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domingo, maio 10, 2015

Tricampeões Nacionais de Voleibol

Num play-off final emocionante, em que foi preciso disputar a negra, vencemos ontem o Fonte do Bastardo nos Açores por 3-0 e sagrámo-nos pelo terceiro ano consecutivo campeões nacionais de voleibol. Foi uma época absolutamente brilhante da nossa equipa, que conquistou tudo a nível nacional (Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça) e ainda chegou a uma final europeia. A todos os que possibilitaram este feito (jogadores, equipa técnica e dirigentes), os meus mais sinceros parabéns. VIVA O BENFICA!

sábado, maio 09, 2015

Tranquilo

Goleámos o Penafiel por 4-0 e estamos a uma vitória de nos sagrarmos bicampeões nacionais. Até eu, que sou um pessimista por natureza e muito cauteloso na altura de abordar os jogos, estava relativamente calmo em relação a este. Não estava a ver como é que o Penafiel nos ia poder roubar pontos e foi sem surpresa que não nos criou grandes dificuldades.

Se vimos o Salvio a regressar, confirmou-se a ausência do Gaitán, pelo que foi novamente o Sulejmani a substituir um dos argentinos. A 1ª parte fica marcada pela nossa eficácia. Logo aos 8’ inaugurámos o marcador através de um bom cabeceamento do Lima a coroar uma magnífica combinação atacante entre Salvio, Jonas e Maxi, com este a cruzar de forma teleguiada. Foi o nosso primeiro remate à baliza! O Penafiel nem tinha entrado mal, mas nós respondemos de maneira letal. Pouco depois, foi um defesa que impediu a bola de chegar ao Lima, mas aos 30’ uma bem-sucedida transição atacante culminou no segundo golo, obra do Jonas, que tirou um adversário do caminho e atirou para a gaveta depois de uma assistência do Salvio. O encontro ficava praticamente decidido, mas até ao intervalo o guarda-redes Haghighi não permitiu que o Jonas bisasse e o Lima atirou de cabeça ao poste.

Na 2ª parte, as coisas mantiveram-se parecidas, connosco a perceber que não era preciso forçar muito para controlar a partida. O Jesus fez entrar o Ola John antes da hora de jogo e aos 61’ o Lima assistiu o Pizzi para o 3-0 num remate já muito perto da área que saiu rasteiro, mas em que achei que o guarda-redes poderia ter feito melhor. No minuto seguinte, um disparate enorme de um duriense (queria atrasar para o guarda-redes) isolou o Lima, que só teve que contornar o Haghighi e fazer o resultado final. Aos 64’, o Jesus tirou o Salvio para colocar o Talisca, mas quatro minutos depois veio o aspecto negativo do jogo, que me tirou do sério: numa discussão com o parvalhão do Vítor Bruno, que andou a provocar os nossos jogadores durante o jogo todo, o Samaris levou um amarelo que o vai impedir de jogar em Guimarães. Acho isto inadmissível da parte do Jesus: quer dizer, acha-se que um jogo em Belém dá para limpar os amarelos ao Maxi, mas num jogo em casa frente ao último não era de limpar o trinco, arriscando-se a perdê-lo para Guimarães (como infelizmente veio a acontecer). Com os 5-0 em Barcelos, como disse no post anterior, é óbvio que o amarelo ao Samaris deveria ter sido provocado. Agora, vamos a Guimarães sem ele… Incrível! Até final, praticamente não se jogou mais, mas ainda deu para o Jardel defender com a cabeça(!) uma bola que ia para a nossa baliza e para o Jonas fazer uma finta deliciosa que foi pena não ter dado golo.

À semelhança do Jesus, também destaco os dois avançados, Lima e Jonas, que só foi pena que não tenham marcado mais golos. Bom regresso do Salvio a dar muita dinâmica ao flanco, o Pizzi melhorou em relação a Barcelos e o Maxi não olha ao nome do adversário e de certeza que andou a treinar centros, porque esta época está muito melhor do que nas passadas. O Sulejmani passou ao lado da partida, mas também acho que se sente mais à vontade na direita do que na esquerda. No entanto, com o Salvio em campo, ou joga ali ou não joga.

Como o CRAC vai obviamente ganhar ao Gil Vicente em casa amanhã, a partida em Guimarães é um dos dois match points que temos. Por todas as razões, seria bom decidir tudo na cidade-berço, mas iremos jogar desfalcados por culpa própria. Espero que o Samaris, que é um dos jogadores em melhor forma, não faça falta, porque este amarelo vai custar-me muito a engolir. Fomos burros sem necessidade nenhuma.

Falta uma vitória…

domingo, maio 03, 2015

Demolidor

Goleámos o Gil Vicente em Barcelos (5-0) e demos um passo muitíssimo importante para a conquista do tão desejado bicampeonato. Estamos a duas vitórias de o conseguir, o que quer dizer que basta fazer o que temos feito até agora nos jogos em casa: tirando a lagartada e os assumidamente corruptos, ganhámos todos.

Confesso que estava com bastante receio desta partida por vários motivos: o Salvio ainda não tinha recuperado; o Gil Vicente tinha ganho em Coimbra na semana passada e relançado a sua luta pela permanência; e principalmente, porque os nossos jogos fora nesta 2ª volta têm sido todos bastante sofríveis. Em conjunto com tudo isto, o nosso histórico em Barcelos está longe de ser famoso (até hoje, uma vitória em três jogos na era Jesus), as notícias durante a semana de campo alagado e em mau estado (afinal, só se confirmou a enorme altura da relva, obrigado chuva pela ausência!), os supostos incentivos financeiros aos jogadores adversários, e o facto de toda a gente saber que este jogo era fundamental para eliminar a margem de erro antes da ida a Guimarães. Afinal, e felizmente, tudo correu bem e até tivemos direito ao regresso da nota artística!

