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quinta-feira, junho 19, 2025

Livrámo-nos de boa

Empatámos com o Boca Juniors (2-2) na passada 2ª feira na estreia no Mundial de clubes. Dado que aos 28’ perdíamos por 0-2 e a partir dos 70’ ficámos a jogar com dez, o resultado acabou por não ser nada mau.

O Bruno Lage surpreendeu ao dar a titularidade ao Bruma e Renato Sanches, ficando os turcos no banco, com o Dahl na lateral-direita, porque o Tomás Araújo ficou em Lisboa (e aparentemente ainda não tivemos tempo para arranjar um substituto para o Bah...). Nem entrámos mal no jogo, com o Renato Sanches a perder uma soberana ocasião com um remate ao lado , estando em óptima posição. O Bruma atirou ao poste pouco depois, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo. O problema foi que o Boca Juniors marcou na primeira vez que foi à nossa baliza, aos 22’, com o Florentino a ser mal batido na esquerda e o respectivo cruzamento a ser bem desviado pelo Merentiel. Seis minutos depois, aos 28’, os argentinos voltaram à nossa área e fizeram o 0-2 pelo antigo lagarto Battaglia de cabeça num canto, em que nós andámos aos papéis. Sentimos (e de que maneira!) ambos os golos e deixámos de conseguir ligar o nosso jogo. O Boca Juniors usava da agressividade típica dos argentinos e nós nunca conseguimos igualar isso. Quando num canto perto do intervalo o Otamendi se antecipa a um adversário e leva um pontapé, e o VAR a assinala o penalty, foi algo que caiu literalmente do céu. Tínhamos uma excelente ocasião para reduzir a desvantagem sem ter feito nada para a merecer. O Di María enganou o Marchesín na marcação do penalty, fazendo o importantíssimo 1-2 antes do intervalo, o que nos dava alguma esperança para a 2ª parte.

Depois do intervalo, o Bruno Lage fez entrar o Belotti para o lugar do Dahl, mas curiosamente jogar com dois pontas-de-lança não resultou... Sinceramente, não percebo esta insistência do Lage nesta táctica, que NUNCA resultou esta época! No entanto, o facto mais saliente deste segundo tempo foram os pouquíssimos minutos jogados, porque o jogo foi cheio de quezílias, muito físico e com imensas interrupções. A vinte minutos do fim, o Belotti levantou demasiado o pé, atingiu a cabeça de um adversário e foi expulso pelo VAR, porque o árbitro lhe tinha mostrado um amarelo. A partir daqui, confesso que pensei que já tínhamos ido... No entanto, aos 84’ outra bola parada, desta vez um canto do Kökçü na direita, propiciou ao Otamendi uma entrada de rompante de cabeça, fazendo o 2-2 sem hipóteses para o guarda-redes contrário. Logo a seguir, o Carreras poderia ter- nos dado a vitória, mas o remate de pé direito foi defendido pelo guarda-redes. Até final, menção ainda para a expulsão de um jogador do Boca Juniors por entrada violenta sobre o Florentino e para os incompreensíveis 5’ de compensação (a 1ª parte teve... 7’!).

Em termos individuais, o Otamendi foi o único a merecer destaque por ter estado nos nossos dois golos. E mais ninguém se salientou por aí além, porque, se até sofrermos o primeiro golo, até nem tivéssemos estado mal, a partir daí decaímos bastante e nunca nos reencontrámos exibicionalmente.

O golo do Otamendi permitiu que não estivéssemos já praticamente eliminados e amanhã iremos defrontar o Auckland, com o objectivo de marcar o maior número de golos possível, porque a diferença de golos pode ser um factor decisivo no apuramento para o oitavos-de-final.

terça-feira, junho 17, 2025

Vitória na Liga das Nações

No início de Junho, a selecção nacional conseguiu o seu terceiro troféu a nível internacional, ao conquistar a sua segunda Liga das Nações na Alemanha. Numa final four com a Alemanha, França e Espanha, não deixa de ser um feito notável, que merece todos os elogios, porque no final o que conta mesmo são os resultados e os troféus.

No dia 4 de Junho, vencemos a anfitriã Alemanha por 2-1, depois de estarmos a perder já na 2ª parte com um golo do Wirtz aos 48’. O avançado que estorvou a acção defensiva do Rúben Dias, não o permitindo disputar o lance, estava em fora-de-jogo, mas o árbitro nada assinalou. No entanto, a resposta da selecção foi muito boa, a virar o resultado em apenas cinco minutos. O substituto Francisco Conceição marcou um golão de fora da área aos 63’ e aos 68’ o inamovível do onze, Cristiano Ronaldo, fez o 2-1, depois de uma combinação entre o Bruno Fernandes e o Nuno Mendes na esquerda, com assistência deste. Fomos bafejados pela sorte, porque se o último defesa alemão calçasse o 42 em vez do 45, teria sido fora-de-jogo... (Não acabem com esta estupidez milimétrica do VAR que não é preciso...! Como se fossem menos de 10 cm a fazer diferença alguma...) Para este jogo, o Roberto Martínez arriscou (e de que maneira) ao deixar o Vitinha no banco até à hora de jogo e a colocar o João Neves a defesa-direito... Claro que só começámos a jogar, quando aquele entrou em campo...

Quatro dias depois, a 8 de Junho, defrontámos a super-favorita Espanha (que tinha ganho 5-4 à França na outra meia-final, mas chegou a estar a ganhar por 5-1...!) e eu esperava que a nossa selecção fosse trucidada. No entanto, nada disso aconteceu. Os espanhóis estiveram sempre na frente do marcador, mas nós conseguimos ir repondo a igualdade. A Espanha foi melhor no início do jogo e inaugurou o marcador aos 21’ pelo Zubimendi, mas o Nuno Mendes (o melhor jogador do torneio!) fez a igualdade aos 26’. Em cima do intervalo, o Oyarzabal recolocou os espanhóis na frente, porém aos 61’ o Cristiano Ronaldo saiu momentaneamente do marasmo em que se encontrava (veio dizer no final que estava um pouco tocado, mas, quando assim é, o melhor é não jogar mesmo, como aconteceria com qualquer outro jogador que não ele...) e fez o 2-2 aos 61’, num golo à ponta-de-lança. Na parte final do jogo e prolongamento, fomos melhores, a entrada do Rafael Leão resultou bem, mas o jogo teve de ir a penalties e aí o Morata foi o único a falhar (defesa do Diogo Costa), com o Rúben Neves a marcar o penalty decisivo. O Roberto Martínez voltou a queimar o João Neves na direita, que sofreu bastante com o Nico Williams na 1ª parte, mas acaba por sair por cima deste torneio, com o lugar seguro, ele que estava a começar a ser muito contestado.

Também estivemos longe de deslumbrar no Euro 2016, mas o caneco está lá na vitrine. A Liga das Nações é uma espécie de Taça da Liga das selecções, mas é uma competição oficial. Além disso, nós não só vencemos a edição inaugural, como fomos a primeira selecção a bisar o triunfo, portanto, parabéns à seleçcão!

quarta-feira, maio 28, 2025

Desilusão e roubo – parte II

Perdemos frente à lagartada no Jamor no passado domingo (1-3) e ainda não foi desta que voltámos a ganhar a Taça de Portugal. Continuamos, portanto, a aumentar o nosso vergonhoso histórico de apenas três taças ganhas nos últimos 29 anos. No entanto, em relação a este jogo há muito para dizer e não é obviamente por acaso que o post tem o mesmo título do encontro frente ao Arouca. Foi mais do mesmo.

O Bruno Lage surpreendeu ao manter o Samuel Soares na baliza (tal como nos outros jogos da Taça de Portugal) e o Bruma na direita, em vez do Di María, que tinha entrado bem frente ao Braga. A outra alteração foi a entrada do Dahl para o lugar do Leandro Barreiro, dado que o Aursnes ainda não estava a 100% (e foi para o banco). Entrámos bem no jogo e a 1ª parte foi toda nossa, com algumas boas oportunidades, nomeadamente um remate do Pavlidis, que o guarda-redes Rui Silva defendeu para o poste, e outro do Bruma que foi desviado por um defesa e passou a rasar a barra. Já tínhamos tido um penalty assinalado a nosso favor logo aos 12’, mas o VAR Tiago Martins anulou-o por um fora-de-jogo do Kökçü de 20 e tal centímetros. Digo isto desde sempre e não é de agora: esta questão das linhas é ridícula e só estraga o futebol. Por mim, via-se a imagem e, havendo dúvidas, beneficiava-se a equipa que ataca, como se fazia antes do VAR. Ponto final. É uma estupidez anularem-se golos por poucos centímetros, quando é óbvio que o jogador não tirou proveito nenhum dessa putativa vantagem. Em relação a ataques da lagartada, só em cima do intervalo o inevitável Gyökeres teve um remate que o Samuel Soares encaixou sem dificuldade.

A 2ª parte não poderia ter tido um início mais forte da nossa parte. Marcámos logo aos 47’ num grande remate rasteiro de fora da área do Kökçü. Aos 50’, metemos novamente a bola na baliza pelo Bruma, depois de uma tabela maravilhosa com o Pavlidis, com um remate desviado do Rui Silva à sua saída. No entanto, o VAR Tiago Martins conseguiu descobrir uma pretensa falta do Carreras sobre o Trincão no início da jogada, quando o nosso jogador toca na bola primeiro...! O Sr. Luís Godinho, ao contrário do que fez o Sr. António Nobre frente ao Arouca, por exemplo, resolveu seguir a indicação do VAR Tiago Martins e literalmente roubar-nos o golo! Inacreditável! Sentimos imenso essa decisão da arbitragem e não fomos tão afoitos a tentar resolver o jogo com um segundo golo. No entanto, estivemos muito bem em termos defensivos e não permitimos que a lagartada criasse situações difíceis para o Samuel Soares. O Bruno Lage começou a fazer substituições e, por volta dos 70’, colocou o Renato Sanches e o Schjelderup, fazendo sair os turcos, sendo que o Kökçü estava tocado. Pouco antes dos 80’, substituiu o Tomás Araújo e Pavlidis (este de um modo incompreensível, dado que estava a conseguir manter a posse de bola e fazer a equipa defender mais à frente) pelo Aursnes e Belotti. O italiano teve uma boa oportunidade para marcar, mas o Rui Silva defendeu para canto. Entretanto, por causa de algumas entradas em campo da nossa equipa médica, o Sr. Luís Godinho resolveu dar 10’ de compensação! Pena foi que o Sr. João Pinheiro não tenha feito o mesmo na Luz frente à lagartada há umas semanas...! A meio desse período, aconteceu o lance que vai ser falado por muitos e longos anos: numa jogada perto da bandeirola de canto, o Belotti caiu no meio de uma disputa de bola com o Maxi Araújo e Matheus Reis e é agredido pelos dois! O uruguaio dá-lhe uma cotovelada na cabeça e o brasileiro pisa-lhe a nuca! De uma maneira que só se entende por ser propositada, o VAR Tiago Martins não chamou o árbitro e deixou-os continuar em campo. É absolutamente impossível, a não ser por evidente má-fé e intenção de roubar o Benfica, que não tenha visto o que se passou. Impossível! Continuávamos a controlar a partida, mas no último desses 10’ de compensação cometemos o mesmo erro do jogo frente ao Arouca e permitimos um contra-ataque adversário! Tivemos mais de uma ocasião para cortar a jogada com uma falta, pelo Florentino e António Silva, este perante o Gyökeres, que o ultrapassou e foi abalroado pelo Renato Sanches já na área. Foi uma falta difícil de perceber, porque foi por trás, sem hipótese de disputar a bola, quando o sueco ainda tinha o Otamendi pela frente! Que intervenção tão idiota! No inevitável penalty, o Gyökeres rematou de um modo que nenhum guarda-redes no mundo conseguiria lá chegar. Íamos para prolongamento com o momentum todo do lado da lagartada.

