segunda-feira, abril 17, 2006
Estranhamente fácil
A nossa vitória por 2-0 no Bessa (ao fim de 10 anos voltámos a triunfar na casa do Boavista!), juntamente com o empate dos lagartos na Amadora, permite-nos ter algumas esperanças em chegar ainda ao 2º lugar (se não fosse aquele empate com o Marítimo na semana passada...). Foi um jogo bastante mais fácil do que se estava à espera e aproveitámos bem a fase menos positiva do Boavista para matar o segundo borrego contra equipas da cidade do Porto. Não deixa de ser curioso que tenhamos esta performance contra as equipas da invicta (quatro jogos, quatro vitórias) e não consigamos ser campeões.
A 1ª parte foi fraquinha no seguimento da maioria dos jogos que temos feito nos últimos tempos. Desta vez, o Koeman fez-me a vontade e colocou o Karagounis de início, mas o grego continua a desperdiçar as oportunidades que tem a titular e passou ao lado do jogo. Tão ao lado que foi substituído ao intervalo pelo Geovanni e a diferença notou-se bem no 2º tempo. Tivemos um período inicial de 10 minutos de alguma velocidade com dois remates perigosos (Léo e, principalmente, Manduca), mas ficámo-nos por aí. O Boavista também não criou oportunidades, com excepção de um remate do João Pinto já perto do intervalo, pelo que a 1ª parte foi muito enfadonha.
Na 2ª parte melhorámos imenso para o que muito contribuiu o golo logo aos 51 minutos. Foi o que valeu marcar bem um livre (pelo Simão) para dentro da área, já que a bola foi desviada pelo Tiago e traiu o Khadim. Quando se marca livres assim, tensos e na direcção da baliza, têm-se grandes hipóteses de ser bem sucedido, bastando um pequeno toque para a bola entrar. A partir daqui, o jogo ficou praticamente ganho, porque o Boavista nunca se mostrou capaz de criar oportunidades de golo. Infelizmente, não aproveitámos para fazer contra-ataques com a frequência desejada e deixámos o Boavista ter mais posse de bola. Para os adeptos (ou pelo menos para mim) isto é muito stressante, já que controlar um jogo com a vantagem mínima provoca sempre calafrios, mas a posteriori há que admitir que estamos cada vez melhor nesta arte de segurar resultados. Logo a seguir ao nosso golo, um remate do Miccoli proporcionou a Khadim a melhor defesa do jogo, mas só voltaríamos a marcar perto do fim pelo Mantorras, na sequência de uma abertura muito boa do Simão que o isolou. O angolano é um caso sério de eficácia e é, pelo 2º ano consecutivo, o nosso avançado que precisa de menos tempo para marcar um golo (menos de 90 minutos). Pode ser que o Koeman já não o ache dispensável agora... Esta produtividade não pode ser fruto do acaso e, apesar de alguns lance onde me irrita solenemente (como os fora-de-jogo infantis), o Mantorras é um jogador que personifica bem o espírito do Benfica: “um clube lutador”. Aliás, isto é bem verdade.
Em termos individuais o Simão esteve em destaque, já que participou directamente nos dois tentos, mas continua a falhar golos incríveis isolado frente ao guarda-redes. O Manuel Fernandes também jogou bem e continua a subir de forma. Com a lesão do Léo no final da 1ª parte (e a do Ricardo Rocha mesmo antes do jogo começar), tivemos que adaptar o Beto a defesa-direito e ele curiosamente não esteve nada mal. O Nélson foi outro que se apresentou um pouco melhor do que nos últimos jogos. A entrada do Manduca permite-nos ter um pouco mais de velocidade do que com o Robert, mas a verdadeira posição dele continua a parecer-me que é a extremo-esquerdo e só quando o Simão se for embora é que ele deverá ter a sua oportunidade aí. O Miccoli esteve bastante isolado na 1ª parte, muito por culpa do Karagounis que não o apoiou como deveria, mas na 2ª falhou um golo de cabeça que, apesar de não ser fácil, um jogador da categoria dele tinha obrigação de marcar. Menos positivo esteve o Anderson, que me pareceu desconcentrado principalmente na 1ª parte (aquele atraso ao Moretto que parou nos pés de um avançado...), confirmando que nunca reentra bem na equipa depois de estar um jogo fora.
No final do jogo lá tivemos os 15 minutos de fama habituais de quem nos defronta. O Carlos Brito queixou-se da arbitragem, nomeadamente da falta de critério nas faltas. Não poderia estar mais de acordo: na 1ª parte há pelo menos três faltas atacantes do Boavista que o Bruno Paixão não assinalou e que deram origem a ataques algo perigosos (incluindo o tal remate do João Pinto), e perto do final o Tiago deveria ter sido expulso por uma rasteira bárbara (reminiscências do estilo Jaime Pacheco?) sobre o Simão. Isto já para não falar do golo anulado ao Manduca em que me parece que ele estava em jogo. E termino com uma pergunta: porque é que a Sport TV repetiu até à exaustão o suposto lance de penalty do Nélson e não deu uma única repetição de um lance exactamente igual na grande-área deles sobre o Luisão pouco depois?