Depois das últimas exibições do Ola John e do Talisca, o Jesus lá se convenceu a dar a titularidade ao Sulejmani (a primeira desde a final de Turim!) e esta decisão não poderia ter sido mais acertada: o sérvio, mesmo a meio-gás, tem mais futebol e inteligência nas pernas do que aqueles dois juntos. Como tem sido habitual nos jogos fora, marcámos relativamente cedo (15’): boa combinação atacante entre o Lima e o Sulejmani, com uma óptima desmarcação deste que, à saída do Adriano, coloca a bola no meio para o Maxi só ter que encostar. Mas a experiência também nos diz que a começar em vantagem não é sinónimo de acalmia e o Gil Vicente teve uma boa resposta, mas encontrou um Júlio César intransponível. Num contra-ataque aos 22’, muito bem conduzido pelo Gaitán, este levou a bola à linha, centrou e o Jonas marcou um golão de primeira já dentro da área. Fazíamos dois golos nas duas primeiras oportunidades que tivemos. No entanto, até ao intervalo, levámos com a pressão do Gil, cujos jogadores, se de facto lhes foi prometido um prémio, bem fizeram para o merecer. Num lance atabalhoado na área, poderiam ter igualado, mas a pior notícia foi mesmo a saída do Gaitán por problemas musculares. Vamos lá a ver se não foi o último jogo dele com a camisola do Benfica vestida…

A 2ª parte não poderia ter começado melhor: aos 46’, canto e cabeçada do Luisão lá para dentro. Foi a estocada final na resistência do adversário que, quaisquer que fossem os intentos para a 2ª parte, foram todos por água abaixo. Até final, a história resume-se aos golos que marcámos e aos que falhámos. Tivemos o mérito de nunca tirar o pé do acelerador e aos 59’ fizemos o 0-4 de cabeça pelo Lima, depois de óptima desmarcação e centro do Jonas. Logo a seguir, aconteceu a única oportunidade do adversário com uma cabeceamento do Simy a rasar o nosso poste. Aos 69’, fizemos o resultado final, depois de outra boa jogada atacante, com um remate algo denunciado do Lima, defesa do guarda-redes e recarga do Maxi para o seu bis. Até final, o Jonas também poderia ter marcado o seu segundo golo, mas chegou atrasado a um centro do Lima (atraso esse que se deveu a um toque do adversário para o desequlibrar…)

Em termos individuais, o destaque vai para o Maxi, porque dois golos de um defesa não é para todos. Já para não falar da entrega e rotações habituais. Gostei do Sulejmani que, se as lesões o abandonarem, poderá ser uma opção muito válida no futuro. O Lima e o Jonas juntaram à sua já habitual capacidade de luta um golito cada um. Nova exibição irrepreensível do Luisão e Jardel, com este a ter levado apenas o segundo amarelo em toda a prova! Só acho é que o Samaris deveria ter provocado o amarelo, para limpar frente ao Penafiel em casa. É muito importante que esteja em Guimarães e frente ao Marítimo, e pode falhar escusadamente um deles. Toda a equipa se exibiu em bom plano e as notas negativas são para a lesão do Gaitán e o péssimo jogo do Pizzi.

Num partida em que muito se criticou a priori o sr. João Capela, este fez uma arbitragem sem casos, mas que não me agradou nada, porque estava sempre a interromper o jogo com faltas e os nossos nem se poderiam aproximar do adversário. Objectivo cumprido, agora é pensar no Penafiel e recuperar pelo menos o Salvio. É que fazer os jogos que faltam sem os alas argentinos nem nos meus piores pesadelos. E não convém facilitar em nenhum dos jogos! Isto está muito perto, mas ainda não está!

P.S. – Apreciei o facto de o estádio não ter esgotado. Com bilhetes a 40€ e 60€, é bem feito!

segunda-feira, abril 27, 2015

Pragmatismo (que pode valer campeonatos)

Empatámos com o CRAC 0-0 na Luz e mantivemos a distância de três pontos com quatro jornadas por disputar. O que quer dizer que, como temos vantagem no confronto directo, bastam-nos três vitórias para sermos campeões. Muita cabeça fria para os próximos jogos e manter a concentração é que se pede e se espera a partir de agora. Já demos abébias que cheguem e falharmos em duas destas quatro partidas seria imperdoável.

Quando vi que o Salvio não ia jogar, fiquei logo de pé atrás. Entrou o Talisca, porque o Ola John no Restelo foi uma miséria e as melhorias foram nulas. Mas entre um e outro, que venha o Diabo e escolha! O que me tranquilizou um pouco foi que o Flopetegui, num jogo em que tinha absolutamente que ganhar, jogou com dois trincos (Casemiro e Ruben Neves), dois médios-centro (Oliver e Evandro), um extremo (Brahimi) e um ponta-de-lança (Jackson)! Ou seja, para quem precisava desesperadamente da vitória, estamos conversados acerca do sinal que deu para dentro do campo. Foi sem surpresa que na 1ª parte as equipas tivessem entrado com bastante medo uma da outra e praticamente não tivesse havido oportunidades. A excepção foi um ressalto na área em que o Jackson aproveitou para mostrar os seus dotes no râguebi. Felizmente.

Na 2ª parte, as equipas arriscaram um pouco, mas não muito mais. O Flopetegui lá colocou o Quaresma e o Hernâni, mas não houve grande melhorias. O Talisca, que tinha sido uma nulidade absoluta na 1ª parte, teve uma cabeçada perigosa num livre logo de início, mas a grande oportunidade surgiu praticamente no fim, quando o Fejsa, entretanto entrado, quase do mesmo sítio resolveu imitar o Jackson. Infelizmente. O CRAC praticamente não criou perigo, mas foi com alívio que vi o Sr. Jorge Sousa apitar para o final, porque nunca na vida me esquecerei do minuto 92. E ele deu três de compensação

Num jogo tão pobre em termos atacantes, foram os jogadores mais defensivos que sobressaíram. Especialmente o Samaris, que tem amortizado a passos largos a fortuna que custou. Grande jogo igualmente do Luisão e, principalmente, do Jardel, que revela uma confiança e uma autoridade que eu nunca imaginei. Ainda por cima, enfrentando como adversário o melhor ponta-de-lança do campeonato. Grande Jardel! Teremos um grande problema até o Salvio voltar, porque o Talisca fez uma 1ª parte hedionda: apático, sem reacção, a perder todos os lances e sem capacidade de luta. Um desastre. O Gaitán lá teve um ou outro toque de classe, mas não muito mais, e o Jonas e o Lima destacaram-se pelo poder de luta, mas sem criarem desequilíbrios.