Até nem entrámos mal neste período, com o Leandro Barreiro, que tinha substituído o Bruma no início da compensação, a optar mal por fazer uma tabelinha com o Schjelderup, quando poderia ter rematado à baliza. No entanto, a sorte do jogo não estava de todo do nosso lado e, num livre para a área aos 99’, o Harder saltou mais alto do que toda a nossa defesa e fez o 1-2 de cabeça. O Bruno Lage fez entrar o Di María pouco depois, mas foi a vez de a lagartada fazer antijogo e não permitir que se jogasse grande parte do prolongamento. Um grande remate do Di María ligeiramente por cima da barra foi a melhor oportunidade que tivemos, mas foi a lagartada a fazer o 1-3 final em cima dos 120’ pelo Trincão.

Em termos individuais, o Florentino foi de longe o melhor jogador do Benfica. O Pavlidis também foi dos que mais se destacaram e não se percebe esta mania de o Bruno Lage o substituir sem o jogo estar decidido a nosso favor... Apesar de não ter estado nada de acordo com a sua titularidade num jogo tão decisivo, o Samuel Soares não esteve nada mal, sendo muito seguro nas bolas aéreas, embora eu não goste nada de guarda-redes que se põem a fintar adversários... (E fê-lo por duas vezes!). O Renato Sanches não tinha entrado nada mal, mas o penalty escusado e idiota mancha completamente a sua exibição.

Terminámos da pior maneira a temporada, com não-vitórias nos últimos três jogos que nos custaram os dois principais títulos. E perdemo-los de maneira semelhante: a permitir contra-ataques do adversário nos últimos minutos de compensação, quando estávamos em vantagem no marcador! Temos, de longe, o melhor plantel do futebol português e acabar a época com apenas um título (e o menos importante deles todos), a Taça da Liga, é muito frustrante. No final da partida, o Rui Costa veio finalmente insurgir-se contra a arbitragem, mas é manifestamente tarde demais. Temos muitas culpas próprias, mas fomos prejudicados de maneira evidente em lances decisivos. Há muito que reflectir para a próxima época, em que teremos de disputar as pré-eliminatórias de acesso à Champions. No entanto, antes disso teremos o Mundial de Clubes em que iremos colocar o nosso prestígio à prova.

segunda-feira, maio 19, 2025

Expectável

Empatámos em Braga (1-1) no passado sábado e, com a vitória da lagartada em casa frente ao V. Guimarães (2-0), perdemos naturalmente o campeonato. Também o teríamos perdido se tivéssemos ganho, mas ao menos isso deixaria outra imagem, porque terminaríamos com os mesmos pontos do primeiro classificado. No entanto, fizemos uma exibição muito cinzenta e, se não fosse o Trubin, até poderíamos ter perdido o encontro.

Com o Leandro Barreiro no lugar do lesionado Aursnes e o Schjelderup no do Di María, até entrámos bem na partida e foi mesmo o luxemburguês a ter uma soberana oportunidade logo nos minutos iniciais, quando, na sequência de um ressalto, se viu só com o guarda-redes Hornicek pela frente, mas atirou ao lado de pé esquerdo. Inacreditável! Depois de uma cabeçada do Paulo Oliveira num canto ter posto à prova o Trubin, foi o Pavlidis, desmarcado pelo Schjelderup, a rematar ao lado em boa posição, quando, no início da jogada, se tivesse visto o Barreiro isolado, este só tinha de encostar... Quando existem estas ocasiões evidentes desperdiçadas nos primeiros momentos dos jogos, fico logo com um mau pressentimento e isso concretizou-se aos 24’ num penalty de VAR por pisão do Tomás Araújo a um adversário (quando nem sequer está a olhar para ele...), marcado de forma indefensável pelo Zalazar. Sentimos o golo e deixámos de ter as oportunidades que tínhamos tido até então, mas houve uma parede na área ao Leandro Barreiro que, se fosse ao contrário, certamente o Sr. Miguel Nogueira (ou o VAR Bruno Esteves) teria marcado... Como era contra nós, foi carga de ombro. Obviamente...

Na 2ª parte, entrámos com o mesmo onze, mas foi o Trubin a manter-nos vivos no jogo com duas grandes defesas a um remate de longe do Zalazar e a não deixar o Ricardo Horta fazer um desvio na pequena-área. Foi só com a tripla substituição (Di María, Belotti e Bruma para os lugares do Schjelderup, Florentino e Aktürkoğlu) à passagem da hora de jogo que voltámos a pegar na partida. Fizemos a igualdade aos 63’ num balázio do Pavlidis já de ângulo difícil, descoberto pelo Di María sob a direita. Pouco depois, o João Moutinho viu o segundo amarelo e ficávamos com o caminho aberto para conseguir a vitória. Ou devíamos ter ficado... No entanto, não só nunca conseguimos desequilibrar defensivamente o Braga, como no contra-ataque poderiam ter sido eles a ganhar o jogo, não fosse o Trubin safar-nos por mais de uma vez. Em cima do apito final do árbitro, foi o Otamendi a ter cabeceamento por cima, quando estava com todas as condições para fazer bem melhor.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Trubin. Numa partida em que tínhamos de ganhar, ser o nosso guarda-redes o melhor em campo diz muito acerca da nossa exibição. O Pavlidis também foi dos menos maus e lá marcou o seu golito. O Di María entrou muitíssimo bem e talvez isto devesse ter sido feito contra a lagartada na semana passada... O António Silva também teve uma boa exibição, assim como o Florentino, que saiu um pouco cedo demais, porque é bastante melhor naquela posição do que o Leandro Barreiro, que foi para lá. Aliás, os contra-ataques do Braga na parte final do encontro não serão obra do acaso...

Perdido o campeonato, teremos no próximo domingo a final da Taça para amenizar esta desilusão. Estou farto de escrever aqui que temos um histórico recente vergonhoso na Taça de Portugal (três taças em 28 épocas!) que é obrigatório começar a reverter o mais depressa possível. Que comece já!

quinta-feira, maio 15, 2025

Falhanço

Empatámos com a lagartada (1-1) na Luz no passado sábado e não só desperdiçámos uma oportunidade de ouro para passarmos para a frente do campeonato (ou sermos já campeões, se tivéssemos ganho por dois golos), como devemos mesmo ter hipotecado as nossas hipóteses do 39º título, já que deixámos de depender de nós para o conquistar. Não me recordo de um jogo assim para o campeonato, uma autêntica final, em que quem ganhasse seria campeão (nós, lá está, desde que fosse por dois golos), mas, com este empate, se a lagartada fizer o mesmo resultado do que nós na última jornada, conquista um bicampeonato que lhe foge há 70 anos...! O que não pode deixar de constituir uma enorme desilusão para todos nós.

Com a lesão do Amdouni, o Bruno Lage voltou a dar a titularidade ao Di María, o que se revelou uma decisão muito pouco acertada, dado que o argentino não está com pedalada para este tipo de jogos, tendo regressado há pouco tempo de lesão. No entanto, isso nem foi o maior problema da 1ª parte, mas sim o facto de a lagartada ter marcado logo aos 4’ através do Trincão, depois de uma jogada típica do Gyökeres, que o assistiu. Num jogo tão decisivo, obviamente que este golo nos afectou e nunca nos conseguimos recompor na etapa inicial. Dois remates do Di María, ambos por cima, foram os nossos únicos lances perigosos. A lagartada manietou-nos bem e nunca estivemos confortáveis no jogo, até porque o Di María funcionou como um a menos.

Na 2ª parte, o Lage teve a coragem necessária de o deixar nos balneários e colocar o Schjelderup. E a equipa veio transfigurada para bem melhor. Começámos a empurrar a lagartada para o seu meio-campo e fizemos o 1-1 ainda relativamente cedo, aos 63’ pelo Aktürkoğlu, que só teve de encostar depois de uma jogada absolutamente magistral do Pavlidis, que passou por quatro(!) adversários e cruzou para o turco, cujo remate, mesmo assim, ainda bateu no Maxi Araújo. Com mais de meia-hora para jogar, precisávamos absolutamente de marcar mais um golo para virar o campeonato para o nosso lado. No entanto, só tivemos mais uma grande oportunidade, numa boa jogada do entretanto entrado Belotti pela direita, com assistência para o Pavlidis, que atirou... ao poste! Até final, o Gyökeres atirou de fora da área para defesa do Trubin e nós, apesar do domínio intenso, só tivemos mais uma chance já na compensação, mas o Schjelderup, num ressalto, falhou clamorosamente o cabeceamento, quando poderia eventualmente ter tentado dominar a bola de peito e depois rematado à baliza (embora o ângulo fosse apertado). Entretanto, o Bruno Lage já tinha feito todas as substituições, não se percebendo de todo a última, com cinco minutos para jogar e a precisar de marcar um golo, em que tirou o melhor marcador da equipa e segundo melhor do campeonato, Pavlidis, para colocar o... Arthur Cabral...! Indescritível!

Em termos individuais, o Pavlidis terá sido o nosso melhor jogador, bem secundado pelo Florentino. E foram estas as exibições que se salientaram bastante mais do que as outras, o que, quiçá, explique o empate, dadao que só duas num jogo deste é manifestamente pouco. O Aktürkoğlu esteve longe da forma dos últimos jogos, o Carreras também não se evidenciou tanto e o Kökçü lutou mais do que jogou. O Schjelderup veio melhorar a equipa, assim como o Belotti que fez a jogada que poderia ter dado o segundo golo. A defesa não esteve mal a controlar o Gyökeres durante grande parte do encontro, mas ele já tinha feito estragos logo nos minutos iniciais.

Iremos a Braga na última jornada naquilo que está longe de ser um jogo fácil. A única vantagem é que eles já não precisam do resultado, porque o 3º lugar é apenas uma miragem (teriam de nos ganhar, esperar uma derrota do CRAC em casa frente ao Nacional e superar a desvantagem na diferença de golos). Ao invés, o V. Guimarães, que vai à lagartada, precisa de igualar o resultado do Santa Clara em Faro para conseguir ir à Liga Conferência. Portanto, tem muito por que lutar. Mas, a jogar em casa, a lagartada tem tudo a seu favor.

P.S. - Não se compreende que o VAR André Narciso não tenha dito ao Sr. João Pinheiro para ir ver o lance na 1ª parte em que, na sequência de uma bola parada, o Debast não olha sequer para a bola e só se preocupa em empurrar o Otamendi... Inacreditável!

quinta-feira, maio 08, 2025

Sofrido

Vencemos no Estoril (2-1) no passado sábado e mantivemos a igualdade pontual com a lagartada na frente do campeonato, porque eles também ganharam por 2-1 em casa ao Gil Vicente (apesar de estarem a perder por 0-1 aos 80’...!). Depois de uma 1ª parte bem conseguida, baixámos muito o nível na 2ª e sofremos escusadamente na parte final do jogo.

