quarta-feira, setembro 27, 2006
Incapacidade de reacção
Mais uma derrota frente ao Manchester United (0-1) num jogo em que pelo que fizemos na primeira parte e até sofrer o golo (aos 60 min.) não merecíamos perder, se bem que depois do golo o Manchester estivesse mais próximo do 2-0 do que nós da igualdade. Com esta derrota a nossa posição no grupo fica muito difícil e é imperioso que conquistemos no mínimo quatro pontos frente ao Celtic, apesar de eu achar que se não ganharmos os dois jogos será difícil seguirmos em frente, porque a última partida é em Old Trafford. Como eu previa ainda vamos chorar muito aquele jogo MISERÁVEL em Copenhaga…
A nossa primeira parte foi de grande nível, já que não deixámos o Manchester United fazer nada (só um remate do Cristiano Ronaldo que o Quim defendeu), apesar de não termos criado situações de golo iminente. Dominámos bastante, mas foi muito complicado ter oportunidades para rematar com perigo. A equipa inicial foi mais ou menos a prevista, já que com a saída do Fonseca dos convocados era de esperar que o Miccoli ficasse no banco, caso contrário só teríamos uma opção atacante (Mantorras) se as coisas corressem mal. Por outro lado, o Paulo Jorge foi o nosso melhor jogador em Paços de Ferreira pelo que a sua perda de titularidade seria uma grande injustiça, além de que ele defende, ao contrário do italiano. Confesso que não percebi a entrada inicial do Anderson em vez do Ricardo Rocha, a não ser que este ainda não estivesse nas melhores condições físicas. Mas mais uma vez cometemos o erro crasso de jogar com o Alcides em detrimento do Nélson. Um lateral direito tem que criar desequilíbrios atacantes, algo que o brasileiro é totalmente incapaz de fazer, como se viu outra vez durante este jogo. Mesmo assim, com um bocadinho de sorte poderíamos ter marcado um golo até ao intervalo, especialmente através de um remate do Nuno Gomes que saiu ao lado.
Na segunda parte, acusámos (e de que maneira!) o esforço físico da primeira e não estivemos tão pressionantes. O resultado foi que o Manchester United teve mais espaços e, na primeira ocasião de verdadeiro perigo que criou num contra-ataque, marcou através do Saha, num remate em que se o Anderson não tem tocado na bola o Quim teria defendido. Não foi um erro tão grave quanto os do Bessa e Paços de Ferreira, mas o defesa brasileiro ficou mais uma vez ligado a um golo sofrido. Neste caso, poderia ter pressionado mais o Saha antes de ele entrar na área com a bola dominada, mas enfim… A partir daqui e com as substituições que fizemos logo a seguir, morremos. O Fernando Santos resolveu tirar os dois jogadores que mais estavam a sobressair (Karagounis e Paulo Jorge) e fez entrar o Nuno Assis e Miccoli. Não conseguimos mais ligar uma jogada até ao fim da partida. Os jogadores ficaram perdidos e deixou de haver táctica. O Nuno Assis não sabia se ia para a esquerda ou para o meio e acabou na direita. O Miccoli nunca encontrou um lugar para jogar. Por outro lado, os centro-campistas rebentaram e não conseguimos fazer nenhuma pressão sobre os ingleses. As bolas nem sequer chegavam aos avançados. Acho que nessa altura o Fernando Santos deveria ter colocado o Nélson no lugar do Alcides, porque tem velocidade e estávamos a precisar disso nos flancos, já que o Simão praticamente não existiu e já não havia Paulo Jorge. Mas não, resolveu tirar o Anderson e colocar o Mantorras, aumentando ainda mais a confusão na área. Quando as bolas raramente lá chegam em condições, não vale a pena pôr avançados que ainda por cima não sabem jogar de cabeça. Até final, destaque apenas para três, repito, t-r-ê-s (!) defesas magistrais do Quim na mesma jogada (!), na sequência de um livre e duas recargas, em que o resto da defesa ficou a dormir.
