terça-feira, abril 27, 2021
Sofrível
Vencemos o Santa Clara na Luz por 2-1 e reduzimos a diferença para o CRAC para quatro pontos, dado que eles empataram em Moreira de Cónegos por 1-1. Por seu lado, aumentámos para cinco a distância para o Braga, que perdeu em casa com a lagartada (0-1), apesar de estar a jogar com mais um jogador desde os 18’! Em termos objectivos, acabou por ser uma jornada positiva, se bem que o nosso resultado é quase lisonjeiro dado que a exibição voltou aos fracos patamares de quase toda esta temporada.
Apesar da especulação, continuámos com o esquema de três centrais, e o Weigl e Everton regressaram à titularidade, por troca com o castigado Gabriel e o Taarabt a fazer o Ramadão. A nossa bipolaridade exibicional dos últimos jogos voltou a revelar-se em todo o seu esplendor. Jogamos muito melhor fora de casa do que na Luz e o Santa Clara, à semelhança do Gil Vicente, fez um jogo bastante bom e com um pouco mais de sorte estaríamos aqui agora a chorar pontos perdidos. Um dado singelo resume bem a partida: tivemos apenas um(!) remate enquadrado com a baliza, contra sete(!) dos açorianos. O jogo começou muito dividido e, numa boa combinação atacante, o Pizzi rematou rente ao poste de pé esquerdo. O Santa Clara respondeu pouco depois, num lance em que o Helton Leite ia colocando a bola na baliza, na sequência de uma defesa com o braço. Aos 26’ inaugurámos o marcador, através do segundo autogolo consecutivo na Luz, desta vez do Carlos Júnior, que cabeceou para a sua própria baliza na tentativa de cortar um centro do Everton, depois de uma boa jogada deste. Ainda antes da meia-hora, foi o Seferovic a falhar um golo cantado, atirando por cima praticamente na pequena-área e só com o guarda-redes pela frente, não conseguindo materializar uma óptima assistência do Diogo Gonçalves. Até ao intervalo, foi o Santa Clara a rematar mais vezes, mas felizmente a pontaria não esteve afinada.
Esperava-se que a 2ª parte, à semelhança de Portimão, fosse melhor, mas aconteceu exactamente o oposto. Até sofrermos o golo do empate, ficámos nos balneários. O Helton Leite teve uma defesa magistral a um livre sob o lado esquerdo, mas aos 62’ já não conseguiu fazer nada perante um remate à entrada da área do Anderson Carvalho, depois de uma recuperação de bola dos açorianos, quando nós tentávamos sair a jogar e o Otamendi viu o seu passe interceptado por um adversário. Pouco antes do golo, já tinha entrado o Chiquinho para o lugar no Everton, na tentativa de reequilibrar o meio-campo, em que o Pizzi a oito via o jogo passar todo ao lado dele... Mas também não demorou muito para o nº 21 sair, entrando o Darwin. Fomos voltando a estar mais por cima da partida e aos 73’ recolocámo-nos na frente, com uma boa jogada pela direita do Rafa e Diogo Gonçalves, com este a cruzar atrasado para a entrada de rompante do Chiquinho a atirar de pé esquerdo já na área, sem hipóteses para o guarda-redes Marco Rocha. A cerca de 10’ do fim, noutro bom centro do Diogo Gonçalves, o Seferovic tirou-me do sério quando tentou rematar de calcanhar, em vez de ser normalmente, falhando assim uma oportunidade clamorosa de acabar com as dúvidas quanto ao vencedor. Logo a seguir, o Jesus esgotou as substituições com as entradas do Gilberto, Pedrinho e Waldschmidt para os lugares do Diogo Gonçalves, Seferovic e Rafa. Até final, ainda deu para o Darwin fazer igual a Portimão e tentar assistir um colega (neste caso, o Waldschmidt), quando estava em boa posição, mas a falhar de maneira quase escandalosa o passe, e para o Santa Clara assustar com um remate já em tempo de compensação que o Helton Leite só segurou à segunda. O Weigl e o Otamendi também viram amarelos neste período e vão ser baixas para a deslocação a Tondela.
Em termos individuais, destaque para o Chiquinho não só por ter marcado o golo da vitória, como por ter mexido com o nosso meio-campo. Já aqui o disse e volto a repetir: não percebo a razão da sua ostracização, porque o acho bastante melhor do que o Pizzi e Taarabt para a posição oito. Tem mais dinâmica sozinho do que aqueles dois em conjunto, defensa muito melhor que ambos, não emperra o jogo e faz a bola circular com muito mais rapidez, chega com muito mais perigo à área do que o marroquino, enfim, um sem-número de características que, no mínimo, justificariam bastantes mais oportunidades. Outro elemento que esteve bem foi o Diogo Gonçalves, com um par de assistências perfeitas a serem ingloriamente desperdiçadas pelo Seferovic. Quanto aos outros, estiveram todos num patamar muito inferior.
Iremos agora a Tondela com aquelas duas baixas já confirmadas, antes de recebermos o CRAC. Não podemos facilitar se ainda queremos ter esperanças de alcançar o segundo lugar, mas como o jogo é fora de casa a expectativa é que corra melhor. Porque deve haver certamente alguma coisa no ar da Luz que nos faz jogar bastante pior em casa do que fora...
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1 comentário:
Não me parece que jogar com três centrais em casa esteja a resultar a equipa fica com demasiados jogadores que não atacam ou que o fazem pouco e depois isso nem sequer estanca o jogo do adversário já que com um meio campo sempre em inferioridade os adversários continuam a chegar muitas vezes, demasiadas, junto da nossa área e qualquer erro da defesa é penalizado.
Mas quando produzimos pouco, basta ver que em casa nos últimos dois jogo só marcamos um, se somarmos termos um ponta de lança que oscila entre aproveitar todas, ou quase todas, as oportunidades que tem e o falhar todas algumas de forma absolutamente escandalosa então a coisa fica muito difícil e então aquele ultimo lance antes do ponta de lança sair é inadmissível não só por aquele toque patético de calcanhar como ainda por cima, mais uma vez, fez de central adversário tirando a bola do colega que estava melhor colocado e que só tinha de encostar.
Pelos vistos a culpa de jogarmos mal em casa continua a ser dos adeptos, como alguns dizem, que são demasiado exigente e fazem muita pressão sobre os jogadores e que passam intranquilidade da bancada para o relvado já era tempo de não termos público nos estádios, pelo menos em casa, para jogarmos mais tranquilos, mas enquanto muitos continuarem a pensar assim mais vezes se vai repetir o que tem acontecido nestas últimas quatro épocas.
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