origem

domingo, março 11, 2007

“Ici c’est Paris!”



Acabei de chegar de Paris e a viagem correu muitíssimo bem, se exceptuarmos o resultado do Glorioso. Quando voltava do estádio, no metro só se ouvia o grito do título deste post, uma espécie de “Glorioso SLB” deles, e “où sont les portugais?”. Apesar de a derrota por 2-1 ser um resultado menos mau em termos de competições europeias, confesso que fique bastante chateado com ele: primeiro, porque o Glorioso não me ofereceu uma vitória no dia dos meus anos e segundo, porque perdemos uma óptima oportunidade de somar mais dois pontos ao nosso ranking (estamos perto de entrar para o grupo dos segundos cabeças-de-série da Liga dos Campeões do próximo ano). Não tenho dúvidas que somos muito superiores ao PSG e que, se por acaso formos eliminados (cruzes, canhoto!), será uma das maiores vergonhas da nossa história.

Começámos muito bem a partida e foi sem surpresa que o Simão inaugurou o marcador logo aos 10’. O nosso controlo era absoluto e esperei que tivéssemos uma vitória tranquila, já que o PSG era confrangedor (passes transviados, jogadas mal ligadas, falta de classe em vários sectores, nomeadamente na defesa), mas nada disso aconteceu, e por culpa própria. É verdade que a lesão do Luisão (quando é que nós aprendemos a não utilizar jogadores que não estão a 100%?) por volta dos 30’ foi o momento marcante do jogo, mas a nossa atitude a seguir ao golo foi muito má. Houve várias jogadas em que poderíamos ter partido para o contra-ataque, mas que sucessivamente abrandávamos o ritmo e renunciávamos à velocidade (com o Derlei em particular destaque negativo neste aspecto). Ou seja, começámos a fazer a “gestão do resultado” aos 10 minutos! Sempre detestei a “gestão do resultado”, ainda para mais só com a vantagem de um golo e na 1ª parte! Claro que poderíamos ter apontado o segundo em pelo menos duas ocasiões (Derlei e Miccoli), mas quantas possibilidades de atacar não perdemos nós por falta de velocidade nas transições? Com a saída do Luisão e a estreia do David Luiz abanámos (e de que maneira) e em três minutos o PSG deu a volta ao resultado, sendo um dos golos do Pauleta.

Na 2ª parte, o jogo voltou a estar sob o nosso controlo e o PSG tentou contra-atacar, mas foi incapaz de criar grande perigo para nós, se bem que o contrário também fosse verdade. Não conseguimos criar muitas situações de golo e as que aconteceram acabaram invariavelmente com remates para as nuvens. O nosso nível exibicional diminuiu bastante a que não será alheio a falta do Katsouranis e a saída do Luisão. Por outro lado, o Fernando Santos resolveu manter o ridículo Derlei em campo durante 69’ e quando o Beto entrou aos 72’ vi logo que o jogo acabava ali. Seria muito difícil marcar um golo. Individualmente, destacou-se o Simão (apesar da quebra na 2ª parte) e também gostei bastante do João Coimbra. Não é nenhum Katsouranis, é óbvio, mas saliento a maturidade e o pouco nervosismo que manifestou em campo (e logo num jogo da Uefa). Nervosismo, sim, que apresentou o David Luiz logo nos minutos iniciais à sua entrada, mas que se foi dissipando ao longo do jogo. Só tem 19 anos, mas não me parece mau jogador. O Miccoli é que esteve uns furos abaixo do que nos habituou e o Anderson não está decididamente em grande forma (e sem a presença do Luisão ao lado nos próximos jogos nem quero pensar no que acontecerá). Todo o resto da equipa esteve a um nível normal, embora seja quase inconcebível que os remates fora da área tenham saído tão longe do alvo.

O Parque dos Príncipes é um estádio relativamente feio por fora, mas bonito por dentro, com cadeiras azuis e vermelhas. Sendo mais antigo do que os nossos do Euro 2004, é natural que perca em comparação, mas tem um grande ambiente. As claques do PSG (e contei pelo menos cinco!) não se calaram durante um minuto, mesmo quando a equipa estava a jogar muito mal nos primeiros minutos do jogo. Estavam naturalmente bastantes portugueses e na bancada onde eu fiquei, no anel superior do estádio (não era a reservada aos adeptos do Benfica, já que comprei o bilhete pela internet), eram mesmo em número superior aos franceses. Achei muito curioso o facto de ver adeptos com a nossa gloriosa camisola a falar francês, especialmente crianças. É fantástico como o sentimento benfiquista ultrapassa a própria barreira linguística!

Espero que na 5ª feira rectifiquemos este resultado. A diferença é abissal, provemo-la em campo!

2 comentários:

GR1904 disse...

Este jogo pôs a nú vários problemas que existem no actual Benfica:

- Um treinador que não tem sabido gerir o plantel.
- Uma direcção que delapidou globalmente o plantel em Janeiro, principalmente no centro da defesa (dois centrais à vida que já estavam no clube há bastante tempo e que tanto nos fazia falta agora).
- Um departamento médico que continua a dar como aptos jogadores que têm lesões reincidentes.

O Andersson não é um bom central se não tiver alguém que lidere a defesa ao seu lado, como é o caso do Luisão. Sem este, o outro anda às aranhas e o q me impressionou mais foi que o proprio David Luiz se assumiu na 2ª parte do jogo como mt mais líder do que o Andersson. Gostei de ver o puto.

Não sei se leste mas o L'Équipe fez uma análise mt bem conseguida do Benfica, neste jogo. Qd eles proprios, os chauvinistas franceses, dizem nesse jornal q estavam convencidos que o Benfica ia ganhar os dois jogos, está praticamente td dito.

Realço que o Auxerre foi ganhar ao Parc e o melhor em campo foi o keeper do PSG.

T-Rex disse...

5ª Feira tratamos deles!

Vedeta ou Marreta ?