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quarta-feira, setembro 13, 2017

A jeito

Perdemos com o CSKA Moscovo (1-2) na Luz e não poderíamos ter pior início de Liga dos Campeões. Nós, equipa do pote 1, perdemos em casa com os russos do pote 4. Já se sabia que nos tinha calhado a fava deste pote 4, mas mesmo assim poderíamos perfeitamente ter tido um resultado melhor, se não tivéssemos feito, à semelhança das últimas, uma exibição paupérrima.

Como vem sendo habitual, oferecemos a 1ª parte. O Grimaldo regressou da lesão e, em relação ao Portimonense, entraram também o Filipe Augusto e o Salvio para os lugares do Samaris e Cervi. Lentíssimos e sem criatividade, só criámos perigo num remate ao poste do Grimaldo. Para tornar as coisas piores, ainda tivemos que levar com espanhol Alberto Undiano Mallenco, que não quis ver um agarrão claro ao Seferovic na área, quando estava a rodar para tomar posição.

A 2ª parte começou muito bem, já que marcámos logo aos 5’ numa boa abertura do Grimaldo para a esquerda, centro preciso do Zivkovic e desvio do Seferovic a antecipar-se ao Akinfeev. Todos pensámos que embalaríamos para uma exibição mais consentânea com a nossa qualidade, até porque os russos não tinham mostrado nada na 1ª parte. Puro engano! A papel químico da partida frente ao Portimonense, desacelerámos e começámos a trocar a bola cá atrás! Faltavam 40’ para acabar o jogo! Tudo muito bem, se aproveitássemos a subida dos russos para lançar contra-ataques, mas para isso era preciso fazer passes de ruptura, que foi coisa que nunca se viu. Estávamos convencidos que conseguiríamos manter a posse de bola longe da nossa baliza até ao final do jogo, é? Pusemo-nos a jeito e claro que aconteceu exactamente o oposto! Como é possível que ainda não nos tenhamos dado conta de que não temos equipa para fazer este tipo de jogo?! Aos 63’, o André Almeida tentou disfarçar que tinha tocado a bola com o braço, mas o árbitro, como era contra nós, viu o penalty (curiosamente, perto do final, num livre do Grimaldo, não conseguiu ver um braço descarado de um russo perto do limite da grande área). O Vitinho não deu quaisquer hipóteses ao Bruno Varela que até se lançou bem. Ficámos desorientados e sofremos o segundo golo aos 71’. A nossa defesa ficou a dormir por duas vezes, não colocando o adversário em fora-de-jogo e a seguir a uma óptima defesa do Varela, permitindo a recarga do Zhamaletdinov. Como o jogo estava, muito dificilmente conseguiríamos inverter as coisas e até final só um remate do Jiménez criou perigo (embora relativo). Seguindo a tendência, o Rui Vitória foi tirando defesas e colocando avançados, mas quando a bola não chega lá à frente, torna-se difícil. Não percebi especialmente a vantagem de ter saído o Lisandro com o Almeida a passar para central para entrar o Rafa. Faltava muito pouco para o final, é certo, mas será que o Lisandro não seria mais útil do que o Almeida, especialmente nas bolas paradas...? 

Quando um dos menos maus do Benfica é o Filipe Augusto, acho que não é preciso acrescentar mais nada. O Grimaldo também esteve razoável, enquanto teve pernas e acabou por lhe pertencer o nosso remate mais perigoso. Mas o grande problema actual do Benfica é a má forma do Jonas e do Pizzi. Sem estes dois, a equipa simplesmente não funciona. Por outro lado, não existem milagres e quando saem tantos titulares na defesa que não são substituídos, é natural que estas coisas aconteçam... O Gabriel Barbosa estreou-se e deu para ver que tem toque de bola, embora não me pareça que seja um avançado tipo Mitroglou (e convinha nós termos um com esse perfil).

A próxima partida na Champions é em Basel e, caso não consigamos um resultado positivo, a nossa presença na Europa em Fevereiro torna-se problemática. No entanto, temos que nos preocupar é já no próximo sábado com a ida ao Bessa. De recordar que o Boavista é uma das equipas à qual não conseguimos ganhar na época transacta. E não nos podemos dar ao luxo de deixar os outros dois fugirem na frente.

P.S. – Jogo de Champions e 38.323 espectadores na Luz... Já na época passada, em que tivemos uma inédita média de 55.994 espectadores no campeonato, em quatro jogos de Liga dos Campeões nunca conseguimos encher o estádio. Para reflectir...

1 comentário:

moreira disse...

.........com os preços exageradamente caros e com a equipa a dar mostras de alguma fraqueza é normal que os adeptos se afastem.Se querem o Estádio cheio ponderem o preço dos bilhetes. Quanto ao futebol que a equipa pratica, ou só tenho a dizer que, se o próprio Real Madrid com todos os seus craques não abdica de 3 elementos no seu meio campo como pode o Benfica com todos os condicionalismos existentes no plantel jogar só com 2. É um autêntico suicídio.Estendemos uma passadeira que os adversários aproveitam, e pôem a nú as fraquezas do nosso último reduto. RV na pré-época deu a entender numa entrevista que este ano poderiam haver alterações tácticas, quando serão implementadas???