Apesar da disponibilidade do Di María, o Bruno Lage decidiu (e bem) deixá-lo no banco, mantendo o Amdouni na equipa titular, que foi a mesma que defrontou o AVS, com a excepção do Florentino em vez do castigado Carreras (o Dahl regressou à sua posição de origem de lateral-esquerdo). Entrámos a todo o gás e o Aursnes poderia ter inaugurado o marcador logo nos minutos iniciais, quando ficou isolado à frente do guarda-redes Robles, mas permitiu a mancha deste. No entanto, aos 7’, o mesmo Aursnes conseguiu mesmo fazer o 1-0, novamente isolado depois de assistência do Kökçü num contra-ataque rápido, ao rematar por entre as pernas do guarda-redes. O Estoril não nos conseguia criar muitas dificuldades e nós só não fomos aumentando a vantagem, porque revelámos alguma imprecisão no último passe. O segundo golo teve de surgir numa bola parada, num livre para a área, com o Dahl a colocar a bola na cabeça do Otamendi, que se antecipou ao guarda-redes.

Voltámos a entrar bem na 2ª parte, numa tentativa de fechar a partida de vez, mas não tivemos grandes chances de marcar e essa boa entrada foi sol de pouca dura. O Estoril foi equilibrando o jogo, o Amdouni lesionou-se e entrou o Schjelderup, mas nós deixámos de conseguir criar lances ofensivos. Apesar de dominar, o Estoril só teve a primeira oportunidade, porque o Otamendi fez um péssimo passe na nossa zona defensiva e depois fez penalty sobre o Begraoui. Estávamos no 65º minuto e temia-se o pior para o resto do jogo, no entanto, o Trubin foi gigante perante o mesmo Begraoui e também tivemos sorte, porque a recarga do Zanocelo bateu na barra. Livrámo-nos de boa, mas não aprendemos nada, porque logo a seguir o avançado Marqués não rematou quando estava em boa posição. O Lage chamou o Leandro Barreiro e o Belotti, mas a bola demorou a sair e o Estoril marcou... Foi aos 78’ num cruzamento do Guitane e cabeceamento do Zanocelo com o Trubin a dar a sensação de que poderia ter feito mais... Depois da entrada daqueles dois, voltámos a reassumir o jogo e o Estoril não conseguiu ter as mesmas facilidades em chegar à nossa área. E foram ambos a ter a melhor oportunidade até final, com o Barreiro a falhar o desvio e o Belotii a parecer-me derrubado na área, mas nem o Sr. João Gonçalves nem o VAR assinalaram nada... Aliás, pouco depois houve outro lance que noutros campos seria claramente penalty por mão na bola, mas não no nosso caso. Para demonstrar bem ao que vinha, o Sr. João Gonçalves deu oito minutos de compensação... Mas teve azar, porque não houve nenhum lance onde pudesse ter uma intervenção mais directa...

Em termos individuais, o Otamendi teve uma prestação irrepreensível só manchada pelo lance do penalty, que acabou por não ter consequências negativas graças ao Trubin, que também esteve bem, embora no lance do golo pudesse ter feito mais (a bola passou-lhe por baixo da mão). Quanto ao resto da equipa, os destaques são sobretudo pela 1ª parte, com o Aktürkoğlu a confirmar o bom momento, com muito dinamismo pela faixa esquerda, e o Aursnes a ser importante pela abertura do marcador (apesar do falhanço uns minutos antes...). As entradas do Leandro Barreiro e Belotti deveriam ter acontecido mais cedo, porque deram capacidade de luta à equipa, que estava a faltar naquele momento.

Iremos receber a lagartada no sábado numa final como nunca me lembro de ter acontecido no campeonato: quem ganhar (nós, se for com diferença de pelo menos dois golos) será campeão. O empate favorecerá a lagartada, porque fica com vantagem no confronto directo, e uma vitória tangencial nossa coloca-nos a um ponto do título. Jogamos em casa, saibamos usar esse trunfo a nosso favor.

quarta-feira, abril 30, 2025

Goleada

Vencemos o AVS na Luz no passado domingo por 6-0, mas só recuperámos um golo para a lagartada, que também ganhou no Bessa ao Boavista por 5-0 uma horas depois. Alargámos foi a vantagem pontual para o Braga e CRAC (11 e 13 pontos), fruto do empate em Famalicão (1-1) e da derrota na Amadora frente ao Estrela. (0-2), respectivamente. A conclusão a tirar é que, na pior das hipóteses, ficaremos em 2º lugar no campeonato.
 
Este jogo era importante para tentarmos diminuir a desvantagem da diferença de golos para os rivais, que pode ser importante nas contas finais. Com a surpresa do Amdouni e Dahl no onze entrámos muito bem e metemos a bola na baliza logo aos 4’ pelo Aktürkoğlu, mas foi invalidado por causa daquela idiotice das linhas de fora-de-jogo por 8 cm...! Não percebo como é que não se faz um estudo para verificar a partir de que altura é que estar em fora-de-jogo se torna uma vantagem competitiva inequívoca. É que já se anularam grandes golos por causa de meia-dúzia de centímetros, que é impossível que tenham tido alguma influência. Como neste caso. Felizmente, não nos desconcentrámos e fizemos mesmo o 1-0 aos 8’ pelo Tomás Araújo numa recarga a um cabeceamento do António Silva num canto. O Amdouni teve duas chances para marcar, mas não conseguiu e foi o Pavlidis a fazer o 2-0 aos 23’ num canto estudado, com assistência do Dahl. Três minutos depois, o suíço lá marcou, em nova assistência do Dahl para o Amdouni rematar rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes Ochoa. Aos 40’ fizemos o quarto golo pelo Aktürkoğlu num desvio na pequena-área a cruzamento do Pavlidis. Até ao intervalo, só deu para reparar na arbitragem inacreditável do Sr. Carlos Macedo (um nome a fixar), que conseguiu complicar uma partida que estava já decidida, o que convenhamos não é fácil...
 
Na 2ª parte, eu esperava que não abrandássemos o ritmo, porque tínhamos igualado a diferença de golos dos lagartos, mas este ainda não tinham jogado. Infelizmente, sucedeu o contrário e andámos a gerir o jogo durante um bom período no segundo tempo. Foi só após as substituições que as coisas voltaram a mexer, com as entradas do Schjelderup e Belotti aos 67’. Foi o italiano a fazer o 5-0 num desvio subtil, depois de boa combinação com o Aktürkoğlu. Estávamos de novo com o ritmo aumentado, também por via da entrada do Prestianni pouco depois, que poderia ter igualmente molhado o bico, mas foi o Otamendi a fechar a contagem aos 82’ num cabeceamento a centro do António Silva, depois de um livre do Kökçü, que o guarda-redes não conseguiu segurar. O Sr. Carlos Macedo teimava em manter-se como uma das figuras do jogo e só deu dois minutos de compensação(!), apesar de todas as substituições que houve. Uma arbitragem para esquecer.
 
Em termos individuais, gostei do Pavlidis e do Dahl. O Aktürkoğlu mantém-se em forma e o Schjelderup e Belotti voltaram a assumir-se como dois jogadores que acrescentam algo à equipa quando entram. Assim como o Prestianni, que continuo a não entender a razão de ter tão poucos minutos. O Carreras conseguiu limpar os amarelos para o Estoril, numa decisão arriscada, mas que compreendo dado que as duas últimas jornadas serão com a lagartada e a ida a Braga.
 
Iremos à Amoreira no próximo sábado e naturalmente que só a vitória interessa, para chegarmos ao jogo decisivo na Luz frente à lagartada em igualdade pontual com eles.

sexta-feira, abril 25, 2025

Na final

Confirmámos na passada 4ª feira a passagem à final da Taça de Portugal com nova vitória frente ao Tirsense, desta feita por 4-0. Com a eliminatória decidida na 1ª mão, os habituais suplentes tiveram nova oportunidade de se mostrar, mas não a aproveitaram muito bem e o jogo foi menos conseguido do que o anterior.
 
Apesar de estar no quarto escalão do futebol português, o Tirsense apresentou-se bem organizado na defesa e quase conseguiu chegar ao intervalo com a baliza a zeros, o que seria um enorme feito. Para isso muito contribuiu o ritmo lento que imprimimos ao jogo, com as oportunidades a escassear: um cabeceamento do Barreiro ao segundo poste num canto com a bola a tocar ainda no ferro e remates do Arthur Cabral e Tiago Gouveia defendidos pelo guarda-redes Tiago Gonçalves foram as únicas ocasiões que tivemos antes do golo em cima do intervalo, num desvio do António Silva a um remate do Leandro Barreiro na sequência de um canto.
 
Esperava-se uma quebra física dos homens de Santo Tirso na 2ª parte, mas nós não a aproveitámos para melhorar o nível exibicional, apesar de termos aumentado um pouco o ritmo. Logo no reinício, o Schjelderup teve um falhanço quase na cara do guarda-redes depois de centro do Bruma e foi só novamente a entrada do Prestianni que voltou a mexer com a partida, tal como no jogo da 1ª mão. O argentino, da primeira vez que tocou na bola, colocou o também entrado Amdouni em boa posição, mas o remate deste saiu ao lado. O Belotti num desvio na pequena-área e o Dahl num livre voltaram a pôr o Tiago Gonçalves à prova, mas foi já perto do final (74’) que conseguimos aumentar a vantagem num desvio do Bajrami ao segundo poste num canto, fazendo assim o seu primeiro golo com a camisola do Benfica. Pouco depois, aos 78’ o Samuel Soares(!) fez uma abertura fantástica para o Tiago Gouveia e este assistiu o Belotti para o 3-0. Já depois dos 90’, fechámos o marcador num novo canto com um golo do Leandro Barreiro numa recarga ao segundo poste, depois de cabeceamento do António Silva defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, achei o Belotti muito comprometido com o jogo, apesar do adversário, e o Schjelderup na 1ª parte também foi dos melhores. A seguir ao intervalo, destaque para o Prestianni, que infelizmente deverá ter-se despedido dos adeptos, porque duvido que volte a jogar até final da época. Aliás, não só não se percebe esta (pouca) utilização do argentino, como mesmo neste jogo o Bruno Lage, que o tinha feito entrar aos 62’, empurra-o para lateral-direito a partir dos 80’, quando estreia o Hugo Félix na equipa principal. Incompreensível...! O Samuel Soares não teve muito trabalho defensivo, mas teve participação directa num dos golos.
 
Iremos defrontar a lagartada na final da Taça, depois de os defrontarmos também no campeonato. Vai ser um final de época muito quentinho, mas temos impreterivelmente de começar a mudar o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 28 anos...

terça-feira, abril 22, 2025

Eficácia

Vencemos no sábado em Guimarães por 3-0 e manteve-se tudo igual na frente, porque a lagartada ganhou em casa ao Moreirense (3-1), o CRAC ao Famalicão (2-1) e o Braga no Estoril (2-0). Portanto, continuamos com os mesmos pontos dos primeiros e com 10 e nove de vantagem dos outros, respectivamente. Era uma saída tremendamente complicada, mais ainda depois do inesperado empate em casa frente ao Arouca, mas saímo-nos bem, embora o resultado tenha sido melhor que a exibição.
 
