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sábado, março 24, 2012

Imperdoável

Empatámos em Olhão (0-0) e, caso o CRAC A e CRAC B ganhem, podemos ter dito adeus de vez ao título, para além de termos o 2º lugar igualmente em risco. Foi uma partida muito difícil, como se esperava, já que o Olhanense tinha empatado em casa quer com o CRAC quer com os lagartos, e em que nós não demonstrámos verdadeira vontade de ganhar.

À semelhança de Guimarães e Coimbra, voltámos a oferecer a 1ª parte ao adversário. Só criámos uma(!) oportunidade de golo, com um cabeceamento do Jardel por cima na sequência de um canto. Jogávamos a passo e, como o Olhanense não ultrapassava o meio-campo, era impossível criar desequilíbrios no ataque.

Na 2ª parte, entrou o Aimar para o lugar do Nolito. É verdade que o espanhol não estava a jogar grande coisa, mas colocar o Nélson Oliveira a extremo-esquerdo esteve longe de ser uma boa opção. Lá tentámos ser mais incisivos a chegar à baliza contrária e o Javi García falhou um golo de cabeça só com o guarda-redes pela frente na sequência de um livre. No entanto, tivemos um enorme contratempo com a expulsão do Aimar aos 62’. Se deixarmos de lado as camisolas, acho que é bem expulso. Ambos estão com a pé em riste, mas o nosso jogador roda a perna da frente para o lado e atinge o adversário na coxa. Foi no mínimo imprudente esta entrada do Aimar e prejudicou-nos enormemente. Num jogador com a experiência e categoria dele, não se entende. Curiosamente até final da partida acabámos por ter mais duas boas oportunidades, mas o cabeceamento do Luisão num canto foi desviado pelo braço do Toy (é à queima-roupa, não acho que seja penalty) e mesmo no último minuto de compensação o Saviola (acabámos a partida com os quatro avançados em campo!) permitiu a defesa com o pé do guarda-redes, depois de um bom passe do Cardozo.

Em termos individuais, o Maxi Pereira foi o único a mostrar durante os 90’ que queria ganhar o jogo. Os centrais acabaram por estar bem, ao não permitir que o Olhanense criasse perigo (só teve um remate perigoso perto do fim, já na fase do nosso desespero). O Gaitán não existiu na 1ª parte, mas esforçou-se bastante na 2ª. O Nélson Oliveira mostrou mais uma vez que ainda está muito verde e desapareceu totalmente na 2ª parte. Outro que nunca chegou a aparecer (diria mesmo durante toda a época) é o Emerson. Aliás, arrisco-me a dizer que, com um jogador destes como titular indiscutível, é impossível uma equipa ser campeã…

Terceiro ano consecutivo sem ganhar em Olhão é sintomático. Há dois anos, a meio de uma eliminatória com o Liverpool, resolvemos privilegiar o jogo na Naval e tivemos quatro dias de descanso. Ganhámos depois de estarmos a perder 0-2. Esta época, resolvemos ter três para Olhão depois de jogar com o CRAC, para ter quatro antes do Chelsea. Empatámos, claro. Eu sei que é a Champions, mas claramente não estamos a privilegiar o campeonato. E os quartos ou as meias-finais de qualquer competição não são um título. Como será um bocadinho difícil ganhar a Liga dos Campeões, confesso que não percebo esta nossa opção.

P.S. – Duvido muito que o Sr. João Capela expulsasse um jogador do CRAC num lance semelhante ao do Aimar, mas para mim é expulsão. O Olhanense abusou do antijogo (mais uma vez, verifica-se a enorme pertinência de um alargamento…), mas o árbitro deu nove (dois+sete) minutos de desconto. Não foi por ele que não ganhámos.

2 comentários:

Casa Benfica em Viseu disse...

Lamento que nesta crónica se concorde com a expulsão do Aimar e deixar passar em claro um lance identico aos 42 minutos do Toy sobre o Javi Garcia. É por estas e por outras iguais que jamais chegaremos aos calcanhares...

Dias Pereira disse...

Lamento que se lamente a concordância com a expulsão de Aimar. É que ele foi, mesmo, bem expulso. Poderia até não ter sido expulso (e se vestisse outras cores provavelmente não seria...), mas que fez falta para ser expulso, lá isso fez. Sermos honestos só nos engrandece e credibiliza.
E, por outro lado, andar a tapar o sol com a peneira não nos vai levar a lado nenhum...
Os verdadeiros culpados da irregularidade exibicional, e do consequente desbaratar de pontos, nomeadamente nas últimas jornadas, são os jogadores. Não se entregam ao jogo como deviam, salvo raras e honrosas excepções. Se eu fosse LFV punha o preto no branco: ou trabalham e se aplicam, ou são relegados para o banco e só saem para outros clubes pelo valor da cláusula de rescisão. Veríamos se passavam a ter outra postura, ou não...