpresa que fizeram o 0-1 aos 21’ num chapéu do Harnik ao Roberto. Uma desatenção do Sidnei e do Coentrão permitiu ao extremo-direito adversário aparecer isolado frente ao guarda-redes. Demorámos a responder e nunca o fizemos verdadeiramente na 1ª parte. Perto do intervalo, houve penalty do guarda-redes sobre o Coentrão, mas o árbitro holandês, Sr. Eric Braamhaar, resolveu transformá-lo em amarelo para o nosso jogador. Até final da 1ª parte, ainda criámos algumas dificuldades aos alemães através de uma série de cantos consecutivos, mas sem conseguir rematar à baliza.

A 2ª parte foi totalmente diferente. O Estugarda praticamente não existiu em termos atacantes, não porque não tenha tentado, mas devido ao facto de estarmos muito mais concentrados na defesa. Nós partimos para cima deles e houve altura da partida em que foi um verdadeiro sufoco. Tudo começou num livre directo do Cardozo, que passou perto do poste logo a abrir o 2º tempo. O guarda-redes adversário, Ulreich, também deu nas vistas ao defender remates perigosos do Coentrão, Aimar e Gaitán. Até que finalmente aos 70’ marcámos o merecido golo através do Cardozo, num remate à entrada da área e sem balanço. O Estugarda mal respirava e dava a entender que ainda não era ao 35º jogo oficial da época que iríamos empatar. E não empatámos mesmo, porque aos 81’ um grande remate fora da área do Jara, que ainda tocou num defesa, caiu para lá da linha de golo, mas pelo sim pelo não o Cardozo foi lá meter bola dentro da baliza. A Uefa atribui o golo ao argentino, mas ainda bem que o Tacuara foi lá confirmá-lo, porque nunca fiando... O jogo foi frenético até final, ainda sofremos uma bola no poste num livre, mas também tivemos pelo menos três ocasiões para marcar mais um golo. Os remates do Felipe Meneses e do Cardozo saíram por cima e ao lado, respectivamente (o brasileiro fez o remate à vontade dentro da área e eu ia tendo um AVC ao ver a bola no 3º anel), e a cabeçada do Javi García à figura. Com um bocadinho de sorte poderíamos ter adquirido uma vantagem mais descansada naqueles últimos minutos.

Individualmente destaco o Cardozo, não só pelo golo (e meio...) que marcou, mas porque se fartou de lutar e ganhar bolas de cabeça aos alemães. O Jara, que substituiu o amarelado Saviola, foi muito esforçado, fartou-se de chatear os alemães e também molhou o bico. O Gaitán, Aimar e Coentrão estiveram brilhantes a espaços. Muito batalhador, mas com um jogo menos conseguido (parece-me cansado) foi o Salvio, que acabou substituído pelo Carlos Martins. Só não percebi a atitude do Roberto a atrasar a reposição em jogo depois do 2-1, que contrastou com a vontade da equipa de pressionar para marcar mais um. Terá sido uma falha de comunicação, porque o nosso guarda-redes fez isso mais do que uma vez e não vi nenhum sinal do banco a repreendê-lo. Mas o Carlos Martins estava ansioso por ir para a frente e quando saiu o Jara entrou o Felipe Meneses em vez do Airton... Ou seja, houve sinais contraditórios.

Temos quatro dias de descanso até à ida ao WC e depois entramos numa semana terrível com quatro jogos em dez dias. Tal como já
escrevi, acho muito difícil não fazermos uma gestão do plantel e, como a permanência na Europa é fundamental, eu não sei mesmo se não começaria já no WC. Especialmente os extremos, tão essenciais na nossa manobra atacante, que precisam de estar frescos para poderem fazer as mudanças de velocidade que criam os desequilíbrios. E nomeadamente o Salvio parece-me já em perda física. É uma decisão difícil, mas eu faria uma ou outra alteração nos jogos do campeonato. De qualquer maneira, até porque os lagartos também jogaram hoje em Glasgow, não espero outra coisa na próxima 2ª feira que não a 17ª vitória consecutiva em provas nacionais.

P.S. – As restantes equipas portuguesas tiveram sortes diferentes. O CRAC foi ganhar a Sevilha (1-2) através de um golo em fora-de-jogo e um erro inacreditável de um defesa contrário! Isto depois de o Kanouté ter falhado o 2-1 de baliza aberta! Metem-me ainda mais nojo pela sorte inacreditável que têm neste tipo de jogos. Muito dificilmente não se apurarão. Os lagartos empataram no último minuto(!) em Glasgow, mas acho que vão passar um mau bocado em casa. O Braga perdeu (0-1) na Polónia e, como acho que o Lech Poznan irá marcar um golo cá, não os estou a ver passar a eliminatória.

2 comentários:

Lampião do Norte disse...

Meu caro homónimo ;)

Tal como a si, o raio da sorte que o CRAC (eu prefiro chamar-lhes agremiação corrupta de contumil), ou o que quer que seja, costumam ter neste tipo de jogos também me tira do sério. Mas ainda me tira mais do sério quando durante 90 minutos temos 2 ou 3 comentadores histéricos a descobrir qualidades e brilhantismo onde só, e com boa vontade, se consegue descortinar mediocridade.

Um grande abraço!

Anónimo disse...

Estofo europeu é isso. O inter não foi campeão europeu a dar recitais.