Fica uma última palavra para os meus caros consócios que criticam a nossa exibição neste jogo. Vamos lá reavivar a memória: esta foi a equipa que há pouco mais de um ano derrotou o CRAC na Luz para o campeonato.

(Imagem roubada por aí na net)

Elucidados? E poderia acrescentar que também saíram o Cardozo e o André Gomes, que o Fejsa e o Ruben Amorim estiveram ¾ da temporada lesionados e que o Salvio também não jogou. Volto a perguntar: está tudo esclarecido?

Já tive a minha conta de campeonatos em que fomos claramente a equipa com melhor nota artística, mas o título não ficou na Luz. Sim, estou a falar dos dois do Vítor Pereira. Já chega, ok? É que poderíamos estar hoje a lutar pelo tetra e o quinto título em seis anos, em vez de ser pelo bicampeonato. E o que nos faltou nessas duas épocas foi também algum do pragmatismo que mostrámos nesta partida. É óbvio e notório que este ano o CRAC tem melhor plantel do que nós, e só temos que dar muitas graças a quem teve a brilhante ideia de contratar o Flopetegui. Que se mantenha lá por muitos e bons anos, é o que desejo! Ou alguém tem dúvidas que bastaria trocar os treinadores para recebermos o CRAC já campeão nesta jornada? É que eu não tenho nenhumas! Portanto e concluindo, o Jorge Jesus fez muitíssimo bem em ter montado a equipa desta forma! Mostrou que aprendeu com os erros passados e isso é sempre de realçar (hoje possivelmente já não faria entrar o Rodrigo para o lugar do lesionado Aimar, quando tinha o Matic no banco, estando nós a ganhar 2-1 ao CRAC na 2ª parte, dando azo a um golo sofrido de contra-ataque(!) e à proençada perto do fim na época de 2011/12). Foi calculista, resultadista e pragmático? Sim e por mim está óptimo assim!

Eu também teria gostado de uma vitória robusta em que reduzíssemos aqueles seres reles à sua real insignificância, mas gosto ainda mais de ser campeão. E muito mais ainda de ser bicampeão. Sim, foi pena termos quebrado a série de mais de seis anos(!) a marcar consecutivamente em casa em jogos para o campeonato, mas foi por causa de um bem maior, que há mais de 30 anos que não conquistamos. Não perder era fundamental! Conseguimos isso e estamos de parabéns. Agora, é pensar na final de Barcelos.

P.S. – Aquela cena no final, a ser verdade, em que o Flopetegui simula estar a cumprimentar o Jesus e lhe diz que lhe dará um murro se ele voltar a trocar o seu nome, define-o como homem: reles, sem carácter, vil e nojento. E que não sabe perder (se fosse homenzinho, poderia perfeitamente ter-lhe dito isso no cumprimento inicial). Está perfeito no clube onde que está.

quarta-feira, abril 22, 2015

Sechs Mal Danke!

6-1. Épico!

P.S. - Só não gostei do empate da 2ª parte…

domingo, abril 19, 2015

Campeões Nacionais de Hóquei em Patins

Ao derrotar o fcp por 5-1, a nossa equipa de hóquei em patins conquistou brilhantemente o 22º título do nosso palmarés. Até agora, a duas jornadas do final do campeonato, com um registo impressionante de 23 vitórias e apenas 1 empate! A todos os responsáveis (jogadores, equipa técnica e dirigentes) que nos proporcionaram esta enorme alegria, o meu enorme agradecimento. VIVA O BENFICA!

São Jonas

Vencemos em Belém por 2-0 e, a uma semana do clássico com os assumidamente corruptos, mantivemos a distância de três pontos. Esta segunda volta tem sido uma constante: grandes exibições em casa e performances muito sofríveis (e sofridas) fora. Mas o mais importante, a vitória, foi conseguido e, portanto, desta vez não nos podemos queixar muito.

Estava com bastante receio desta partida por vários motivos: o Belenenses está a fazer um campeonato bem melhor do que os últimos; nos jogos fora, nós temos estado muito abaixo do que fazemos na Luz e o resultado é sempre imprevisível; Jonas e Gaitán estiveram em dúvida durante a semana toda. Afinal, quem nem sequer foi para o banco foi o Salvio (lesão muscular), motivo para mais um stress extra mesmo antes de entrar para a bancada. À semelhança de Vila do Conde, marcámos muito cedo (6’) através do inevitável Jonas, a aproveitar muito bem o ressalto decorrente de uma mau atrasado de um adversário. No entanto, em vez de ter o condão de nos tranquilizar e fazer partir para uma exibição convincente e segura (como acontecia no ano passado), este golo foi um oásis em toda a 1ª parte (fotocópia completa de Vila do Conde). O Belenenses reagiu muitíssimo bem, criou-nos alguns calafrios (nomeadamente um livre directo do Carlos Martins – que era só o que mais faltava, depois de nos ter roubado o campeonato de há dois anos, vir agora tramar-nos este…!), sempre a bombear bolas para a áreas nas faltas e só nos derradeiros 10’ da 1ª parte é que nos voltámos a lembrar que existia uma baliza do outro lado do campo.

Como temos sempre sofrido golos nos últimos jogos, eu estava nervosíssimo, porque com o empate sempre ali à espreita não estava a ver maneira de voltarmos a marcar. Felizmente, o intervalo fez-nos bem e regressámos mais tranquilos para a 2ª parte. Aos 60’, o Gaitán resolve fazer um dos seus centros/passes cortados, a bola chega ao Jonas, que mata no peito e fuzila o Ventura. Grande golo e um enorme suspiro de alívio! Suspiro esse que quase engoli, quando pouco depois o Pizzi inventou no meio-campo e o Carlos Martins rematou mesmo a rasar o poste. O que valeu foi que o Luisão pôs as orelhas do Pizzi a arder e ele não voltou a repetir a graça. Até final, ainda deu para apanhar um susto num atraso de cabeça do Jardel que o Júlio César agarrou com dificuldade e irritar-me com o Jesus que arriscou demasiado ao manter o Samaris em campo (se levasse amarelo não jogava frente ao CRAC) durante mais 22’(!) a seguir ao nosso segundo golo. Acho que não havia necessidade nenhuma, correu bem, é verdade, mas poderia não ter corrido. Já nos descontos, o Júlio César fez uma fabulosa defesa por instinto a um remate na pequena-área!

