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domingo, agosto 26, 2018

Derby Félix

Empatámos no sábado com a lagartada (1-1) na Luz, mas como o V. Guimarães foi ganhar a Mordor (3-2), depois de estar a perder 0-2 ao intervalo(!), continuamos na frente do campeonato juntamente com os lagartos, Braga e Feirense, todos com sete pontos.

Para além das já conhecidas baixas do Jonas e Castillo, também o Salvio falhou o segundo jogo consecutivo. Do outro lado, ao Bas Dost juntou-se o Mathieu como ausência de última hora. Por tudo o que se passou na lagartada desde Abril, com toda aquela indefinição na direcção e equipa, eleições à porta, etc., tínhamos uma óptima oportunidade para voltar a ganhar-lhes na Luz, algo que já não acontece há dois anos e que só tinha acontecido uma vez em quatro épocas. Agora é uma vez em cinco... A 1ª parte foi relativamente equilibrada, mas nós tivemos as melhores oportunidades. O Salin, que tinha dado um frango descomunal na semana passada frente ao V. Setúbal, foi o homem do jogo e salvou a lagartada uma série de vezes com excelentes defesas, nomeadamente a dois cabeceamentos do Rúben Dias e a um remate enrolado do Cervi na etapa inicial. Do outro lado, as intervenções do Vlachodimos não foram tão complicadas. Durante quase todos os primeiros 45’ outro elemento que se destacou foi o Sr. Luís Godinho, cujo critério nas bolas divididas foi muito coerente: eram quase sempre falta dos jogadores do Benfica.

Na 2ª parte, a lagartada praticamente esqueceu-se que havia uma baliza do outro lado do campo, excepção feita a um remate do Bruno Fernandes logo no reinício e ao penalty do Rúben Dias sobre o Montero, que o Nani converteu em golo aos 64’. Daí até final, a nossa baliza foi uma miragem. Quanto a nós, tivemos um bom remate do Cervi ainda antes do golo adversário, mas depois o Rui Vitória começou a mexer na equipa e fê-lo mal. O Rafa estava a passar completamente ao lado do jogo e o nosso treinador resolve tirar o Cervi para colocar o Zivkovic aos 58’. Depois do golo da lagartada, começámos a reagir e um remate do Zivkovic que ressaltou num defesa permitiu ao Salin continuar a brilhar. Estávamos até responder com algum perigo, quando aos 70’ o Rui Vitória mexe novamente na equipa e tira o Ferreyra e o Pizzi para entrarem do Seferovic e o João Félix. O Ferreyra não estava a ter um jogo nada feliz e o Pizzi também não deslumbrava, mas tirar o melhor marcador do campeonato, que é igualmente o nosso principal organizador de jogo, estando a perder não lembra a ninguém. Perdemos um bocado o ímpeto com que estávamos e só um remate frontal do Rafa criou algum perigo, com nova defesa do Salin. A coisas estavam muito mal paradas, quando aos 86’ o Rafa tem uma das poucas acções de relevo no jogo e saca um óptimo centro para uma ainda melhor cabeçada do João Félix restabelecer a igualdade. Até final, um livre do Grimaldo fez novamente o Salin intervir e a lagartada dedicou-se a queimar tempo de uma forma ostensiva, de tal maneira que o Sr. Luís Godinho teve que juntar um bom par de minutos aos 6’ que havia dado. Sr. Luís Godinho que, depois de sofrermos o golo, mudou completamente a forma de apitar e os lances divididos já eram só... divididos sem falta.

Em termos individuais, destaque para o João Félix que marcou um golo importantíssimo logo ao segundo jogo pela equipa principal e frente ao maior rival. Este derby terá sempre o seu nome associado. Num tempo muito curto, estou convencido que terá de ser titular, porque é dos poucos jogadores que é imprevisível nas suas acções, o adversário nunca sabe bem o que ele vai fazer. O Grimaldo foi o outro jogador que se destacou, mas sentiu a falta das combinações com o Cervi, quando este saiu. O Rafa, que tinha entrado muito bem frente aos gregos, foi inoperante durante a maior parte do tempo, mas acabou por fazer a assistência para o golo. É certo que ele tem um pique sem igual no campeonato português, mas depois a bola raramente é passada em condições para um colega: ou é desviada, ou é cortada ou o centro é mal feito. Assim, não vale a pena ter aquelas características únicas. O Gedson e o Pizzi não estiveram tão em destaque como nos jogos anteriores e a equipa ressentiu-se disso. Não tenho dúvidas que o Ferreyra é bom jogador, mas tenho igualmente poucas dúvidas que só poderá render com o Jonas ao lado. Sozinho no ataque, é quase inofensivo. O Rúben Dias teve as melhores oportunidades na 1ª parte, mas fica ligado ao penalty, assim como o Jardel, que fez um passe arriscado para o Rafa, que perdeu a bola em zona perigosa, na jogada de que veio a resultar esse tal penalty.

Empatámos um jogo que tínhamos tudo para ganhar, frente a um adversário fragilizado. As estatísticas no futebol não são para serem lidas de forma absoluta, mas este foi o 15º jogo frente aos rivais do Rui Vitória enquanto treinador do Benfica. Temos duas vitórias. Repito: duas vitórias. Ganhámos 13% dos jogos frente a eles. Há jogadores de jogos grandes e outros que nunca rendem em jogos grandes. Como, pelos vistos, também há treinadores. Dá que pensar. No mínimo.

1 comentário:

redeagle disse...

E, já agora, para sermos talvez um pouco mais justos para com Rui Vitória e os seus antecessores, quais são as estatísticas destes (nº de jogos, % de vitórias, empates e derrotas, golos marcados/sofridos, resultados mais desnivelados, etc...)?