quinta-feira, janeiro 26, 2006
Referências
Vamos ser campeões! Esta minha afirmação pode parecer extemporânea nesta altura, mas na última semana aconteceram duas situações nos nossos rivais que me fizeram ficar bastante optimista (eu, que até sou um pouco pessimista): o Vítor Baía relegado para o banco de suplentes e a saída do Beto dos lagartos. E até digo mais, temos uma oportunidade soberana para reassumirmos a hegemonia do futebol nacional nos próximos anos se soubermos preservar o que temos de bom e único neste momento: um plantel onde existem jogadores que são referências do clube. Basta olhar para as grandes equipas europeias (Juventus, Milan, Barcelona, Real Madrid, Chelsea, Manchester United, Bayern) e verificar que não há nenhuma que não tenha pelo menos dois/três jogadores titulares que são verdadeiros porta-estandartes do clube com bastantes anos de casa.
Ora, são precisamente estas referências que os nossos rivais perderam em simultâneo nesta semana. O início da época já tinha sido produtivo quando o Co Adriaanse relegou o Jorge Costa para a bancada e colocou pressão sobre o Vítor Baía ao afirmar publicamente que estava indeciso quanto à escolha do guarda-redes. Bastou o primeiro frango dele, para o holandês se virar para o Helton. Ainda por cima, na partida em que o Baía iria completar 400 jogos na I Divisão. Uma crueldade que nem a mim me passaria pela cabeça (ok, se calhar passaria…). Para tornar as coisas ainda melhores, o Pedro Emanuel, o outro sobrevivente da tragédia (a vitoriosa campanha europeia de há dois anos), também foi para o banco. Olha-se para a equipa titular do clube regional e não há um único jogador que seja uma referência do clube. O Ricardo Costa é obviamente ainda muito novo para o ser, apesar de estar bem identificado com a mentalidade daquele clube ou não fosse ele um dos melhores caceteiros do futebol português. Por outro lado, o Lucho Gonzaléz, por muito bom jogador que seja, só chegou este ano e já capitaneou a equipa, o que quer dizer muito acerca desta perda de identidade do clube regional. Identidade esta que foi bastante elogiada nos anos em que o clube regional (muito graças aos cafezinhos com leite e rebuçadinhos, é certo) ganhava campeonatos ao quilo. Jogadores como o João Pinto, André, Bandeirinha, Paulinho Santos e Secretário, mesmo quando deixaram de ser titulares indiscutíveis, mantinham-se no plantel para fazer a transição para os que chegavam.
Os lagartos, depois de no ano passado deixarem sair pela porta pequena o Pedro Barbosa e o Rui Jorge, fizeram o mesmo ao Beto e só o Sá Pinto deverá ter uma saída digna no final da época. O que quer dizer que para o ano o capitão deverá ser o Custódio ou o Miguel Garcia. I rest my case! Aliás, o próprio Sá Pinto já alertou para este facto, mas os lagartos continuam todos muito preocupados com o suposto colo do Benfica e não conseguem enxergar mais nada à frente (nem a circunstância de terem sido mais uma vez comidos pelo clube regional na aquisição de um jogador ligado ao Nacional da Madeira). Não serão jogadores como o Liedson ou o Polga que poderão ocupar esta posição, ou não bastasse o Natal para os fazer pensar quão doloroso deve ser vestir uma camisola horrível como aquela parecida com a dos presidiários…
Quanto a nós temos neste momento quatro jogadores que são titulares e capitães de equipa: Simão, Nuno Gomes, Luisão e Petit. Mesmo que o Simão saia no fim do ano, os restantes três devem ficar, pelo que a sucessão estará garantida. Por outro lado, há ainda o Ricardo Rocha, o Moreira e o Mantorras, que apesar de não terem feitio de capitães, também possuem bastantes anos de casa. Aquela que foi a grande pecha num passado não muito distante (era o João Pinto e o Preud’homme entre uma cambada de coxos que chegavam e partiam todos os anos) deixou de existir. Se soubermos construir os plantéis vindouros à volta destas referências, o futuro estará garantido. Para além da óbvia vantagem de os adeptos se reverem naqueles que estão em campo a suar a camisola como sendo dos nossos e não apenas assalariados recentes do clube, poderemos sonhar em alcançar metas há muito inatingidas. Eu sei que é colocar “a carroça à frente dos bois”, mas porque não o tricampeonato…?
P.S. – Os extremos da vida fazem com que o dia de ontem, 25 de Janeiro, seja, pelos melhores e pelos piores motivos, inesquecível para qualquer benfiquista. Parabéns, Eusébio. R.I.P. Fehér.
Ora, são precisamente estas referências que os nossos rivais perderam em simultâneo nesta semana. O início da época já tinha sido produtivo quando o Co Adriaanse relegou o Jorge Costa para a bancada e colocou pressão sobre o Vítor Baía ao afirmar publicamente que estava indeciso quanto à escolha do guarda-redes. Bastou o primeiro frango dele, para o holandês se virar para o Helton. Ainda por cima, na partida em que o Baía iria completar 400 jogos na I Divisão. Uma crueldade que nem a mim me passaria pela cabeça (ok, se calhar passaria…). Para tornar as coisas ainda melhores, o Pedro Emanuel, o outro sobrevivente da tragédia (a vitoriosa campanha europeia de há dois anos), também foi para o banco. Olha-se para a equipa titular do clube regional e não há um único jogador que seja uma referência do clube. O Ricardo Costa é obviamente ainda muito novo para o ser, apesar de estar bem identificado com a mentalidade daquele clube ou não fosse ele um dos melhores caceteiros do futebol português. Por outro lado, o Lucho Gonzaléz, por muito bom jogador que seja, só chegou este ano e já capitaneou a equipa, o que quer dizer muito acerca desta perda de identidade do clube regional. Identidade esta que foi bastante elogiada nos anos em que o clube regional (muito graças aos cafezinhos com leite e rebuçadinhos, é certo) ganhava campeonatos ao quilo. Jogadores como o João Pinto, André, Bandeirinha, Paulinho Santos e Secretário, mesmo quando deixaram de ser titulares indiscutíveis, mantinham-se no plantel para fazer a transição para os que chegavam.
