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terça-feira, abril 06, 2010

Reviravolta

A primeira vez que conseguimos dar a volta ao marcador no campeonato nacional fizemo-lo em grande estilo. Vencemos 4-2 na Figueira da Foz depois de estarmos a perder por 0-2. Mais um mito que se quebra (provavelmente ainda havia quem dissesse que o Benfica só virava resultados perante as equipas menores de Liga Europa…), mas este sinceramente dispensava-o. Estar a perder por 0-2 aos 12’ numa partida absolutamente decisiva não me fez nada bem ao coração. Felizmente tivemos uma resposta avassaladora e conseguimos a vitória.

Como é óbvio, entrámos pessimamente no jogo. Duas falhas individuais (David Luiz e Maxi Pereira) resultaram em outros tantos golos, se bem que no primeiro (aos 2’!) a movimentação do Javi García também não tenha sido nada famosa. Levámos dois socos no estômago e mal tínhamos entrado em campo. O facto de termos feito o 1-2 pouco depois (16’) ajudou a que a equipa e os adeptos acreditassem que iam acordar do pesadelo. Foi o Weldon (que fez de Saviola) que marcou depois de dois remates defendidos pelo Peiser. O brasileiro saltou muito bem e fez o golo de cabeça aproveitando o segundo ressalto. Dois minutos depois, a partida ficou igualada novamente pelo Weldon e novamente de cabeça. Canto do Aimar na esquerda, o David Luiz não chega a tocar na bola, mas desposiciona a defesa e o Weldon percebeu muito bem a jogada, e cabeceou à vontade. Voltava tudo ao início, mas até ao intervalo continuámos com algumas desconcentrações defensivas que permitiram à Naval criar lances de perigo. Um azar num ressalto isolou um avançado deles, mas o Quim defendeu bem e logo a seguir ficámos finalmente na frente. Um passe longuíssimo do David Luiz isolou o Di María, que desviou muito bem a bola do guarda-redes. Estávamos no minuto 38 e senti que, se não houvesse mais falhas defensivas (tão pouco habituais este ano), a vitória não nos fugiria.

A 2ª parte foi completamente diferente da 1ª e era essencial marcarmos mais um golo para termos uma vantagem confortável. Foi o que aconteceu logo aos 55’ num lance que começou e acabou no Cardozo, com o Weldon a ter papel fundamental ao fazer a assistência para um remate do Rúben Amorim que o Peiser defendeu. Na recarga, o paraguaio não perdoou. A partir daqui, era difícil a vitória fugir-nos. A dúvida estava mais em saber se marcaríamos mais golos. O Benfica deste ano faz jus à ideia de que “o ataque é a melhor defesa” e o jogo continuou a desenrolar-se principalmente no meio-campo adversário. O Jorge Jesus começou a fazer substituições, mas confesso que estranhei que o Weldon fosse o primeiro a sair logo um minuto depois do golo. Esteve em três dos nossos quatro tentos, não jogava há uma série de tempo e só entendo a saída por eventuais dificuldades físicas que não descortinei. Entrou o Carlos Martins, mas se fosse eu teria tirado o Aimar, porque estávamos a ganhar por dois golos e vamos a Anfield na 5ª feira. Aos 70’, saiu o Aimar e entrou o Ramires, mas a toada da partida manteve-se. Passávamos mais tempo no meio-campo adversário, mas a pontaria passou a estar desafinada. Mesmo assim ainda houve tempo para um petardo do Carlos Martins à barra. Uma incrível perda de bola do Di María no nosso meio-campo proporcionou à Naval a única situação de golo do 2º tempo, mas o jogador que estava isolado atirou por cima. Faltavam pouco mais de 10’ para os 90 e foi um lance que nos poderia ter causado um final de jogo intranquilo. Felizmente isso não aconteceu e a vitória é mais que justa.