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas, que está com 16 golos e a apenas um do Jackson Martínez na tabela dos melhores marcadores. Grande jogador, enorme inteligência a jogar futebol e ainda por cima goleador. Um regalo à vista e um privilégio tê-lo no nosso clube! Menção também para o Gaitán que, mesmo sem estar a 100%, é absolutamente essencial no nosso jogo, para o Jardel, que se fartou de cortar bolas, e para o Samaris, que se conseguiu conter e ainda saiu com a bola dominada um bom par de vezes. Pela negativa, novamente o Ola John, que teima em não aproveitar estas oportunidades, ao não aplicar a sua velocidade e a adornar os lances, mesmo quando o jogo não lhe está a correr bem (coisa que me tira completamente do sério, então aquela bola no final da 1ª parte quando resolveu dar um toque de calcanhar numa jogada de perigo…!). O Pizzi praticamente não esteve em campo na 1ª parte, mas à semelhança de jogos passados subiu de rendimento na 2ª.

Temos agora uma semana para descansar e pensar no clássico. É essencial conseguir recuperar o Salvio, porque já se viu que não há mesmo alternativas válidas. Temos dois resultados que são bons para nós, sendo que uma vitória praticamente acaba com o campeonato. Já o poderíamos ter feito em Paços de Ferreira, pelo que espero que agora, com o estádio cheio a apoiar a equipa, não deixemos passar esta oportunidade.

domingo, abril 12, 2015

Onda vermelha

Goleámos a Académica por 5-1 e mantivemos a distância para o CRAC. Foi mais uma excelente tarde, com uma exibição de encher o olho e uma vitória incontestável e justa. Que só pecou por não ter sido mais volumosa.

Tal como se disse no resumo da BTV, quem não sabia o que eram os “15 minutos à Benfica”, pôde tirar as dúvidas neste sábado. Entrámos a todo o gás e inaugurámos o marcador aos 8’ pelo Jardel depois de um centro bem executado pelo Pizzi na sequência de um canto. Aos 11’, alargámos a vantagem noutro bom centro, desta feita do André Almeida, para uma cabeçada plena de poder do Jonas. A Académica mal podia respirar e aos 19’ o jogo ficou resolvido de vez com o 3-0 através de um penalty bem marcado pelo Lima, depois de uma falta também sobre ele próprio. Com a vitória praticamente garantida aos 20’, desacelerámos o que é perfeitamente normal. Até ao intervalo, é de salientar um remate de muito longe do Samaris, que o guarda-redes não defendeu à primeira, e uma grande jogada atacante, com o Gaitán a isolar magistralmente o Maxi, mas o Cristiano a fazer bem a mancha.

A 2ª parte principiou-se praticamente com o 4-0, num bis do Jonas, depois de uma combinação atacante do brasileiro com o André Almeida. A partir daqui, assistimos a mais umas quantas oportunidades por parte da nossa equipa: o Jonas falhou aquele que seria o seu golo mais fácil, o Salvio e o Lima também não conseguiram marcar, ao contrário da Académica, que fez o chamado “golo de honra” aos 80’ no único lance de perigo criado em todo o jogo. Confesso que este golo me chateou sobremaneira, porque o CRAC já estava a ganhar em Vila do Conde e assim os nossos quatro golos positivos ficariam reduzidos a dois. No entanto, quatro minutos depois aconteceu um dos momentos altos da partida, com o Fejsa, regressado ao fim de um ano(!) de paragem, a fazer o 5-1 num remate colocadíssimo já dentro da área. Curiosamente, foi o seu primeiro golo com a gloriosa camisola. Pouco depois, deu-se a estreia do Jonathan Rodriguez, mas o uruguaio mal teve tempo para tocar na bola.

Destaque óbvio para o Jonas, pelo bis (que deveria ter sido hat-trick…!), pelo Gaitán, por ser quem faz a equipa toda mexer, para o Samaris, que está numa forma impressionante (mas terá de ter MUITO cuidado no Restelo por causa dos amarelos). Amarelo esse que o Maxi provocou para limpar frente ao Belenenses, algo que era importantíssimo com vista ao jogo contra o CRAC. O André Almeida substitui o castigado Eliseu e deu boa conta do recado. O Pizzi foi outro que esteve muitíssimo bem e cuidado com os seus passes longos…!

Para a semana teremos um desafio que não se afigura nada fácil, mas espero que o mini-Estádio da Lux que será o Restelo possa ajudar a equipa a conseguir a desejada vitória. Aliás, jogando nós praticamente em casa na esmagadora maioria dos campos, não se percebe esta disparidade tão grande entre as nossas exibições dentro e fora da Luz. Está na altura de nivelar por cima as duas.

domingo, abril 05, 2015

Fortaleza

Vencemos o Nacional por 3-1 e, no mínimo, iremos manter a vantagem de três pontos sobre o CRAC. Regresso ao Estádio da Luz, regresso das exibições de gala, com o pequeno contra de termos sofrido o primeiro golo para o campeonato desde… 21 de Setembro! Foram quase sete meses sem termos visto a nossa baliza violada na Luz.

Numa tarde de bastante calor, a nossa equipa não entrou tão rápida quanto é habitual, mas mesmo assim fomos criando situações de golo, com um remate do Gaitán ao lado, uma cabeçada do Jonas para uma boa defesa do Gottardi e outra do Lisandro ao lado num canto. O Nacional mal passava do meio-campo e foi com naturalidade que chegámos à vantagem quando começámos a acelerar o jogo: grande jogada pela direita entre o Maxi e o Salvio, e centro deste para o Jonas facturar. Foi aos 21’ e dez minutos depois alargámos o marcador num cruzamento milimétrico do Gaitán para o Lima cabecear para dentro da baliza. Atacámos, ao contrário do que é habitual para a baliza sul na 1ª parte, mas esta esperteza do Nacional na moeda ao ar não lhes serviu de nada, porque, para além dos golos, até ao intervalo tivemos mais umas quantas belas combinações atacantes, com o Jonas a finalizar duas delas para as mãos do Gottardi, que, se entrassem, seriam golos magníficos.

