domingo, março 22, 2015
Inadmissível
Perdemos em Vila do Conde (1-2) e as coisas só não ficaram terrivelmente
complicadas, porque duas horas depois o Nacional empatou com o CRAC (1-1) na
Choupana. Assim sendo, vimos a diferença reduzir para apenas três de vantagem,
o que parece uma enormidade a comparar com um único ponto com que muitos de nós
contávamos assim que terminou o jogo contra o Rio Ave.
O fato de o Gaitán ter levado uma amarelo idiota frente ao Braga deixou-me
logo de pé atrás. Esta saída era bem complicada e nós sem o argentino somos
outra equipa. No entanto, as coisas não poderiam começar melhor, porque logo
aos 5’ uma abertura fabulosa do Pizzi isolou o Salvio que desviou com sucesso
do guarda-redes. Pensei eu que o mais difícil estava feito e ainda por cima na
1ª parte o Rio Ave ficou sem dois dos seus melhores jogadores por se terem
magoado sozinhos (Marcelo e Hassan). O Talisca, que substituiu o Gaitán, esteve
ligeiramente melhor do que em outros jogos a extremo, mas o que é facto é que
não conseguíamos criar situações claras de golo.
Esperava eu que na 2ª parte aumentássemos um pouco o ritmo para dar a estocada final, mas nada disso
aconteceu. De certo modo, fomos deixando o jogo correr, sempre a atacar, mas
sem grande velocidade. Aos 60’, o Pedro Martins colocou o Diego Lopes e o jogo
mudou: foi ele mesmo a dar o aviso, atirando à trave aos 63’. Até que aos 72’,
o Samaris meteu o braço à bola na sequência de um livre lateral. Temos o
primeiro prémio indiscutível da estupidez do ano! Como geralmente acontece
nestas ocasiões, lá tivemos um ex-CRAC a marcar o penalty, Ukra, e não falhou.
O golo abananou-nos um bocado, mas
mesmo assim aos 82’ tivemos uma fantástica oportunidade, numa boa jogada do
entretanto entrado Ola John, que centrou para o Lima, só com o Ederson pela
frente, conseguiu não acertar na
baliza. É uma das perdidas do ano! A seguir, deixámos o Tiago Pinto seguir à
vontade e teve que ser o Luisão a derrubá-lo à entrada da área. Resultado: viu
naturalmente o vermelho directo. A partir daqui, pensei sinceramente que a
equipa tivesse aprendido com o que se passou em Paços. Não estou a dizer para
abdicarmos do ataque (obviamente!), mas para fazê-lo só em segurança. É que,
como dizia muitas vezes a velha raposa Trapattoni, “se não podes ganhar, ao
menos não percas.” E foi isso que mais uma vez não conseguimos fazer e, de modo
incrível, consentimos o golo da derrota nos descontos na sequência de um
lançamento lateral a nosso favor! O Maxi lançou mal, houve o contra-ataque e
bola no fundo das redes. É difícil de acreditar. O jogo terminaria pouco
depois.
Em termos individuais, há muitos mais destaques pela negativa do que pela
positiva. O único a estar num nível alto foi o Salvio, que melhorou inclusive
em relação a partidas passadas, mais objectivo e menos complicativo. Também o
passe do Pizzi merece destaque, mas pouco mais fez até ser substituído. O Jonas
teve um choque de cabeças logo no início e pareceu que nunca mais se recompôs.
Quando ao Lima, desde Mordor que já tem o seu lugar no Olimpo, mas o que é facto
é que o penalty falhado em Paços e esta perdida inacreditável nos colocariam
agora com nove pontos de vantagem… E o Samaris NÃO pode voltar a fazer aquilo!
É completamente injustificável e custou-nos muito caro.
Confesso que, quando acabou o jogo, pensei “lá se foi o campeonato”. O momentum estava todo do lado do CRAC,
que poderia ter estado a nove pontos e agora estaria teoricamente só a um.
Nunca pensei que não ganhassem na Madeira, mas felizmente temos um grande
aliado em Mordor: o fantástico Lopetegui!
Um mestre no comportamento canino de seguir a voz do dono, mas que quanto a
treinador deixa muito a desejar. Mesmo assim, é bom que o Lucas João não me
apareça à frente nos próximos jogos (aquele falhanço na pequena área é
inacreditável…!). Os estragos foram reduzidos em relação ao que se esperava,
mas temos que ver o que é que se passa nos jogos fora, em que as dificuldades
são enormes e nada habituais. Isto vai ser um campeonato muito coladinho com
cuspo.
P.S. – Oh Jorge Jesus, deixe lá isso, homem! É mais do que justa a expulsão
do Luisão e não há interferência nenhuma do adversário perante o Júlio César no
lance do segundo golo. Desta vez, o Sr. Marco Ferreira até esteve bem.
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1 comentário:
"Esteve bem" ponto e vírgula, que a falta que dá origem ao lance do penálty é falta de jeito do ex-corrupto e falta de vergonha na cara do Sr. Marco "Roubalheira".
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