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domingo, agosto 12, 2018

Pizzi e sofrimento

Vencemos o V. Guimarães na 6ª feira por 3-2, na abertura do campeonato. Depois de uma 1ª parte fabulosa, onde o Pizzi fez o primeiro hat-trick com a nossa camisola, fomos adormecendo progressivamente na 2ª e acabámos o jogo com o credo na boca, de forma escusada.

O Rui Vitória voltou a apostar no mesmo onze que defrontou o Fenerbahçe, até porque o Castillo cumpriu castigo ainda de uma expulsão no México. Entrámos muito bem na partida, mas foi o V. Guimarães a pôr o Vlachodimos à prova num cabeceamento, depois de um centro da direita. Respondemos bem e marcámos logo aos 10’ pelo Pizzi, num remate rasteiro de pé esquerdo depois de uma boa iniciativa do Gedson no flanco direito. Cinco minutos depois, o Salvio foi derrubado na área, mas o Ferreyra permitiu a defesa do Douglas no respetivo penalty, tendo o guarda-redes defendido igualmente a recarga de cabeça do Salvio, com o remate seguinte do nosso extremo a ser interceptado por um defesa. Pouco depois, apanhámos um grande susto, com o Vlachodimos a defender um remate perigoso e a recarga do Tallo a ir ao poste. À meia-hora aumentámos a vantagem novamente pelo Pizzi, depois de outra brilhante jogada pela direita entre o Salvio e o André Almeida, com este a assistir atrasado para o nº 21. Aos 38’, o Pizzi fez o seu hat-trick, depois de um centro rasteiro da esquerda do Grimaldo, com o Ferreyra a deixar passar a bola por entre as pernas, para um remate igualmente rasteiro do nº 21. Em cima do intervalo, o Salvio ainda colocou a bola na baliza, mas estava fora-de-jogo.

Na 2ª parte, tentámos controlar mais o jogo e fomo-lo conseguindo até 15’ do fim. Poderíamos ter feito o quarto golo, mas o Salvio rematou fraco numa ocasião e noutra o Cervi não conseguiu chegar à bola a tempo. O Rui Vitória começou a gerir a equipa a pensar em Istambul e entraram o Rafa e Alfa Semedo para os lugares do Cervi e Fejsa. Coincidentemente (ou talvez não), com a saída do sérvio, a pressão afrouxou e o V. Guimarães reduziu para 3-1 pelo André André aos 76’, num remate rasteiro à meia-volta sem hipóteses para o Vlachodimos. Trememos e sofremos mais um golo quatro minutos depois, pelo entretanto entrado Celis: passe arriscado do Pizzi para o Gedson, o V. Guimarães ganhou a bola e o Celis ficou isolado frente ao nosso guarda-redes, tendo desviado a bola à saída deste. De maneira inconcebível, pusemos em causa uma vitória praticamente garantida. Nos minutos remanescentes lá caímos em nós, tivemos mais bola e conseguimo-la esconder do adversário. Nas poucas bolas que este bombeou para a nossa área, o Jardel deu conta do recado.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Pizzi pelos três golos. Está novamente em grande forma e o facto de não ter ido à selecção só o beneficiou, porque na temporada passada foi à Taça das Conferderações e fez a época que se viu. Grande jogo igualmente do Gedson, que é cada vez mais imprescindível no meio-campo. Meio-campo, esse, cujo dono é indiscutivelmente o Fejsa. A sua saída foi o início do descalabro e não creio que a culpa seja tanto do Alfa Semedo que entrou, mas da equipa que já não consegue funcionar sem o sérvio. De qualquer maneira, acho que o Samaris não devia sair, porque tem mais experiência para controlar nos minutos finais. O Ferreyra continua muito fora dela e só teve duas intervenções de relevo: a abertura de pernas de assistência ao Pizzi e uma cabeçada que desmarcou o Salvio na 2ª parte. Não tenho dúvidas que seja bom jogador, mas neste momento não está a funcionar. O Jardel esteve imperial na defesa, tal como o Rúben Dias. O Salvio também fez um bom jogo, especialmente na 1ª parte e o Cervi mexeu-se bem, como é habitual.

Duas vitórias pela margem mínima nos dois primeiros jogos da época é positivo, mas na 3ª feira temos uma prova de fogo frente ao Fenerbahçe. Convém não termos um período de desconcentração semelhante a este jogo, porque senão poderemos não ter uma segunda oportunidade.

P.S. – Se até a ganhar por 4-0 me faz muita confusão ver pessoas a sair do estádio antes do apito final, na 6ª feira ia caindo para o lado ao ver gente a sair com 3-2...! Como é que é possível estar-se a sair descontraidamente do estádio com o resultado incerto?! É uma coisa que me tira mesmo do sério e, para mim, só tem uma justificação: ou essas pessoas apresentavam posteriormente o atestado médico ou certidão de óbito do familiar próximo que foram socorrer, ou ficariam impedidas de voltar ao estádio até final da época. Se fossem reincidentes, iriam acumulando o número de épocas de interdição.

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