Apesar das duas substituições do Nacional ao intervalo, a 2ª parte iniciou-se da mesma maneira, ou seja, connosco a tentar o terceiro para acabar de vez com o jogo. Continuámos ter oportunidades, com destaque para um cabeceamento do Salvio à vontade, na sequência de um centro magistral do Gaitán, que deveria ter tido melhor destino. Aos 59’, lá fizemos finalmente o terceiro, num golão do Jonas de fora da área depois de um passe da direita do Salvio. A partir daqui, fomos baixando gradualmente o ritmo e o Nacional reduziu aos 74’ pelo Tiago Rodrigues (que felizmente recuperou da ‘gastroenterite’, perdão, gastroenterite que o impediu de defrontar o seu clube de origem há duas semanas…) num remate bem colocado de fora da área, depois de uma perda de bola do Eliseu em zona defensiva. A equipa intranquilizou-se um pouco, algum público (inexplicavelmente) assobiou e o Nacional teve outro remate perigoso ao lado logo a seguir. O Jesus já tinha feito entrar o Talisca para o lugar do Jonas e foi aquele que, com um remate para defesa do Gottardi, teve o condão de fazer renascer o nosso espírito atacante e consequentemente o controlo do jogo. Tivemos mais oportunidades pelo Jardel e Lisandro no mesmo lance, um livre para a área, e uma finta magistral do Salvio foi pena ter sido defendida pelo guarda-redes, caso contrário seria um golo que percorreria todas as estações de televisão. Nota negativa apenas para a lesão na mão do Talisca que o obrigou a sair mais cedo.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas pelo bis (e novo domínio de bola magistral, ainda na 1ª parte, em que a recebe pelas costas!) e para o Salvio, que me parece em melhor forma, mais solto e menos complicativo (e aquela finta final também paga um red pass). O regresso do Gaitán é fundamental, porque não só joga como faz todos os outros subirem o seu nível exibicional. O Pizzi teve uma 1ª parte muito discreta, mas subiu bastante na 2ª. O Lisandro substituiu sem problemas o castigado Luisão e o Eliseu, depois de tantas tentativas, lá conseguiu levar o amarelo para limpar frente à Académica. Não sei se o Maxi também não deveria ter feito o mesmo, porque daqui a três jogos recebemos o CRAC e, se vamos a Belém com ele tapado, temo muito que não alinhe nessa partida fundamental. E, teoricamente, o encontro frente à Briosa será mais acessível do que frente ao Belenenses. Em princípio, o Salvio e o Jonas poderão defender-se melhor quanto aos amarelos nesses dois jogos.

É abissal a diferente da nossa equipa nos jogos em casa e fora, o que também não deixa de ser preocupante. Como bem referiu o JG, basta ganharmos as partidas todas em Lisboa até final da época para sermos campeões. Claro que isso implica ir ganhar a Belém e vencer o CRAC, mas para isso é imperioso que nesses encontros bastantes difíceis nos mantenhamos com a concentração que temos demonstrado na Luz. No entanto, vamos com calma, porque abébias como a de Paços e de Vila do Conde, não se podem voltar a repetir.

segunda-feira, março 30, 2015

Final Europeia no Voleibol

Não poderia deixar passar em claro uma referência para a nossa equipa de Voleibol, que conseguiu brilhantemente a qualificação inédita para uma final europeia ao derrotar o CMC Ravenna (3-2 em Itália já depois de um 3-0 em Lisboa), equipa italiana que já foi tricampeã europeia. É apenas a segunda vez que uma equipa portuguesa consegue acesso a uma final europeia, neste caso da Challenge Cup (a única competição a que as equipas portuguesas, por via do ranking de Portugal, podem aceder nesta altura), e esperemos que seja o segundo troféu ganho (o outro foi do Espinho na Top Teams Cup em 2000/2001).

Desde os jogadores, treinadores, secção e direcção, os meus sinceros parabéns a todos os que possibilitaram esta página de ouro na história do Sport Lisboa e Benfica.

VIVA O BENFICA!

Portugal - Sérvia

Vencemos a Sérvia por 2-1 e estamos em excelente posição para nos qualificarmos para o Euro 2016. Já estamos na frente do grupo com nove pontos em quatro jogos e dois de vantagem sobre a concorrência e portanto só uma calamidade impediria tal desiderato.

Faço sempre questão de ir ver jogos oficiais da selecção na Luz. Para já, como nunca fico no meu lugar, é sempre uma oportunidade de ver a perspectiva de outro local no estádio (e tenho confirmado que se vê bem praticamente de todo o lado) e, para variar, gosto de ir à bola sem estar excessivamente nervoso com o jogo. Claro que gosto que a selecção ganhe, mas não comparemos a importância desta com o Glorioso. Obviamente!

Entrámos bem na partida e o Ricardo Carvalho fez o 1-0 logo aos 11’ num cabeceamento depois de um centro do Fábio Coentrão num canto curto. Adormecemos um bocado e, aos 61’, o Matic fez a igualdade num semi-pontapé de bicicleta. Ia levantar-me para festejar um golão do Matic frente ao Rui Patrício, mas lembrei-me a tempo que era um jogo de selecções e, principalmente, que já não estamos no início da época passada… Felizmente, a resposta foi imediata e fizemos o 2-1 dois minutos depois. Golo do Coentrão depois de um bom centro do Moutinho. Até final, a Sérvia praticamente não criou perigo nenhum e a vitória foi justa.

No meio-campo de Portugal, esteve a chave da vitória: o Tiago continua com uns pés maravilhosos e o Moutinho também fez uma bela exibição. Com um golo e uma assistência, o Fábio Coentrão foi indiscutivelmente o homem do jogo. O C. Ronaldo não marcou, mas esteve muito em jogo e com uma capacidade de luta nada habitual. Ao lado do jogo passaram o Nani e o Danny. E o Bosingwa teve o condão de praticamente não conseguir cortar um único lance ao extremo-esquerdo contrário.

