sexta-feira, fevereiro 21, 2020
Sem chama
Perdemos na Ucrânia frente ao Shakhtar Donetsk por 1-2 e
partimos em desvantagem para o encontro da 2ª mão na Luz. Foi um jogo que infelizmente
confirmou a tendência dos últimos (exceptuando talvez o do Braga), ou seja, não
estamos de todo a passar por uma boa fase.
Perante a indisponibilidade por castigo do Weigl, o Bruno
Lage fez entrar o Florentino, tendo igualmente trocado a dupla atacante (Chiquinho
e Seferovic em vez do Rafa e Carlos Vinícius). Contra um adversário que está há
dois meses na pausa de Inverno, voltámos a demonstrar a pobreza franciscana das
exibições fora nas competições europeias: velocidade zero, vontade para marcar
golos zero, limitamo-nos a tentar não sofrer enquanto o jogo está empatado.
Muito, muito pouco para uma equipa como nós que tem um estatuto a defender na
Europa do futebol. A meio da 1ª parte, tivemos uma decisão do VAR a nosso
favor, anulando um golo por fora-de-jogo milimétrico, depois de uma transição
ofensiva do Shakhtar na sequência de um péssimo passe do Florentino na nossa em
zona de ataque. Mantenho a coerência em relação ao VAR: estes lances que a olho
nu não se percebe se são fora-de-jogo ou não são para deixar seguir. No
entanto, não posso deixar de notar a rapidez com que a decisão foi tomada.
Fosse no campeonato português e ainda estaríamos lá agora à espera da decisão.
O Pizzi jogou atrás do Seferovic, com o Chiquinho a fechar o lado direito, mas
só chegámos à baliza contrária perto do intervalo, com um remate ao lado do
mesmo Pizzi depois de uma jogada do Cervi na esquerda.
Se a 1ª parte não tinha sido nada de especial, os primeiros minutos
da 2ª foram bastante piores. Os ucranianos aceleraram um pouco e nós fomos encostados às cordas. Já na 1ª parte, o
Vlachodimos tinha feito um par de boas intervenções, que aumentaram
substancialmente na 2ª. No entanto, nada conseguiu fazer aos 56’ com um remate
de fora da área do Alan Patrick a inaugurar o marcador. O Shakhtar estava a
ameaçar há algum tempo pelo que isto não foi surpresa para ninguém. Tivemos uma
boa reacção (porque é que não jogámos assim desde o início...?!) e empatámos
aos 66’ num penalty do Pizzi (bem marcado) a castigar falta sobre o Cervi.
Todavia, esta infracção só foi sinalizada pelo VAR ao árbitro, porque tínhamos
marcado golo pelo Tomás Tavares e ficámos todos na dúvida se havia ou não
fora-de-jogo do Cervi, que lhe fez a assistência. Aposto que ninguém se
apercebeu do penalty. O meu ponto é este: deveria ter sido golo do Tomás
Tavares! A falta sobre o Cervi é menos de um segundo antes do golo, pelo que se
o árbitro a tivesse visto só teria apitado depois de a bola ter entrado na
baliza. Imaginemos que o Pizzi falhava o penalty. Como seria?! Quando se esperava
que, a seguir a um golo caído do céu, conseguíssemos finalmente jogar algum
futebol, o Rúben Dias resolveu comer uma série de erros na mesma jogada e o Kovalenko
fez o 1-2 aos 72’. Até final, os ucranianos fecharam-se bem e só num remate de
pé direito do Grimaldo colocámos o Pyatov à prova. Ainda sofremos uns quantos
contra-ataques, mas felizmente sem consequências.
Em termos individuais, destaque absoluto e exclusivo para o
Vlachodimos. Há uma série de partidas que tem sido o nosso melhor jogador, o
que quer dizer muito da maneira como (não) estamos a jogar. O Taarabt foi dos
poucos a tentar levar a equipa para a frente, mas desceu muito na 2ª parte e o
Chiquinho também não foi dos piores, especialmente na ajuda defensiva que deu.
Do outro lado, o Pizzi está pouco mais que inenarrável (não consegue criar um
desequilíbrio, nem fazer um passe de ruptura), o Ferro voltou a ser um passador,
o Seferovic é um a menos e o Florentino demonstrou novamente a necessidade termos
contratado alguém como o Weigl (joga invariavelmente para o lado e para trás, para
além de ter perdido uma ou duas bolas incríveis que deram origem a
contra-ataques perigosos).
Não irá ser fácil eliminar os ucranianos, ainda para mais
com o pouco tempo de descanso antes da 2ª mão. Todavia, antes disso teremos a
difícil deslocação a Barcelos frente ao Gil Vicente. Era nesta altura que os
sete pontos de vantagem seriam muito importantes. Uma coisa parece certa neste
momento: ou mudamos radicalmente a qualidade das nossas exibições, ou isto irá
ser muito penoso até final da época.
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