Num terreno difícil por causa da chuva antes do encontro e perante um adversário que vinha numa sequência de bons resultados, não entrámos nada bem e poderíamos ter sofrido um golo logo no primeiro minuto, mas o Telmo Arcanjo, que surgiu nas costas do Carreras, atirou de primeira ao lado, quando só tinha o Trubin pela frente. O V. Guimarães dominava e tinha mais posse de bola, mas a nossa resposta foi cirúrgica, com um lance iniciado e finalizado pelo Pavlidis, que abriu brilhantemente na esquerda no Aktürkoğlu, que correu para a baliza e isolou o Kökçü na cara do Bruno Varela, que defendeu o remate, tendo a bola sobrado para o Pavlidis, que fez aquilo que o Di María não fez na semana passada perante o Arouca, num lance exactamente igual. 1-0 a nosso favor e uma estocada importante no V. Guimarães. Pouco depois, uma boa jogada novamente pela esquerda e um centro do Carreras para o Pavlidis só ter de encostar, mas infelizmente o grego estava fora-de-jogo. Até ao intervalo, foi o Trubin a revelar-se decisivo com uma defesa impossível num cabeceamento quase à queima-roupa num livre e num remate do Nélson Oliveira de fora da área, ambos defendidos para canto.
 
A 2ª parte foi muito bastante melhor, dado que conseguimos controlar com mais sucesso as iniciativas atacantes do V. Guimarães. Apesar de o Sr. Gustavo Correia ter tentado inclinar um pouco o campo, nomeadamente com livres encomendados para o Tiago Silva, dominámos na maior parte do tempo, facto para o qual contribuiu a saída por lesão do Di María e a entrada do Schjelderup. Depois de, na semana passada, ter feito quiçá a pior exibição desde que voltou ao Benfica, não se justificava a permanência em campo do argentino durante tanto tempo, para mais num terreno como aquele. Infelizmente, o Bruno Lage não tem coragem de o tirar mais cedo, teve de ser uma lesão a tratar do assunto. O norueguês entrou bem e teve uma soberana ocasião num contra-ataque, mas o Bruno Varela defendeu para canto. Entretanto, também já tinha entrado o Leandro Barreiro para a habitual saída do Tomás Araújo, com o Aursnes a ir para a lateral-direita. Aos 78’, alargámos a vantagem numa óptima iniciativa individual do Carreras pela esquerda, culminada com um remate inesperado já de ângulo difícil. No entanto, as coisas poder-se-iam ter complicado logo a seguir, não fosse outra magnífica intervenção do Trubin a negar o golo ao Chucho Ramírez. Aos 84’, falta sobre o Schjelderup ainda a uma certa distância da baliza, remate forte do Kökçü que o Bruno Varela não segurou (Varela a ser Varela...) e a bola a sobrar para o Pavlidis que, muito oportuno, fez o bis e acabou com as dúvidas.
 
Em termos individuais, destaque para o Pavlidis pelo bis, mas principalmente para o Trubin por ter mantido a baliza a zeros em alturas fulcrais. O Aktürkoğlu confirmou o seu regresso à forma do início da temporada. O futebol é um desporto maravilhoso, porque permite que alguém que estava a ter uma exibição bem sofrível se possa converter num elemento decisivo: o Carreras passou por dificuldades com o Arcanjo que quase nunca teve no campeonato e depois fez um golo daqueles! O Schjelderup voltou a entrar bem na equipa e espero que, com a lesão do Di María, possa avançar para a titularidade em detrimento do Bruma. O resto da equipa esteve a um nível bastante razoável.
 
Iremos jogar amanhã a 2ª mão da meia-final da Taça de Portugal na Luz que, com 5-0 a nosso favor, será uma mera formalidade e oportunidade para os menos utilizados e teremos no domingo a recepção ao AVS num jogo em que deveríamos aproveitar para equilibrar a diferença de golos com os lagartos. Nem quero pensar noutra hipótese que não uma vitória tranquila, porque será o jogo teoricamente mais fácil das últimas quatro jornadas do campeonato.

quarta-feira, abril 16, 2025

Desilusão e roubo

Empatámos no domingo frente ao Arouca (2-2) na Luz e deixámos fugir a vantagem em relação à lagartada (que ganhou no Santa Clara 1-0 no dia anterior), estando agora novamente com os mesmos pontos deles, mas, por enquanto, em desvantagem no confronto directo. Ainda estou a recuperar de domingo, porque foi um jogo de adrenalina máxima muito por nossa culpa e em que o Sr. António Nobre também acabou por ser protagonista pelas piores razões.
 
Não entrámos com a intensidade que se esperava, especialmente pelo facto de quase todos os jogadores não terem alinhado a meio da semana frente ao Tirsense, porém mesmo assim tivemos oportunidades na 1ª parte para chegar ao intervalo em vantagem. Um cabeceamento do Pavlidis num canto foi salvo quase sobre a linha por um defesa e foi do grego a melhor chance num grande trabalho individual na área culminado com um remate rasteiro ao poste. O Arouca também teve um bom remate de fora da área pelo Sylla, que o Trubin defendeu para canto.
 
Se não entrámos com a intensidade esperada na 1ª parte, na 2ª foi muito pior. O Arouca tomou conta do jogo e as primeiras duas defesas foram do Trubin. Aos 60’, inaugurámos finalmente o marcador num golão do Kökçü de fora da área, depois de assistência do Aursnes, na sequência de uma iniciativa na esquerda do Carreras. Estava feito o mais difícil e, logo a seguir, poderíamos ter fechado a partida, mas o Di María falhou inacreditavelmente a recarga com a baliza aberta, depois de um remate do Aktürkoğlu defendido pelo guarda-redes Mantl. Aos 67’, o Sr. António Nobre resolveu ser parte decisiva na partida ao assinalar um penalty inexistente por pretensa falta do Otamendi sobre o Jason. Alertado pelo VAR Luís Godinho para o óbvio mergulho do avançado sobre o corpo deslizante do Otamendi, que estava a fazer um carrinho, decidiu inacreditavelmente manter a decisão e marcar penalty, e o Yalçin fez o 1-1. O Bruno Lage, que tinha congelado as entradas do Belotti e Schjelderup aquando do nosso primeiro golo, fê-los entrar logo a seguir para os lugares do Florentino e do apagadíssimo Di María (que, mesmo assim, para não variar, não gostou nada de ser substituído...). Aos 80’, recolocámo-nos em vantagem num cabeceamento do Pavlidis sem tirar os pés do chão, depois de um cruzamento teleguiado do Kökçü num canto curto. Ainda colocámos a bola na baliza uma terceira vez, pelo Schjelderup, mas o VAR assinalou fora-de-jogo. Era impensável estarmos duas vezes na frente e deixarmos escapar a vantagem, mas o inacreditável aconteceu mesmo aos 95’, num ataque rápido do Arouca pela direita, com um centro atrasado concretizado pelo defesa-esquerdo Weverson, que apareceu isolado na área, porque o Schjelderup não acompanhou a sua progressão. O Bruno Lage teve uma quota parte de culpa nisto, porque tinha colocado o Bruma uns minutos antes, em vez do Dahl, que teria sido muito melhor para fechar os caminhos da nossa baliza, dado que já se sabe que o Bruma não é propriamente o jogador mais inteligente para gerir os timings de um jogo com estas características...
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Kökçü com um golão e uma assistência para o Pavlidis. O grego também esteve bem e só não fez um bis, porque o poste não deixou. O Trubin foi importante para não termos sofrido (ainda) mais golos e o Aktürkoğlu confirmou igualmente o seu bom momento de forma, assim como o Aursnes, mas este já não é novidade nenhuma. Ao invés, o Di María terá feito dos piores jogos pelo Benfica e, quando assim é, não se justifica estar tanto tempo em campo. Deveria ter saído logo ao intervalo, como é evidente. Melhorámos com o Schjelderup em termos ofensivos, mas o norueguês acabou por ficar ligado ao golo do empate pela falha de marcação.
 
Quando se marca um penalty destes e não se marca um evidente no Santa Clara – lagartada (Sr. Cláudio Pereira como árbitro e o Hélder Malheiro no VAR, só para memória futura), está tudo dito sobre como serão estas jornadas finais. Deixámos fugir pontos num dos jogos teoricamente menos complicados até terminar o campeonato. Veremos como será a reacção já em Guimarães no próximo sábado, sendo certo que nova escorregadela nos colocará em muitos maus lençóis.

sábado, abril 12, 2025

Regresso ao Jamor

Goleámos na passada 4ª feira o Tirsense (5-0) em Barcelos na 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e, sejamos sinceros, só o maior escândalo da história do futebol mundial (uma equipa da 4ª divisão eliminar o 1º classificado da 1ª divisão numa eliminatória a duas mãos) nos tiraria de voltarmos a disputar uma final da Taça de Portugal. Com uma equipa em que só dois jogadores alinharam em Mordor, fizemos um jogo muito sério e a vitória é incontestável.
 
No entanto, a primeira oportunidade foi para o Tirsense, mas felizmente dois jogadores desentenderam-se na altura de rematar à baliza na sequência de um ressalto num livre e a bola acabou tranquilamente nas mãos do Samuel Soares. Inaugurámos o marcador aos 16’ num autogolo de um defesa, depois de um cruzamento do Dahl para a área. O 0-2 surgiu aos 26’ num excelente cruzamento de primeira do Schjelderup para o João Rêgo atirar, também de primeira, sem hipóteses para o guarda-redes.
 
Na 2ª parte, o Tirsense passou mais vezes do meio-campo, mas sem nunca criar verdadeiro perigo, enquanto nós aumentámos o ritmo especialmente depois das substituições, aos 65’, com as entradas do Arthur Cabral, do Tiago Gouveia (regressado após demorada lesão) e, especialmente, do Prestianni, que partiu tudo em apenas 25’ em campo. Logo aos 68’, o jovem argentino marcou um golão, depois de uma assistência fantástica do Schjelderup, que o descobriu isolado na área, quando estava perto da linha lateral. Aos 72’, foi a vez de o Arthur Cabral regressar aos golos, num remate de primeira a bom cruzamento do Tiago Gouveia. E, aos 84’, fechámos a contagem noutra excelente iniciativa do Prestianni, que assistiu o Schjelderup para um remate rasteiro colocado já dentro da área.
 
Em termos individuais, o Schjelderup com duas assistências e um golo foi o homem do jogo. Não percebo a razão de o Lage não gostar muito dele, dado que, pelo que produz em campo, merecia muito mais tempo em campo. Quando foi titular, era invariavelmente o primeiro a sair à passagem da hora de jogo. Incompreensível... Também em relação ao Prestianni, é evidente que o Lage não morre de amores por ele, já que o argentino não jogava na equipa principal desde... Setembro! Espero que, com esta exibição em tão pouco tempo de jogo, as coisas mudem rapidamente. O resto da equipa esteve q.b., com o Samuel Soares a parecer mais seguro do que quando apareceu na equipa.
 