Quando saiu o sorteio destas qualificações, tínhamos três jogadores na equipa da Sérvia. Como disse, de certa maneira, ainda bem que o jogo foi só agora, porque assim não estive muito dividido a ver o Matic, o Markovic e (muito menos) o Djuricic do outro lado. Aliás, não se percebe como é que uma selecção com tão bons jogadores está apenas com um ponto em quatro jogos e em risco de nem ir aos play-off

domingo, março 22, 2015

Inadmissível

Perdemos em Vila do Conde (1-2) e as coisas só não ficaram terrivelmente complicadas, porque duas horas depois o Nacional empatou com o CRAC (1-1) na Choupana. Assim sendo, vimos a diferença reduzir para apenas três de vantagem, o que parece uma enormidade a comparar com um único ponto com que muitos de nós contávamos assim que terminou o jogo contra o Rio Ave.

O fato de o Gaitán ter levado uma amarelo idiota frente ao Braga deixou-me logo de pé atrás. Esta saída era bem complicada e nós sem o argentino somos outra equipa. No entanto, as coisas não poderiam começar melhor, porque logo aos 5’ uma abertura fabulosa do Pizzi isolou o Salvio que desviou com sucesso do guarda-redes. Pensei eu que o mais difícil estava feito e ainda por cima na 1ª parte o Rio Ave ficou sem dois dos seus melhores jogadores por se terem magoado sozinhos (Marcelo e Hassan). O Talisca, que substituiu o Gaitán, esteve ligeiramente melhor do que em outros jogos a extremo, mas o que é facto é que não conseguíamos criar situações claras de golo.

Esperava eu que na 2ª parte aumentássemos um pouco o ritmo para dar a estocada final, mas nada disso aconteceu. De certo modo, fomos deixando o jogo correr, sempre a atacar, mas sem grande velocidade. Aos 60’, o Pedro Martins colocou o Diego Lopes e o jogo mudou: foi ele mesmo a dar o aviso, atirando à trave aos 63’. Até que aos 72’, o Samaris meteu o braço à bola na sequência de um livre lateral. Temos o primeiro prémio indiscutível da estupidez do ano! Como geralmente acontece nestas ocasiões, lá tivemos um ex-CRAC a marcar o penalty, Ukra, e não falhou. O golo abananou-nos um bocado, mas mesmo assim aos 82’ tivemos uma fantástica oportunidade, numa boa jogada do entretanto entrado Ola John, que centrou para o Lima, só com o Ederson pela frente, conseguiu não acertar na baliza. É uma das perdidas do ano! A seguir, deixámos o Tiago Pinto seguir à vontade e teve que ser o Luisão a derrubá-lo à entrada da área. Resultado: viu naturalmente o vermelho directo. A partir daqui, pensei sinceramente que a equipa tivesse aprendido com o que se passou em Paços. Não estou a dizer para abdicarmos do ataque (obviamente!), mas para fazê-lo só em segurança. É que, como dizia muitas vezes a velha raposa Trapattoni, “se não podes ganhar, ao menos não percas.” E foi isso que mais uma vez não conseguimos fazer e, de modo incrível, consentimos o golo da derrota nos descontos na sequência de um lançamento lateral a nosso favor! O Maxi lançou mal, houve o contra-ataque e bola no fundo das redes. É difícil de acreditar. O jogo terminaria pouco depois.

Em termos individuais, há muitos mais destaques pela negativa do que pela positiva. O único a estar num nível alto foi o Salvio, que melhorou inclusive em relação a partidas passadas, mais objectivo e menos complicativo. Também o passe do Pizzi merece destaque, mas pouco mais fez até ser substituído. O Jonas teve um choque de cabeças logo no início e pareceu que nunca mais se recompôs. Quando ao Lima, desde Mordor que já tem o seu lugar no Olimpo, mas o que é facto é que o penalty falhado em Paços e esta perdida inacreditável nos colocariam agora com nove pontos de vantagem… E o Samaris NÃO pode voltar a fazer aquilo! É completamente injustificável e custou-nos muito caro.

Confesso que, quando acabou o jogo, pensei “lá se foi o campeonato”. O momentum estava todo do lado do CRAC, que poderia ter estado a nove pontos e agora estaria teoricamente só a um. Nunca pensei que não ganhassem na Madeira, mas felizmente temos um grande aliado em Mordor: o fantástico Lopetegui! Um mestre no comportamento canino de seguir a voz do dono, mas que quanto a treinador deixa muito a desejar. Mesmo assim, é bom que o Lucas João não me apareça à frente nos próximos jogos (aquele falhanço na pequena área é inacreditável…!). Os estragos foram reduzidos em relação ao que se esperava, mas temos que ver o que é que se passa nos jogos fora, em que as dificuldades são enormes e nada habituais. Isto vai ser um campeonato muito coladinho com cuspo.

P.S. – Oh Jorge Jesus, deixe lá isso, homem! É mais do que justa a expulsão do Luisão e não há interferência nenhuma do adversário perante o Júlio César no lance do segundo golo. Desta vez, o Sr. Marco Ferreira até esteve bem.

domingo, março 15, 2015

Sem mácula

Vemos o Braga por 2-0 e, na pior das hipóteses, vamos manter a distância pontual para o CRAC. Era um jogo que nos preocupava (pelo histórico negro desta época) e nos quais os anti tinham grandes esperanças, mas felizmente tudo foi diferente desta vez. Entrámos bem, dominámos completamente, o Braga foi inofensivo e a vitória foi justíssima.

Depois de duas derrotas era expectável que tivéssemos estudado melhor o adversário e assim aconteceu. Começámos a todo o gás e o Jardel teve um cabeceamento num livre que poderia ter tido melhor sorte. Continuámos a pressionar e aos 21’ inaugurámos o marcador através de um excelente remate fora da área, muito colocado, do Jonas depois de uma fantástica triangulação entre o Lima, Gaitán e ele próprio. Os 60.222 rejubilaram com o 90º(!) jogo seguido do Benfica para o campeonato a marcar na Luz. Até ao intervalo poderíamos ter aumentado o marcador, noutro óptimo lance atacante com o Pizzi a isolar-se, a desviar bem do Matheus, mas o defesa Santos a tirar quase sob a linha de golo. Em termos atacantes, o Braga não criou perigo nenhum para a nossa baliza.