P.S. – A ser verdade a notícia sobre o salário do Robert ser o mais alto do plantel, o que obviamente não é bem aceite pelos jogadores mais carismáticos, isso explica muito do que foi a nossa 2ª volta. E, se assim for, é um erro abissal da SAD.
A 1ª parte foi fraquinha no seguimento da maioria dos jogos que temos feito nos últimos tempos. Desta vez, o Koeman fez-me a vontade e colocou o Karagounis de início, mas o grego continua a desperdiçar as oportunidades que tem a titular e passou ao lado do jogo. Tão ao lado que foi substituído ao intervalo pelo Geovanni e a diferença notou-se bem no 2º tempo. Tivemos um período inicial de 10 minutos de alguma velocidade com dois remates perigosos (Léo e, principalmente, Manduca), mas ficámo-nos por aí. O Boavista também não criou oportunidades, com excepção de um remate do João Pinto já perto do intervalo, pelo que a 1ª parte foi muito enfadonha.
Na 2ª parte melhorámos imenso para o que muito contribuiu o golo logo aos 51 minutos. Foi o que valeu marcar bem um livre (pelo Simão) para dentro da área, já que a bola foi desviada pelo Tiago e traiu o Khadim. Quando se marca livres assim, tensos e na direcção da baliza, têm-se grandes hipóteses de ser bem sucedido, bastando um pequeno toque para a bola entrar. A partir daqui, o jogo ficou praticamente ganho, porque o Boavista nunca se mostrou capaz de criar oportunidades de golo. Infelizmente, não aproveitámos para fazer contra-ataques com a frequência desejada e deixámos o Boavista ter mais posse de bola. Para os adeptos (ou pelo menos para mim) isto é muito stressante, já que controlar um jogo com a vantagem mínima provoca sempre calafrios, mas a posteriori há que admitir que estamos cada vez melhor nesta arte de segurar resultados. Logo a seguir ao nosso golo, um remate do Miccoli proporcionou a Khadim a melhor defesa do jogo, mas só voltaríamos a marcar perto do fim pelo Mantorras, na sequência de uma abertura muito boa do Simão que o isolou. O angolano é um caso sério de eficácia e é, pelo 2º ano consecutivo, o nosso avançado que precisa de menos tempo para marcar um golo (menos de 90 minutos). Pode ser que o Koeman já não o ache dispensável agora... Esta produtividade não pode ser fruto do acaso e, apesar de alguns lance onde me irrita solenemente (como os fora-de-jogo infantis), o Mantorras é um jogador que personifica bem o espírito do Benfica: “um clube lutador”. Aliás, isto é bem verdade.
Em termos individuais o Simão esteve em destaque, já que participou directamente nos dois tentos, mas continua a falhar golos incríveis isolado frente ao guarda-redes. O Manuel Fernandes também jogou bem e continua a subir de forma. Com a lesão do Léo no final da 1ª parte (e a do Ricardo Rocha mesmo antes do jogo começar), tivemos que adaptar o Beto a defesa-direito e ele curiosamente não esteve nada mal. O Nélson foi outro que se apresentou um pouco melhor do que nos últimos jogos. A entrada do Manduca permite-nos ter um pouco mais de velocidade do que com o Robert, mas a verdadeira posição dele continua a parecer-me que é a extremo-esquerdo e só quando o Simão se for embora é que ele deverá ter a sua oportunidade aí. O Miccoli esteve bastante isolado na 1ª parte, muito por culpa do Karagounis que não o apoiou como deveria, mas na 2ª falhou um golo de cabeça que, apesar de não ser fácil, um jogador da categoria dele tinha obrigação de marcar. Menos positivo esteve o Anderson, que me pareceu desconcentrado principalmente na 1ª parte (aquele atraso ao Moretto que parou nos pés de um avançado...), confirmando que nunca reentra bem na equipa depois de estar um jogo fora.
No final do jogo lá tivemos os 15 minutos de fama habituais de quem nos defronta. O Carlos Brito queixou-se da arbitragem, nomeadamente da falta de critério nas faltas. Não poderia estar mais de acordo: na 1ª parte há pelo menos três faltas atacantes do Boavista que o Bruno Paixão não assinalou e que deram origem a ataques algo perigosos (incluindo o tal remate do João Pinto), e perto do final o Tiago deveria ter sido expulso por uma rasteira bárbara (reminiscências do estilo Jaime Pacheco?) sobre o Simão. Isto já para não falar do golo anulado ao Manduca em que me parece que ele estava em jogo. E termino com uma pergunta: porque é que a Sport TV repetiu até à exaustão o suposto lance de penalty do Nélson e não deu uma única repetição de um lance exactamente igual na grande-área deles sobre o Luisão pouco depois?
P.S. – A ser verdade a notícia sobre o salário do Robert ser o mais alto do plantel, o que obviamente não é bem aceite pelos jogadores mais carismáticos, isso explica muito do que foi a nossa 2ª volta. E, se assim for, é um erro abissal da SAD.