A 2ª mão daqui a duas semanas será uma mera formalidade, mas servirá novamente como uma oportunidade para toda esta gente justificar envergar o manto sagrado. À semelhança deste jogo, espero que isso seja aproveitado da melhor maneira.

terça-feira, abril 08, 2025

PAVLIDIS!

Vencemos o CRAC em Mordor por maravilhosos 4-1 no passado domingo e, com o empate ontem da lagartada frente ao Braga (1-1), estamos isolados na frente do campeonato com dois pontos de vantagem a seis jornadas do fim. E colocámos o CRAC a 12(!) de diferença. É o que se chama uma jornada perfeita! Como perfeita foi a actuação do Pavlidis, autor de um inédito hat-trick naquela casa, e por isso as maiúsculas do título do post não são gralha.
 
Perante indiscutivelmente o CRAC mais fraco das últimas décadas, estava curioso para ver como seria a nossa reacção a isso. Se entraríamos como de costume naquele antro (borrados), ou se assumiríamos a nossa superioridade. Um golo aos 40 segundos acho que foi uma bela resposta a isso! Centro do Aktürkoğlu na esquerda e desvio de primeira do Pavlidis sem deixar a bola cair no chão. Grande golo! O fiscal-de-linha ainda o anulou, mas o grego estava em jogo por mais de meio metro! No entanto, a resposta do CRAC foi quase imediata e fomos remetidos ao nosso meio-campo durante cerca de meia-hora. Apanhámos alguns sustos, mas o Trubin não chegou a ser verdadeiramente colocado à prova, o que é bem demonstrativo da falta de qualidade do adversário. Ao invés, quando nós respondemos, atirámos duas bolas ao poste! A primeira pelo Aktürkoğlu numa jogada pela esquerda e a segunda pelo Pavlidis, depois de assistência do turco. No entanto, aos 43’ fizemos mesmo o 0-2 novamente pelo Pavlidis, que trabalhou muito bem na área, depois de um remate tortíssimo do Florentino na sequência de um canto, que se converteu numa assistência para o nosso ponta-de-lança. Este partiu os rins ao Nehuén Pérez e atirou sem hipóteses para o Diogo Costa.
 
Se, na 1ª parte, ainda sofremos um pouco, a 2ª foi quase um passeio dado que o CRAC raramente se aproximou da nossa baliza. Pelo contrário, nós fomos em busca do terceiro, com o Di María, num remate de primeira, ainda  a dar a sensação de golo, mas a bola foi às malhas laterais, e o Aktürkoğlu a permitir a mancha ao Diogo Costa pouco depois. Porém, aos 70’ acabámos de vez com a dúvidas com o hat-trick do Pavlidis, de cabeça, depois de centro perfeito do Di María. Alguns adeptos do CRAC começaram a sair do estádio e eu já estava a salivar por uma goleada vingativa de outras que sofremos no passado. O Bruno Lage, que já tinha feito entrar o Dahl para a substituição habitual do Tomás Araújo, fez igualmente entrar o Belotti e Schjelderup para os lugares do Pavlidis e Di María. E foi o norueguês a estar perto do quarto golo, mas o remate enrolado depois de ressaltar num defesa saiu a rasar o poste. Contra a corrente do jogo, o CRAC reduziu para 1-3 aos 82’ pelo Samu numa recarga a uma defesa do Trubin depois de remate do Fábio Vieira. Ainda cheguei a temer uma reacção deles nos últimos minutos, mas nada disso aconteceu e fomos nós a fazer o 1-4 aos 95’ numa cabeçada do Otamendi na sequência de um livre do Kökçü. A diferença de golos ficou mais justa assim, mas peca por defeito dada a nossa inegável superioridade (e duas bolas nos postes). No entanto, 8-2 em dois jogos contra eles para o campeonato é algo que eu nunca tinha visto.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis. Três golos naquele sítio tornam-no imediatamente imortal aos nossos olhos. Estou à vontade para dizer isto, porque desde sempre que gostei dele, mas também serve de lição para que todos tenhamos um pouco mais de paciência para com jogadores que chegam, demonstrem alguma qualidade (fartou-se de marcar na pré-temporada), mas que tenham um abaixamento de forma depois. Outro em grande nível foi o Di María, que nunca se esconde em jogos deste nível. O Aursnes também esteve em todo o lado no meio-campo, com o Florentino, depois de uma perda de bola muito comprometedora na 1ª parte, a conseguir restabelecer-se e elevar o nível a partir daí. Outro jogador a subir indiscutivelmente de forma depois de um período de ocaso é o Aktürkoğlu, que teve participação directa nos nossos lances mais perigosos da 1ª parte. O Otamendi foi imperial na defesa e, no geral, toda a equipa esteve a um nível muito bom.
 
Temos um calendário bastante complicado até final do campeonato (saídas a Guimarães, Estoril e Braga, para além da recepção à lagartada) pelo que há que manter os pés bem assentes no chão e não embandeirar em arco com esta saborosíssima vitória. No entanto, temos tudo a nosso favor para conseguirmos o 39.

sexta-feira, abril 04, 2025

Tremido

Vencemos o Farense na Luz por 3-2 na passada 4ª feira e voltámos a igualar a lagartada no 1º lugar. Perante o adversário teoricamente mais fraco até final do campeonato (sendo o penúltimo classificado, a classificação assim o dita), esperava-se uma noite tranquila, mas aconteceu tudo menos isso. Muito por culpa própria nossa, obviamente.

Com o Renato Sanches a titular no lugar do Florentino (no limite dos amarelos) e o regresso do Di María, o Bruno Lage também voltou a dar a titularidade ao Aktürkoğlu, que acabou por se assumir como a figura do jogo. A partida não poderia ter começado melhor com o 1-0 logo aos 7’ pelo turco, que só teve de encostar depois de uma assistência do Aursnes, desmarcado na direita pelo Di María. Quando aos 23’, fizemos o 2-0 num pontapé do Trubin para o Aktürkoğlu, que assistiu o Pavlidis para um bom trabalho deste na área, concretizado com um remate por entre as pernas do guarda-redes, todos julgámos que iríamos ter uma vitória fácil e quiçá folgada. Que até era necessária, porque a diferença de golos pode revelar-se importante nas contas finais e estamos atrás dos lagartos nesse aspecto. No entanto, o Farense nunca deixou de lutar e, já depois de ter colocado o Trubin à prova com um remate de fora da área, reduziu para 2-1 em cima do intervalo (43’) numa recarga de cabeça do Tomás Ribeiro a uma bola (também de cabeça) à barra na sequência de um canto.
 
Para a 2ª parte, veio o Leandro Barreiro para o lugar do Renato Sanches. Veio a saber-se no final do jogo que tem nova lesão muscular... Incrível! Aos 54’, nova sensação de que as coisas estavam resolvidas com o 3-1 num bis do Aktürkoğlu, assistido pelo Pavlidis, depois de uma bola para a área do Aursnes. Porém, mais uma vez, deixámos o Farense aproximar-se e reduzir para 3-2 aos 63’ pelo Rony Lopes. O pior ataque do campeonato marcava dois golos à melhor defesa do campeonato! Inacreditável! Com a vantagem mínima, a incerteza prolongou-se até final e não tivemos engenho para dar a machadada definitiva no marcador. Claro que isso poderia ter acontecido com um pisão ao António Silva na área, que a VAR Catarina Campos não quis ver... Ainda passámos por um susto, mas o Trubin defendeu uma cabeçada do Tomané e é bem elucidativo do desconforto em que estávamos o facto de o nosso guarda-redes ter visto um amarelo por... demora na reposição da bola em jogo...!
 
Em termos individuais, o Aktürkoğlu foi obviamente o melhor em campo, com dois golos e uma assistência, bem secundado pelo Pavlidis com uma de cada. O Aursnes também fez um bom jogo e terminou a defesa-direito, porque o Dahl estava a ter dificuldades com os ataques do Farense por aquele sector. O Renato Sanches terminou a época, sem nunca a ter verdadeiramente começado e acho que deveria ser um caso de estudo aprofundado a nível mundial. Como é que se pode ter tantas lesões musculares...?! O Di María regressou, mas completamente fora de forma e espero que não seja titular na próxima jornada. Gostei de ver o regresso do Schjelderup ainda que na condição de suplente. O Trubin também foi importante em determinados momentos do jogo.
 
Iremos a Mordor no fim-de-semana, num encontro que irá definir bastante do que será o nosso final de época. Será uma boa oportunidade para ver se temos estofo de campeão ou não, porque este é indiscutivelmente um dos CRACs mais fracos dos últimos anos.

terça-feira, abril 01, 2025

Calmo

Vencemos o Gil Vicente em Barcelos na passada 6ª feira (3-0), em jogo em atraso desde o confronto com o Barcelona para a Liga dos Campeões. Depois da pausa para as selecções, ter uma partida fora é sempre problemático, mas demos uma boa resposta e impusemo-nos de forma categórica.
 
Com o Belotti na frente e o Amdouni a manter-se no onze, só permitimos ao Gil Vicente uma oportunidade, logo nos minutos iniciais, com uma cabeçada na área que o Trubin defendeu bem. De resto, fomos só nós em campo, com o Aursnes a falhar uma clara chance ainda antes da do Gil Vicente, mas a redimir-se aos 22’ com um remate já na área, depois de boa assistência do Bruma na esquerda. Apesar da nossa supremacia, o intervalo chegou apenas com um golo de vantagem no marcador.
 
No entanto, a 2ª parte não foi muito diferença da 1ª e mantivemo-nos sempre por cima do jogo. Claro que, fazer o 2-0 logo aos 51’ numa recarga do Belotti a uma cabeçada dele próprio, depois de assistência do António Silva de cabeça na sequência de um livre para a área, ajudou bastante a tranquilizar-nos ainda mais. O Tomás Araújo saiu por lesão ainda antes da hora de jogo, entrando o Dahl para a lateral-direita, mas o Gil Vicente não deu mostras de conseguir criar-nos problemas, excepção feita a um remate de fora da área do Félix Correia que o Trubin encaixou bem. Nós fazíamos a gestão da partida, o Di María voltou aos relvados depois da lesão no Mónaco e sofreu um penalty já na compensação, que o próprio concretizou muito bem, fazendo o 3-0 final a nosso favor.
 
Em termos individuais, o Aursnes terá sido o melhor e não só pelo golo que marcou. O Belotti é esforçado, marcou (e ainda bem), mas o Pavlidis é melhor. O Amdouni não esteve nada mal na direita, mas com o regresso do Di María vai certamente perder a titularidade, porque o Bruno Lage tem os seus favoritos, entre os quais se inclui o Bruma, que, infelizmente, quer jogue bem ou mal, vai relegar o Schjelderup para um papel imerecidamente secundário (nem convocado foi nesta partida). Há coisas que nunca irei entender, mas enfim...
 
