quarta-feira, fevereiro 12, 2020
Passámos
Empatámos em Famalicão (1-1) e passados três anos vamos
voltar ao Jamor para a final da Taça. E, pronto, o positivo acerca do jogo de
ontem resume-se a isto. Três dias depois da derrota em Mordor, fizemos uma
exibição muito pobre com uma 2ª parte do pior que já foi visto esta época. E acho
bem que acendamos todos uma velinha a São Vlachodimos, porque se vamos à final
da Taça a ele o devemos.
O Bruno Lage promoveu duas alterações em relação à partida
de sábado, com as entradas do Florentino e Cervi para os lugares do Weigl e
Chiquinho, tendo o Rafa passado novamente para as costas do Carlos Vinícius. O
encontro começou mais ou menos equilibrado e conseguimos colocar-nos em
vantagem aos 24’: perda de bola do Famalicão em zona proibida, recuperação do
Pizzi, abertura na esquerda no C. Vinícius, centro para a pequena-área, toque
do Cervi de calcanhar para trás, que tirou o guarda-redes do caminho e o Pizzi atirou
com sucesso para a baliza deserta. Logo a seguir ao golo, tivemos uma boa
jogada em que poderíamos ter feito o xeque-mate à eliminatória, mas um defesa
do Famalicão cortou o lance. A partir daí, foi o Vlachodimos a entrar a acção:
tirou dois autênticos golos ao Toni Martínez e Diogo Gonçalves que lhe apareceram
isolados pela frente, em ambos os casos (mas especialmente no primeiro) com
grandes culpas do Ferro e em cima do intervalo defendeu outro remate de fora da
área novamente do Toni Martínez. O Famalicão ainda marcou um golo, num livre
para a área em que há um jogador que não só empurra o Rúben Dias(!) como
abalroa o Vlachodimos(!), mas como foi fora da pequena-área o Sr. Jorge Sousa
deixou passar, tendo-nos valido que estava em fora-de-jogo por 31 cm. Inacreditável
como não se marca aquela falta sobre o nosso guarda-redes!
Para a 2ª parte, esperava-se alguma reacção da nossa parte,
mas estivemos ainda pior. Não só não conseguimos ligar dois passes seguidos em
zona de ataque, como começámos a defender muito atrás e deixámos que o Famalicão
nos encostasse às cordas durante praticamente todo o tempo. Voltou a valer-nos
o Vlachodimos que lá foi resolvendo como pôde, mas aos 78’ sofremos mesmo o empate
através do Toni Martínez: variação de flanco para a direita, centro do Diogo Gonçalves
e o avançado a antecipar-se à tentativa de corte em carrinho do Rúben Dias. Mais um golo deles e estaríamos fora do
Jamor. Sofremos um bom bocado ainda, com alguns remates de fora da área, mas que
passaram por cima, e tivemos a segunda(!) oportunidade de golo já nos descontos,
quando o entretanto entrado Seferovic conseguiu
atirar ao lado só com o guarda-redes pela frente, depois de uma boa jogada
individual do Chiquinho que o isolou. Quando se ouviu o apito final, foi um
enorme alívio!
Em termos individuais, só o Vlachodimos merece destaque. E
que destaque! Devemos-lhe o Jamor. Sem exagero nenhum. O Taarabt ainda tentou
construir alguma coisa, especialmente na 1ª parte, mas não teve parceria à
altura. O Pizzi marcou o golo da vitória, mas como vem sendo habitual passou ao
lado do jogo, e esse golo tem o carimbo do Cervi, que voltou à titularidade e foi
novamente o combativo do costume. O Rafa também ainda está muito longe da sua
condição habitual e, com os desequilibradores ausentes, é muito difícil construirmos algo de jeito. Muito preocupante
é a forma do Ferro! Está um autêntico passador e o pior de tudo é que teremos
de adaptar um jogador para o seu lugar, quando ele for para o banco. E ou
melhora muito rapidamente, ou vai mesmo ter que ir! Já se sabe que o Grimaldo não
é um muro a defender e com o Ferro nesta forma
temos ali um buraco que urge resolver rapidamente.
Daqui a uns tempos ninguém se irá lembrar de mais nada deste
jogo sem ser o resultado. E ainda bem, porque ele significou mais uma final da
Taça (tal como este que foi horrível e sofrido, mas que também valeu a ida ao
Jamor). No entanto, temos que melhor a qualidade exibicional muito rapidamente,
porque a jogar desta maneira não vamos estar a sorrir no final da época.
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