Individualmente gostei novamente do Karagounis, o único com capacidade para transportar a bola para a frente, do Paulo Jorge, que não se atemorizou com o adversário e mostrou a raça do costume (mas tem que treinar melhor o remate; aquele livre “à Camacho”…!) e do Quim, pelas razões referidas. O Luisão e o resto da defesa também estiveram globalmente bem (até ao golo), mas os laterais têm que ser mais perigosos no ataque. O Simão necessita urgentemente de subir de forma e o Katsouranis de durar até ao fim do jogo. Tirando as substituições, não acho que a culpa tenha sido toda do Fernando Santos, apesar de a contestação começar a ser visível com os lenços brancos. Estamos com dificuldade em marcar golos e assim é impossível ganhar. Todavia, há um aspecto que infelizmente tem sido uma constante esta época e que é responsabilidade do treinador: quando sofremos um golo primeiro, não conseguimos reagir e há quase um baixar de braços. Ora, o técnico tem que incutir nos jogadores que os jogos duram 90 minutos e que até ao fim tudo é possível. E não me parece que o Fernando Santos saiba fazer isso…
Domingo frente ao Aves é imprescindível uma boa exibição e uma vitória clara, caso contrário as coisas começam a ficar muito negras e quase sem retorno para o treinador.
A nossa primeira parte foi de grande nível, já que não deixámos o Manchester United fazer nada (só um remate do Cristiano Ronaldo que o Quim defendeu), apesar de não termos criado situações de golo iminente. Dominámos bastante, mas foi muito complicado ter oportunidades para rematar com perigo. A equipa inicial foi mais ou menos a prevista, já que com a saída do Fonseca dos convocados era de esperar que o Miccoli ficasse no banco, caso contrário só teríamos uma opção atacante (Mantorras) se as coisas corressem mal. Por outro lado, o Paulo Jorge foi o nosso melhor jogador em Paços de Ferreira pelo que a sua perda de titularidade seria uma grande injustiça, além de que ele defende, ao contrário do italiano. Confesso que não percebi a entrada inicial do Anderson em vez do Ricardo Rocha, a não ser que este ainda não estivesse nas melhores condições físicas. Mas mais uma vez cometemos o erro crasso de jogar com o Alcides em detrimento do Nélson. Um lateral direito tem que criar desequilíbrios atacantes, algo que o brasileiro é totalmente incapaz de fazer, como se viu outra vez durante este jogo. Mesmo assim, com um bocadinho de sorte poderíamos ter marcado um golo até ao intervalo, especialmente através de um remate do Nuno Gomes que saiu ao lado.
Na segunda parte, acusámos (e de que maneira!) o esforço físico da primeira e não estivemos tão pressionantes. O resultado foi que o Manchester United teve mais espaços e, na primeira ocasião de verdadeiro perigo que criou num contra-ataque, marcou através do Saha, num remate em que se o Anderson não tem tocado na bola o Quim teria defendido. Não foi um erro tão grave quanto os do Bessa e Paços de Ferreira, mas o defesa brasileiro ficou mais uma vez ligado a um golo sofrido. Neste caso, poderia ter pressionado mais o Saha antes de ele entrar na área com a bola dominada, mas enfim… A partir daqui e com as substituições que fizemos logo a seguir, morremos. O Fernando Santos resolveu tirar os dois jogadores que mais estavam a sobressair (Karagounis e Paulo Jorge) e fez entrar o Nuno Assis e Miccoli. Não conseguimos mais ligar uma jogada até ao fim da partida. Os jogadores ficaram perdidos e deixou de haver táctica. O Nuno Assis não sabia se ia para a esquerda ou para o meio e acabou na direita. O Miccoli nunca encontrou um lugar para jogar. Por outro lado, os centro-campistas rebentaram e não conseguimos fazer nenhuma pressão sobre os ingleses. As bolas nem sequer chegavam aos avançados. Acho que nessa altura o Fernando Santos deveria ter colocado o Nélson no lugar do Alcides, porque tem velocidade e estávamos a precisar disso nos flancos, já que o Simão praticamente não existiu e já não havia Paulo Jorge. Mas não, resolveu tirar o Anderson e colocar o Mantorras, aumentando ainda mais a confusão na área. Quando as bolas raramente lá chegam em condições, não vale a pena pôr avançados que ainda por cima não sabem jogar de cabeça. Até final, destaque apenas para três, repito, t-r-ê-s (!) defesas magistrais do Quim na mesma jogada (!), na sequência de um livre e duas recargas, em que o resto da defesa ficou a dormir.