Amanhã defrontaremos o Farense na Luz para tentar voltar a igualar a lagartada no 1º lugar e aumentar a distância para nove pontos para CRAC e Braga, dado que todos eles ganharam nesta jornada (a lagartadacom dois penalties e duas expulsões na Amadora...). Esta recepção ao Farense antecede a ida a Mordor, que será importante para aferir do nosso estofo de campeão.

sexta-feira, março 28, 2025

Benfica FM | Temporada 2001/02

Nesta 4ª feira, voltei a ter o prazer de estar com os meus amigos Nuno Picado e Bakero do Benfica FM para fazermos mais uma temporada do Glorioso. Como só me chamam para o Vietname, aqui vai mais uma sessão da nossa travessia do deserto de 11 anos sem ganharmos o campeonato (e oito sem qualquer troféu...). No entanto, esta época de 2001/02 foi a que nos permitiu voltar a sonhar com alguma consistência, porque a qualidade do plantel foi substancialmente melhorada, tendo dado frutos dois anos depois com a conquista da Taça (e o campeonato no ano seguinte). Foi a época em que Simão, Mantorras, Zahovic e Tiago (a meio dela), só para dizer alguns nomes, vieram para o Benfica. E também foi a época em que houve o último jogo no velho Estádio da Luz completo, por sinal uma roubalheira daquelas frente aos lagartos. Aliás, esta temporada foi marcada por alguns jogos em que houve autênticos assaltos à mão armada (nomeadamente essa trilogia Paços de Ferreira, lagartos e Boavista). Desfrutem!

quinta-feira, março 27, 2025

O Centro de Dia da Selecção

As provas nacionais pararam na semana passada para os quartos-de-final da Liga da Nações, em que a selecção nacional começou por ser derrotada na Dinamarca por 0-1, para três dias depois conseguir dar a volta à eliminatória e apurar-se para a final four com um 5-2, após prolongamento. Estes resultados são ambos muito enganadores, porque poderíamos ter trazido um cabaz de Copenhaga e aos 86’ do jogo da 2ª mão estávamos eliminados (2-2)...
 
A atitude burguesa da equipa na Dinamarca só não nos custou muito caro, por inépcia dos dinamarqueses e algumas boas defesas do Diogo Costa. Fizemos apenas dois(!) remates enquadrados com a baliza, ambos pelo Pedro Neto, e tivemos o Cristiano Ronaldo a jogar os 90’, com o Gonçalo Ramos na bancada... Só sofremos o golo aos 78’ pelo Höjlund, mas foi um milagre a eliminatória não ter ficado decidida.
 
Na 2ª mão, no estádio do outro lado da Segunda Circular, começámos por ter um penalty oferecido, que o Cristiano Ronaldo fez o favor de transformar num passe ao guarda-redes e só marcámos porque um defesa fez um autogolo aos 38’ num canto. Os dinamarqueses jogaram muitíssimo melhor do que nós em Copenhaga e empataram cedo na 2ª parte (Nissen, 56’). Revelámos sempre imensas dificuldades em criar perigo e só num remate de fora da área do Bruno Fernandes, com recarga do Cristiano Ronaldo depois de defesa do Kasper Schmeichel, aos 72’, voltámos a igualar a eliminatória. No entanto, um tremendo erro do Rúben Dias pouco depois (76’) permitiu ao Eriksen empatar o jogo e desempatar de novo a eliminatória. A quatro minutos do fim, foi o substituto Trincão a possibilitar irmos para prolongamento ao fazer o 3-2. Logo no primeiro minuto deste, o mesmo Trincão colocou Portugal finalmente na frente da eliminatória, para o também substituto Gonçalo Ramos (que só entrou porque o Cristiano Ronaldo pediu para ser substituído no final dos 90’...) fechar a contagem aos 115’.
 
Saímos deste duplo confronto praticamente com a certeza de que não é com o Roberto Martínez que iremos a algum lado. A selecção continua a estar montada em torno do Cristiano Ronaldo, só que ele já tem... 40 anos! Foi um peso morto em ambos os jogos, com a excepção do golo que marcou, mas viu-se bem a diferença na dinâmica da equipa no prolongamento, quando entrou o Gonçalo Ramos. Por outro lado, com tantos bons jogadores na selecção e alguns em grande forma, é incompreensível a insistência no Francisco Conceição, quando o Trincão está no banco. Entrou e decidiu o jogo a nosso favor (espero é que tenha gasto os golos todos até final da época nesta partida...!). Há lugares cativos na equipa e isso é imperdoável. Iremos defrontar a Alemanha nas meias-finais da final four, mas ou as coisas levam uma volta de 180º (o que não se está a ver bem como) ou vamos sofrer mais uma desilusão numa grande competição.

quarta-feira, março 19, 2025

Susto

Vencemos o Rio Ave em Vila do Conde (3-2) no passado domingo, mas, como todos os outros também ganharam, as distâncias mantiveram-se na frente. Depois de uma jornada europeia intensa, devo dizer que a equipa deu uma resposta bem melhor do que eu estava à espera e o resultado foi escasso perante tão grande domínio da nossa parte.

Num terreno tradicionalmente difícil, entrámos bastante bem na partida e começámos a criar perigo logo desde início. O Amdouni, a grande novidade no onze, teve uma boa oportunidade a passe do Aursnes, mas o remate rasteiro já dentro da área saiu ao lado. O Rio Ave respondeu num contra-ataque, mas o Clayton rematou muito por cima. Nós continuámos a tentar, numa dupla chance no mesmo lance pelo Bruma e Aursnes, ambas defendidas pelo guarda-redes Miszta. Eu estava com medo de ser um daqueles jogos em que nos fartamos de tentar, não conseguimos e o adversário marca na primeira ocasião real que tem, mas felizmente aos 30’ o Kökçü acabou com os meus temores com um golão de fora da área. Em cima do intervalo, o Pavlidis continuou o desperdício ao falhar um desvio já na pequena-área, na sequência de uma brilhante jogada do Amdouni na esquerda. Deveríamos ter chegado ao intervalo com a partida resolvida, mas estávamos só com a vantagem mínima.

Era fundamental alargar o marcador o mais cedo possível na 2ª parte, para nos colocarmos a salvo de um percalço e assim fizemos com um penalty sobre o Pavlidis, que o próprio marcou de maneira indefensável aos 53’. Com 2-0 a nosso favor e o jogo controlado, nada faria prever o que se passou a seguir. Uma perda de bola a meio-campo e uma falta intempestiva do Florentino provocou um livre perigoso à entrada da nossa área aos 64’, marcado pelo Aguilera com a bola a desviar no Pavlidis na barreira e a trair o Trubin. O Bruno Lage refrescou a equipa aos 75’, mas poucos segundos depois o Florentino teve um erro inacreditável numa saída de bola, deixando-se bater pelo Clayton, que só teve de fintar o Trubin e marcar...! Inimaginável! A 15’ do fim, estávamos empatados num jogo que já deveria estar resolvido há séculos. Felizmente, demos uma resposta cabal logo a seguir, aos 81’, com um passe fabuloso do Aursnes a desmarcar o entretanto entrado Aktürkoğlu, que contornou o guarda-redes e atirou para a baliza deserta. Poucos minutos volvidos, o mesmo Aktürkoğlu ficou cara-a-cara com o guarda-redes, depois de uma assistência do também entrado Leandro Barrreiro, mas a bola bateu caprichosamente no poste. O Rio Ave não mais criou perigo até final e resgatámos uma vitória justa, mas escusamente complicada.

Em termos individuais, o Kökçü terá sido dos melhores e não só pelo golão que marcou. O nosso jogo ofensivo passou muito por ele, o qual, apesar do Ramadão, se apresentou em boa condição física. O Pavlidis continua a sua senda goleadora, com um penalty marcado de forma exemplar, no entanto, deveria ter feito um bis, porque aquele falhanço em cima do intervalo é quase imperdoável. O Amdouni teve algumas acções de génio, mas por vezes ausenta-se muito do jogo. O Belotti entrou muito bem na parte final e foi importante para tornarmos a estar na frente, porque o golo da vitória começou nele. Do lado negativo, destaque absoluto para o Florentino, que está ligado aos dois golos do adversário.

O campeonato irá parar agora para o play-off da Liga das Nações e, quando voltar, espera-nos um calendário muito complicado. Temos saídas dificílimas e há que manter o foco durante os 90’, porque o que se passou neste jogo não se pode voltar a passar, sob pena de não termos tanta sorte...

quinta-feira, março 13, 2025

Previsível

Fomos derrotados pelo Barcelona (1-3) na 3ª feira e dissemos adeus à Liga dos Campeões. Se não tínhamos aproveitado para ganhar um jogo em casa contra 10 na semana passada, era muito difícil ser agora que o iríamos fazer contra onze no terreno de um dos adversários mais temíveis do futebol europeu. Até entrámos bem na partida, mas o Barcelona é muito superior e nem teve de atingir os seus limites para ganhar com tranquilidade.

Com o regresso do Florentino ao onze e alinhando com possivelmente a camisola mais feia de toda a nossa história (é inacreditável como alguém no Benfica tenha deixado passar isto...!), tentámos fazer pressão alta logo desde o início, mas, a partir do momento em que o Barça a ultrapassava, criava o pânico na nossa defesa. Aos 11’, o inefável Raphinha continuava o seu caminho de ser a nossa besta negra deste ano ao inaugurar o marcador depois de um remate mal efectuado pelo Lamine Yamal, que se converteu numa assistência para o brasileiro. Reagimos muito bem e o Otamendi empatou no minuto seguinte, numa cabeçada, depois de um canto do Schjelderup, aproveitando um ligeiro desvio do Lewandowski. O Barça era naturalmente mais dominador, enquanto nós falhávamos algumas vezes por adornarmos os lances na parte final, em vez de ser mais pragmáticos. Aos 27’, os catalães puseram-se novamente em vantagem pelo Lamine Yamal num golão em arco de fora da área. Depois disto, tivemos mais dificuldades em responder e o Barça sentenciou a eliminatória aos 42’ no bis do Raphinha, depois de um contra-ataque que se seguiu a uma má decisão do Aktürkoğlu perto da baliza adversária (calcanhar em vez de um passe mais fácil e fomos apanhados em contrapé pela arrancada do Baldé).

Na 2ª parte, os catalães baixaram (e muito) o ritmo, mas sem nunca perderem o controlo do jogo. Ainda metemos a bola na baliza pelo Aursnes, mas o Pavlidis estava fora-de-jogo no início da jogada. Continuámos a tentar ao longo dos segundos 45 minutos, mas sem nunca conseguimos verdadeiramente colocar o Barça em sentido. O Bruno Lage, para variar, lá tirou o Schjelderup (é sempre dos primeiros a sair, não há que saber...) e colocou o Amdouni (também saiu o Aktürkoğlu para entrar o Renato Sanches), mas ficámos a perder, porque o suíço passou um pouco ao lado da partida. O Barça só não alargou a vantagem, porque o De Jong falhou uma emenda perto da pequena-área. Até final, ainda houve uma boa jogada individual do Renato Sanches culminada com um péssimo remate de pé esquerdo muito por cima e uma cabeçada do Amdouni que iria na direcção da baliza, se não fosse ter ficado nos pés do Koundé antes de lá chegar.

Em termos individuais, o Otamendi terá sido o melhor e não só pelo golo, já que se fartou de cortar bolas, estando sempre muito em jogo. Saúda-se o regresso do Florentino, embora se tenha percebido que não estava na sua melhor forma. O Aursnes também esteve muito bem, especialmente na 2ª parte. Já os turcos (Kökçü e Aktürkoğlu) estiveram no pólo oposto, provavelmente como consequência do Ramadão. O Schjelderup, infelizmente, deve ter feito dos últimos minutos da temporada, porque já se percebeu que o Lage não gosta nada dele e vai preferir sempre o Bruma para aquela posição. O Pavlidis não esteve mal, com a ressalva negativa para os inúmeros foras-de-jogo em que foi apanhado.

