Goleámos o PAOK em Salónica (4-1) e apurámo-nos para a fase
de grupos da Liga dos Campeões. Era o primeiro grande objectivo da época e foi
conseguido com bastante brilhantismo. Como os prémios da Champions aumentaram significativamente, só esta qualificação
valeu-nos 43M€. Mas, como já disse várias vezes, ninguém vai para o Marquês festejar
relatórios & contas, portanto o que nos interessa em primeiro lugar é a
parte desportiva e, nessa, convenhamos que não será muito difícil fazer melhor
do que no ano passado.
O Rui Vitória fez regressar o Salvio de lesão e surpreendeu
toda a gente ao lançar o Seferovic em vez do Ferreyra. Mas não entrámos nada
bem na partida. Logo no primeiro minuto, um péssimo atraso do Seferovic deu
origem a um contra-ataque perigoso que valeu um amarelo ao André Almeida. O
PAOK mal nos deixava respirar, empurrado por um público muito ruidoso, e marcou
logo aos 13’ pelo avançado sérvio Prijovic. Um livre combinado e nós a sermos
muito anjinhos na maneira como (não) defendemos, de tal modo que de repente
estavam dois para um com o Vlachodimos! Num livre para a nossa área...! Puxando
dos galões de equipa mais experiente nestas andanças, reagimos bem ao golo e
fizemos o empate aos 20’ num excelente cabeceamento do Jardel em resposta a um
canto bem marcado pelo Pizzi. A eliminatória estava igualada e a vantagem do
golo fora dos gregos foi ultrapassada. Gregos, esses, que sentiram o golo e se
desconcentraram por completo. De tal forma, que, seis minutos depois, o
guarda-redes Paschalakis deu uma casa
monumental ao tentar impedir um canto e não segurar a bola, tendo o Cervi rapidíssimo
a roubado e sendo depois claramente derrubado por ele. Desta feita, o Sr. Felix
Brych, que foi o responsável por este roubo de igreja que nos impediu de ter
mais um título europeu em nossa posse, viu o que não quis ver em Turim e
assinalou penalty. Eu teria preferido que tivesse sido o Pizzi a marcar, mas
pelos vistos quando o Salvio está em campo, a responsabilidade é dele. Acabámos
ter sorte, porque a bola foi ao poste e ressaltou para dentro da baliza. A
eliminatória tombava para o nosso lado, mas ainda faltava muito jogo. Foi a vez
de o Vlachodimos entrar em acção num canto, com uma fantástica defesa a um
cabeceamento do Fernando Varela. Logo a seguir, poderíamos ter aumentado a
vantagem com um remate do Seferovic para defesa com o corpo do guarda-redes e,
na sequência do lance, um cabeceamento do suíço levou a bola a rasar o poste.
No entanto, fizemos mesmo o 1-3 antes do intervalo: aos 39’ grande jogada que
começou na nossa área com o Grimaldo a conduzir, a combinar com o Cervi , grande
centro do argentino para trás e o Pizzi à vontade, porque o Seferovic arrastou
os defesas para a pequena-área, a marcar quase um penalty em movimento,
rasteiro para o canto inferior esquerdo da baliza.
Para a 2ª parte, pedia-se que a equipa continuasse concentrada,
porque um golo sofrido precocemente poderia galvanizar os gregos e o público. Ainda
por cima, entrou logo o egípcio Warda, que tantas dores de cabeça nos deu na
Luz, mas mais uma vez o Sr. Felix Brych melhorou a visão em relação a Turim e
viu um agarrão claro ao Jardel na área na sequência de um canto, num daqueles
lance que acontecem sempre e raramente são marcados. O Salvio marcou novamente
o penalty, desta feita com um remate para o meio da baliza, com o guarda-redes
ainda a tocar com o pé na bola, mas a não impedir que ela entrasse. O 1-4 feito
logo aos 49’ era o melhor que nos podia acontecer. No entanto, tivemos um susto
pouco depois com um cabeceamento do Prijovic ao poste num canto e o Vlachodimos
fez mais duas excelentes intervenções já nos últimos 5’. Quanto a nós, começámos
naturalmente a quebrar o ritmo ao jogo, a fazer rodar a bola por todos os
jogadores, entrou o Alfa Semedo para o lugar do regressado Salvio, e
posteriormente o Zivkovic e João Félix perto do final, mas o resultado não mais
se alterou.
Em termos individuais, o melhor para mim foi o Cervi: esteve
directamente ligado a dois golos (o primeiro penalty e a assistência para o
Pizzi) e segundo as estatísticas ganhou 13 de 15 duelos individuais! Deu imensa
ajuda ao Grimaldo, faltou-se de lutar, correr, fintar e defender quando era
preciso, encheu o campo todo. Também o Jardel está lá no topo, com um golo e um
penalty sobre ele, para além de ser muito importante nas bolas aéreas na nossa
defesa. O Salvio foi importante nos penalties, apesar de eu gostar que a bola
entre directamente na baliza sem interferências. Grande jogo igualmente do Vlachodimos,
que fez defesas muito importantes em alturas cruciais. O Seferovic deu muita
luta aos centrais, teve o condão de ganhar algumas bolas na frente e foi uma
aposta ganha. O Pizzi continua a sua veia goleadora e já marcou tantos golos
como na época passada inteira (seis). O Gedson não brilhou tanto como na
Turquia, mas é um indiscutível neste momento. O Fejsa lá fez o seu trabalho
habitual, não tendo o Alfa Semedo entrado tão bem como frente ao Fenerbahçe,
mas o jogo já estava muito desequilibrado para o nosso lado nessa altura.
Veremos o que as bolinhas nos reservam no sorteio de mais logo, mas o mais importante agora é concentramo-nos na ida ao Nacional, porque vem aí a primeira pausa no campeonato e, depois de toda esta sequência de jogos, convém irmos para o descanso na frente do campeonato.
VIVA O BENFICA!
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