Os lagartos, depois de no ano passado deixarem sair pela porta pequena o Pedro Barbosa e o Rui Jorge, fizeram o mesmo ao Beto e só o Sá Pinto deverá ter uma saída digna no final da época. O que quer dizer que para o ano o capitão deverá ser o Custódio ou o Miguel Garcia. I rest my case! Aliás, o próprio Sá Pinto já alertou para este facto, mas os lagartos continuam todos muito preocupados com o suposto colo do Benfica e não conseguem enxergar mais nada à frente (nem a circunstância de terem sido mais uma vez comidos pelo clube regional na aquisição de um jogador ligado ao Nacional da Madeira). Não serão jogadores como o Liedson ou o Polga que poderão ocupar esta posição, ou não bastasse o Natal para os fazer pensar quão doloroso deve ser vestir uma camisola horrível como aquela parecida com a dos presidiários…
Quanto a nós temos neste momento quatro jogadores que são titulares e capitães de equipa: Simão, Nuno Gomes, Luisão e Petit. Mesmo que o Simão saia no fim do ano, os restantes três devem ficar, pelo que a sucessão estará garantida. Por outro lado, há ainda o Ricardo Rocha, o Moreira e o Mantorras, que apesar de não terem feitio de capitães, também possuem bastantes anos de casa. Aquela que foi a grande pecha num passado não muito distante (era o João Pinto e o Preud’homme entre uma cambada de coxos que chegavam e partiam todos os anos) deixou de existir. Se soubermos construir os plantéis vindouros à volta destas referências, o futuro estará garantido. Para além da óbvia vantagem de os adeptos se reverem naqueles que estão em campo a suar a camisola como sendo dos nossos e não apenas assalariados recentes do clube, poderemos sonhar em alcançar metas há muito inatingidas. Eu sei que é colocar “a carroça à frente dos bois”, mas porque não o tricampeonato…?
P.S. – Os extremos da vida fazem com que o dia de ontem, 25 de Janeiro, seja, pelos melhores e pelos piores motivos, inesquecível para qualquer benfiquista. Parabéns, Eusébio. R.I.P. Fehér.
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8 comentários:
Concordo totalmente, a prova de que o Benfica está a renascer e a começar a ter hegemonia em Portugal é a de que agora fazemos o que o fcporto deixou de fazer, ambos os clubes trocaram a forma de gerir os respectivos plantéis.
O Benfica começou a ser inteligente e a preservar um grupo de jogadores de qualidade que constituem a espinha dorsal da equipa.
Já o fcporto vendeu e dispensou muito rapidamente toda a equipa campeã europeia, não mostrando qualquer capacidade ou intenção de preservar a espinha dorsal da equipa...
É nesse ponto que se mostra que pdc perdeu as capacidades e é aí que José Veiga dá uma lição a pdc.
É por ver essa ascensão do Glorioso que pdc anda a ter pesadelos de noite...
E só espero que este sábado os façamos rastejar, que eu não me contento com pouco! (PS - ainda não é esta semana que vou para o lugarzinho-maravilha, companheiro! Mas vou lá estar!)
Magnolia: não te esqueças de me avisar quando voltares a ver um jogo lá para as minhas bandas. Será o do Liverpool? Como resultou com o Manchester United, se calhar não convém pôr os deuses à prova... :-)
Estou bastante confiante para sábado, talvez até demais...
Desculpa lá, mas não concordo muito contigo. No caso do fóculporto, o Hélton jogar no lugar do Baía só pode ser bom para eles, porque o Hélton é provavelmente o melhor guarda-redes a jogar em Portugal. Estranho para mim foi ele não ter tirado o lugar ao Baía logo no princípio da época.
No caso da lagartagem é ainda pior. Uma das coisas que sempre me agradava era o facto de um defesa tão banal como o Beto ter quase lugar cativo no onze titular, e à medida que os anos passavam e ele ia ganhando mais peso no balneário, essa titularidade era ainda mais garantida. Assim se ele sai o mais provável é que jogue outro melhor, e o que é melhor para eles não é bom para mim.
D'Arcy: temos opiniões diferentes. Eu acho o Baía ligeiramente melhor que o Helton, mas a questão nem é tanto essa. É mais o modo como a substituição foi feita, principalmente sendo o Baía a última grande referência do clube regional. Quanto aos lagartos, apesar de o Beto não ser um jogador por aí além, quanto a mim é melhor que o Tonel, Polga e Hugo. Além de que é lagarto até à medula e sente mais o clube do que muitos que lá estão. Em termos de balneário, acho que isso é importante.
"... Ainda assim, o Nuno Gomes e o Petit, dificilmente sairão do clube..."
('sairão', e não 'sairam', como é óbvio...)
Força, SLB!
Estamos bem, mas lembro-me sempre que, normalmente, o clube que está melhor não canta vitória. Mas também me lembro que não há regra sem excepção!!
Só uma correcção, caro e nobre SLB: BI-Campeões!
saudações!
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