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quarta-feira, maio 28, 2025

Desilusão e roubo – parte II

Perdemos frente à lagartada no Jamor no passado domingo (1-3) e ainda não foi desta que voltámos a ganhar a Taça de Portugal. Continuamos, portanto, a aumentar o nosso vergonhoso histórico de apenas três taças ganhas nos últimos 29 anos. No entanto, em relação a este jogo há muito para dizer e não é obviamente por acaso que o post tem o mesmo título do encontro frente ao Arouca. Foi mais do mesmo.

O Bruno Lage surpreendeu ao manter o Samuel Soares na baliza (tal como nos outros jogos da Taça de Portugal) e o Bruma na direita, em vez do Di María, que tinha entrado bem frente ao Braga. A outra alteração foi a entrada do Dahl para o lugar do Leandro Barreiro, dado que o Aursnes ainda não estava a 100% (e foi para o banco). Entrámos bem no jogo e a 1ª parte foi toda nossa, com algumas boas oportunidades, nomeadamente um remate do Pavlidis, que o guarda-redes Rui Silva defendeu para o poste, e outro do Bruma que foi desviado por um defesa e passou a rasar a barra. Já tínhamos tido um penalty assinalado a nosso favor logo aos 12’, mas o VAR Tiago Martins anulou-o por um fora-de-jogo do Kökçü de 20 e tal centímetros. Digo isto desde sempre e não é de agora: esta questão das linhas é ridícula e só estraga o futebol. Por mim, via-se a imagem e, havendo dúvidas, beneficiava-se a equipa que ataca, como se fazia antes do VAR. Ponto final. É uma estupidez anularem-se golos por poucos centímetros, quando é óbvio que o jogador não tirou proveito nenhum dessa putativa vantagem. Em relação a ataques da lagartada, só em cima do intervalo o inevitável Gyökeres teve um remate que o Samuel Soares encaixou sem dificuldade.

A 2ª parte não poderia ter tido um início mais forte da nossa parte. Marcámos logo aos 47’ num grande remate rasteiro de fora da área do Kökçü. Aos 50’, metemos novamente a bola na baliza pelo Bruma, depois de uma tabela maravilhosa com o Pavlidis, com um remate desviado do Rui Silva à sua saída. No entanto, o VAR Tiago Martins conseguiu descobrir uma pretensa falta do Carreras sobre o Trincão no início da jogada, quando o nosso jogador toca na bola primeiro...! O Sr. Luís Godinho, ao contrário do que fez o Sr. António Nobre frente ao Arouca, por exemplo, resolveu seguir a indicação do VAR Tiago Martins e literalmente roubar-nos o golo! Inacreditável! Sentimos imenso essa decisão da arbitragem e não fomos tão afoitos a tentar resolver o jogo com um segundo golo. No entanto, estivemos muito bem em termos defensivos e não permitimos que a lagartada criasse situações difíceis para o Samuel Soares. O Bruno Lage começou a fazer substituições e, por volta dos 70’, colocou o Renato Sanches e o Schjelderup, fazendo sair os turcos, sendo que o Kökçü estava tocado. Pouco antes dos 80’, substituiu o Tomás Araújo e Pavlidis (este de um modo incompreensível, dado que estava a conseguir manter a posse de bola e fazer a equipa defender mais à frente) pelo Aursnes e Belotti. O italiano teve uma boa oportunidade para marcar, mas o Rui Silva defendeu para canto. Entretanto, por causa de algumas entradas em campo da nossa equipa médica, o Sr. Luís Godinho resolveu dar 10’ de compensação! Pena foi que o Sr. João Pinheiro não tenha feito o mesmo na Luz frente à lagartada há umas semanas...! A meio desse período, aconteceu o lance que vai ser falado por muitos e longos anos: numa jogada perto da bandeirola de canto, o Belotti caiu no meio de uma disputa de bola com o Maxi Araújo e Matheus Reis e é agredido pelos dois! O uruguaio dá-lhe uma cotovelada na cabeça e o brasileiro pisa-lhe a nuca! De uma maneira que só se entende por ser propositada, o VAR Tiago Martins não chamou o árbitro e deixou-os continuar em campo. É absolutamente impossível, a não ser por evidente má-fé e intenção de roubar o Benfica, que não tenha visto o que se passou. Impossível! Continuávamos a controlar a partida, mas no último desses 10’ de compensação cometemos o mesmo erro do jogo frente ao Arouca e permitimos um contra-ataque adversário! Tivemos mais de uma ocasião para cortar a jogada com uma falta, pelo Florentino e António Silva, este perante o Gyökeres, que o ultrapassou e foi abalroado pelo Renato Sanches já na área. Foi uma falta difícil de perceber, porque foi por trás, sem hipótese de disputar a bola, quando o sueco ainda tinha o Otamendi pela frente! Que intervenção tão idiota! No inevitável penalty, o Gyökeres rematou de um modo que nenhum guarda-redes no mundo conseguiria lá chegar. Íamos para prolongamento com o momentum todo do lado da lagartada.

Até nem entrámos mal neste período, com o Leandro Barreiro, que tinha substituído o Bruma no início da compensação, a optar mal por fazer uma tabelinha com o Schjelderup, quando poderia ter rematado à baliza. No entanto, a sorte do jogo não estava de todo do nosso lado e, num livre para a área aos 99’, o Harder saltou mais alto do que toda a nossa defesa e fez o 1-2 de cabeça. O Bruno Lage fez entrar o Di María pouco depois, mas foi a vez de a lagartada fazer antijogo e não permitir que se jogasse grande parte do prolongamento. Um grande remate do Di María ligeiramente por cima da barra foi a melhor oportunidade que tivemos, mas foi a lagartada a fazer o 1-3 final em cima dos 120’ pelo Trincão.

Em termos individuais, o Florentino foi de longe o melhor jogador do Benfica. O Pavlidis também foi dos que mais se destacaram e não se percebe esta mania de o Bruno Lage o substituir sem o jogo estar decidido a nosso favor... Apesar de não ter estado nada de acordo com a sua titularidade num jogo tão decisivo, o Samuel Soares não esteve nada mal, sendo muito seguro nas bolas aéreas, embora eu não goste nada de guarda-redes que se põem a fintar adversários... (E fê-lo por duas vezes!). O Renato Sanches não tinha entrado nada mal, mas o penalty escusado e idiota mancha completamente a sua exibição.

Terminámos da pior maneira a temporada, com não-vitórias nos últimos três jogos que nos custaram os dois principais títulos. E perdemo-los de maneira semelhante: a permitir contra-ataques do adversário nos últimos minutos de compensação, quando estávamos em vantagem no marcador! Temos, de longe, o melhor plantel do futebol português e acabar a época com apenas um título (e o menos importante deles todos), a Taça da Liga, é muito frustrante. No final da partida, o Rui Costa veio finalmente insurgir-se contra a arbitragem, mas é manifestamente tarde demais. Temos muitas culpas próprias, mas fomos prejudicados de maneira evidente em lances decisivos. Há muito que reflectir para a próxima época, em que teremos de disputar as pré-eliminatórias de acesso à Champions. No entanto, antes disso teremos o Mundial de Clubes em que iremos colocar o nosso prestígio à prova.

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