A 2ª parte principiou de maneira diferente, connosco a baixar o ritmo e o Braga a jogar mais no nosso meio-campo, mas sem conseguir entrar na área. Pareceu ser estratégia do Benfica, mas durou pouco menos de 10’, porque depois voltámos a ser mais incisivos na procura do golo que selasse a vitória. Aos 59’, o Tiago Gomes rasteira o Salvio na direita e leva naturalmente o segundo amarelo. Haverá certamente alguns acéfalos que virão ladrar contra mais uma expulsão de um nosso adversário, mas enquanto não se criar uma nova lei no futebol que dirá que contra o Benfica ninguém pode ser expulso, não se pode fazer nada… No livre que resultou desta jogada, o Lima teve uma grande oportunidade, mas o Matheus fez bem a mancha e o Jonas desviou a recarga posterior ligeiramente ao lado. À semelhança da semana passada, desconcentrámo-nos um pouco a jogar contra dez. A equipa pareceu que ficou naquele limbo entre “temos que marcar mais um” e “é inadmissível que soframos um golo a jogar contra dez”, e durante um período deixou de atacar como estava a fazer. Claro que o facto de o Braga se ter fechado a sete chaves também ajudou a que não se encontrassem os espaços necessários. O Eliseu já tinha ensaiado antes, mas o guarda-redes defendeu, no entanto, aos 76’ o jogo terminou com um grande remate do defesa-esquerdo depois de uma boa abertura do Samaris e com o Gaitán a inteligentemente deixar passar a bola. Colocámo-nos a salvo de qualquer eventualidade a até final o Braga teve a única oportunidade, numa recarga que passou ligeiramente ao lado.

Em termos individuais, destaque para o Jonas pelo golo e pelo que fez jogar. Além disso, aquele domínio na 1ª parte, com a bola a cair a pique, pagou por si só o preço do red pass! Também gostei bastante do meio-campo com o Samaris e o Pizzi, e da segurança do Jardel na defesa, à qual acrescentou um par de iniciativas atacantes bem conseguidas (sabe centrar e tudo!). O Salvio esteve esforçado, mas o Gaitán passou um pouco ao lado do jogo com a agravante de ter simulado um penalty e ter levado um amarelo que o vai tirar de Vila do Conde. Foi a nota negativa do jogo. Menção igualmente para os 40.000 minutos(!) do Luisão com a águia ao peito.

Numa partida de elevado grau de dificuldade, passámos com nota mais do que positiva. Temos pena, cambada de aziados que pululam por aí! Segue-se a ida ao Rio Ave, na qual é preciso concentração máxima, porque temos tido muitos mais problemas fora de casa. E é obrigatório não perdermos pontos até à visita do CRAC.

domingo, março 08, 2015

Sofrimento

Vencemos em Arouca (3-1) e mantivemos a distância de quatro pontos para o CRAC que venceu no amigável em Braga por 1-0. A diferença de dois golos não deixa transparecer o quão complicado foi este jogo, em que pela quarta vez consecutiva fora de casa sofremos um golo primeiro e em que, à semelhança de Moreira de Cónegos, chegámos ao intervalo a perder.

Fico sempre nervoso quando joga o Benfica, mas principalmente neste dia, especial para mim (refiro-me obviamente ao facto de fazer nove anos desde que conseguimos um dos nossos melhores resultados europeus… :-), ainda estava mais. Confesso que não gosto nada de fazer anos em dias em que joga o Benfica, porque como sou pessimista tenho sempre medo que corra mal e me estrague o dia. E a 1ª parte de ontem ia-me deixando à beira de um ataque de nervos. Entrámos pessimamente e o Arouca marcou logo aos 7’ num grande golo do Iuri Medeiros, cedido pela lagartada, mas em que o Eliseu andou completamente aos papéis. Até aos 15’ estivemos a vê-las passar, mas depois lá estabilizámos e demos um arzinho da nossa graça, mas sempre perante uma oposição muito forte, que parecia que estava a jogar a final da Champions. O empenho e a vontade era tão grande quanto a do Braga frente ao CRAC… Já sabemos o que a casa gasta e só é pena que estas equipas não sejam sempre assim nos jogos contra um determinado adversário, e que não haja um crescimento súbito da relva e tempestades de areia sobre o terreno de jogo nessas alturas… Apesar de termos melhorado, ainda estávamos muito longe do exigível, mas mesmo assim o Salvio teve duas boas hipóteses para marcar, entre as quais a habitual bola à barra, o Lima também, mas o intervalo lá chegou e o meu nível de ansiedade a bater no vermelho.

Na 2ª parte, o Jesus colocou o Talisca, mas em vez do Pizzi (uma nulidade na 1ª parte) tirou o Samaris. O brasileiro entrou bem na partida, começámos a pressionar mais o adversário e aproveitámos da melhor maneira um erro num pontapé para a frente do guarda-redes Goicoechea, que atirou a bola contra o Lima, sobrando esta para o Jonas ainda de fora da área ter feito um remate muito colocado para dentro da baliza. Estávamos no minuto 51’ e deu logo a sensação que o Arouca dificilmente nos poderia conter. E assim aconteceu logo quatro minutos depois, com um centro em esforço do Gaitán, um bom lance do Jonas a tirar um adversário do caminho e quase sem ângulo a proporcionar uma boa defesa ao guarda-redes, com a bola a sobrar para o Lima praticamente em cima da linha rematar para um defesa em carrinho desviar para o poste e a bola ressaltar já para dentro da baliza! O guarda-redes ainda a agarrou, mas a bola claramente transpôs a linha. Foi um golo demasiado confuso para o que deveria ter sido, porque o Lima estava de facto muito perto da baliza e tinha obrigação de fazer a bola entrar directamente (aliás, logo a seguir ao primeiro golo, o Lima em excelente posição atirou por cima da barra, quando só tinha o guarda-redes pela frente). O que interessa é que entrou mesmo e pouco depois o Sr. Vasco Santos não assinalou um penalty clamoroso por braço de um defesa depois de uma finta do Jonas (logo no início da 2ª parte, ainda com 0-0, julgo que há falta sobre o Gaitán na área, porque o defesa se atirou completamente para cima dele e não para jogar a bola). Aos 62’, o Lima fez a bola passar por cima de um defesa e ia isolar-se quando foi agarrado. Só gente profundamente desonesta em termos intelectuais é que pode achar que não era lance para expulsão. Parecia que o jogo se poderia tornar mais fácil, mas era imperativo não abrandar o ritmo para nos colocarmos a salvo de qualquer lance fortuito, até porque o Arouca era perigoso nas bolas paradas. E foi só quando o Lima bisou aos 75’, depois de uma boa desmarcação do entretanto entrado Ola John, que pudemos finalmente descansar. Até final, referência para uma cabeçada por cima do Lima, que lhe poderia ter dado o hat-trick, e para o amarelo (algo forçado) ao Talisca que o vai tirar do difícil jogo frente ao Braga.

