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segunda-feira, abril 12, 2021

Seferovic

Goleámos no sábado em Paços de Ferreira (5-0) e aumentámos a diferença para três pontos em relação ao Braga (1-1 em casa frente ao Belenenses SAD), reduzindo igualmente para nove para a lagartada (1-1 em casa frente ao Famalicão). Só o CRAC (2-0 em Tondela) não perdeu pontos para nós nesta jornada, mantendo-se três à nossa frente. Neste caso, o resultado não é enganador e fizemos mesmo um dos melhores jogos da temporada num campo difícil perante um adversário que está a ser a surpresa do campeonato e irá muito provavelmente conseguir o apuramento para a Liga Europa.
 
O Jesus voltou ao esquema de três centrais e, neste momento, parece mesmo a melhor opção essencialmente por duas razões: os laterais ficam bastante mais libertos e verticais, especialmente o Grimaldo na esquerda sem o Everton à sua frente (que pára constantemente o jogo) e o Taarabt toca menos vezes na bola, o que é uma enorme vantagem dado que deixa de emperrar tanto o nosso jogo. A partida começou com mais um penalty não marcado a nosso favor logo aos 4’, por empurrão ao Waldschmidt que, por causa disso, chocou com o guarda-redes Jordi. Nem o Sr. Hugo Miguel nem o sr. Tiago Martins no VAR quiseram ver alguma coisa... Típico! Pouco depois, foi o Seferovic a ser isolado e derrubado fora da área pelo guarda-redes, mas o inefável VAR assinalou fora-de-jogo. O Paços tentava jogar taco-a-taco connosco, mas o seu desiderato ruiu aos 22’, quando o Eustáquio atingiu com os pitons a perna do Weigl e foi naturalmente expulso, depois de o Sr. Hugo Miguel consultar o VAR, dado que lhe tinha mostrado o amarelo em primeiro lugar. Ficávamos em vantagem numérica relativamente cedo e poderíamos ter chegado à vantagem no marcador logo a seguir, com um remate do Waldschmidt quase na pequena-área para uma defesa por instinto do Jordi. O Rafa teve igualmente uma excelente oportunidade, mas o remate de trivela na área perfeitamente à vontade saiu à figura do guarda-redes. Até que aos 38’ colocávamo-nos finalmente em vantagem (mais do que merecida), com uma saída de bola do Paços que foi interceptada pelo Diogo Gonçalves, que rematou forte com a bola a passar por baixo do corpo do Jordi. Os nossos minutos finais da 1ª parte foram muito fortes, com o Waldschmidt a falhar escandalosamente o segundo golo, com um remate defendido pelo Jordi quando a baliza estava aberta e o guarda-redes fora dela(!), remate esse que iria para fora se o guarda-redes não lhe tivesse tocado! A brilhante assistência foi do Seferovic, que aos 45’ repetiu a dose na sequência de um contra-ataque, isolando o Rafa ainda no nosso meio-campo, com o nº 27 a contornar o guarda-redes e correr para a baliza deserta fazendo o 0-2. Com tantas consultas ao VAR, a 1ª parte teve nove minutos de compensação e o Seferovic, isolado pelo Tarrabt, meteu a bola na baliza, mas estava outra vez fora-de-jogo. A mesma dupla voltou a ser protagonista numa jogada semelhante mesmo em cima do intervalo, mas desta feita com tudo legal e o suíço praticamente fechou o jogo a nosso favor com o 0-3.
 