Individualmente gostei novamente do Karagounis, o único com capacidade para transportar a bola para a frente, do Paulo Jorge, que não se atemorizou com o adversário e mostrou a raça do costume (mas tem que treinar melhor o remate; aquele livre “à Camacho”…!) e do Quim, pelas razões referidas. O Luisão e o resto da defesa também estiveram globalmente bem (até ao golo), mas os laterais têm que ser mais perigosos no ataque. O Simão necessita urgentemente de subir de forma e o Katsouranis de durar até ao fim do jogo. Tirando as substituições, não acho que a culpa tenha sido toda do Fernando Santos, apesar de a contestação começar a ser visível com os lenços brancos. Estamos com dificuldade em marcar golos e assim é impossível ganhar. Todavia, há um aspecto que infelizmente tem sido uma constante esta época e que é responsabilidade do treinador: quando sofremos um golo primeiro, não conseguimos reagir e há quase um baixar de braços. Ora, o técnico tem que incutir nos jogadores que os jogos duram 90 minutos e que até ao fim tudo é possível. E não me parece que o Fernando Santos saiba fazer isso…
Domingo frente ao Aves é imprescindível uma boa exibição e uma vitória clara, caso contrário as coisas começam a ficar muito negras e quase sem retorno para o treinador.
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10 comentários:
Saudações SLB
Concordo com a tua analise ao jogo, mas não concordo quando dizes que a responsabilidade não é do Fernando Santos, eu acho que é, e depois do que ele disse no final do jogo acho que até ha motivos para justa causa...
Para mim não serve durante o jogo lançar avançados em avalanche para dentro do jogo, quando se tornou obvio que a intenção dele era dominar jogando para o emptate e esperar que se marcasse um golito, e depois vir dizer que tinhamos feito uma exelente exibição (o que acabou por dizer incrivelmente)
O futebol do Benfica nunca foi direccionado para a baliza do Man Utd, os passes demoram eternidades a ser feitos, e o Benfica tornou-se numa equipa mais burucratica que uma repartição de finanças.
Na primeira parte, não fomos nós a empurrar o Man Utd mas sim eles a permitirem que se jogasse no seu meio campo, já que uma equipa quando empurra a outra para o seu meio campo consegue sempre ser perigosa e nós não o fomos, andamos ali a jogar á rabia como nos tempos da escola e raramente partiamos para a baliza.
Eu no estadio contei pelo menos três vezes em que ou o Leo ou o Simão estavam completamente isolados no seu flanco só que a bola para lá chegar tinha de passar por 4 ou 5 jogadores antes, assim é impossivel chegar onde quer que seja.
Na segunda parte, a toada manteve-se só que o Man Utd, apesar de me ter desiludido, não é equipa de dar muitas abebias e não precisa de muitas oportunidades para marcar, o que acabou por acontecer num lance de contra ataque do mais basico que prai anda!
Para mim, este jogo, marcou a "morte" do Fernando Santos como treinador do Benfica, o homem conseguiu arrefecer o inferno.
Bogalho: eu nunca concordei com a vinda do FS e isso está escrito aqui no blog. Mas infelizmente ele está cá e não se perspectiva que se vá embora tão cedo.
Posto isto, eu não disse que ele não tinha culpa no resultado; disse que a culpa não era toda dele. Não acho que tenhamos jogado para o empate, mas sim que não tivémos capacidade para ir mais além. Concordei com a equipa titular, mas ele espalhou-se ao comprido nas substituições, que foram bastante infelizes e coarctaram a nossa capacidade de reacção. Aí sim teve culpa.
O problema de a bola não chegar aos extremos é que quem estava a fazer esses passes eram os centrais, que não têm capacidade para isso. Os jogadores do meio-campo estavam muito marcados e fez-nos falta o Rui Costa para colocar a bola a 50 m.
Não conseguimos ser perigosos devido à forte marcação no meio-campo e ao facto de o Katsouranis e o Petit não terem capacidade para criar desequilíbrios atacantes. O Simão está em má forma (compreensivelmente) e o Paulo Jorge e o Karagounis não podiam fazer tudo. Daí que foram raras as bolas que chegaram ao Nuno Gomes.
Fernando Santos: "Fizemos um excelente jogo e, até aos 70 minutos, dominámos". Após estas palavras, F.S. admite intrínsecamente que o seu melhor (o seu "excelente") foi aquilo que vimos ontem; admite que o ser claramente superior a uma equipa (o seu "dominámos") foi a misério que vimos até aos 70 minutos. Posto isto, só resta uma solução: demissão ou despedimento com justa causa por incapacidade...
