terça-feira, abril 06, 2021
Escasso
O primeiro penalty à 25ª jornada(!) concretizado pelo Waldschmidt deu-nos ontem uma vitória tangencial perante o Marítimo (1-0) na Luz. Foi um resultado tremendamente parco para as oportunidades que tivemos, algumas delas falhadas de forma que deveria dar multa. Claro que, quando assim é, colocamo-nos a jeito e poderíamos ter tido um enorme dissabor já perto do final do jogo. Como o Braga (2-1 em Faro) e o CRAC (2-1 em Mordor frente ao Santa Clara) ganharam já em tempo de compensação, mantém-se tudo igual em relação a estes, mas a lagartada finalmente provou do seu próprio veneno e consentiu o empate em Moreira de Cónegos também já nos 90’ (1-1), tendo agora nós 11 pontos de distância para eles.
Já se sabe que, depois de interrupções para as selecções, os jogos são sempre mais complicados, porque inevitavelmente se perde a rodagem. Ainda por cima, estávamos numa boa fase, pelo que esta pausa não veio nada a calhar. No entanto, recebendo um dos últimos classificados em casa, esperar-se-ia que conseguíssemos ultrapassar essas dificuldades. O Jesus voltou ao esquema habitual do 4-4-2, com o regresso do Everton à ala esquerda, mas entrámos um pouco lentos e sem a dinâmica dos últimos jogos. Porém, o Marítimo também não conseguia criar grande perigo, mostrando um futebol que justifica que esteja nos piores lugares da classificação. Um remate do Everton em boa posição não deveria ter ido à figura do guarda-redes Amir e aos 21’ o Sr. Luís Godinho fez história ao assinalar o primeiro penalty a nosso favor em 25 jornadas! Falta do Hermes sobre o Rafa e o Waldschmidt apesar de ter feito uma aproximação à bola que me dá cabo dos nervos (passinhos curtos!) rematou colocadíssimo, sem hipóteses para o guarda-redes. Marcávamos ainda antes do meio da 1ª parte, o que se esperava que nos tranquilizasse e permitisse gerir o jogo de maneira a aumentar a vantagem sem a pressão do primeiro golo. Logo a seguir, o Seferovic brilhantemente desmarcado pelo Grimaldo teve um domínio excelente, mas se calhar rematou rápido demais e a bola saiu ao lado, quando só tinha o guarda-redes pela frente. O suíço continuava a tentar, mas uma boa combinação ao primeiro toque com o Rafa esbarrou novamente nas pernas do Amir. O Waldschmidt falhou uma recepção de bola que o colocaria isolado, mas, em cima do intervalo e num livre para a área, o Marítimo assustou o Helton Leite com um remate de joelho que, se tivesse acertado bem na bola, teria certamente dado a igualdade.
A 2ª parte fica marcada por três falhanços absolutamente imperdoáveis da nossa parte, com jogadores completamente isolados a não conseguiram desfeitear o Amir. Logo no reinício, foi o Otamendi num livre estudado com uma triangulação a ficar com a baliza à mercê, sem o guarda-redes(!), e a acertar mal na bola, não a conseguindo meter lá dentro. Pouco depois, foi inacreditável como um jogador do Marítimo não viu o segundo amarelo, depois de uma entrada sobre o Otamendi perto da linha lateral! À passagem da hora de jogo, foi o Helton Leite a segurar a nossa vantagem com uma óptima mancha perante um jogador que ficou à sua frente praticamente na pequena-área, depois de um ressalto na sequência de um canto. A jogada prosseguiu com um contra-ataque nosso, em que o Seferovic ficou literalmente isolado, mas o remate rasteiro foi bem defendido pelo Amir com a perna, à guarda-redes de andebol. O jogo aproximou-se então da fase perigosa, a caminho do final, connosco a não conseguir fechá-lo e o Marítimo a acreditar que poderia fazer algo mais. E, de facto, em cima dos 90’ um ataque rápido pela esquerda proporcionou ao Correa um remate em boa posição, mas felizmente a bola saiu ao lado. Mesmo antes do apito final, tivemos novo falhanço incrível noutro contra-ataque, em que o Rafa poderia ter isolado o entretanto entrado Darwin ainda antes do meio-campo, mas perdeu o timing de passe e acabou por passar ao Chiquinho (que tinha substituído o Waldschmidt um pouco antes) que, depois de tirar um defesa da frente, também ficou só com o Amir pela frente, mas rematou-lhe contra o peito...! Felizmente que estes falhanços todos não tiveram consequência pontual, mas poderíamos estar agora a chorar uma perda de pontos que seria imperdoável.
Em termos individuais, não houve ninguém que se destacasse por aí além. O Waldschmidt parece mais entrosado com os movimentos da equipa e o Seferovic atravessa uma fase de confiança, mas não deveria ter ficado em branco. O Everton continua a passar muito ao lado dos jogos e o Taarabt não há maneira de não me exasperar. Gostaria de ver uma estatística dos jogadores que mais vezes tocam na bola na nossa Liga. Aposto que ele ganha destacado! A defesa está sólida, com o Lucas Veríssimo a ter entrado bem e o Helton Leite a continuar com a baliza a zeros, tornando a vida do Vlachodimos mais difícil (claro que dar entrevistas a dizer que talvez esteja na altura de se ir embora também não ajuda, embora para mim ele tenha perdido a titularidade injustamente).
Recuperámos dois pontos à lagartada e foi uma pena que não os tivéssemos recuperado igualmente frente ao Braga e CRAC. Para a semana, teremos uma ida difícil a Paços de Ferreira, mas com uma semana de treinos seguida espera-se que ao menos a equipa apresente uma muito maior eficácia do que neste encontro.
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1 comentário:
Mas não se pode desperdiçar lances isolados só com o guarda redes pela frente ainda menos admissível o é quando estamos em superioridade de três para um e só por mais do que a multa o banco seria uma boa penalização para mais quando o jogador falha oito em cada dez lances deste inadmissível mas depois o treinador ainda acha que isto vai lá com uma conversa com o jogador mas também vindo de quem preferiu mandar embora um ponta de lança que era muito melhor finalizador para ficar com este tudo é esperado.
Mais do que injusta a mudança nos guarda redes foi o tempo em que ela aconteceu se tivesse sido imediatamente a um erro do guarda redes, e até teve dois antes para o poder fazer, podíamos não concordar mas era uma opção que se podia aceitar agora num momento em que ele até estava melhor não se percebe isto para não falar na má gestão pessoal do processo, que mais uma vez não existiu que só agravou a situação mas isso nunca este treinador soube fazer e não era agora que ia aprender.
Se podemos falar em assinaláveis melhorias defensivas da equipa que tem permitido muito menos oportunidades aos adversários, sobretudo em jogo corrido, as melhorias nas bolas paradas defensivas não têm acompanhado, pelo menos ao mesmo ritmo, e mais uma vez foi desta forma que permitimos ao adversário ter as suas oportunidades e continua a fazer muita espécie como é que de livre de quase meio campo se permitem oportunidades.
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