Na 2ª parte, o Diogo Gonçalves, que estava amarelado, ficou nos balneários, entrando o Gilberto, mas, ao contrário do que tem sido habitual, não baixámos a guarda e tentámos sempre aumentar a vantagem. Infelizmente, o Jesus veio dizer no final que foi por estarmos a jogar contra dez, o que é uma pena, porque deveria ser sempre assim. Por volta da hora de jogo, entraram o Pizzi e o Everton para os lugares do Waldschmidt e Rafa, e o brasileiro teve um óptimo remate de fora da área para outra magnífica intervenção do Jordi. Que nos tirou mais um golo logo a seguir, desta feita ao Grimaldo, na cobrança de um livre directo que ia ao ângulo da baliza. Até que aos 78’, lá marcámos o quarto golo num bis do Seferovic, que fez uma boa rotação e rematou de primeira com o pé esquerdo de fora da área, chegando assim aos 16 golos e à liderança dos melhores marcadores. Entretanto, entraram o Cervi e Darwin, para os lugares do Grimaldo e Weigl, e o uruguaio ainda teve tempo de voltar aos golos, fazendo o 0-5 aos 89’, noutra assistência primorosa do Seferovic, em que só teve de encostar.
 
O destaque da partida vai obviamente para o Seferovic: dois golos, duas assistências e outro conjunto de jogadas em que esteve muito bem (só os foras-de-jogo é que precisam de ser afinados...) fazem desta provavelmente a melhor exibição individual de um jogador do Benfica nesta temporada. Muitas vezes um mal-amado, o suíço tem o grande mérito de, de vez em quando, dar a volta por cima (já o fez no ano em que fomos campeões e ele o melhor marcador) e, mesmo falhando alguns relativamente fáceis no percurso, já ter um número de golos bem apreciável com a gloriosa camisola. Dos centrais, o Otamendi e Vertonghen estiveram muito bem, mas o Lucas Veríssimo nem tanto. O Helton Leite vai no sétimo jogo seguido sem sofrer golos e já bateu o recorde do Manchester City de mais tempo com a baliza inviolada. O Waldschmidt não esteve feliz na finalização, mas é peça-chave na manobra atacante com as suas movimentações a desestabilizarem a defensiva contrária. No meio-campo, o Weigl continua imperial e até o Taarabt esteve bem! Esperamos que o golo do Darwin, que inclusive o fez comover-se, o catapulte para níveis exibicionais que já mostrou.
 
Com nova escorregadela da lagartada, o campeonato de súbito animou-se. Faltam oito jogos e temos nove pontos de desvantagem, quando ainda os iremos receber na Luz. O CRAC está a seis deles, mas também virá à Luz. Veremos o que nos reservam os próximos jogos, mas uma coisa é certa: este campeonato vai ser épico! Se a lagartada o ganhar, por finalmente colocar fim a um jejum de 19 anos. Se o conseguir perder, depois de estar com 10 pontos de vantagem a 10 jogos do fim, ainda o será mais!

1 comentário:

joão carlos disse...

Ter mais um jogador que o adversário torna as coisas mais fáceis, mas elas só ficam mais fáceis quando a equipa em superioridade numérica não facilita, o que foi o caso, e até temos bem recentemente situações em que em vantagem numérica não conseguimos tirar partido dela ou em que até ficamos pior, em comparação, permitindo até que os adversários criassem mais perigo do que aquilo que tinham feito quando não tínhamos a superioridade numérica.
Foi um excelente jogo do nosso ponta de lança que já estava a jogar muito bem antes mesmo de ter marcado, mas por cada jogo de excelência ele depois tem dois ou três em que é horrível, por vezes chega a ser o melhor central do adversário, e isso é que é pouco admissível é que os jogadores nem sempre podem ter jogos de excelência, nem sempre podem jogar bem, por vezes até podem jogar mal mas a este nível não poder ter vários jogos horríveis, mas uma coisa tem de ser dita ele de facto, ao contrário de outros jogadores sobretudo pontas de lança, tem sabido varias vezes se recompor de situações muito negativas, é assim como os gatos tem sete vidas.
Por outro lado continuamos péssimos nas bolas paradas ofensivas é que raramente criamos perigo sequer, algumas são tão mal executadas que é confrangedor, e se em termos absolutos devemos de ser uma das piores no campeonato em termos de aproveitamento das quantidade de lances que temos, sobretudo cantos, ai sem duvida nenhuma que devemos ser a pior equipa.