origem

quarta-feira, novembro 03, 2010

Sabor amargo

Vencemos o Lyon por 4-3 e, com o empate do Schalke em Telavive, recolocámo-nos na rota da qualificação, que será conseguida se ganharmos os dois jogos que faltam. Se me oferecessem este resultado antes do jogo, eu aceitá-lo-ia sem pestanejar, mas depois de estar a ganhar por 4-0 aos 75’ este desfecho deixa um grande amargo de boca. Conseguimos o mais importante, sim, a vitória, mas por causa de desconcentrações imperdoáveis não estamos numa posição tão boa quanto a que estaríamos se a partida tivesse terminado aos 75’. Mas já lá vamos.

Com a indisposição do Aimar, entrou o Salvio e o Carlos Martins jogou no meio. Comentava ao intervalo com os meus companheiros de bancada que, se calhar, há males que vêm por bem. O Aimar está em grande forma, mas o que é certo é que, com as quatro assistências, o Martins cumpriu na perfeição o seu papel e assim o génio argentino também descansou para o jogo na casa do CRAC. Sofremos dois golos no início da partida, bem anulados por fora-de-jogo e mão e, a partir daí, fomos letais na concretização. 3-0 ao intervalo com golos do Kardec, Fábio Coentrão e Javi García, o primeiro e o último de bola parada.

Na 2ª parte, estávamos a gerir muito bem a partida e, num contra-ataque venenoso na sequência de um canto contra nós, o Coentrão bisou num magnífico chapéu fora da área aos 67’. A partir daqui e com as substituições (entradas do Jara, Weldon e Felipe Menezes), a equipa relaxou, caiu a pique o os franceses marcaram três golos em 15’. É inadmissível que tenhamos estragado uma óptima exibição com uma parte final digna de uma equipa amadora.

Individualmente destaco o Coentrão e o Carlos Martins. Quanto ao primeiro, acho que podemos começar a nos despedir dele. Com exibições deste calibre, não vamos vê-lo de águia ao peito durante muito mais tempo. Espero é que, desta vez, alguém saia MESMO pela cláusula de rescisão. Se alguém vale os 30 milhões de euros, é ele, e qualquer valor abaixo disso será um péssimo negócio para o Benfica! O Martins fez as quatro assistências e isso diz tudo. No entanto, foi um erro o Jesus não ter colocado o Airton quando teve que o tirar por causa das cãibras aos 75’. O Menezes não existiu precisamente quando o Lyon começou a pressionar-nos. O Salvio foi uma muito agradável surpresa, especialmente na 1ª parte. Espero que tenha sido o início de uma bela temporada da parte dele. Toda a equipa tem culpas no que se passou nos últimos 15’, mas o frango do Roberto no 4-3 não estava mesmo no programa. Esperava que esses tempos já tivessem passado de vez.

A última imagem é o que fica e confesso que saí do estádio muito chateado. Eu sei que ganhámos, mas aquela parte final do encontro já fez mossa. Aos 75’ estávamos com um golo em atraso para o Schalke e agora temos quatro. E a diferença de golos pode ser muito importante para o apuramento: com um empate nosso em Israel e uma vitória alemã frente aos franceses, uma vitória por 2-0 na última jornada não será suficiente… Mas mais importante que tudo é que perdemos as (poucas, é certo) possibilidades que tínhamos de chegar ao 1º lugar do grupo. Para isso, ganhando nós os dois jogos, bastaria que o Lyon perdesse na Alemanha, mas agora terá igualmente de não ganhar em casa ao Hapoel. Ou seja, quase impossível. E a diferença entre ficar em 1º ou 2º na Champions, como estão as classificações dos grupos neste momento, é a diferença entre o Copenhaga e o Barcelona, ou o Spartak de Moscovo e o Chelsea. I rest my case! E eu já disse várias vezes que entre ficar nos oitavos-de-final da Liga do Campeões e ir mais longe na Liga Europa, prefiro esta última. Eu sei, o dinheiro e tal, mas eu gosto é de títulos.

Para além destas contas, é evidente que 4-3 não é o mesmo que 4-0 para a moral dos jogadores. São os mesmos três pontos, mas os níveis de confiança são completamente diferentes e isso pode ser muito importante para o próximo jogo. Ainda para mais, nas circunstâncias em que esse 4-3 aconteceu. E aquele lance do Roberto foi uma chatice ter acontecido nesta altura. Vamos ver o que acontecerá no próximo Domingo, mas foi uma pena não termos obtido um resultado histórico.

P.S. – Que arbitragem miserável! Os lances divididos eram sempre contra nós. Faltas semelhantes eram-no para um lado e não para o outro. E no alívio para canto do Maxi de que resulta o 4-2, parece-me claramente que há, pelo menos, dois jogadores do Lyon fora-de-jogo. O sr. Craig Alexander Thomson é um nome a recordar!

3 comentários:

Unknown disse...

Quanto à arbitragem temos ainda a questão dos amarelos ridículos ao Saviola (falta no meio campo normalíssima em comparação coma entrada por trás do Diakathé a cortar uma jogada de contra-ataque) e ao Roberto na primeira vez em que "queimou" alguns segundos numa reposição de bola (comparado com os largos minutos que vemos a outros GR's que jogam contra nós na Luz). Temos ainda a agressão bábara do Michel Bastos junto à bandeirola de canto mesmo nas barbas do arbitro auxiliar.

patriarca disse...

Este é um dos Arbitros "protegidos" do Sistema Corrupto Instalado na UEFA e esta arbitragem não fugiu a isso, não estivessem os PORCOS alí bem representados. Equipa Francesa, Equipa Protegida !!!
Foi simplesmente uma arbitragem á PLATINI !!!

Anónimo disse...

Fizemos um bom jogo, e ninguém me tira a ideia que as substituições não saíram como o esperado.E mais, o terceiro golo é claramente excesso de confiança do Roberto!

http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/11/cabeca-limpa.html