Iremos no domingo a Vila do Conde antes da pausa para a selecções. Terá havido tempo de descanso suficiente desde Barcelona e espera-se uma vitória, apesar de ser um campo tradicionalmente difícil. Foco total no campeonato a partir de agora!

terça-feira, março 11, 2025

Tranquilo

Vencemos o Nacional no passado sábado por 3-0 e mantivemos os três pontos de distância para a lagartada (com menos um jogo), que ganhou no Casa Pia por 3-1, tendo aumentado para seis frente ao CRAC, que foi derrotado em Braga (0-1). Não gosto nada de ter jogos do Benfica no dia dos meus anos (apesar deste momento inultrapassável), porque, se por acaso corre mal, fico com o dia obviamente estragado, mas claro que uma vitória do Glorioso e uma derrota do CRAC deram-me uma dupla prenda muito saborosa.

Com o regresso dos suplentes por estarmos a meio da eliminatória da Champions frente ao Barcelona, eu tinha pedido um jogo calmo e decidido relativamente cedo para não me enervar em dia de aniversário, e o Benfica fez-me a vontade. Abrimos o marcador logo aos 5’ pelo Amdouni, depois de uma recuperação do Dahl a aproveitar um mau passe do guarda-redes Lucas França na saída de bola. No entanto, este guarda-redes esteve em grande minutos depois ao defender um remate do Belotti e principalmente outro do Amdouni, que ainda estou para saber como não entrou... Aos 19’, penalty a nosso favor, por derrube sobre o Belotti, que o Kökçü converteu sem hipóteses para o Lucas França, fazendo o 2-0. Até ao intervalo, poderíamos (e deveríamos) ter resolvido a partida de vez, mas o guarda-redes continuava a exibir-se em bom plano e os nossos avançados mantinham-se perdulários, com realce para uma boa jogada de combinação entre o Amdouni, Kökçü e Belotti, com este a permitir a intervenção do guarda-redes na cara deste. Em cima do intervalo, o VAR Sr. Ricardo Baixinho sinalizou um pequeno toque do António Silva num avançado e o árbitro Sr. André Narciso assinalou penalty contra nós. Teria sido péssimo ir para o descanso com o jogo, que já deveria estar mais do que resolvido nesta altura, em aberto, mas felizmente o Samuel Soares fez uma magnífica defesa ao penalty do Dudu.

A 2ª parte começou praticamente com uma bola à barra do Bruma numa jogada de contra-ataque e, pouco depois, o mesmo Bruma estava em fora-de-jogo quando fez a assistência para o Dahl, que assim viu ser anulado um golão seu de pé direito de fora da área. Dez minutos depois do recomeço, uma perda de bola em zona perigosa do Amdouni deu ao Nacional a única verdadeira oportunidade, mas o remate do Dudu já na pequena área saiu felizmente ao lado. Daqui até final, a partida foi-se arrastando sem que nós conseguíssemos criar grande perigo, mesmo com a entrada de alguns titulares, até que mesmo em cima dos 90’, num livre para a área, um defesa do Nacional colocou a mão na bola e o entretanto entrado Pavlidis marcou um dos melhores penalties de que me lembro: golo ao canto superior esquerdo da baliza, sem a mínima hipótese para o Lucas França. Fazíamos o 3-0 selando uma vitória tranquila, tal como eu tinha pedido.

Em termos individuais, o Amdouni esteve em destaque durante a 1ª parte, mas depois decaiu a seguir ao intervalo, assim como o Kökçü. Quanto ao Dahl, é mesmo para exercer a opção o mais depressa possível, porque já ninguém duvida que é uma mais-valia. O Belotti falhou um golo feito, mas é um upgrade em relação ao Cabral como suplente do Pavlidis. O Samuel Soares foi muitíssimo importante com aquele penalty defendido que, a ser concretizado, tornaria a 2ª parte muito mais stressante. O Otamendi atravessa uma das melhores fases do ano.

Jogamos daqui a algumas horas em Barcelona o acesso aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Será uma missão (quase) impossível, mas o que se exige é que a equipa esteja à altura da história do clube e dê a maior luta que conseguir. De qualquer forma, o jogo em Vila do Conde no próximo domingo é que é fundamental.

quinta-feira, março 06, 2025

Desperdício

Perdemos ontem na Luz com o Barcelona (0-1) e irá ser preciso um milagre para nos qualificarmos para os quartos-de-final da Champions. Até porque esse milagre aconteceu nesse jogo, com a expulsão do central Cubarsí logo aos 22’, que nos deixou em superioridade numérica durante grande parte do encontro e permitiu que o nivelássemos, porque enquanto estivemos 11 para 11, o domínio dos catalães foi enorme. Infelizmente, não soubemos aproveitar essa vantagem e não só não conseguimos marcar, como ainda nos demos ao luxode sofrer, estabelecendo um recorde negativo (nunca uma equipa da casa tinha perdido um jogo na Champions estando tanto tempo a jogar com mais um...).

O Bruno Lage não inventou e colocou a equipa expectável, com o regresso do Leandro Barreiro ao meio-campo e o Dahl no banco. Logo aos 20 segundos(!), tivemos uma óptima ocasião através do Aktürkoğlu, que viu o seu remate ser defendido pelas pontas dos dedos(!) do Szczesny para canto. O Leandro Barreiro também teve uma chance nos minutos iniciais, mas não acertou com a baliza, enquanto do outro lado foi o Dani Olmo a atirar a rasar o nosso poste. A partir daí e até à expulsão, o Barça dominou completamente, com o Trubin a efectuar uma magnífica defesa a três tempos(!), provavelmente, a melhor desde que chegou à Luz. Até que se deu aquele lance em que o Pavlidis furou brilhantemente no meio da defesa contrária e sacou a expulsão ao Cubarsí. No livre, o Szczesny defendeu o remate do Kökçü e o domínio do jogo passou a ser naturalmente nosso a partir daí. No entanto, só numa cabeçada do Aktürkoğlu perto do intervalo é que estivemos perto do golo, com nova defesa do guarda-redes polaco. Logo depois da expulsão, o Hansi Flick tirou o Dani Olmo e colocou outro central, o Ronald Araújo, e conseguiu fechar bem os caminhos para a sua baliza durante a maior parte do tempo.

Na 2ª parte, aumentámos o ritmo e consequentemente criámos mais perigo. Mas, nessa altura, entrou em grande o factor desperdício. Começou logo pelo Pavlidis a desviar por cima um centro da esquerda, para logo a seguir ser o Aursnes a rematar fraco quando estava em óptima posição, depois de nova jogada na esquerda do Schjelderup. As nossas jogadas de ataque eram todas predominantemente por este lado e o Schjelderup teve outra oportunidade, com um remate mal enquadrado. Até que aos 60’, aconteceu o balde de água fria com um mau passe do António Silva (que até estava a fazer um bom jogo...) numa saída para o ataque a ser interceptado pelo Raphinha, que rematou de fora da área, com a bola ainda a ser ligeiramente desviada pelo Otamendi e caprichosamente a entrar no canto inferior direito da baliza do Trubin. Deu a sensação que, sem esse desvio, iria ao lado. Sentimos bastante o golo sofrido e nunca mais tivemos a preponderância desses primeiros 15’ da segunda parte, embora, logo a seguir ao golo, o Kökçü tenha tido um remate de pé esquerdo à entrada da área, que saiu ao lado, quando poderia ter feito bem melhor. Para a nossa baixa de produção, muito contribuiu o Bruno Lage na altura das substituições. O Tomás Araújo já tinha saído antes do golo por problemas físicos para a entrada do Dahl, mas aos 70’ o Lage resolveu tirar o Schjelderup, que estava a ser de longe o nosso jogador mais perigoso, e o Leandro Barreiro para entrarem o João Rêgo e Belotti. E isto com o Aktürkoğlu a estar completamente fora dela desde o início da 2ª parte...! É incompreensível que o Bruno Lage vá para o campo já com ideias definidas sobre a saída do Schjelderup, independentemente do modo como ele esteja a jogar... É que só pode ser isso, não há outra explicação! Por isso, pela segunda vez na vida, assobiei veementemente uma substituição de um treinador do Benfica (só comparável à saída do João Neves contra o Farense no ano passado, feita pelo Schmidt)! Como se isso já não bastasse, nunca até hoje jogámos grande coisa com dois pontas-de-lança em campo, mas havia mesmo de ser contra o Barça que o iríamos fazer... Enfim...! Mas lá fomos tendo mais algumas oportunidades, nomeadamente com um remate do Aktürkoğlu já na área (que tirou a bola ao Aursnes que vinha embalado de trás!) a ser defendido sem grande dificuldade pelo Szczesny, e, já no final, com outro do regressado Renato Sanches a ser defendido com mais dificuldade pelo polaco. Pouco antes disso, houve um penalty sobre o Belotti, mas que foi revertido pelo VAR, por milimétrico fora-de-jogo do italiano.

Em termos individuais, o Schjelderup foi dos melhores, especialmente na 2ª parte, mas infelizmente, o Bruno Lage nunca o deixa jogar até aos 90’. O Pavlidis também esteve muito bem, exceptuando no que se refere à finalização, mas é indiscutível que atravessa uma fase de grande confiança. O Carreras levou um amarelo e irá fazer muita falta em Barcelona. O Trubin teve aquelas três defesas no mesmo lance e, só por isso, merece igualmente uma menção. O António Silva acaba por estar ligado ao resultado, o que é pena, porque nem tinha estado nada mal até então. Já o Otamendi fez o seu 100º jogo na Champions com uma boa exibição.

Graças a esta norma da UEFA que nunca ninguém me conseguiu explicar (porque é que umas equipas têm oito dias entre jogos e outras seis...!), não vamos ter descanso quase nenhum com a partida frente ao Nacional no sábado e a ida a Barcelona na 3ª feira. Dito isto, é bom que não nos desconcentremos frente aos madeirenses, principalmente depois deste resultado que nos coloca praticamente fora da Liga dos Campeões.

P.S. – Andaram a tentar durante vários anos e finalmente parece que vão conseguir...! Por volta dos 35’, os No Name não se lembraram de melhor do que reeditar o que fizeram no jogo frente ao CRAC e que, na altura, desconcentrou a equipa a ponto de sofrer o golo do empate: acenderam uma quantidade inacreditável de pirotecnia e fizeram com que o jogo tivesse de ser interrompido durante uns minutos! Como estávamos com uma pena suspensa da UEFA por causa disto mesmo, agora é que eles devem mesmo conseguir interditar o Estádio da Luz! Espero é que tenhamos sorte e que seja só o sector onde eles estão, tal com o aconteceu com as claques da lagartada. Eu gostava muito de perceber o que vai na cabeça desta cambada de acéfalos para, depois de todos os avisos que tivemos da UEFA, continuar a fazer isto! Ou melhor, se calhar até, sei: não vai nada na cabeça deles, porque simplesmente não há nada lá dentro! Só isso explica este comportamento infame!

sábado, março 01, 2025

A caminho do Jamor

Vencemos o Braga (1-0) na Luz na passada 4ª feira e qualificámo-nos para as meias-finais da Taça de Portugal, onde iremos defrontar o Tirsense do Campeonato de Portugal. Dado que é um adversário do quarto escalão do futebol nacional, que está a lutar para não descer às distritais e que é uma eliminatória a duas mãos, era só o que mais faltava não irmos à final da Taça em Maio. Seria o maior escândalo da nossa história.

