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sexta-feira, setembro 16, 2022

Soberbo

Vencemos a Juventus em Turim (2-1) na 4ª feira e conseguimos uma vantagem de seis pontos perante eles, decorridas que estão duas jornadas da Champions. Foi um jogo brilhante da nossa parte, com um triunfo muito justo e que peca por defeito. Há 25 anos que não vencíamos em Itália, mas matámos o borrego!
 
Na casa do principal adversário ao 2º lugar no grupo, o Roger Schmidt não vacilou e colocou a equipa habitual. Ou seja, não reforçou o meio-campo com o Aursnes. No entanto, não entrámos nada bem na partida e sofremos o 0-1 logo aos 4’: livre para a nossa área e o Milik a cabecear completamente à vontade sem hipóteses para o Vlachodimos. Trememos um bocado nos minutos seguintes e valeu-nos a fraca pontaria dos adversários contrários, com remates que não chegaram à nossa baliza. Começámos a responder por volta dos 20’ e uma cabeçada do Gonçalo Ramos em excelente posição foi direita para as mãos de Perín. Pouco depois, foi o Rafa a atirar em arco com a bola a embater em cheio no poste. Por esta altura, já nós estávamos mais do que por cima do jogo e a merecida igualdade surgiu aos 43’ numa pisadela sobre o Gonçalo Ramos que o VAR assinalou, com o João Mário a não tremer na altura do penalty (escusado era ter levado um amarelo, ainda que forçado, pelos festejos).
 
Na 2ª parte, a nossa superioridade foi aumentando, embora a primeira chance fosse dos italianos, com um remate do Milik que desviou no João Mário, obrigando o Vlachodimos a corrigir a trajectória em pleno voo. No entanto, aos 55’ demos a volta ao marcador com o 2-1 através do David Neres numa recarga a um remate do Rafa bem defendido pelo Perín, depois de uma jogada brilhante do Enzo Fernández e de um possível penalty não assinalado sobre o Gonçalo Ramos (pareceu-me claramente empurrado). Nos minutos seguintes, demos um verdadeiro show com uma série de oportunidades para fechar o encontro: um corte providencial do Bonucci a um remate do Bah que ia lá para dentro, remate de fora da área do Rafa defendido pelo Perín, que também defendeu outro do David Neres com o pé direito. Entretanto, já tinha entrado o Di María, que agitouum pouco as águas, embora tenha sido do também entrado Kean um centro-remate que terminou no nosso poste. O Schmidt foi fazendo alterações a partir dos dez minutos finais e, em cima dos 90’, o central Bremer atirou por cima quando estava em boa posição. Praticamente no último lance da partida, falhámos inacreditavelmente o terceiro golo por inépcia do Chiquinho, que tinha substituído o Neres, depois de uma boa insistência do igualmente substituto Musa, que, todavia, não esteve bem no último passe que seria para o Diogo Gonçalves, tendo depois a bola sobrado para o nº 22.
 
Em termos individuais, há vários destaques a fazer: grande jogo do David Neres, Enzo Fernández e Florentino. O primeiro, depois de um início fraco, abriu o livro e foi um quebra-cabeças para os italianos, os outros dois encheram o campo: recuperações, transições atacantes, you name it...! O Rafa também esteve em destaque com bons remates, um dos quais ao poste, e o outro do qual resultou o segundo golo. Na defesa, custa a acreditar que o António Silva não tenha sequer meia-dúzia (literalmente!) de jogos na equipa principal, o Bah sofreu bastante na parte inicial (continua a parecer-me que é bem melhor a atacar do que a defender), mas subiu imenso no segundo tempo, e o Otamendi e Grimaldo fizeram valer a sua experiência. O Gonçalo Ramos lutou imenso na frente e acabou por ter participação directa nos dois golos. O João Mário não se esconde nestes grandes jogos e o Vlachodimos resolveu bem o pouco trabalho que acabou por ter. Quanto a quem entrou, o Aursnes continua a convencer-me, ao invés do Diogo Gonçalves (fez logo uma falta disparatada e perigosa quando entrou, e parece uma barata tonta a defender). Já o Chiquinho foi mais esclarecido a ajudar a defender, mas tem aquela intervenção desastrosa no lance que daria o terceiro golo. O Musa ainda conseguiu fazer essa jogada e o Draxler não teve tempo para se salientar.
 
É um triunfo que vai ficar na história por ter sido em casa de quem foi e da maneira que foi. Voltámos a ser convincentes e categóricos na Europa e, no fundo, a honrar a nossa história. Finalmente, três anos depois voltámos a jogar futebol e a demonstrar alegria em campo. Os resultados naturalmente aparecem assim. Já não era sem tempo!

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