Como estive no estádio, apetece-me fazer um comentário estético: aqueles lenços brancos no meio das camisolas vermelhas, a encherem todas as bancadas, dão um efeito de cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos à Catedral. Pode ser bonito, mas é o reflexo da tristeza que vai na alma dos benfiquistas, que nitidamente não gostam do treinador (muito menos eu, admito). Também não gostava do Trapatonni e ele ganhou um campeonato. Mas não me parece que o engenheiro tenha a esperteza do italiano. Muito embora pudesse ser um bom treinador para equipas médias, como o Braga, o Boavista ou o Marítimo, não consegue dominar o plantel do Benfica. Não tem ideias para uma equipa habituada às vitórias e tem uma séria falta de talento para as substituições.
Não acho que ontem tenhamos jogado mal. Os jogadores suaram a camisola e, durante alguns minutos, até acreditaram que podiam vencer. Mas foram os únicos. O treinador, o nosso apático treinador, preferiu manter em campo um Simão fora de forma a um Paulo Jorge pleno de garra. Não gritou aos jogadores que mantivessem a cabeça fria depois do primeiro golo. E nem sequer convocou um avançado que ele mesmo decidiu adquirir para o plantel, tido como matador e frio, ideal para um jogo como este (ainda gostava de perceber a contratação do Fonseca, sinceramente).
Até a minha mãe, que de futebol nada percebe, percebeu isto.
O Fonseca foi uma daquelas contratações para encher choriços, ou por outras palavras, para fazer a vontade aos benfiquistas. Somos muito boas pessoas mas temos, em geral, um problema: gostamos de todos os anos contratar vedetas atrás de vedetas. E os jornais gastaram muita tinta a falar de pontas de lança pra q não viesse nenhum...assim...dado q os bons não conseguimos lá chegar, compramos um Fonseca...
A questão é q dado q o temos pq não o usamos??? É o unico avançado q temos q disputa o jogo aéreo...e nem sequer é convocado...não percebo.
Não dá para perceber...
Concordo em pleno com a analise d'jogo!
E a minha pergunta é a mesma onde para o Fonseca?
Saudações desportivas
SLB 4EVER
Enfim tudo no mesmo...um treinador de 2ª e uma equipa que pensa ser de 2ª...boa análise...
Sorry SLB, mas continuo a achar que o FS é o principal responsavel da derrota com o man utd, senão vejamos.
No ano passado, a nossa equipa era pior do que a de hoje, tambem tinhamos um treinador pelo qual poucos morriam de amores, que tinha alguns dons para inventar. Ainda assim, na liga dos campeões, em todos os jogos que o Benfica fez, fiquei sempre com a sensação que entravamos para (tentar) marcar golos (vilareal e man utd fora são bons exemplos, fora com o lille é a exepção e mesmo assim no final o mantorras ainda falhou um golo) e nunca fizemos jogos de posse de bola ou de jogar no meio campo do adversário, antes pelo contrario, fizemos jogos bastante realistas em que a nossa posse de bola era usada para tentar marcar, até com o Barça fora, que jogamos muito recolhidos, nas poucas oportunidades que tivemos gelamos o nou camp (....se aquela do simão entra não sei não), ora contra o man utd de terça-feira nada disso aconteceu, raramente tentamos atacar a baliza deles apesar de eles nos terem dado espaço e tempo para isso (houve alturas em o jogo parecia da liga portuguesa) e para mim, isso pouco teve haver com os jogadores (individualmente acho ninguem fez uma má exibição) mas sim á estrategia que o Benfica tem actualmente, uma estrategia tipicamente de treinador português(no mau sentido), onde há toque de bola, alguma técnica mas que falha no essencial do futebol moderno, passes rigorosos, desmarcações e intenção de marcar golo, isso nós não tivemos, e eu já vi aqueles jogadores a fazerem isso mesmo (em liverpool por exemplo).
É um bocado ridiculo com o jogo que fizemos na terça termos acabado o jogo com 57% de posse bola e menos um remate que o man utd, o que é sinal que a nossa posse de bola é muito mal utilizada.
Ainda assim admito que possa estar errado, e que o man utd meteu muita gente atraz e dificultou a nossa tarefa, mas se foi assim, então tenho de relembrar a mitica frase de trapatonni (por quem eu tambem não morria de amores):
Se não consegues ganhar um jogo, tambem não o deves perder.
quando digo que o FS é o prinicpal responsavel, quero dizer principal e unico responsável ;)
concordo contigo, nao creio no entanto q a cena dos lencos brancos ajude a resolver o problema.
aparece no www.eusebiomais10.blogspot.com
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