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terça-feira, abril 08, 2025

PAVLIDIS!

Vencemos o CRAC em Mordor por maravilhosos 4-1 no passado domingo e, com o empate ontem da lagartada frente ao Braga (1-1), estamos isolados na frente do campeonato com dois pontos de vantagem a seis jornadas do fim. E colocámos o CRAC a 12(!) de diferença. É o que se chama uma jornada perfeita! Como perfeita foi a actuação do Pavlidis, autor de um inédito hat-trick naquela casa, e por isso as maiúsculas do título do post não são gralha.
 
Perante indiscutivelmente o CRAC mais fraco das últimas décadas, estava curioso para ver como seria a nossa reacção a isso. Se entraríamos como de costume naquele antro (borrados), ou se assumiríamos a nossa superioridade. Um golo aos 40 segundos acho que foi uma bela resposta a isso! Centro do Aktürkoğlu na esquerda e desvio de primeira do Pavlidis sem deixar a bola cair no chão. Grande golo! O fiscal-de-linha ainda o anulou, mas o grego estava em jogo por mais de meio metro! No entanto, a resposta do CRAC foi quase imediata e fomos remetidos ao nosso meio-campo durante cerca de meia-hora. Apanhámos alguns sustos, mas o Trubin não chegou a ser verdadeiramente colocado à prova, o que é bem demonstrativo da falta de qualidade do adversário. Ao invés, quando nós respondemos, atirámos duas bolas ao poste! A primeira pelo Aktürkoğlu numa jogada pela esquerda e a segunda pelo Pavlidis, depois de assistência do turco. No entanto, aos 43’ fizemos mesmo o 0-2 novamente pelo Pavlidis, que trabalhou muito bem na área, depois de um remate tortíssimo do Florentino na sequência de um canto, que se converteu numa assistência para o nosso ponta-de-lança. Este partiu os rins ao Nehuén Pérez e atirou sem hipóteses para o Diogo Costa.
 
Se, na 1ª parte, ainda sofremos um pouco, a 2ª foi quase um passeio dado que o CRAC raramente se aproximou da nossa baliza. Pelo contrário, nós fomos em busca do terceiro, com o Di María, num remate de primeira, ainda  a dar a sensação de golo, mas a bola foi às malhas laterais, e o Aktürkoğlu a permitir a mancha ao Diogo Costa pouco depois. Porém, aos 70’ acabámos de vez com a dúvidas com o hat-trick do Pavlidis, de cabeça, depois de centro perfeito do Di María. Alguns adeptos do CRAC começaram a sair do estádio e eu já estava a salivar por uma goleada vingativa de outras que sofremos no passado. O Bruno Lage, que já tinha feito entrar o Dahl para a substituição habitual do Tomás Araújo, fez igualmente entrar o Belotti e Schjelderup para os lugares do Pavlidis e Di María. E foi o norueguês a estar perto do quarto golo, mas o remate enrolado depois de ressaltar num defesa saiu a rasar o poste. Contra a corrente do jogo, o CRAC reduziu para 1-3 aos 82’ pelo Samu numa recarga a uma defesa do Trubin depois de remate do Fábio Vieira. Ainda cheguei a temer uma reacção deles nos últimos minutos, mas nada disso aconteceu e fomos nós a fazer o 1-4 aos 95’ numa cabeçada do Otamendi na sequência de um livre do Kökçü. A diferença de golos ficou mais justa assim, mas peca por defeito dada a nossa inegável superioridade (e duas bolas nos postes). No entanto, 8-2 em dois jogos contra eles para o campeonato é algo que eu nunca tinha visto.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis. Três golos naquele sítio tornam-no imediatamente imortal aos nossos olhos. Estou à vontade para dizer isto, porque desde sempre que gostei dele, mas também serve de lição para que todos tenhamos um pouco mais de paciência para com jogadores que chegam, demonstrem alguma qualidade (fartou-se de marcar na pré-temporada), mas que tenham um abaixamento de forma depois. Outro em grande nível foi o Di María, que nunca se esconde em jogos deste nível. O Aursnes também esteve em todo o lado no meio-campo, com o Florentino, depois de uma perda de bola muito comprometedora na 1ª parte, a conseguir restabelecer-se e elevar o nível a partir daí. Outro jogador a subir indiscutivelmente de forma depois de um período de ocaso é o Aktürkoğlu, que teve participação directa nos nossos lances mais perigosos da 1ª parte. O Otamendi foi imperial na defesa e, no geral, toda a equipa esteve a um nível muito bom.
 
Temos um calendário bastante complicado até final do campeonato (saídas a Guimarães, Estoril e Braga, para além da recepção à lagartada) pelo que há que manter os pés bem assentes no chão e não embandeirar em arco com esta saborosíssima vitória. No entanto, temos tudo a nosso favor para conseguirmos o 39.

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