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quinta-feira, maio 15, 2014

Maldição

Ainda não foi à 10ª que foi de vez! Perdemos a final da Liga Europa com o Sevilha nos penalties (2-4) depois de 0-0 nos 120’. À semelhança da época passada, fomos a melhor equipa em campo e merecíamos ter ganho, mas não temos tido de facto sorte nestas finais. No partida de ontem, a juntar à falta de sorte, revelámos igualmente alguma inépcia no momento do remate e má preparação nos penalties.

Confesso que estranhei o optimismo de muitos benfiquistas com quem me cruzei. Não tenho a MENOR dúvida que com a equipa completa, éramos MAIS que favoritos e a vitória não nos escaparia, SÓ QUE tínhamos quatro baixas muitíssimo importantes: Enzo Pérez, Fejsa, Markovic e Salvio. Ou seja, o meio-campo titular não jogava e na ala direita teríamos de utilizar a terceira opção. Para piorar as coisas, essa terceira opção, o Sulejmani, levou uma pantufada de todo o tamanho e teve que ser substituído aos 24’, jogando nós com uma ala direita composta pelo André Almeida e Maxi Pereira! A questão de jogar o “Manel” é muito bonita, mas ontem tínhamos vários “Maneis” em campo e milagres a nosso favor já vimos que não há. Uma coisa é defender resultados em inferioridade numérica, outra é meter a chicha lá dentro. E para isto é preciso mais do que “Maneis”. Entrámos bem na partida, mas a 1ª parte foi equilibrada. Tivemos oportunidades pelo Garay, Rodrigo e um lance do Gaitán já no final que me pareceu (e foi) penalty.

Na 2ª parte, o Sevilha só durou até aos 60’. A partir daí, o jogo foi completamente nosso e pressionámo-los muito na tentativa de marcar. O problema foi que o André Gomes e o Ruben Amorim não estiveram nada bem no meio-campo, o Gaitán só surgiu a espaços e parece longe da melhor forma física, o Maxi jogou a extremo-direito pela primeira vez em muitos anos, o Rodrigo esteve muito infeliz ao longo de toda a partida e o Lima foi bem marcado. O nosso jogo colectivo ressentiu-se disso e, apesar de a equipa ter lutado muito, não jogámos (nem poderíamos jogar) tão bem como já o fizemos nesta época. Volto a repetir: as ausências eram demasiadas. Mesmo assim, tivemos boas hipóteses pelo Rodrigo, Garay de cabeça e Lima, mas por uma razão ou outra a bola não queria entrar. No prolongamento, foi mais do mesmo com a diferença que o Sevilha deu o berro em termos físicos. Teve uma boa oportunidade num contra-ataque, mas durante meia-hora só nos viu jogar. Nós bem tentávamos, mas as soluções não abundavam no banco, apesar de me ter parecido que talvez o Ivan Cavaleiro pudesse ter entrado mais cedo, porque o Gaitán também deu o estoiro em termos físicos ainda antes dos 90’. Nos penalties, o Cardozo lá voltou à sua corridinha idiota para a bola e o Beto saltou três metros para a frente e defendeu-a. Custa-me a perceber como é que não houve nenhum jogador do Benfica a chamar a atenção do árbitro para isso. Dizê-lo no final é inútil. O outro a falhar foi o Rodrigo: já o vi marcar uns quatro ou cinco penalties desde que está no Benfica e sinceramente não me lembro de alguma vez ter sido golo. O Sevilha marcou os penalties todos como deve ser: em força e colocados.

Em termos individuais, o Maxi Pereira foi de longe o melhor do Benfica, muito bem secundado pelo Oblak, que proporciona uma enorme segurança à equipa. Os centrais tiveram muito trabalho e também não estiveram mal. Todos os outros não passaram da mediania e medíocres estiveram mesmo os já referidos Ruben Amorim (que deve ter feito dos piores jogos pelo Benfica de que me lembro) e o André Gomes (não pode sair a fintar no nosso meio-campo! Alguém lhe meta isso na cabeça!). Com a agravante de ambos terem perdido bolas nas zonas de transição defensiva, que só não resultaram golo, porque o adversário era o Sevilha.

Foi uma grande desilusão, mas honestamente custou-me mais no ano passado. Estávamos muito desfalcados nesta final e os milagres só acontecem contra nós (como já alguém referiu, perdemos a Liga Europa sem termos sido derrotados num único jogo!). Era uma excelente oportunidade para acabar com a maldição do Bela Guttmann, mas também não vamos demonizar o homem que nos deu os dois títulos europeus. É bom é que os jogadores metam na cabeça que há 27 anos que não ganhamos a dobradinha e que o triplete a nível interno nunca foi conseguido. Com o devido respeito pelo Rio Ave, temos que acabar a época a ganhar!

P.S. – No estádio não tinha a melhor visibilidade, mas na televisão já deu para ver que para além do lance do Gaitán há mais dois penalties a nosso favor na 2ª parte que não foram marcados. Queria ver o Sr. Félix Brych a fazer isto se tivesse sido a Juventus a ir à final…

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