segunda-feira, setembro 16, 2019
Sofrível
Vencemos o Gil Vicente por 2-0 e continuamos na perseguição
ao surpreendente líder do campeonato, o Famalicão, que está um ponto à nossa
frente. Como os números deixam transparecer não foi uma vitória folgada e a
nossa exibição esteve uns bons furos abaixo daquilo que já fizemos no passado.
Com a lesão do Florentino, o Bruno Lage promoveu a entrada
do Fejsa na equipa titular, com o sérvio a revelar uma natural falta de ritmo. Nem
entrámos mal na partida, com alguma velocidade e trocas de bola que nos
permitiram criar perigo na grande-área contrária, e num desses lances logo aos
10’ o Pizzi foi claramente derrubado. No entanto, o penalty marcado pelo nº 21
foi defendido pelo guarda-redes Denis (já disse aqui que odeio paradinhas, certo...?) A partir daqui, o
cariz do jogo mudou bastante, connosco a termos grandes dificuldades em voltar
a criar perigo, porque o Gil Vicente se fechava bem na defesa. Mesmo assim, o
Pizzi de primeira depois uma grande variação de flanco da esquerda do Taarabt poderia
ter inaugurado o marcador, não fosse a grande defesa do guarda-redes com o pé. Quando
já se pensava que íamos para intervalo a zeros, fizemos o 1-0 aos 45’: nova excelente
mudança de flanco pelo Taarabt da esquerda para a direita, para o André Almeida
cruzar e um defesa contrário (Nogueira) se antecipar ao Raúl de Tomás e colocar
a bola na baliza. Foi autenticamente um golo caído do céu.
Começar a 2ª parte em vantagem no marcador, especialmente num
jogo destes depois das seleções e em véspera de competições europeias, faz toda
a diferença. Mas mesmo assim tivemos um susto enorme logo no reinício, com uma
boa jogada do búlgaro Kraev (o David Luiz
do Gil Vicente parece-me um jogador bem interessante) que fez a bola rasar o
poste, com o Vlachodimos completamente batido. Reagimos logo com uma cabeçada
do Pizzi a sair perto do poste e aos 53’ o mesmo Pizzi fez o 2-0: canto na direita
do Grimaldo, a bola a cruzar a área e o nº 21 ao segundo poste a bater de
primeira, sem hipóteses para o Denis. A partir daqui, o Gil Vicente
desmoralizou-se um pouco, mas mesmo assim o Kraev poderia ter-nos provocado um
final de jogo muito menos tranquilo, se a bola tivesse entrado na sua
oportunidade perto do minuto 70. Até final, ainda criámos um ou outro lance
interessante, especialmente nos últimos minutos (num deles, o Seferovic rematou
ao lado), mas o resultado não se alterou.
Em termos individuais, o Taarabt foi o melhor do Benfica: o único
que imprimiu alguma dinâmica (especialmente na 1ª parte) e que transportou a
bola para a frente. O Rúben Dias esteve imperial na defesa e desta feita melhor
do que o Ferro. Pelo menos em dois lances, o Vlachodimos esteve mais perto do
limite da área para sair, embora na oportunidade aos 70’ o tenho feito
escusamente. Parece-me que há trabalho a ser feito nesse campo (finalmente!),
que é a maior pecha do nosso guarda-redes. O Rafa já esteve em melhor forma do
que agora e o Pizzi somou mais um golo, mas falhou um penalty que não deveria ter
falhado. A dupla de avançados continua sem marcar golos, apesar do trabalho que
fazem especialmente em termos de pressão sobre os defesas. Mas um avançado não
vive disso...
Tal como o Bruno Lage referiu no final, estes jogos depois
das selecções são sempre muito complicados (e grandes equipas europeias não
ganharam neste fim-de-semana). Ainda por cima, estamos em véspera de Champions, pelo que era imprescindível
ganhar esta partida mesmo não jogando bem. Conseguiu-se isso, mas se
mantivermos este nível exibicional vai ser muito difícil ganhar ao Leipzig amanhã.
Os alemães travaram o Bayern neste jornada (1-1 em casa) e vão ser um adversário
muito complicado. Veremos como será a nossa estreia na Champions desta época.
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