Em termos individuais, realce óbvio para o Lima: dois golos, intervenção decisiva no primeiro e a expulsão provocada fazem dele o homem do jogo. O Jonas também esteve bem, principalmente na 2ª parte. O Gaitán, mesmo ainda longe dos 100%, continua a ser o nosso jogador mais decisivo. Em menor destaque, estivram o Salvio, que passou ao lado do jogo apesar da bola ao poste e o Pizzi, que baixou imenso em relação à partida anterior. O Júlio César voltou à baliza, mas praticamente não tocou na bola.

Já se percebeu que isto vai ser assim até ao fim: contra nós, é como se a vida deles dependesse disso, atitude que não se reflecte quando defrontam outra equipa. Aliás, vai ser curioso observar no próximo fim-de-semana como é que o Braga e o Arouca vão jogar. Aposto que vão inverter posições! Temos que nos manter muito concentrados até final e não podemos de todo perder pontos antes do CRAC nos visitar.

domingo, março 01, 2015

De gala

Os melhores 45’ da época ajudaram-nos a golear o Estoril por 6-0 e conseguir o resultado mais desnivelado do campeonato até agora. No dia do seu 111º aniversário, o Benfica resolveu brindar os seus sócios com a melhor prenda possível, porque não foram só os golos, mas também a elevada nota artística que nos entusiasmou todos.

Treinada pelo lagarto Couceiro, não é de espantar que o Estoril não tenha respeitado o acordo tácito que existe entre as equipas de deixar a equipa da casa escolher o lado do campo para onde vai atacar. Só que essa esperteza saloia saiu-lhes mal e foi na baliza talismã da Luz que lhes enfiámos quatro batatas na 1ª parte. As coisas começaram com um habitué que é a nossa bola ao poste, novamente pelo Jonas (tal como em Moreira de Cónegos). Com o Gaitán de regresso à equipa, o Benfica parecia outro em relação à má exibição da jornada passada. É que não é só o que o argentino joga, é o que os companheiros se motivam por vê-lo em campo, elevando igualmente os seus níveis exibicionais. Com os dois centrais titulares castigados, o Estoril abria brechas por tudo o que era lado e sofreu o primeiro golo aos 17’ pelo Luisão numa cabeçada na sequência de um canto. Aos 26’, foi a vez do Salvio aumentar o marcador, depois de um centro do Lima, invertendo os papéis habituais. Aos 33’, um golão do Pizzi de fora da área punha-nos a salvo de qualquer eventualidade. E dois minutos depois, uma das melhores jogadas do campeonato, com tabelinhas e primeiros toques entre vários jogadores, culminou no quarto golo do Jonas. Até ao intervalo, poderíamos ter aumentado o score através do Gaitán, depois de uma abertura magnífica do Samaris que o isolou, mas a bola saiu ao lado.

Na 2ª parte, diminuímos um bocado o ritmo, mas ainda fizemos mais dois golos, através de um penalty do Lima aos 56’, a castigar uma falta sobre o Jonas, e com este a bisar aos 86’ na recarga a um remate do Ola John. Como disse (e bem) o Jesus, a parte menos boa foi o amarelo escusado ao Gaitán que o deixa com quatro e à beira da suspensão quando se aproximam jogos com o Braga e CRAC… O Estoril só teve uma verdadeira oportunidade de golo, mas o Artur conseguiu desviar a bola para o poste perante um adversário isolado. Referência obrigatória para a arbitragem do Sr. João Capela. Foi das piores que tenho visto! Aliás, quem se lembra do modo de ele apitar (critério muito largo, a deixar jogar), pôde constatar que o condicionamento de que foi alvo modificou-o completamente. Lei da vantagem era mentira, qualquer toque (especialmente da nossa parte) era falta, enfim um sem-número de interrupções completamente escusadas. O penalty é indiscutível, mas foi a primeira vez que vi um árbitro esperar por uma substituição para mostrar um amarelo (que, por acaso, foi o segundo, o que torna tudo ainda mais caricato, porque houve espectadores que não se aperceberam do que se passou). Ridículo!

Em termos individuais, como referiu o JJ, é de facto difícil destacar alguém. A equipa esteve toda muito bem, com o Pizzi a movimentar-se cada vez melhor (só lhe falta ser agressivo a defender), o Samaris a confirmar o bom momento de forma, o Jonas com um veia goleadora de registar, o Salvio menos trapalhão e individualista, e o Gaitán a tornar tudo mais fácil. E foi bonito ser o capitão a abrir o marcador em dia de festa.

Infelizmente, a lagartada confirmou hoje a sua inutilidade ao ir perder a Mordor por 3-0, quando confesso que estava com alguma esperança que pudesse sacar pelo menos um empatezito. Por isso, mantemos os quatro pontos de vantagem perante as forças do Mal, vendo agora os lagartos a 12 pontos. Será sem dúvida uma corrida a dois, em que o nosso calendário é teoricamente mais favorável. Se as lesões tiverem acabado de vez e mantendo este nível exibicional, poderemos ser muito felizes em Maio.