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quarta-feira, agosto 24, 2022

Na Champions

Vencemos o Dínamo Kiev por 3-0 na 2ª mão do play-off e, pela 12ª vez em 13 épocas, qualificámo-nos para a Liga dos Campeões. Foi uma vitória construída na 1ª parte e a nossa superioridade foi incontestável, perante um adversário que tem os condicionalismos que todos sabemos e lamentamos.
 
Com o adiamento da 3ª jornada, tivemos uma semana para preparar as duas mãos e isso foi notório no modo como entrámos em campo. Com a equipa-tipo, começámos a todo o gás e submetemos os ucranianos a uma pressão intensa que poderia ter resultado em golo bastante mais cedo. Logo nos primeiros minutos, foi o Rafa a não conseguir desviar a bola do guarda-redes, depois o Grimaldo num livre fez a bola ainda tocar no poste e o David Neres num pontapé de bicicleta proporcionou ao guarda-redes Bushchan uma defesa complicada. Mas finalmente aos 27’ inaugurámos o marcador através do Otamendi, de cabeça, a corresponder bem a um centro do Neres na sequência de um canto. A partir daqui, diminuímos um pouco o ritmo, mas o Dínamo Kiev não conseguia criar perigo. Até que a cinco minutos do intervalo, um erro incrível do Syrota, num atraso mal medido, converteu-se numa assistência para o Rafa fazer o 2-0. Dois minutos depois, aos 42’, fizemos o resultado final num contra-ataque bem delineado, em que o Gonçalo Ramos assistiu o Neres para um golo de belo efeito, num remate em arco sem hipóteses para o guarda-redes.
 
Confesso que, para a 2ª parte, desejei que o Roger Schmidt fizesse logo as cinco substituições para que o resultado não se avolumasse mais, porque tudo o que os ucranianos não precisavam era de levarem um cabaz cheio. Não precisavam, nem mereciam. O segundo tempo começou praticamente com um choque de cabeças muito feito entre o Rafa e o Gonçalo Ramos, que levou a que o nosso avançado tivesse de ser substituído – e levado 15(!) pontos – pelo Musa, que assim fez a estreia com a gloriosa camisola. Tentámos sempre fazer um futebol positivo, mas sem a intensidade da 1ª parte. Uma boa jogada do Neres culminou num remate relativamente frouxo e outro do entretanto entrado Diogo Gonçalves também foi parar às mãos do guarda-redes. Já perto do fim, foi o Enzo Fernández quase na pequena-área a acertar igualmente no Bushchan. A única ocasião em que o Dínamo Kiev esteve perto de marcar teria sido um golo do outro mundo, num remate ainda antes do meio-campo, que bateu na rede superior da baliza do Vlachodimos. Não me custa nada a admitir que, se tivesse entrado, eu teria aplaudido o golo de pé.
 
Em termos individuais, o David Neres terá sido dos melhores em campo. Quiçá motivado pela presença do seleccionador brasileiro, deu cabo da cabeça aos adversários, principalmente na 1ª parte. Outro que também se motivou nesta vinda foi o Gilberto, que voltou a fazer uma óptima partida. O Gonçalo Ramos não marcou, mas trabalhou imenso enquanto esteve em campo, o Rafa só sabe fazer as coisas a alta velocidade e o João Mário subiu o nível em relação a jogos anteriores. O Florentino e o Enzo Fernández foram as muralhas habituais no meio-campo e a defesa teve muito pouco trabalho. Os substitutos entraram com a eliminatória já resolvida e não se destacaram por aí além.
 
Temos de ser honestos: ao contrário de muitas vezes, tivemos sorte em ambos os sorteios neste acesso à Champions. Acabou por nos calhar, em ambos os casos, as equipas menos difíceis das que eram possíveis. No entanto, fizemos o nosso trabalho com louvor e distinção, e agora aguardemos pelo sorteio para ver até onde poderemos ir. Sabendo que este ano, por causa do Mundial, as jornadas da Champions serão muito menos espaçadas. Haja saúde e plantel para aguentarmos isso.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mas se o treinador tem refrescado a equipa mais cedo e ao intervalo a probabilidade de o resultado avolumar até era maior é que se o treinador não faz gestão física, fazendo mudanças no onze e com substituições, fazem os jogadores baixando o ritmo é que depois das substituições voltamos a acelerar o ritmo e voltamos a ser novamente rematadores quando até às substituições só o tínhamos feito por duas vezes.
Sinceramente não percebi a necessidade de insistir na continuação de um jogador lesionado mesmo sem grande gravidade quando o jogo e a eliminatória estavam perfeitamente controlados foi um risco desnecessário.
Percebo a ideia de apostar sempre nos mesmos neste início para garantir mais entrosamento e para garantir o apuramento nesta competição, mas a opção tem rapidamente de mudar caso contrario alguns jogadores vão rebentar em três tempos, e sabemos quais são é que no passado fizeram o mesmo erro e eles rebentaram.