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5 comentários:
Ganhar foi muito bom, mesmo a jogar o habitual, que é fraco. Mais uma vez o Karagounis de início foi um equívovo. Porquê? Toda a gente acha que ele deve jogar quando está de fora, e normalmente entra bem e mexe no jogo. Quando é titular é uma desgraça. Expliquem-me que eu não consigo.
A primeira parte foi uma porcaria. Felizmente o Boavista não jogou nada. Depois, o Geovanni de alguma forma virou o jogo em termos de posicionamento, que permitiu mais liberdade ao Miccoli. Pelos segundos 45 minutos merecemos ganhar, mas continua a terrível inconstância, a falta de consistência, aquela sensação de que no próximo joga sabe-se lá o que vai acontecer. É culpa do Koeman? Talvez. Dos jogadores? Talvez. Da direcção, em especial do sr. Veiga? Quem sabe.
O que me parece é que o balneário está minado, com invejas de ordenados, de mordomias, de preferências duvidosas e de grupos instalados. E o treinador não tem mão naquilo. Não sei se porque não o deixam ou porque é incapaz.
Acho que em Barcelona a história da noitada que foi ventilada exixtiu mesmo. Os pedidos para saír das primadonas e outros por arrasto (vide Rocha) são uma realidade, por mais que se tente desmentir. E para mim o problema não é sequer o 2º lugar que acho pouco provável (embora os lagartos sejam peritos em oferecer-nos estas coisas), mas sim o próximo ano. E, ou me engano muito, ou se não houver uma mudança radical de hierarquias dentro da estrutura, de definição de quem manda no balneário e no campo, vamos ter muitos desgostos.
No sábado, gostei do Luisão e do Moretto apesar das 2 patetices do costume. O Beto entrou bem para lateral e o Geovanni, quem diria, revolucionou a dinâmica do jogo. O Simão teve muita influência, claro, mas se dizes que o Miccoli podia ter feito melhor na bola de cabeça, então o Simão tinha que ser pendurado DEZ vezes por falhar aquele golo. Tão fácil que até o Manduca mostrou como se faz e numa situação bem mais difícil.
Nem quero ouvir falar do salário do Robert que é um escândalo, não só porque não vale nem um quarto disso, mas porque então quanto tens que pagar aos outros. É o princípio da confusão!
Finalizo com a "maravilhosa" arbitragem do Bruno Paixão. Critérios maus? Sem dúvida. Perdoou um penalty ao SLB? Talvez. Mas, então e o golo anulado ao Manduca? Quase que juro que estava em jogo. E a entrada ao Simão? Se aquilo não vale 2 vermelhos então quando se mostram estes cartões? Como é possível comparar um agarrar de camisola a meio-campo com uma entrada assassina?
É por isso que o nosso futebol é o que é. Em Inglaterra, quase todos os amarelos do jogo tinham ficado no bolso do árbitro e sido resolvidos com uma didática conversa. Mas aquela entrada era vermelho sem discussão. É por isto que os jogadores sabem com o que contam, e por isso não simulam, não perdem tempo, não fazem fita e simplesmente tentam ganhar a jogar à bola.
Agora vamos à Madeira para mais um jogo de incógnita. Que equipa estará em campo? A da 1ª parte do Marítimo ou Boavista? Ou a dos últimos 10 minutos da Luz?
E duvido mesmo que os lagartos dêem mais baldas. Com a necessária competência estávamos iguais e aí a pressão era diferente.
Um abraço
Gostava só de atentar uma coisa. Não deixa de ser curioso que a polémica com os guarda-redes (e todos concordamos que a perda de titularidade do Quim é estranha) volte às primeiras páginas dos jornais e ecrãs de televisão assim que o Benfica se aproxima do Sporting na luta pelo segundo lugar. O mesmo acontece com o suposto ordenado do Robert. Em ambos os casos, o "drama" remonta a Janeiro e provoca celeuma quatro meses mais tarde. Até conseguimos ver o Ricardo, guarda-redes de Alvalade, a mostrar agora solidariedade para com o colega de selecção.
O timing destes casos parece-me muito mais uma tentativa de destabilização do que um facto per si.
Caminhante: não em parece que o Manduca seja dispensado, até porque o Simão vai-se embora. Quem deve ser, principalmente se o Koeman ficar, é o Quim, o que acho muito mal, porque o Moretto é muito mediano e para mim é sem dúvida o pior guarda-redes dos três.
Guitar: o apagamento do Karagounis quando é titular é um mistério muito grande. A falta de um balneário forte é a principal causa de só ganharmos a Supertaça este ano. E aqui o Koeman tem muitas culpas, principalmente por causa das opções injustas que tomou.
Telescópio: na mouche! É isso mesmo, o timing é muito suspeito.
Relativamente ao comentário do Telescópio, basta ver que a notícia relativa ao Robert saíu no Expresso, onde milita um lagartóide da pior espécie: o José António Lima... (eu sei que isto pode ser «teoria da conspiração», mas não deixa de ser verdade que o timing é 'cirúrgico'...)
A vergonha do futebol português:
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