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domingo, agosto 21, 2011

À rasca

Vencemos o Feirense por 3-1 num jogo bem mais difícil do que o resultado possa à partida evidenciar. Foi um triunfo justo, mas passámos por um escusado sofrimento já que nos fartámos de desperdiçar golos, especialmente na 1ª parte.

E bastaram os cinco primeiros jogos oficiais para o Nolito entrar directamente para a história do Benfica. Fez o 1-0 aos 14’ e igualou o feito do Eusébio ao marcar em todos eles. Lançamento lateral do Maxi e desvio de cabeça do Cardozo a assistir o espanhol. Até ao intervalo foi um fartote de falhar golos, com uma bola ao poste do Gaitán, ainda desviada pelo guarda-redes, e remates perigosos do Aimar e Nolito.

A 2ª parte foi bastante diferente, já que o Feirense se lembrou que havia uma baliza do outro lado do campo. E lembrou-se rápido, porque o empatou aos 53’ na sequência de um canto em que a nossa defesa ficou a dormir e mais uma vez o Artur foi batido sem culpa nenhuma. Desunimo-nos um bocado e acusámos o golo, porque nada o faria prever, mas não deixa de ser preocupante a forma fácil como neste início de época sofremos golos quando estamos na frente. Há muito trabalho defensivo ainda a fazer, já que não se pode esbanjar vantagens destas. Um livre do Cardozo a 25m da baliza permitiu uma boa defesa ao guarda-redes, mas eles também colocaram o Artur à prova. Entretanto, o Jesus inovou ao tirar um extremo (Gaitán) para colocar um médio-centro (Witsel) numa substituição que não nos favoreceu em nada e só afunilou mais o nosso jogo. Mas uma insistência do Maxi aos 75’ culminou num centro para o Cardozo encostar. Foi um daqueles golos à ponta-de-lança, em que é “só encostar”, mas o Jara também teve um destes em Barcelos, não é? Há uns para os quais “só encostar” é aparentemente mais fácil do que para outros… Este golo deveria ter terminado com o jogo, mas mesmo assim ainda permitimos que o Feirense criasse perigo em duas ocasiões. Numa delas, o Javi García arriscou ao colocar as mãos num adversário, que aproveitou para se deixar cair. O Sr. Hugo Pacheco, se quisesse, poderia ter decidido aqui o jogo. Pouco depois, foi a vez da nossa defesa ficar novamente a dormir e deixar um adversário desviar a bola praticamente na pequena-área. Felizmente, rematou muito torto. A um minuto do fim, o Bruno César, que entretanto tinha entrado, resolveu arrancar para a baliza, fintar dois adversários e rematar cruzado para fazer um golão. Mesmo assim, o Feirense ainda proporcionou ao Artur outra boa intervenção, que evitou que um adversário que furou no meio dos centrais fizesse golo.

Em termos individuais, há que destacar o Nolito por ter entrado na história do Benfica. O Cardozo, que alguns daqueles inteligentes que não gostam de jogadores que marcam golos (há gostos para tudo…) ainda assobiaram nalguns momentos do jogo, lá marcou o golito da ordem e fez uma assistência para outro. Nada mau, para quem “não joga nada”… O Aimar também continua a revelar a sua boa forma e foi como habitualmente dos mais esclarecidos. Uma palavra ainda para o Maxi por ter decidido o jogo, para o Bruno César por ter marcado um golão e para a estreia do Capdevila (futuramente, o lugar tem que ser dele). Do lado negativo, a nossa defesa revelou falhas de concentração, especialmente na 2ª parte, que não são admissíveis.

Conseguimos a vitória, que era o fundamental, mas ainda estamos muito longe daquilo que podemos, e devemos, produzir. O Jesus veio dizer no final que dá mais atenção ao aspecto ofensivo do que ao defensivo, mas sabe melhor que ninguém que a sofrer golos destes não vamos a lado nenhum. Podemos começar a manter a nossa baliza inviolada já na próxima 4ª feira.

P.S. – Muito bem esteve o Jesus ao não responder ao ataque soez de que foi vítima por parte do treinador do CRAC. Qual cão a tentar alegrar ao seu dono, aquela figurinha menor veio atacar vilmente o carácter do nosso treinador, por este ter considerado que o penalty que lhes deu a vitória em Guimarães foi duvidoso. Nada que seja de espantar vindo do clube de onde vem, que só se sente confortável a chafurdar na imundice que lhes está na massa do sangue nos últimos 30 anos.

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