Sabedor que este era verdadeiramente o jogo que decidida a ida à final, o Bruno Lage voltou a apostar na equipa mais forte, com as novidades Dahl e Bruma em vez dos habituais Leandro Barreiro e Schjelderup (de quem decididamente o Lage não gosta muito...). Entrámos muito bem na partida e o Aktürkoğlu atirou ao poste, depois de um bom lance individual, com o Pavlidis a não conseguir marcar na recarga. Pouco depois, o Braga teve a única verdadeira oportunidade numa cabeçada do Racic num canto que saiu a rasar o poste, num lance em que o António Silva foi, à semelhança de muitos outros iguais, mais uma vez batido... O Bruma ainda meteu a bola na baliza, mas o Pavlidis estava fora-de-jogo no decurso da jogada e o guarda-redes Horníček defendeu um remate do Aktürkoğlu, bem desmarcado pelo Kökçü, até que aos 38’ marcámos finalmente num bom remate do Pavlidis de fora da área, depois de uma assistência do Dahl, que a aproveitou um mau passe do Paulo Oliveira. Era um golo mais do que merecido tamanhas foram as oportunidades que tivemos e, em cima do intervalo, foi o Kökçü a não conseguir desviar quase sobre a linha um centro do Carreras. Ou seja, deveríamos ter chegado ao descanso com a eliminatória resolvida e o jogo ainda ficou em aberto.

Na 2ª parte, o ritmo não foi tão elevado, mas tivemos uma soberana ocasião para fechar a partida, pouco depois do reinício,  com o Bruma isolado pelo Carreras a permitir a defesa do Horníček. Logo a seguir, foi o Pavlidis a não conseguir acertar bem na bola depois de um centro do Aktürkoğlu, que desviou num defesa. O extremo Roger era o jogador mais perigoso do Braga, mas conseguimos controlá-los minimamente e não permitimos grandes chances para marcarem. Foi, aliás, nossa a melhor ocasião até final, com o entretanto entrado Schjelderup a ter uma boa jogada individual, culminada com um remate defendido pelo guarda-redes, mas o norueguês deveria ter dado para o lado, porque o Belotti estava isolado... Não merecíamos ter ansiado tanto pelo final do jogo pelas enormes oportunidades que tivemos para o resolver mais cedo.

Em termos individuais, o Pavlidis merece destaque por ter decidido a eliminatória. O Kökçü também esteve em bom plano, especialmente na 1ª parte, juntamente com o Aktürkoğlu na direita. O Dahl não esteve tão bem como em partidas anteriores, mas existem já poucas dúvidas sobre termos de exercer a opção de compra. O Bruma fez o jogo mais fraco desde que está no Benfica, o Otamendi esteve imperial na defesa e o Samuel Soares acabou por ter pouco trabalho.

Teremos agora uma semana para preparar o Barcelona, dado que a ida ao Gil Vicente foi adiada para o final do mês. Mas convém não nos esquecermos que o campeonato (e a Taça) são as nossas prioridades.

terça-feira, fevereiro 25, 2025

Supremacia

Vencemos o Boavista na Luz (3-0) no passado sábado numa jornada assaz favorável para as nossas cores, já que os outros dois empataram: a lagartada 2-2 na Vila das Aves e o CRAC 1-1 em casa frente ao V. Guimarães, com os golos do empate dos adversários a surgirem em ambos os casos já perto do final da partida, o que deu logo outro sal à coisa...! Assim sendo, estamos agora em igualdade pontual com os verdes no 1º lugar e vimos os azuis alargarem a distância para nós para seis pontos.

Perante o último classificado e depois de uma jornada europeia, o Bruno Lage promoveu novamente a rotação da equipa. E começou logo pela baliza, com o Samuel Soares a substituir o Trubin, que esteve longe de estar bem frente ao Mónaco e é bom que sinta que o lugar não esteja completamente seguro. O Leandro Santos voltou à lateral-direita e a frente de ataque foi toda renovada, com o Belotti, Amdouni, Bruma e Dahl. Começámos numa toada muito morna, com o Amdouni a falhar uma oportunidade clamorosa, de peito, em cima da baliza, depois de um canto. O Boavista, com muitos reforços de Inverno, mas ainda quase nada entrosados com a equipa, não criava perigo praticamente nenhum e fomos nós a abrir o marcador aos 28’ numa boa jogada do Bruma pela esquerda, com assistência para o Belotti na área desfeitear o guarda-redes. Até ao intervalo, foi o italiano a estar em destaque com um remate de primeira ao poste, depois de centro na direita, e outro bem defendido pelo Vaclik (a primeira de uma série inacreditável de defesas), que não se percebe como é que estava desempregado...

Tudo se tornou ainda mais desequilibrado pouco depois do intervalo com a (justa) expulsão do Reisinho por ter atingido com os pitons a perna do Kökçü. Teve seguimento o nosso festival de desperdício, com o Vaclik a continuar a ser o grande responsável. O Amdouni e o Bruma viram-no defender quando estavam isolados perante ele, com o Belotti também a ter uma ocasião em que o guarda-redes defendeu com o ombro. Foi preciso entrar o Pavlidis para que fizéssemos o golo da tranquilidade aos 70’, ao desviar para a baliza uma assistência do Aktürkoğlu, também entrado, na direita depois de ser desmarcada por um passe do Kökçü. Logo a seguir, o Vaclik fez possivelmente a sua melhor defesa, quase à queima-roupa, num remate de recarga a meias entre o Kökçü e o Pavlidis. Até que aos 77’ fechámos de vez a partida com o 3-0 num penalty indiscutível sobre o Dahl, que o Kökçü marcou sem espinhas. Até final, ainda deu para entrar novamente o Nuno Félix e para a estreia do Diogo Priostes na equipa principal.

Em termos individuais, o Dahl foi para mim o melhor em campo. Muito inteligente a jogar, com boa capacidade técnica, está a ser uma indiscutível mais-valia. É bom que preparemos 8 M€ para exercer a opção de compra à Roma. O Belotti também esteve em destaque, em especial na 1ª parte, com um golo e mais duas chances que lhe poderia ter valido um hat-trick. O Bruma ficou em branco, mas teve intervenção no primeiro golo e está a revelar-se igualmente muito útil, porque deu rendimento imediato. Sem ter de forçar muito, no geral, toda a equipa se exibiu a um nível satisfatório.

Defrontaremos amanhã o Braga nos quartos-de-final da Taça e, em caso de vitória, jogaremos as meias-finais frente a uma equipa do Campeonato de Portugal, pelo que temos uma completa via aberta para ir ao Jamor. Estamos em todas as frentes, mas há que chegar aos jogos decisivos, pelo que a concentração competitiva é fundamental nesta fase, em que a equipa começa a revelar algum desgaste físico.

quinta-feira, fevereiro 20, 2025

Susto

Empatámos com o Mónaco (3-3) na passada 3ª feira e garantimos um lugar nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Eu bem tinha ficado com a sensação de que ainda poderíamos lamentar termos desperdiçado uma óptima oportunidade de acabar com a eliminatória em França, depois de estarmos em vantagem numérica, e este jogo confirmou essa suspeita. Sofremos a bom sofrer e só a seis minutos do final é que nos livrámos do prolongamento.
 
O regresso (antecipado) do Aursnes foi a grande novidade no onze. Tivemos logo uma grande ocasião nos primeiros minutos, com um desvio do Leandro Barreiro num livre para a área a ser defendido pelo guarda-redes Majecki. Mas a resposta foi praticamente imediata com o Trubin a fazer bem a mancha perante um adversário. No entanto, fomos nós a inaugurar o marcador aos 22’ numa boa jogada individual do Pavlidis a bater um defesa, depois de o Barreiro ter ganho a bola na pressão sobre outro defesa, e assistir o Aktürkoğlu do lado oposto, que marcou em carrinho. O Mónaco reagiu bem ao golo sofrido e o Embolo atirou de cabeça ao poste, para logo a seguir chegar à igualdade aos 32’ através do Minamino, num remate em que o Trubin foi mal batido, depois de um lançamento lateral a nosso favor! O Schjelderup rematou fraco, quando estava em relativa boa posição, mas mesmo em cima do intervalo foi o Embolo a falhar escandalosamente o segundo golo, num contra-ataque em que ficou só com o Trubin pela frente, mas atirou muito por cima.
 
Não estivemos nada confortáveis no jogo durante a quase totalidade da 1ª parte e a tendência não se alterou no início da 2ª. A falta do muro Florentino neste tipo de partida nota-se sobremaneira e, aos 52’, a eliminatória ficou igualada: jogada na direita conduzida pelo fantástico Akliouche e remate do Ben Seghir já dentro da área, com o Trubin a nem se mexer. Era óbvio que o Bruno Lage tinha de fazer alguma coisa e retirou o muito apagado Schjelderup e o Aktürkoğlu para colocar o Dahl e o Amdouni. Melhorámos bastante com estas substituições, ficando mais próximo de um 4-4-2, com o suíço a fazer companhia ao Pavlidis e o Aursnes a derivar para a direita. Começámos a surgir no meio-campo ofensivo com outro peso, embora os monegascos nunca tivessem descurado o contra-ataque. Aos 72’ beneficiámos de um penalty de VAR, por falta sobre o Aursnes, que o Pavlidis concretizou da melhor maneira quatro minutos depois. Do modo como estava a partida, todos pensámos que estava feito, mas o que é certo é que um erro do Otamendi, que foi à queimasobre um adversário e perdeu no confronto físico, proporcionou ao recém-entrado Ilenikhena isolar-se e fazer o 2-3 aos 81’, com um remate em que, mais uma vez, o Trubin foi muito mal batido, com a bola a passar-lhe por baixo do corpo. O que nos valeu foi que aos 84’, o Kökçü desviou ligeiramente um óptimo centro do Carreras para a área e restabeleceu a igualdade para nós. Foi a loucura completa no estádio! Até final, ainda deu para o árbitro assinalar novo penalty a nosso favor, mas desta vez revertido pelo VAR, porque considerou que foi o Dahl a tocar no pé do defesa e não o contrário. Perdemos a hipótese de ganhar o jogo, mas conseguimos o mais importante com a qualificação para os oitavos.
 
Em termos individuais, destaque para o Pavlidis com um golo e uma assistência, para o Kökçü, pelo golo decisivo e por uma 2ª parte em que subiu exponencialmente de produção, depois de uma 1ª em que o jogo lhe passou ao lado, e para o Dahl (e Amdouni) que ajudaram bastante à melhoria da equipa com a suas entradas. Ao invés, o Otamendi já teve melhores noites, o Tomás Araújo pareceu não completamente recuperado dos problemas físicos e, principalmente, o Trubin ficou muito ligado a dois dos golos sofridos.
 
Teremos amanhã o sorteio para saber se nos irá calhar o Liverpool ou o Barcelona. Eu preferia este último, mas o nosso principal foco tem é de estar na recepção ao Boavista no sábado e no campeonato nacional.