domingo, abril 19, 2015
São Jonas
Vencemos em Belém por 2-0 e, a uma semana do clássico com os assumidamente
corruptos, mantivemos a distância de três pontos. Esta segunda volta tem sido
uma constante: grandes exibições em casa e performances muito sofríveis (e
sofridas) fora. Mas o mais importante, a vitória, foi conseguido e, portanto,
desta vez não nos podemos queixar muito.
Estava com bastante receio desta partida por vários motivos: o Belenenses
está a fazer um campeonato bem melhor do que os últimos; nos jogos fora, nós temos
estado muito abaixo do que fazemos na Luz e o resultado é sempre imprevisível;
Jonas e Gaitán estiveram em dúvida durante a semana toda. Afinal, quem nem
sequer foi para o banco foi o Salvio (lesão muscular), motivo para mais um
stress extra mesmo antes de entrar para a bancada. À semelhança de Vila do
Conde, marcámos muito cedo (6’) através do inevitável Jonas, a aproveitar muito
bem o ressalto decorrente de uma mau atrasado de um adversário. No entanto, em
vez de ter o condão de nos tranquilizar e fazer partir para uma exibição
convincente e segura (como acontecia no ano passado), este golo foi um oásis em
toda a 1ª parte (fotocópia completa de Vila do Conde). O Belenenses reagiu
muitíssimo bem, criou-nos alguns calafrios (nomeadamente um livre directo do
Carlos Martins – que era só o que mais faltava, depois de nos ter roubado o campeonato de há dois anos,
vir agora tramar-nos este…!), sempre a bombear bolas para a áreas nas faltas e
só nos derradeiros 10’ da 1ª parte é que nos voltámos a lembrar que existia uma
baliza do outro lado do campo.
Como temos sempre sofrido golos nos últimos jogos, eu estava nervosíssimo,
porque com o empate sempre ali à espreita não estava a ver maneira de voltarmos
a marcar. Felizmente, o intervalo fez-nos bem e regressámos mais tranquilos
para a 2ª parte. Aos 60’, o Gaitán resolve fazer um dos seus centros/passes
cortados, a bola chega ao Jonas, que mata no peito e fuzila o Ventura. Grande
golo e um enorme suspiro de alívio! Suspiro esse que quase engoli, quando pouco
depois o Pizzi inventou no meio-campo e o Carlos Martins rematou mesmo a rasar
o poste. O que valeu foi que o Luisão pôs as orelhas do Pizzi a arder e ele não
voltou a repetir a graça. Até final, ainda deu para apanhar um susto num atraso
de cabeça do Jardel que o Júlio César agarrou com dificuldade e irritar-me com
o Jesus que arriscou demasiado ao manter o Samaris em campo (se levasse amarelo
não jogava frente ao CRAC) durante mais 22’(!) a seguir ao nosso segundo golo.
Acho que não havia necessidade nenhuma, correu bem, é verdade, mas poderia não
ter corrido. Já nos descontos, o Júlio César fez uma fabulosa defesa por
instinto a um remate na pequena-área!
Em termos individuais, óbvio destaque para o Jonas, que está com 16 golos e
a apenas um do Jackson Martínez na tabela dos melhores marcadores. Grande
jogador, enorme inteligência a jogar futebol e ainda por cima goleador. Um
regalo à vista e um privilégio tê-lo no nosso clube! Menção também para o
Gaitán que, mesmo sem estar a 100%, é absolutamente essencial no nosso jogo,
para o Jardel, que se fartou de cortar bolas, e para o Samaris, que se
conseguiu conter e ainda saiu com a bola dominada um bom par de vezes. Pela
negativa, novamente o Ola John, que teima em não aproveitar estas
oportunidades, ao não aplicar a sua velocidade e a adornar os lances, mesmo
quando o jogo não lhe está a correr bem (coisa que me tira completamente do
sério, então aquela bola no final da 1ª parte quando resolveu dar um toque de
calcanhar numa jogada de perigo…!). O Pizzi praticamente não esteve em campo na
1ª parte, mas à semelhança de jogos passados subiu de rendimento na 2ª.
Temos agora uma semana para descansar e pensar no clássico. É essencial
conseguir recuperar o Salvio, porque já se viu que não há mesmo alternativas
válidas. Temos dois resultados que são bons para nós, sendo que uma vitória
praticamente acaba com o campeonato. Já o poderíamos ter feito em Paços de
Ferreira, pelo que espero que agora, com o estádio cheio a apoiar a equipa, não
deixemos passar esta oportunidade.
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