Individualmente há que destacar o Weldon. Dois golos e a participação noutro justificam-no absolutamente. O David Luiz também teria feito uma partida irrepreensível não fora a falha no 1º golo. O Di María foi muito importante pela velocidade (só ele é que chegava ao lançamento do David Luiz no 3º golo), mas partilha com o Carlos Martins de um facto que me irrita sobejamente: é incapaz de fazer as coisas pelo modo mais simples. Complicado é que é bom! Felizmente esta época as coisas têm-lhe saído bem, mas há ocasiões que se perdem por falta de simplicidade de processos… O Rúben Amorim também fez uma partida muito boa e pode considerar-se um titular da equipa. Acho que o Fábio Coentrão está a perder um pouco da acutilância atacante que tinha no passado, mas está um fantástico defesa-esquerdo. Faria bem em se assumir como tal, já que é uma posição muito carenciada no nosso futebol. O Cardozo lá marcou mais um golito, mas atravessa indiscutivelmente uma fase de menor fulgor (enquanto continuar a molhar a sopa, menos mal).

Prova dificílima superada e manutenção dos seis pontos de vantagem (cinco na prática) para o Braga (cuja partida frente ao V. Guimarães foi das maiores - senão mesmo a maior - vergonhas deste campeonato, cortesia do Sr. Artur Soares Dias). As contas são muito simples: ganhando as três partidas em casa, só precisamos de mais um ponto em dois jogos fora para sermos campeões. Mas claro que o que quero são mais cinco vitórias! Antes de recebermos os lagartos, teremos a partida em Anfield. Que a moral em alta depois deste jogo sirva para superar o eventual cansaço que a maioria dos jogadores inevitavelmente sentirá é o meu maior desejo. Força Benfica!

P.S. – O cartão amarelo ao Maxi Pereira (que o afastará do jogo com os lagartos) por tocar com o ombro(!) na bola demonstra a incompetência do Sr. Elmano Santos.

5 comentários:

moondog disse...

"(...) mas partilha com o Carlos Martins de um facto que me irrita sobejamente: é incapaz de fazer as coisas pelo modo mais simples. Complicado é que é bom! Felizmente esta época as coisas têm-lhe saído bem, mas há ocasiões que se perdem por falta de simplicidade de processos…"

Está aqui tudo aquilo que penso sobre o Di Maria. E ele esta época até está realmente bem melhor mas só será um jogador de nível mundial quando se preocupar em jogar para a equipa, em vez de jogar para a sua visibilidade aos olhos do público. Ora não passa a bola quando deve, ora agora é mais uma fintinha, enfim.
O Simões ainda na semana passada falava n'A Bola sobre isto.

(só não concordo com o P.S.. O cartão amarelo ao Maxi demonstra (e bem!) toda a competência do elmano)

MikeSLB4Ever disse...

Exacto!
Não tem a ver com competência, visto que foi propositado. Só não amarelou o Luisão porque não teve mesmo hipótese.
Mas não faz mal, visto que este ano acontece algo que não nos acontecia há muito: há um modelo de jogo, por isso não importa quem joga. Jogue o Ruben Amorim, o Ramirez, o David Luiz ou outro qualquer, a ausência do Maxi não se fará notar (tal como o Weldon substituiu - e muito bem - o Saviola, não se dando pela ausência deste).

TRUCIDA, BENFICA!
RUMO AO 32º!!!

P.S. Boa sorte para Anfield na 5ª.

Nano_Neutel disse...

Um belo jogo que tive oportunidade de ver na TV, mas nem eu próprio percebi aqueles 2 golos sofridos tão cedo...se fossem tipo aos 20 ou 30 e tal minutos...ainda dava para entender. O que interessa é que foi mais uma vitória importante.

Não falei do Liverpool na quinta-feira passada, porque espero meter aqui um olhar geral sobre as 2 mãos depois da eliminatória estar resolvida. Prefiro estar em silêncio perante a perspectiva de mais um jogo complicado na Europa.

FORÇA SLB!

S.L.B. disse...

Está explicada a substituição do Weldon. Ressentiu-se da lesão e está em dúvida para Anfield. Bem me parecia que aquela troca tinha sido muito estranha...

Anónimo disse...

Já está:

Liverpool- 1 Benfica-2

DI MARIA- 0-1
TORRES- 1-1
AIMAR- 1-2

e segue-se o A.Madrid de Simão,Reyes,Quique...